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Sedimentologia: Formação e Tipos de Rochas Sedimentares

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Universidade Federal Fluminense 
Instituto de Geociências 
Fundamentos de Mineralogia e Petrologia 
2018.1 – Turma A1 
Prof. Susanna Sichel 
 Sedimentologia 
 18 de Junho de 2018 
Niterói, RJ 
 
Luiza Ribeiro 
Ursula Belem 
Fabrício Cardoso 
Bernardo Russomano 
 
2 
 
Índice 
Introdução.....................................................................................3 
Rochas sedimentares.................................................................3 
Litificação.......................................................................................3 
Intemperismo...............................................................................3 
Como as rochas sedimentares se formam?.......................4 
Tipos de rochas sedimentares................................................5 
Estruturas sedimentares............................................................6 
Ambiente Fluvial..........................................................................9 
Ambiente Marinho.....................................................................16 
Ambiente Lacustre.....................................................................19 
Ambiente Deltáico.....................................................................21 
Ambiente Glacial........................................................................23 
Ambiente Desértico..................................................................24 
Referências..................................................................................29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Introdução 
Sedimentologia: estudo científico das rochas sedimentares e dos processos pelos 
quais são formadas. 
Rochas Sedimentares 
São as rochas derivadas de partículas de outras rochas já existentes, as 
quais se solidificam com o passar do tempo. As rochas sedimentares recebem 
esse nome pois são formadas durante um longo período, por meio de processos 
físicos, químicos e biológicos. Dessa forma, são acumulados sedimentos (resíduos) 
que geram diversos estratos ou camadas. Elas são provenientes de outros tipos de 
rochas que, com o passar do tempo, foram sendo constituídas pelo processo 
de erosão: pela ação do vento, chuva, gelo, mares, rios, dentre outros. 
As rochas sedimentares representam mais da metade das rochas da Terra e 
tem uma grande importância para estudos de variações ambientais ao longo do 
tempo geológico. Outrossim, são os fatores fosselíferos preservados nessas rochas 
que apresentam a chave para a compreensão da origem e evolução da vida. Alem 
dessas grandes importâncias para a humanidade, é possível evidenciar o seu fator 
econômico que destaca-se sua utilização em construção civil e o fator de ser 
rocha fonte para petróleo e hidrocarbonetos. 
Exemplos de Rochas Sedimentares: 
❖ Areia 
❖ Arenito 
❖ Argila 
❖ Sal-Gema 
❖ Calcário 
❖ Gesso 
❖ Carvão Mineral 
 
Litificação: é um conjunto complexo de processos que convertem sedimentos em 
rocha consolidada. Graças, principalmente, à pressão exercida pelos 
sedimentos acumulados nos vários tipos de erosão. 
Intemperismo: também conhecido como meteorização, consiste na alteração física 
e química das rochas e de seus minerais. É um importante agente no 
processo de formação de solos e modelador do relevo. 
 
4 
 
Existem dois tipos de intemperismo: 
Intemperismo químico: Quebra da estrutura química dos minerais que 
compõe a rocha ou sedimento (material de origem). As rochas, então, sofrem um 
processo de decomposição. A intensidade deste intemperismo é relacionada com 
a temperatura, pluviosidade e vegetação, ocorrendo principalmente nas regiões 
intertropicais. 
Intemperismo físico: Desagregação ou desintegração do material de 
origem (rocha ou sedimento) sem que haja alteração química dos minerais 
constituintes. Ele, portanto, causa uma desagregação de fragmentos cada vez 
menores, conservando as características de seus minerais, aumentando a 
superfície de contato dos fragmentos, o que colabora com o intemperismo 
químico. Em regiões desérticas e de clima semiárido esse processo é mais intenso. 
 
Dentre os fatores que influenciam o intemperismo, tem-se, principalmente: 
Clima: principal agente do intemperismo, pois ele determina a quantidade 
de chuva e temperatura que atingirá a rocha, alterando quimicamente seus 
minerais. O clima também determina a quantidade de ventos, o que altera 
fisicamente as rochas. 
Relevo: Ele determina o fluxo de água e sua infiltração no solo. Em terrenos 
mais íngremes, a infiltração da água no solo será baixa, enquanto que em 
superfícies mais aplainadas ela será maior. Isso é importante, pois quanto mais 
tempo de contato entre água e rocha, mais reações químicas, aumentando assim 
a intensidade do intemperismo. 
Existem também outros fatores que influenciam o intemperismo, tais como a 
composição mineral das rochas, o tempo cronológico, cobertura vegetal e a 
rocha-mãe. 
Como as rochas sedimentares se formam? 
Sabemos que a formação das rochas sedimentares acontece pela junção 
de inúmeros sedimentos. No entanto, essa união de pequenas partículas 
manifesta-se em duas etapas denominadas, respectivamente, 
por sedimentogênese e diagênese. 
 
Sedimentogênese: ocorre através da sucessão dos processos de 
meteorização, erosão, transporte e sedimentação. Apesar dessa série de nomes, é 
um processo simples e de fácil compreensão. Vejamos: 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Diagênese: ocorre após a sedimentogênese e engloba uma série de 
processos físico-químicos responsáveis por dar coesão aos sedimentos, formando, 
assim, as rochas sedimentares propriamente ditas. Ela manifesta-se a partir dos 
processos de compactação e cimentação. 
A compactação ocorre quando as várias camadas de sedimentos vão 
sendo depositadas umas sobre as outras. Assim, o peso e a pressão exercidos 
sobre as camadas mais inferiores agem no sentido de compactar as partículas de 
rochas então dispersas. Em seguida, durante a cimentação, as camadas 
desidratam-se e unem-se, formando, finalmente, as rochas. 
 
Erosão, intemperismo,transporte, sedimentação são processos muito 
importantes para a formação de rochas sedimentares. Esses processos têm os 
sedimentos como seu principal aliado, pois a partir de sua origem determina-se a 
sua classificação ,como sedimentos Clásticos, sedimentos Químicos ou 
Bioquímicos. 
❖ Rochas Sedimentares Clásticas: oriundas do acúmulo de partículas de 
rochas já existentes. 
❖ Rochas Sedimentares Químicas: oriundas de restos de minerais e de 
processos químicos. 
❖ Rochas Sedimentares Orgânicas: oriundas de restos de animais. 
 
