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MEGARREVISÃO OAB Teoria Direito do Trabalho Prof. Hermes Cramacon III - Remuneração e salário 1. Remuneração Consiste na somatória da contraprestação paga diretamente pelo empregador, seja em pecúnia, seja em utilidades, com a quantia recebida pelo obreiro de terceiros a título de gorjeta. REMUNERAÇÃO = SALÁRIO + GORJETA 2. Salário É contraprestação paga diretamente pelo empregador ao empregado pelos serviços prestados, seja em dinheiro, seja em utilidades, como por exemplo: habitação, alimentação etc. Salário = salário básico + sobressalário (parte em $ + in natura) (adicional noturno) (art. 82, par. único, CLT) 2.1 Princípio da irredutibilidade salarial Em regra o salário é irredutível. Porém, poderá ser reduzido por acordo ou convenção coletiva, art. 7º, VI, da CF. 2.2 Intangibilidade salarial Não poderá haver desconto no salário do obreiro. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 2.3 Descontos permitidos a) de contribuições previdenciárias; b) contribuições sindicais; c) imposto de renda; d) desconto para prestação alimentícia; e) desconto para pagamento de pena criminal pecuniária; f) pagamento de custas judiciais; g) pagamento de prestações do Sistema Financeiro de Habitação; h) retenção de saldo salarial por falta de aviso prévio do empregado; i) faltas injustificadas; j) empréstimos, até 30%; l) desconto de antecipações salariais; m) dano culposo, mediante consentimento; n) dano doloso, sem consentimento. 3. Equiparação salarial Art. 7º, XXX, da CF, art. 461 da CLT e súmula 6 TST. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário. 3.1 Identidade de funções A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos possuem, ou não, a mesma denominação. Veja itens II e III da súmula 6 TST 3.2 Trabalho de igual valor É aquele desenvolvido com a mesma produtividade e perfeição técnica, entre trabalhadores cuja diferença no tempo de serviço na mesma “função” não seja superior a 2 anos. 3.3 Mesmo empregador Para proceder ao pedido de equiparação entende-se que deverá ser o mesmo empregador. ATENÇÃO! Pode ser aplicada para o grupo econômico. Súmula 129 TST. 3.4 Mesma localidade O termo "mesma localidade" do art. 461 da CLT deve ser entendido como sendo o mesmo município, ou municípios distintos que pertençam à mesma região metropolitana. Veja item X da súmula 6 TST. 3.5 Inexistência de quadro de carreira A existência do quadro de carreira, devidamente homologado, em uma empresa faz desaparecer o direito à equiparação. Súmula 6, item I, do TST - o quadro de carreira apenas terá validade se homologado pelo Ministério do Trabalho, salvo em se tratando das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional. IV - Jornada de trabalho 1. Fundamentos legais: art. 7º, incisos XIII e XIV da CF e arts. 57 a 75 da CLT. 2. Conceito: lapso temporal em que o empregado está a disposição do empregador, executando ou não o seu labor, art. 4º da CLT. ATENÇÃO! Art. 6º CLT - Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. 4.3 Diurna: nas atividades urbanas, é considerada jornada diurna aquela desempenhada entre as 5 horas até as 22 horas. 4.4 Noturna 4.4.1 Urbano 22 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte. Hora fictamente reduzida – 52m.30s. a) aplica-se ao vigia noturno; b) não se aplica às atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados por meio de dutos, súmula 112 TST. Adicional noturno: 20% (integra o salário) 4.4.2 Rural 4.4.2.1 Pecuária: 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte. 4.4.2.2 Agricultura: 21 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte. Hora fictamente reduzida: não aplicação Adicional noturno: 25% OJ 273 SDI 1 TST - “TELEMARKETING". OPERADORES. ART. 227 DA CLT. INAPLICÁVEL (cancelada) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 A jornada reduzida de que trata o art. 227 da CLT não é aplicável, por analogia, ao operador de televendas, que não exerce suas atividades exclusivamente como telefonista, pois, naquela função, não opera mesa de transmissão, fazendo uso apenas dos telefones comuns para atender e fazer as ligações exigidas no exercício da função. 6. Turnos ininterruptos de revezamento Art. 7º, XIV, da CF, regime em que os trabalhadores se sucedem na empresa, pressupõe trabalho em horários com sucessivas modificações. 6.1 Jornada de trabalho: 6 horas, salvo negociação coletiva. Estabelecida jornada superior em norma coletiva, o empregado não fará jus às sétima e oitava horas como extras, súmula 423 TST. 7. Trabalho em regime de tempo parcial Previsto no art. 58-A da CLT. É aquele cuja duração não exceda 25 horas semanais. 