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Aula 8 - Fisiologia da dor

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DOR
“Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com
um dano tecidual real ou potencial”
(MERSKEY & SPEAR Apud MELLO FILHO, 1992 )
A percepção e a resposta do corpo à dor, é denominada NOCICEPÇÃO
NOCICEPÇÃO: Conjunto de eventos neurais através do qual os estímulos nocivos são 
detectados, convertidos em impulsos nervosos e transmitidos da periferia para o SNC. 
DOR 
Somática 
Visceral
Rápida e bem localizada
Lenta e difusa
Lenta e difusa
Cutânea
Lenta e difusaTecidosprofundos
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
Dor nociceptiva
Dor neuropática
Dor aguda
Dor crônica
Resposta Motora
Somáticas 
reflexo de retirada
vocalização
expressão facial
posição anti-álgica
grito
Viscerais 
sudorese
vasoconstriçâo periférica
náuseas
vômitos, etc
Experiência sensorial
Dor rápida (percepção objetiva)
Dor lenta (percepção subjetiva)
Experiência Psicológica
Ansiedade, Depressão (dor crônica)
Sofrimento
Alterações de comportamento
•A dor evoca experiências e reações múltiplas 
•Causas da dor: neurogenica,inflamatoria e neuropatica
Mecanismos periféricos da dor
•Receptores da dor = nociceptores
Terminações livres
Térmicos
Mecânicos
Químicos
Calibre dos axônios: dor lenta e dor rapida
Tipo 
Mielina 
Modalidades da 
sensação 
Diâmetro(mm) Condução(m/s) 
Ad + Dor, Frio, Tato 2 - 5 12 - 30 
C
(cordão posterior) ausente 
Dor
Sensibilidade térmica
Tato 
0,4 - 1,2 0,5 - 2 
C
(fibras simpáticas
pós-ganglionares) 
ausente 
Dor
Pressão 
0,3 - 1,3 0,7 - 2,3 
•Dor lenta
�E m queimação, mal localizada e difusa
�Fibras C 
�Condução lenta (0.5 - 2 m/s) 
•Dor rápida 
�E m pontada e bem localizada 
�Fibras Aδ 
�Condução rápida (12-30 m/s)
• Dor x sinais Táteis: A estimulação de receptores táteis ativa fibras 
sensoriais do tipo A β e deprime sinais dolorosos.
• Dor Referida: É a dor sentida em uma parte distante da área lesada,em
geral ,vísceras (Cólica renal).
Ramificações de fibras de dor partem de vísceras e fazem sinapse com
neurônios de 2ª ordem que recebem fibras de dor a partir da pele.
• Dor Visceral-verdadeira:A dor visceral verdadeira não é bem 
localizada
• Dor Parietal :Causada por lesão visceral, porque estas superfícies parietais 
(peritônio) tem extensa inervação de fibras de dor a partir de nervos 
espinhais.
•Dor Fantasma
� Formação de neuromas
resultado de uma regeneração desorganizada de axônios após lesão parcial ou 
completa)
� Mecanismo central continua a atuar apesar da ausência de estímulos 
periféricos
� Fatores psicológicos
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• Estruturas muito sensíveis a dor: • Estruturas pouco ou nada 
Sensíveis a dor:Pele ( picada, calor, inflamação)
Dentina e polpa dentária (picada e inflamação)
Pleura parietal (inflamação e tração)
Peritônio parietal ( inflamação e compressão)
Cápsula Hepática ( distensão)
Músculo Cardíaco ( anóxia)
Sinóvia
Periósteo
Meninges
Ossos
Tecido Hepático
Superfícies articulares
Pleura visceral e parênquima pulmonar
Peritônio Visceral
Pericárdio visceral
Parênquima cerebral
•Intensidade da dor
• L eve
• Moderada
• Intensa
• Muito intensa
• Duração da dor:Tempo decorrido entre o início da dor e o término
�Contínua
�Cíclica ( periódica)
Relação entre dor e dano
•Dor desproporcional ao dano
•Hiperalgesia – sensibilidade excessiva dos receptores ou facilitação da 
transmissão sensorial no receptor sensibilizado.
•Dor após a cura do dano
•Dor crônica
Hiperalgesia�Aumento da sensibilidade dolorosa. 
Mediadores químicos no local da lesão, reduz o limiar de sensibilidade e 
aumenta a sensibilidade das terminações nervosas vizinhas, Cria a hiperalgesia
que se estende às regiões não envolvidas pelo estímulo nociceptivo inicial, 
Receptores se tornam sensíveis à estímulos de baixa intensidade (estímulos 
táteis), Os estímulos que normalmente não são dolorosos, desencadearão dor 
generalizada, levando a uma dor “patológica
ALODINIA: Dor que surge como resultado de estimulação não-nociva
Dor Quanto à duração
• Aguda: 
– causa bem definida com um tempo característico
– desaparece após a cura da injúria.
• Crônica: 
– permanece após a cura
– proveniente de impulsos anormais não inibidos
– influenciada por reações emocionais e neuro-vegetativas.
Dor aguda 
•É de caráter fisiológico, 
•deflagrada por lesão corporal e 
•tem função de alerta e defesa contribuindo para a preservação da vida
•É de breve duração, e tem relação causa-efeito bem determinada. 
Dor crônica:
�Tem caráter patológico 
�Não apresenta relação causa-efeito bem definida
�Freqüentemente não se encontra causa periférica que a justifique 
�Não tem função de alerta ou defesa
�É gradativamente incapacitante.
• AS VIAS DA DOR
• Dor aguda: via neoespino-talâmica
• 3 neurônios
• Dor crônica e difusa – via paleoespino- talâmica
• Mais de 3 neurônios:
MECANISMOS CENTRAIS DA DOR
Sistema da Coluna Antero-Lateral
O PORTÃO DA DOR
Mecanismos endógenos de analgesia
O neurônio de 2a ordem da via nociceptiva comporta-se como um portão mudando a 
freqüência dos PA que gera, conforme o nível de atividade dos neurônios aferentes . 
Trato espinotalâmico
Vias de projeção central ao tálamo
ANALGESIA
Analgesia é a abolição da sensibilidade à dor sem supressão das outras 
propriedades sensitivas, nem perda de consciência.
Os opióides são agonistas dos receptores opióides encontrados:
�nos neurônios do cérebro, 
�medula espinhal e 
�nos sistemas neuronais do intestino.
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Opióides naturais ou fisiológicos
(Os opióides endógenos são peptídeos)
Regulam as sensações de dor e são importantes nos sistemas analgésicos 
endógenos:
�Endorfinas
�Encefalinas
�Dinorfinas
Principais efeitos 
�Melhoram a memória 
�Aumentam a resistência 
�Aumentam a disposição física e mental 
�Melhoram o sistema imunitário 
�Evitam as lesões dos vasos sanguíneos 
�Têm um efeito anti-envelhecimento 
�Aliviam as dores 
OPIÓIDES(opiáceos): Os opióides formam um grupo de substâncias naturais, 
ou sintéticas derivadas do ópio que é obtido da papoula ou Papaver
somniferum.
Função
Modulação da neurotransmissão nociceptiva
a) inibindo a liberação do NT excitatório
b) hiperpolarizando a membrana pré-sinaptica
A morfina e outros opioídes exógenos imitam o efeito das endorfinas, 
associando-se aos seus receptores pós-sinápticos especializados, 
impedindo a chegada de informação dolorosa ao sistema nervoso 
central.

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