Soma-se a isso, a acumulação dos mesmos em um determinado local 
acarretando uma variação de temperatura, onde fenômenos da diagênese ou de 
litificação ocorrem (formação das rochas). Os locais mais comuns que ocorrem tais 
fenômenos são em lagos, baías, lagunas, estuários, deltas e fundo oceanos. Vale 
ressaltar que por mais que as classificações das rochas sedimentares dão 
prioridade maior ao processo de formação a constituição material também conta, 
com isso classificando-as como dentríticas, quimiogênicas e biogênicas. 
❖ Rochas sedimentares detríticas - predominantemente constituídas pelos 
detritos de outras rochas, resultante do processo conhecido como 
"meteorização" de outras rochas já existentes. As sedimentares detríticas 
apresentam-se de duas formas, podendo ser: 
o não consolidadas, como depósito de balastros, areias, siltes e argilas, 
e 
o consolidadas, formadas pela consolidação destes mesmos 
sedimentos detríticos por diagênese.6 
 
❖ Rochas sedimentares quimiogênicas - originárias do processo de 
precipitação de minerais em solução. Neste grupo temos o calcário, o 
gesso e o sal-gema. 
❖ Rochas sedimentares biogênicas - são rochas constituídas de sedimentos 
de origem biológica, resultado dos restos físicos de seres vivos ou 
resultantes de sua atividade. Exemplos de rochas sedimentares biogênicas 
são o calcário e o carvão. 
As rochas sedimentares representam mais da metade das rochas da Terra e 
tem uma grande importância para estudos de variações ambientais ao longo do 
tempo geológico. Outrossim, são os fatores fosselíferos preservados nessas rochas 
que apresentam a chave para a compreensão da origem e evolução da vida. Alem 
dessas grandes importâncias para a humanidade, é possível evidenciar o seu fator 
econômico que destaca-se sua utilização em construção civil e o fator de ser 
rocha fonte para petróleo e hidrocarbonetos. 
Estruturas Sedimentares 
As estruturas sedimentares são um importante atributo das rochas 
sedimentares, estas ocorrem nas superfícies superior e inferior das camadas. 
Podem ser usadas para deduzir os processos e as condições de deposição, as 
direções das correntes que depositaram os sedimentos, e em áreas de rochas 
dobradas o sentido do estrato. Elas desenvolvem-se por meio de processos 
físicos, químicos, antes, durante e depois da deposição, e por meio de processos 
biogênicos. 
 
Estruturas Erosivas 
As estruturas desse grupo são turboglifos, sulcos e marcas de instrumentos 
que ocorrem na superfície inferior (sola) das camadas, estruturas de corte em 
geral e canais. 
❖ Turboglifos: são facilmente identificáveis a partir de sua forma, eles são 
 alongados a triangulares, com uma terminação arredondada ou 
pontiaguda contra a corrente; eles se abrem no sentido da corrente. Em 
seção, eles são assimétricos, com a parte mais profunda terminando no 
sentido contra a corrente. 
❖ Contramarcas de sulcos: são cristas alongadas sobre a superfície inferior 
das camadas, variando em largura desde poucos milímetros até dezenas 
de centímetros. 
 
7 
 
❖ Marcas de objeto : estas marcas formam-se quando objetos que estão 
sendo carregados pela corrente entram em contato com a superfície de 
sedimentação. 
❖ Marcas de escavação e superfície de erosão: estas estruturas são 
formadas por correntes de erosão, ocorrem sempre que as correntes são 
suficientemente fortes para os erodir através dos sedimentos subjacentes. 
❖ Canais: são estruturas de escala ampla, com extensão variando de metros 
até quilômetros que ocorrem geralmente em sítios de transporte de 
sedimentos por períodos relativamente longos. 
 
 Estruturas Deposicionais 
Neste grupo encontram-se os acamamentos, laminação, estratificação 
cruzada, marcas de onda, greta de ressecamento. 
❖ O acamamento, ou estratificação, é uma feição comum dos sedimentos e 
das rochas sedimentares. As camadas paralelas de diferentes tamanhos de 
grão ou composição indicam sucessivas superfícies deposicionais. O 
acamamento pode ser delgado, com espessura da ordem de milímetros, 
centímetros ou mesmo metros. 
❖ A estratificação cruzada consiste em conjuntos de material estratificado, 
depositado pelo vento ou pela água, nos quais as lâminas inclinam-se em 
relação à horizontal segundo ângulos de até 35°. Os estratos cruzados 
formam-se quando os grãos são depositados sobre os planos mais 
inclinados, no sentido da corrente (a jusante), das dunas de areia sobre o 
solo, ou das barras arenosas em rios e sob o mar. A estratificação cruzada 
em dunas arenosas depositadas pelo vento pode ser complexa, como 
resultado da rápida mudança das direções do agente de transporte. A 
estratificação cruzada é comum em arenitos e é também encontrada em 
cascalhos e alguns sedimentos carbonáticos. 
Exemplos: Estratificação cruzada espinha de peixe (herringbone) e 
estratificação cruzada por ondas (hummocky). 
❖ A estratificação gradacional é muito comum em sedimentos do talude 
continental e marinho profundo depositados por uma variedade especial 
de corrente de fundo chamada corrente de turbidez. Cada camada numa 
estratificação gradacional progride desde grãos grossos na base até grãos 
finos no topo. 
❖ As marcas onduladas ou ondulações são dunas de areia ou silte muito 
pequenas cuja dimensão mais longa está em ângulo reto com a corrente. 
Elas formam cristas, ou corrugações, pequenas e estreitas, geralmente de 
apenas um ou dois centímetros de altura, separadas por calhas mais largas. 
 
8 
 
Essas estruturas sedimentares são comuns tanto em areias modernas como 
em arenitos antigos. 
 
Estrutura maciça : camada que não apresenta estrutura interna. 
❖ Estratificação flaser, lenticular, wavy – ondulações areno-siltosas com 
deposição de argila e laminações cruzadas. 
❖ Gretas de contração e pingos de chuva – exposição subaérea de camada 
argilosa causando fendas de ressecamento. Pequenas impressões causadas 
por pingos de chuva. 
 