7.1 Características Salário: proporcional ao salário dos empregados em regime de tempo integral. Horas extras e compensação: vedadas. Período de férias diferenciado, art. 130-A da CLT. 1. Horas in itinere Art. 58, § 2º, da CLT: “O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.” 1.1 Conceito: período de deslocamento gasto pelo empregado de sua residência até o local de trabalho e vice-versa em transporte fornecido pelo empregador. 1.2 Requisitos Empregador fornecer o transporte; O local de trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte público. 61.3 Características a incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere. a mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere. havendo transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas in itinere remuneradas irão se limitar ao trecho não alcançado pelo transporte público. V - TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO 1. Resolução do contrato de trabalho Sempre que uma ou ambas as partes praticarem uma falta. 1.1 Dispensa por justa causa a) Ato de improbidade: a improbidade revela mau caráter, desonestidade. Ex. roubo, furto. b) Incontinência de conduta: comportamento desregrado ligado à vida sexual do obreiro. Ex. visitas a sites pornográficos. c) Mau procedimento: uma atitude irregular do empregado. d) Ato de indisciplina: descumprimento de ordens gerais de serviço. e) Ato de insubordinação: consiste no descumprimento de ordens pessoais de serviço 1.2 Verbas rescisórias Configurada a justa causa o empregado fará jus apenas ao saldo de salário e férias vencidas acrescida do terço constitucional. ATENÇÃO! Não terá direito às férias proporcionais, súmula 171 TST. ATENÇÃO! Não há o pagamento de 13º salário proporcional, art. 3º da Lei 4.090/62.2. Aviso prévio Consiste em uma comunicação que uma parte faz à outra de que pretende extinguir o pacto laboral. Deve ser concedido por ambas as partes 2.1 Pelo empregador: empregado escolhe 7 dias corridos ou redução de 2 horas/dia. Caso não conceda o aviso prévio, deverá pagar o período (aviso prévio indenizado), conta-se como tempo de serviço. 2.2 Pelo empregado Caso o empregador renuncie o direito, deverá indenizar o empregado. Caso o empregado não conceda o aviso prévio, descontar os salários correspondentes ao respectivo período. 2.3 Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço – Lei 12.506/2011 O aviso prévio será concedido na proporção de 30 dias aos empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa. Sobre esse período serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias. VI - ESTABILIDADE e GARANTIA DE EMPREGO 1. Estabilidade definitiva/absoluta: 1.1 Servidores – art. 41 CF 1.2 Estabilidade decenal – art. 492 CLT 2. Estabilidade provisória/garantia de emprego 2.1 Dirigente sindical – inquérito judicial para apuração de falta grave 2.2 Empregados da CIPA 2.3 Empregada gestante 2.4 Empregado acidentado – acidente de trabalho 2.5 Comissão de Conciliação Prévia - inquérito judicial para apuração de falta grave 2.6 Membros do Conselho Curador do FGTS 2.7 Membros do Conselho Nacional de Previdência Social - inquérito judicial para apuração de falta grave 2.8 Diretores de Sociedade Cooperativa - inquérito judicial para apuração de falta grave 3. Portadores do vírus HIV ou outra doença grave 2.3 Empregado acidentado – acidente de trabalho 2.3.1 Fundamento legal: Art. 118 da Lei 8.213/91 Acidente de trabalho = doença profissional/ocupacional 2.3.2 Requisitos a) ocorrência de acidente do trabalho; b) percepção de auxílio-doença, independentemente da percepção de auxílio-acidente. 2.3.3 Prazo: 1 ano após a alta médica. 2.3.4 Garantia de emprego: súmula 378, item III, TST. Súmula 378 TST III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. 2.4 Empregada gestante 2.4.1 Fundamento legal: art. 10, II, “b”, do ADCT. 2.4.2 Prazo: É assegurado a toda emprega gestante, inclusive a empregada doméstica, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. Súmula 244, I, TST - o desconhecimento do estado gravídico por parte do empregador não afasta o direito a estabilidade. 2.4.3 Garantia de emprego da gestante em contrato com prazo determinado Súmula 244, III, TST - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. 2.4.4 Garantia de emprego da gestante em aviso prévio Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Lei 12.812/2013) 3. Portadores do vírus HIV ou outra doença grave SÚMULA 443 TST - DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO. Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.
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