Estruturas pós-deposicionais 
❖ Escorregamentos e deslizamentos: Falhamentos sin sedimentares 
provocam escorregamentos e deslizamentos de sedimentos recém-
depositados, com formação de brechas e camadas contorcidas. 
❖ Camadas convolutas: são estruturas de deformação plástica, com 
dobras atectônicas devido à compactação. Estrutura de carga e 
psedonódulos ocorrem na interface areia/lama, com projeções da areia 
mole, devido a compactação. Estruturas de escape de fluidos são dish 
(prato) e pilar. 
❖ Diques de arenito (diques clásticos): são projeções verticais de areia 
penetrando em camadas superiores/inferiores. São formados por 
preenchimento ou injeção. 
❖ Estrutura em prato: Estas estruturas consistem em lâminas encurvadas com 
a concavidade para cima, geralmente com largura de poucos centímetros, 
as quais podem estar separadas por zonas sem estruturas (os pilares). 
❖ Brecha intraformacional: durante a compactação, algumas camadas são 
afinadas e rompidas com os fragmentos originando brechas sedimentares. 
Erosão e sedimentação rápida também gera brecha intraformacional (ver 
desenho). 
❖ Nódulos: formam-se geralmente após a deposição de sedimentos; de fato 
a maior parte dos nódulos é de porções locais de cimentação. 
❖ Estruturas biogênicas (bioturbações): feições produzidas pela atividade em 
vidas dos animais nos sedimentos moles ou na superfície das camadas 
(pistas, tubos, perfurações). Icnologia ou traços fósseis. 
❖ Estruturas sedimentares químicas: são resultado da diagênese: 
concreções, nódulos, estilolitos, cone em cone e septárias. 
 
 
 
9 
 
Ambientes Deposicionais 
Ambiente Fluvial 
Os rios representam, sem dúvida, um dos mais importantes agentes 
geológicos que desempenham papel de grande relevância no modelado do 
relevo, no condicionamento ambiental e na própria vida do ser humano (Suguio, 
2003). Assim como a água constitui o principal agente do intemperismo e erosão, 
são os rios os agentes mais importantes no transporte dos materiais 
intemperizados das áreas elevadas para as mais baixas dos continentes e para o 
mar (Christofoletti, 1980). 
O sistema deposicional fluvial corresponde, no essencial, à drenagem das 
águas de escorrência, canalizadas em leitos principais, transportando carga 
sólida(de fundo e de suspensão) e carga em solução. 
 
Rios 
Os rios são cursos naturais de água que se deslocam de um ponto mais alto 
(nascente) até atingirem a foz (no mar, em um lago, pântano ou outro rio). Esses 
cursos de água, conforme a frequência com que a água ocupa as drenagens, 
podem ser classificados em: perenes, intermitentes (temporários) ou efêmeros. 
❖ Perenes: são rios quecontêm água todo o tempo, durante o ano inteiro. 
Eles são alimentados por escoamento superficial e subsuperficial. Este 
último proporciona a alimentação contínua, fazendo com que o nível do 
lençol subterrâneo nunca fique abaixo do nível do canal. A maioria dos rios 
do mundo é perene. 
❖ Intermitentes (temporários): rios por onde escorre água por ocasião da 
estação chuvosa, porém, no período de estiagem, esses rios desaparecem. 
Os rios intermitentes, também chamados de temporários, são alimentados 
por escoamento superficial e subsuperficial. Eles desaparecem 
temporariamente no período de seca porque o lençol freático se torna 
mais baixo do que o nível do canal, cessando sua alimentação. 
❖ Efêmeros: os rios efêmeros se formam somente por ocasião das chuvas ou 
logo após sua ocorrência. São alimentados exclusivamente pela água de 
escoamento superficial, pois estão acima do nível do lençol freático (água 
subterrânea). 
No que diz respeito às relações da drenagem com as águas de 
subsuperfície os rios podem ser: 
❖ Efluentes: rios que recebem contribuição de água do subsolo e aumentam 
sua vazão em direção à jusante. São característicos de regiões úmidas. 
 
10 
 
❖ Influentes: rios que perdem água para o subsolo (infiltração), além da 
perda por evaporação. Eles diminuem sua vazão em direção à jusante e 
podem secar antes de atingir o mar. São típicos de climas áridos. 
 
Erosão Fluvial 
 Refere-se ao trabalho de remodelamento do relevo exercido pelos rios nas 
vertentes e interflúvios. A erosão fluvial é fortemente controlada pela geologia 
(litologia e estrutura) e pelo clima. 
 
Ciclo de Erosão 
O conceito de ciclo de erosão foi sistematizado por David (1899), que 
propôs os estágios sucessivos de evolução denominados de juventude, 
maturidade e senilidade. 
❖ Juventude: é caracterizado 
por vale em “V”, fluxo 
torrencial, carga sedimentar 
pouco volumosa, mas 
muito grossa. 
❖ Maturidade: é atingido com 
a diminuição do gradiente 
e com vales mais largo. 
❖ Senilidade: corresponde a 
amplos vales e extensas 
planícies de inundação. 
Os principais fatores controladores da dinâmica fluvial e da consequente 
dinâmica deposicional são: 
❖ Litologia regional - Tipo e abundância de carga sólida; 
❖ Tectônica – Relevo, declive e encaixe; 
❖ Clima - Alteração e hidrologia (quanto e quando). 
 
Sedimentação Fluvial 
As características dos sedimentos 
transportados por um rio dependem, 
principalmente, de fatores como a velocidade 
média da corrente (produto da declividade média), 
tipo de material fonte, clima e cobertura vegetal 
 
11 
 
da bacia de drenagem, especialmente da mata ciliar imediatamente adjacente aos 
cursos de água. 
Estes fatores estão bastante interligados e em estudos geomorfológicos e 
hidrológicos se torna difícil a compreensão destas relações quando vários destes 
fatores variam espacial e temporalmente dentro da bacia de drenagem. 
Num sistema fluvial, a erosão predomina nos setores a montante, o 
transporte nos setores intermediários e a sedimentação mais a jusante, associada 
à perda de declive e de energia. No entanto, erosão, transporte e sedimentação 
coexistem quase sempre no espaço e no tempo, sendo o seu balanço variável ao 
longo da rede hidrográfica. 
 
Granulometria: Diminui com a distância da área fonte. 
Selecionamento: Aumenta com o comprimento e a história do transporte. 
Transporte 
O transporte e a deposição dos sedimentos fluviais são comandados pelas leis 
da hidrodinâmica. Em canais abertos, podem ser encontrados vários tipos de 
movimento de fluidos. Entre eles, destacam-se os fluxos laminares e os 
turbulentos, cujas características variam muito em função de certos parâmetros 
adimensionais. 
❖ Fluxo laminar – a água corrente exibe este tipo de fluxo, quando as 
“camadas de fluido” deslizam uma sobre as outras, sem que ocorra mistura 
entre elas. 
❖ Fluxo turbulento – é originado quando, 
através das linhas de fluxo, verificam-se 
flutuações de velocidades que excedem 
um valor crítico. Essas flutuações são 
causadas por redemoinhos produzidos 
quando a água passa por obstáculos ou 
irregularidades de contornos rugosos 
existentes no fundo. Uma partícula, em 
 
12 
 
suspensão numa corrente turbulenta, não segue uma trajetória uniforme e 
suave, mas move-se para cima e para baixo, de um lado para outro e 
mesmo para montante. 
 
Transporte de Sedimentos 
• Arrasto e rolamento 
• Saltação 
 • Suspensão 
 
 
Processos Fluviais 
❖ Carga dissolvida: transporte por solução química. Depende dos fatores 
como vegetação, solo, rocha etc. Transportada na mesma velocidade da 
água. 
❖ Carga em suspensão: Constitui-se de partículas finas (silte e argila), que se 
conservam suspensas na água até a velocidade do fluxo decrescer (fluxo 
turbulento) 
❖ Carga do leito do rio: formada por partículas de tamanhos maiores (areia e 
cascalho) que saltam ou deslizam ao longo do leito fluvial. 
 
Formas Deposicionais 
❖ Planicie de Inundação: Forma mais comum de deposição fluvial; Formada a 
partir dos detritos depositados durante as cheias dos rios; Faixa do vale 
fluvial composta de sedimentos aluviais bordejando o curso de água e 
periodicamente inundada ;O tamanho da planície é proporcional a 
descarga do rio. 
❖ Terraços Fluviais: Representam antigas planícies de inundação que foram 
abandonadas; Patamares aplainados, de largura variada, limitados por uma 
escarpa em direção ao curso do de água; Formação ligada às alterações 
climáticas e geológicas. 
 
 
13 
 
❖ Leques Aluviais: É um corpo de sedimentos com formato de cone que radia 
encosta abaixo a partir do fronte da 
montanha; Possui até 100km de raio; 
Desenvolve-se onde há certa abundancia de 
sedimentos; Em clima árido, o conjunto de 
leques podem formar as “bajadas” 
 
 
 
 Figura: Leque aluvial. 
Bacia Hidrográfica 
Área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. 
É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas 
ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d'água, 
abastecendo-o. 
 
Padrões de Drenagem 
A bacia hidrográfica apresenta internamente variações na forma da rede de 
drenagem. Segundo Christofoletti, 1974, os padrões de drenagem podem ser 
classicados como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Esquema: Padrões de Drenagem. 
Ou quanto ao escoamento: 
❖ Endorreica: O rio corre para dentro do continente. 
❖ Exorreica: O rio corre para fora do continente. 
❖ Arreica: O rio não possui uma direção certa, simplesmente desaparece por 
evaporação ou por infiltração (existem rios que desaparecem no meio 
do deserto). 
 
14 
 
❖ Criptorreica: Caracterizada por rios subterrâneos, como em 
áreas calcárias (grutas). 
❖ Bodeica: Quando se vai a uma boda o ato mais comum é o de drenar. 
 
Tipos de Canais Fluviais 
 
❖ Retilíneo: Os canais retilíneos verdadeiros são muito raros na natureza, 
pois, em geral, eles exibem uma sinuosidade desprezível devida ao 
desenvolvimento de barras laterais. Eles tem essa configuração por que 
geralmente correm em relevos com declividade acentuada; as águas 
escoam com grande velocidade e os desvios tendem a ser pequenos. 
❖ Canal meandrante: adquire essa feição por atravessar relevos planos, onde 
a baixa declividade e a consequente pequena velocidade de escoamento 
das águas tornam os desviosmais acentuados. 
❖ Canal anastomosado: em relevos com a presença de vários morros, colinas 
ou pequenas elevações, os cursos d’água se dividem e se entrelaçam, 
constituindo um rio sem canal principal. 
❖ Canal entrelaçado: Os canais entrelaçados são excepcionalmente bem 
desenvolvidos em planícies de lavagem, leques aluviais e deltaicos. São 
caracterizados por sucessivas divisões e reuniões de canais, que contornam 
barras arenosas ou cascalhosas de sedimentos aluviais. As barras 
formadoras de múltiplos canais podem ficar expostas durante as estiagens 
e submersas nas enchentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema: Tipos de canais fluviais 
 
 
 
15 
 
Meandro Abandonado 
Margens côncavas que sofrem ação erosiva, a 
zona é estrangulada pela formação e 
desenvolvimento de bancos sedimentares, 
desligando parte do curso. 
Barra em pontal 
Corrente que erode a parte externa(corrente 
mais forte) e deposita na interna(corrente 
mais lenta). 
 
 
Tipos de Leito 
Corresponde ao espaço ocupado pelo escoamento das águas e pode ser 
divido em: 
❖ Leito de vazante: utilizado para o escoamento das águas baixas. 
❖ Leito menor: bem delimitado, encaixado entre as margens. O escoamento 
das águas nesse leito tem a frequência suficiente para impedir o 
crescimento da vegetação. 
❖ Leito maior (planície de inundação): regularmente ocupado pelas cheias 
(periódico ou sazonal) ou em intervalos irregulares (excepcional) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Ambiente Marinho 
O ambiente marinho apresenta vários tipos de classificações baseado em 
penetração de luminosidade e a estratificação de nível de coluna de água. Vale 
ressaltar que a gradação de luminosidade é classificada apenas por duas zonas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: classificação da zona marinha 
- Luminosidade 
Zona eufótica: É a região na qual a incidência luminosa consegue penetrar na 
coluna de água, geralmente compreendendo cerca de 200 metros de 
profundidade (figura x), de acordo com a turbidez. Corresponde à faixa com 
considerável concentração de organismos, entre os quais, micro-organismos 
fotossintetizantes. 
Zona afótica: É a região marinha que não recebe qualquer interferência da 
incidência luminosa. Os organismos (heterotróficos) que habitam esta faixa 
dependem da disponibilidade de oxigênio e matéria orgânica absorvida, 
respectivamente dissolvida e percolada (decantada) da zona eufótica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
- Profundidade 
Zona litorânea: A profundidade da água é de poucos metros, compreendendo a 
zona atingida pela alta e baixa maré. A extensão varia, evidentemente, com a 
declividade da costa. Esta pode ser desde vertical, sendo neste caso pequena a 
região litorânea, até quase horizontal, havendo uma grande extensão ora coberta, 
ora descoberta pelo mar. No contato direto do mar com o continente são 
intensas as atividades construtivas e destrutivas do mar. Essas características são 
bem evidenciadas em praias (figura abaixo) . 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: Características de uma praia 
Os depósitos praiais apresentam areias, clastos e conchas, geralmente 
selecionados e laminados por causa da ação das ondas e correntes. Como se 
pode ver na figura x+1, a praia é constituída por pós-praia onde inclui a dorsal 
coberta pela água somente durante tempestades excepcionais e prolongam-se 
até o limite onde as partículas sedimentares são movimentadas pelas ondas; por 
face de praia onde apresenta a porção submersa com águas mais calmas; por 
estirâncio onde inclui a porção ora coberta ora descoberta pelas águas; e por 
antepraia onde inicia-se no nível médio da maré mais baixa até uma profundidade 
onde as ondas não atuam sobres os sedimentos de fundo. 
Zona nerítica: É delimitada pela profundidade de cerca de 200m (plataforma 
continental), havendo íntima relação das relações do continente, com respeito ao 
clima, vida, topografia, etc., com a sedimentação e condições de vida nesta zona 
do mar. É de grande importância, nas ciências geológicas, o estudo da região 
nerítica, pois os sedimentos marinhos do passado em sua grande maioria foram 
formados nesta região, inclusive sedimentos petrolíferos. Lembrando que o relevo 
é recoberto por sedimentos oriundos do continentes por meio da ação dos 
ventos, rios, enxurradas e geleiras. 
 
18 
 
Zona batial: É delimitada comumente pela profundidade de 1000 metros, havendo 
nesta região vida bem reduzida, nas suas partes profundas. 
Zona abissal: Possui profundidades superiores a 1000 metros. A vida é escassa e 
pouco conhecida; ocorrem peixes de aspecto exótico, muitas vezes fosforescentes, 
adaptados ás condições de escuridão absoluta e de grande pressão hidrostática. 
O único alimento constitui-se de restos mortos provindos das regiões superiores. 
A sedimentação principal constitui-se de restos de esqueletos ou de lama 
continental finíssima, assunto a ser encarado na sedimentação marinha. 
Denomina-se região pelágica a que se acha afastada da região nerítica. Abaixo 
encontram-se as regiões hemipelágicas e eupelágica. A importância da região 
pelágica reside no fato de tratar-se do local de maior intensidade de vida, o fator 
de maior importância na sedimentação marinha. 
Além dos tópicos acima colocaremos em pauta o fator da transgressão e 
regressão marinha. Pois uma transgressão, há medida que o mar vai entrando por 
terra a dentro, ocorre uma sequência normal onde o tamanho do grão diminui da 
base para o topo, uma vez que a energia do meio vai também diminuindo. Numa 
sequência inversa sucede o contrário com aumento do tamanho do grão da base 
para o topo, isto numa regressão marinha isso será exaltado na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
Figura: 
Transgressão e regressão ocorridas durante os últimos 600 milhões de anos. Tipos de sequencias 
sedimentares: A – normal e B- inversa. 
Na figura acima podemos visualizar duas colunas estratigráficas onde as 
classificam como normal devido ocorrer a passagem gradual do topo para a base 
de sedimentos mais finos para os mais grosseiros (transgressão) ; já o inverso é 
verifica-se a deposição de sedimentos mais finos, com progressiva deposição de 
materiais cada vez mais grossos(regressão). 
 
 
 
19 
 
Ambiente Lacustre 
 O tipo de ambiente lacustre pode ser classificado a partir de diferentes 
critérios, como os principais: gênese, qualidade físico-química ou biológica da 
água, e regime climático. 
Hutchinson (1957) classificou os agentes de formação de lagos: 
1 – Lagos Tectônicos 
O lago é formado pelo movimento da crosta, como falhas ou depressões (fossas 
Tectônicas). Os lagos de origem tectônica em geral são os mais longos no tempo 
geológico e apresentam as maiores áreas superficiais e profundidade Ex: Lago 
Baikal (Sibéria) e lago Vitória (África). Segundo (Katz 1995) 
2 – Lagos Vulcânicos 
Quando temos concavidades não drenadas naturalmente, podemos obter uma 
série de lagos vulcânicos, geralmente em regiões com muita atividade tectônica. 
As lavas com a erupção podem barrar rios, formando assim pequenos lagos. 
Ex: Lago Kivu (África Central). 
3 – Lagos por Movimentação de Terreno 
Movimentos de rochas ou de solos em grande proporção resultantes de eventos 
meteorológicos anormais, como chuva ou tectônicos como terremotos, podem 
dar origem a lagos por barramento de vales, esses lagos logo se decompõe, 
devido à rápida erosão da não consolidação. 
4 – Lagos Glaciais 
Eventos Catastróficos provocam deposição ou corrosão das massas de gelo e 
degelo. Ex: lagos do distritode lagos da Inglaterra, lagos da Finlândia e lagos 
alpinos. 
 
 
 
 
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5 – Lagos de Solução 
Lagos que são formados através da ação de água de percolação em rochas 
solúveis. Lagos que são formados pela dissolução de CaCo3. Ex: lagos são 
encontrados nas regiões da península Balcânica e no Estado de Minas Gerais. 
6 – Lagos Formados por Atividade Fluvial. 
Alguns sedimentos podem obstruir o ciclo de algum rio, que posteriormente ao 
ser barrado, procura uma rota alternativa, na maioria busca um novo atalho, e 
acaba isolando o velho caminho, sendo assim ele forma um lago isolado. Os rios 
que tem no seu ciclo vários pontos de formação em U são mais propícios de 
ocorrer esse fenômeno. Ex: Rio Amazonas e Rio Paraná. 
7 – Lagos Formados por Ação do Vento. 
Depressões formadas pelo vento, assim como deposito de Dunas podem ser 
agentes formadores de lagos. Esses lagos são inconstantes, porque só são 
capazes de se manterem abastecidos durante o período de cheia ou chuvas, 
tornando-os grandemente salinos, quando sofrem evaporação. Ex: regiões 
desérticas da América do Sul e regiões áridas dos EUA. 
8 – Lagoas Costeiras 
Deposições de material na costa, em regiões onde existem bacias, podem originar 
lagos costeiros. Onde ocorre muitas vezes uma separação insuficiente, e podemos 
ter períodos de água salobra e doce no lago. 
9 – Lagos Formados por Organismos e Depósitos de Origem Orgânica 
Com o crescimento de plantas e detritos podem ocorrer barramentos em rios e 
depressões, pode levar à origem de vários pequenos lagos, acumulando muita 
matéria orgânica: Ex: lagos da região Ártica. 
 
 
 
 
21 
 
10 – Lagos de Origem Meteorítica 
Uma depressão causada pelo impacto de um meteoro, que com o acumulo de 
água da chuva pode formar um lago. Lagos desse tipo de ocorrência são muito 
raros no planeta. 
Ambiente Deltáico 
O ambiente de deposição deltaico, marcado pela presença de deltas, é 
uma feição progradacional associada a depósitos sedimentares fluviais 
retrabalhados por energias marinhas. Os deltas são divididos em planície, frente 
deltaica e prodelta. Sedimentos trazidos pelos rios são depositados na planície 
deltaica com um ou mais canais e são, então, redistribuídos pela ação de ondas e 
correntes na frente deltaica e no prodelta. A dinâmica deltaica é influenciada por 
diversos fatores, tais como: 
• Energia e características da bacia hidrográfica: influência da gravidade 
(proximidade com relevos) e tipo de rio, por exemplo; 
• Energia da bacia receptora: energia do mar que retrabalha e movimenta 
os sedimentos depositados; 
• Diferença de densidade entre as águas da bacia receptora e 
hidrográfica: estuário Homopicnal, Hipopicnal e Hiperpicnal: 
o Homopicnal: densidades parecidas entre a água ejetada e a da 
bacia, logo não ocorre diferença entre essas dua; 
o Hipopicnal: quando a massa da água ejetada tem densidade menor 
que a da bacia receptora, loga a agua do rio chega e fica por cima 
da agua da bacia receptora; 
o Hiperpicnal: quando a massa da água ejetada é mais densa que a 
da bacia receptora, fluindo por baixa da agua da bacia receptora. 
 
22 
 
• Tipo de sedimento: tamanho e densidade do grão, por exemplo. Deltas 
com sedimentos mais densos e grossos indicam uma bacia hidrográfica 
muito energética; 
• Mudança no nível do mar: na transgressão marinha, o delta diminui. Na 
regressão, quando o nível do mar diminui, o delta torna a aumentar. 
Classificações de um Delta 
• Delta dominado por ondas: exposto às ondas 
do mar aberto. Os deltas de onda tem formato 
triangular e os sedimentos são distribuídos ao 
longo da linha de costa devido á energia de 
ondas incidente na costa. 
Delta dominado por marés: quando a maré é 
maior que a descarga fluvial. Os deltas de marés 
têm ilhas longitudinais ao curso do rio, fazendo 
com que a desembocadura de dividida em vários 
pequenos cursos, onde regiões de manguezais e 
marismas se instalam. 
Delta dominado pelos rios: caracterizado por um rio 
com grande bacia, em oceanos protegidos da 
energia das ondas e com pequeno prisma de maré. 
Os deltas dominados pela energia dos rios sofrem 
deposição por flutuação, ou seja, na planície deltaica 
estão os sedimentos mais grossos diminuindo de na 
direção do prodelta. 
 
 
23 
 
 
Tipos de Delta 
• Construtivos: com grande carga sedimentar e progradacionais (não 
erosivos). 
• Destrutivos: com forte retrabalhamento sedimentar e dominado por 
processos marinhos em situação transgressiva. Durante um processo 
transgressivo as áreas deltaicas normalmente sofrem com subsidência. 
 
Ambiente Glacial 
Uma vez que o material sólido é incorporado à geleira, pode ser 
transportado por vários quilómetros antes de ser depositado na área da ablação. 
Todos os depósitos deixados pelos glaciares recebem o nome de sedimentos 
glaciares. Os sedimentos glaciares são divididos pelos geólogos em dois tipos 
distintos: 
❖ Materiais depositados diretamente pela geleira, sendo conhecidos como 
tilito ou argila glaciária. 
❖ Os sedimentos deixados pela água provenientes da fusão da geleira, 
denominados sedimentos estratificados. 
Os grandes blocos que se encontram no tilito ou livres sobre a superfície 
designam-se por erráticos glaciários que são diferentes ao leito de rocha em que 
se encontram (isto é, a sua litologia não é a mesma que a rocha encaixada 
subjacente). Os blocos erráticos de uma geleira são rochas soltas e portanto logo 
abandonadas pela corrente de gelo. O seu estudo litológico permite averiguar a 
trajetória da geleira que os depositou. 
Morenas ou morainas 
O nome mais comum para os sedimentos das geleiras é o de morenas ou 
morainas. O termo tem origem francesa e foi atribuído por camponeses para 
referir-se aos rebordos e terraplanagens aluviais de sedimentos encontrados perto 
das bordas das geleiras nos Alpes franceses. Na geologia moderna, este termo é 
mais usado num sentido mais lato, porque se aplica a uma série de formas, todas 
elas compostas por tilito. 
Há diferentes tipos de morenas, conforme a posição que ocupam na geleira: 
Morena terminal 
Uma morena terminal é um montículo de material removido previamente e que se 
deposita ao término de uma geleira. Este tipo de morena forma-se quando o gelo 
 
24 
 
está fundindo e evaporando perto do gelo da extremidade da geleira a uma 
velocidade igual a que o avanço fazia adiante da geleira desde sua região de 
alimentação. Ainda que o extremo da geleira esteja estacionário, o gelo segue 
fluindo depositando sedimentos como um cinturão transportador. 
Morena de fundo 
Quando a ablação supera a acumulação, a geleira começa a retroceder; à medida 
que o faz, o processo de sedimentação da cinturão transportador continua 
deixando um depósito de tilito em forma de planícies onduladas. Esta camada de 
tilito suavemente ondulada se chama morena de fundo. As morenas terminais que 
se depositaram durante as estabilizações ocasionais da frente de gelo durante os 
retrocessos se denominam morenas de retrocesso. 
 Morena lateral 
As geleiras de vale produzem dois tipos de morenas que aparecem 
exclusivamente nos vales de montanha. O primeiro deles chama-se morena 
lateral. Este tipo de morena se produz pelo deslizamento da geleira produzindo 
severos atritos de encontro às paredes do vale em que estão confinadas; desta 
maneira os sedimentos se acumulam de forma paralela às laterais do vale. 
Morena central 
O outro tipo são as morenas centrais. Este tipo de morenas é exclusivo das 
geleiras de vale e se forma quando as geleiras se unem para formar uma só 
correntede gelo. Neste caso as morenas laterais se unem para formar uma franja 
central escura. 
Morena superficial 
Estão situadas na superfície da geleira. 
Morena frontal 
Situam-se na parte dianteira da geleira. 
 
Ambiente Desértico 
Em nenhum outro ambiente da Terra (à excepção das zonas onde 
os glaciares retiraram e deixaram extensas planuras sedimentares) a ação do 
vento é tão notória e eficaz como nos desertos. 
 
Localização dos Desertos 
A precipitação é o principal fator que determina 
a localização dos grandes desertos. Os desertos do 
Sahara e do Kalahari, em África, e o Grande Deserto 
Australiano recebem quantidades extremamente baixas 
de precipitação, normalmente, menos de 25 mm por 
ano e, em alguns locais, menos de 5 mm por ano. 
 
25 
 
Estes desertos situam -se nas regiões mais quentes do globo, entre os 30º 
de latitude Norte e Sul a partir do equador. Estes desertos encontram-se 
sob centros anticiclónicos virtualmente estacionários, pelo que o Sol 
atravessa um céu limpo semana após semana e o ar mantém uma 
humidade extremamente baixa. 
Existem dois tipos principais de desertos: os desertos quentes e os desertos 
polares. 
(Oliveira, 2008) 
 
I. Desertos quentes: estes desertos apresentam um clima árido e quente. 
Neste 
tipo de deserto a escassez de chuva pode estar associada. 
 
II. Desertos polares: grandes desertos ocorrem em regiões polares onde a 
precipitação é extremamente baixa devido ao ar s eco e frio. Nestes locais, 
apesar 
de a água ser abundante, ela se encontra na forma de gelo e se precipita 
como neve. Exemplos de desertos polares são encontrados no nordeste da 
Groenlândia, no Canadá e nos vales congelados da Antártica. (Oliveira, 2008) 
 
Como já antes se referiu, que o principal agente de deposição de 
sedimentos nos Desertos é o vento, importa já referir algumas 
características, propriedades, condições das quais o vento possui em relação 
a erosão, transporte e deposição em ambientes desérticos. 
 
O vento como agente de erosão 
O vento sozinho, pouco pode fazer erodir grandes massas de rocha 
dura expostas na superfície terrestre. Somente quando a rocha esta 
fragmentada pelo intemperismo mecânico e químico o vento consegue 
captar as partículas. Além disso, as partículas devem estar secas, pois os 
solos húmidos e as rochas fragmentadas humedecidas são mantidos juntos 
pela humidade. Assim o vento forte e seco dos climas áridos, onde 
qualquer humidade rapidamente evapora, erodi mais facilmente. (Frank Press, 
2006). 
 
Os principais processos de erosão eólica são a deflação e a abrasão. 
 
Deflação: é a retirada d e partículas pela ação do vento. A remoção dessas 
partículas (argila, silte ou areia) pode gerar pavimentos desérticos e blow 
 
26 
 
outs. Os blowouts são “buracos” ou zonas rebaixadas geradas pela remoção 
da areia. Eles são muito comuns em regiões de dunas. Nos pavimentos 
desérticos a superfície é coberta por matacões e cascalhos devido à gradual 
retirada do silte e da areia pela deflação. Na deflação o material fino (argila e 
silte) é transportado em suspensão e a areia é transportada por saltação. 
Para uma mesmo velocidade do vento, quanto maior a partícula menor será 
o seu deslocamento. (Oliveira, 2008) 
 
Abrasão: é o processo d e desgaste e polimento de seixos, blocos ou 
rochas gerado pelo impacto de partículas transportadas pelo vento. Devido 
a esse processo os grãos tendem a apresentar um aspecto fosco. A 
abrasão gera s eixos chamados de ventifatos: seixos que apresentam uma 
ou mais faces planas desenvolvidas pela ação da abrasão eólica. 
(Oliveira, 2008) 
 
O vento como agente de transporte 
O movimento das massas de ar, funciona como mecanismo de 
redistribuição da energia solar na atmosfera representa fonte de maior ou 
menor capacidade para deslocar partículas. Quanto maior for a velocidade 
da massa de ar, maior capacidade de transporte ela possuirá. (Sigolo, 2006) 
As massas de ar deslocam-se segundo dois tipos de fluxo. Fluxo 
turbulento e fluxo de ar. No entanto a atividade geológica mais comum dos 
ventos resulta quase sempre desse fluxo turbulento. 
A quantidade de material que o vento pode carregar depende da 
intensidade do vento do tamanho das partículas e dos materiais superficiais 
da área sobre a qual ela sopra. 
 
Intensidade do vento 
Um vento forte d e 40km/h pode mover meia tonelada de área, 
dessa pequena superfície num único dia. Com ventos de alta velocidade a 
quantidade de areia que pode ser movida aumenta rapidamente. Não é de 
se admirar que, casas inteiras possas ser soterradas por uma tempestade de 
areia que persista por vários dias. 
Tamanho das partículas 
O vento exerce o mesmo tipo de forca sobre as partículas do solo que uma 
corrente fluvial exerce sobre um leito. A turbulência e a arrancada súbita 
combina-se para que as partículas fiquem suspensas na corrente de vento, que as 
carrega em sua trajetória, pelo menos temporariamente. Os ventos moderados 
podem carregar pó para altura de muitos quilómetros, mas somente ventos 
fortes podem carregar partículas com diâmetro maior que 0.06mm , tais 
como os grãos de areia. Embora os ventos possam ser muito fortes, 
 
27 
 
somente em raros casos eles podem mover seixos e calhaus, da mesma 
forma que os rios fluindo rápido fazem. (Frank Press, 2006). 
 
Material superficial 
O vento pode transportar areia e pó, apenas de materiais superficiais 
como solo seco, sedimento ou substrato rochoso. O vento não pode erodir 
e transportar solos úmidos porque eles são muito coesivos. 
 
Materiais carregados pelo vento 
 
Transporte de poeira 
Partículas menores que 0.125mm de diâmetro são consideradas 
poeira, são as menores frações trabalhadas pelos agentes de transporte 
mecânico em geral e representam o maior volume de material transportado 
e depositado pelos processos eólicos. Quando removidas do seu local de 
origem, essas partículas podem permanecer em suspensão em função do fluxo 
turbulento e da velocidade de massa de ar. Nesta situação diz que as 
partículas estão em suspensão eólica. 
 
Transporte de areia 
As partículas maiores que a poeira (areia fina a muito grossa, de diâmetro 
entre 0,125mm a 2mm), sofrem transporte mais limitado, para uma mesma 
velocidade vento, quanto maior a partícula menor será o seu deslocamento . 
O movimento de areia por esse processo denomina-se por saltação. 
Transporte de partículas maiores 
Partículas de diâmetro superior a 0,5mm (areia muito grossa, 
grânulos e seixos) comumente se deslocam por esse processo chamado 
arrasto. Transporte por arrasto é pouco significativo e bem mais restrito do 
que o transporte de poeiras e areias menores devido ao peso das 
partículas maiores e de atrito entre elas e o substrato (Sigolo, 2006) 
 
Vento como agente de deposição 
Quando o vento cessa ele não pode mais transportar mais a areia,o silte e o pó que carregava. O material m ais grosso é depositado em 
dunas arenosas de varias formas, cujo o material varia desde pequenos 
morrites até imensos murros de mais de 100m de altura. O silte o pó mais 
finos acumulam-se em mantos mais ou menos uniformes de silte e argila. 
 
Formação das dunas 
 
28 
 
As dunas formam-se somente em lugares onde há um suprimento 
de areia solta disponível: praias arenosas ao longo das costas, depósitos 
arenosos de barras ou planícies de inundação em vale fluviais e substratos 
de compostos de formações em arenitos em desertos. Os ventos fortes, as 
vezes de longa duração são comuns em desertos. (Frank Press, 2006) 
 
Classificação das dunas 
As dunas podem classificar-se em: dunas estacionárias e dunas 
migratórias. (Sigolo, 2006) 
 
Dunas estacionárias (ou estáticas) 
Na construção das dunas os grãos de areia ( geralmente quartzo) 
vão se agrupando de acordo com sentido preferencial do ventos, formando 
acumulações, geralmente assimétrica. A parte da duna que recebe o vento 
(Barlavento) possui inclinação baixa de 5 a 15º, enquanto a outra face 
(sotavento) protegida pelo vento é mais íngreme, com inclinação de 20 a 
35º. Essa simetria resulta da atuação da gravidade sobre a pilha crescente 
de areia solta. 
Nas dunas estacionárias, areia deposita-se em camadas que acompanham o 
perfil da duna. Desse modo, sucessivas camadas vão se depositando sobre 
a superfície do terreno, com o soprar d o vento carregado de partículas 
partindo do Barlavento em direção só sotavento, criando uma estrutura interna 
estratificada. 
 
Dunas migratórias 
A semelhança das dunas estacionárias, o transporte dos grãos nas 
dunas migratórias segue inicialmente o ângulo do barlavento, depositando -
se, em seguida no sotavento onde há forte turbulência. Desta forma os 
grãos n a base do barlavento migram no perfil da duna até o sotavento. Isto 
gera uma estrutura interna de leitos com mergulho próximo da inclinação do 
sotavento. Este deslocamento contínuo causa migração de todo o corpo da 
duna. 
 
Classificação das dunas quanto a morfologia 
Quanto a classificação morfológica das dunas pode-se encontrar: 
• Barcana 
• Crista barcanoide 
• Duna transversal 
• Duna parabólica 
• Duna linear 
• Duna estrelar 
 
29 
 
• Duna inversa 
 
 
Deposição de poeira e loess 
A medida que a velocidade do vento diminui, a poeira que carrega 
decanta para formar loess. As camadas de loess não apresentam 
estratificação interna. Em depósitos compactos de mais de 1m de 
espessuras. O loess tende a formar gretas verticais e a romper-se ao longo 
de paredes abruptas durante a erosão. O loess cobre cerca de 10% da 
superfície continental da terra. Os principais depósitos e loess são 
encontrados na América do norte e na china. Os solos formados no loess 
são férteis e altamente produtivos. 
 
Referências 
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http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/HOMEPAGEOCEANO/GG6_12E%F3lico.html 
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-bacia-hidrografica.htm 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Classificação dos Rios"; Brasil Escola. 
Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-dos-
rios.htm>. Acesso em 11 de junho de 2018. 
https://moodle-
arquivo.ciencias.ulisboa.pt/1213/pluginfile.php/58888/mod_resource/content/1/Aul
a%205.pdf 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1038015/mod_resource/content/1/AULA%
203_FLUVIAL.pdf 
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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3021514/mod_resource/content/1/Aula%2
09-%20Deltas.pdf 
https://pt.slideshare.net/SoudoCriador/hidrogr 
https://www.slideshare.net/nunocorreia/geologia-12-mudanas-ambientais-na-
histria-da-terra 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/classificacao-dos-ambientes-marinhos.htm 
http://professordegeografiaatual.blogspot.com/2013/03/rochas-sedimentares-e-
ambientes-de.html 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_sedimentar 
https://prezi.com/tzfluwkunnoi/ambiente-marinho-geologia/ 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm 
 
30 
 
https://www.infoescola.com/geologia/rochas-sedimentares/ 
http://igeologico.com.br/blog/2018/03/16/estruturas-sedimentares-voce-conhece-
os-principais-tipos/

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