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SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO- uma parceria necessária e relevante

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agradecimentos
À Professora Cecília da Silva Lima Navarro pelo incentivo e apoio e por acreditar na minha capacidade; 
À Professora Tauana Mendes Nunes pela paciência e dedicação em transmitir seus conhecimentos;
À Professora Elzi de Fátima por não permitir que o sonho morresse antes se ser realizado;
Às grandes amigas Ivane Crespo Moraes Carneiro e Joelma Crespo Moraes por toda ajuda ao longo da caminhada;
Às colegas de turma por se tornarem família, que discordam, mas não discutem; a quem aprendemos amar e que, com certeza, sentiremos muitas saudades;
À dona Elza e ao Padre Marcelo por fazerem eu me sentir a melhor pessoa do mundo;
A todos os profissionais que, direta ou indiretamente, contribuíram para que a trajetória acadêmica fosse tão enriquecedora.
“[...] educadores e assistentes sociais são profissionais que compartilham desafios semelhantes, ambos têm na escola seu ponto de encontro. Dentro desses possíveis espaços de atuação profissional apresenta-se como ponto fundamental no contexto da profissão a dimensão educativa, procurando direcionar o processo de trabalho do assistente social através de ações interdisciplinares de orientação e informação, incentivando gestões participativas e contribuindo para a construção de novos sujeitos sociais.” (MICHELI KLAUBERG FAUSTINO).
Carneiro, Mírian Garcia Siqueira. SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO: uma parceria necessária e relevante. 2014. 55 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Muriaé, 2014.
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo mostrar sobre a necessidade e a relevância da inserção do Assistente Social nas instituições públicas de ensino. Sabendo-se que a escola é a porta de entrada para se reconhecer as diversas expressões da Questão Social, o profissional de Serviço Social tem como intervir para transformar a realidade de educadores e educandos. O enfrentamento das vulnerabilidades só pode ser realizado por um profissional capacitado que poderá seus conhecimentos em busca da erradicação das desigualdades e aumento das igualdades.
Palavras-chave: Serviço Social. Educação. Questão Social. Vulnerabilidades.
Carneiro, Mírian Garcia Siqueira. SOCIAL SERVICE AND EDUCATION: a necessary and relevant partnership. 2014. 55 leaves. Conclusion Work Undergraduate Program in Social Work - Center for Business and Applied Social Sciences, University of North Paraná, Muriaé, MG, 2014.
ABSTRACT
This article aims to show the need and the importance of inclusion of the social worker in public educational institutions. Knowing that the school is the gateway to recognize the various expressions of Social Issues Professional Social Service is to intervene to transform the reality of educators and students. Addressing these vulnerabilities can only be performed by a trained professional who can seek their expertise in the eradication of inequalities and equalities increased.
Key-words: Social Service. Education. Social Issues. Vulnerabilities.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
	UNOPAR
PNE
CFESS
	Universidade Norte do Paraná
Plano nacional de Educação
Conselho Federal de Serviço Social
	CRESS
ECA
LDB
PRONATEC
SENAI
SENAR
SENAT
CF/88
UNESCO
EPT
PNAD
CONAD
MJ
MEC
CRAS
CREAS
PBF 
	Conselho Regional de Serviço Social
Estatuto da Criança e do Adolescente
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
Constituição Federal de 1988
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
Educação Para Todos
Política Nacional sobre Drogas
Conselho Nacional AntiDrogas
Ministério da Justiça
Ministério da Educação e Cultura
Centro de Referência da Assistência Social
Centro de Referência Especializado da Assistência Social
Programa Bolsa Família
	
	
	
	
SUMÁRIO
131	INTRODUÇÃO	�
162	DESENVOLVIMENTO	�
523	CONCLUSÃO	�
54REFERÊNCIAS	�
��
INTRODUÇÃO
	O objetivo do presente texto é dissertar acerca do contexto escolar, mais especificamente, das escolas públicas ao qual estão inseridos docentes e discentes em um mesmo ambiente repleto de expressões da questão social.
Durante três anos, a autora vivenciou essa realidade através das funções de conselheira tutelar no município já citado, e foi através dos atendimentos que o contato com professores e famílias proporcionou o desejo de aprofundar no conhecimento e na escolha do curso.
Com este artigo a autora pretende enfatizar a importância do profissional de Serviço Social como uma ferramenta de colaboração para as instituições de ensino públicas.
O problema da pesquisa identificado foi: como inserir o Assistente Social no ambiente escolar de ensino público?
Tendo em vista a identificação do problema, passamos para o Objetivo Geral: efetivar o trabalho do profissional de Serviço Social nas escolas públicas. E como Objetivos Específicos: 1- identificar as principais demandas para o assistente social nas escolas públicas; 2- identificar as possibilidades e os limites de atuação do Assistente Social nas escolas públicas; 3- colaborar com as equipes multidisciplinares buscando a transformação ou formação da realidade.
	Assim sendo, a importância do profissional de Serviço Social torna-se urgente e relevante devido os casos de evasão escolar, bulliyng, violência doméstica, violência entre alunos e outros.
	A fundamentação teórica desse Trabalho de Conclusão do Curso encontra-se no artigo de Aline Rossa e pode ser encontrado no ambiente virtual, dentro da bibliografia apresentada.
Vários municípios brasileiros já adotaram o modelo da assistência social dentro da escola pública e apesar dos desafios, os avanços se mostram muito significativos.
O sistema educacional vem sofrendo transformações ao longo de décadas, cita-se, por exemplo, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 29/09/2008, sob o decreto de número 6.583. A abolição de algumas disciplinas e a proibição de reprovação de alunos, mesmo não alfabetizados são algumas mudanças baseadas em leis. Não importa se o aluno vai ser prejudicado ou se não conseguirá acompanhar os de sua idade. A Lei Nº 9394 de 20/12/1996 aplica que:
Art. 31.  A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 
Essa lei se transformou numa expressão da questão social quando pais não aceitam que os filhos sejam reprovados, mesmo a criança não tendo condições de acompanhar os de sua idade. E quando as crianças descobrem esse fato não se esforçam e nem se dedicam aos estudos. 
Outra expressão da questão social refere-se à merenda escolar, que me municípios do interior do país é de baixa qualidade para crianças que muitas vezes contam com apenas essa refeição diária.
Mas a maior expressão da questão social pode ser encontrada com o próprio docente, que muitas vezes é impedido de exercer suas funções devido à falta de cooperação dos discentes e responsáveis.
Segundo André Michel dos Santos, em seu artigo “SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: reflexões acerca das contribuições do Assistente Social para o fortalecimento da Gestão Escolar” cuja pesquisa foi realizada no Rio Grande do Sul, o foco central do artigo é a “inserção do Assistente Social na realidadeescolar.”
Os reflexos da nossa sociedade capitalista, marcada pelas desigualdades e por conflitos rebatem no cotidiano escolar. Desemprego, violência doméstica, dependência química são expressões da questão social que não ficam apenas “fora da sala de aula”, mas interferem no processo de ensino-aprendizagem e no relacionamento da criança com os demais alunos e com o professor.
O assistente social atua no espaço escolar junto a estas famílias nas necessidades sociais existentes, e também contribui para o entendimento da situação vivenciada aproximando as relações entre família e escola permitindo que a escola tenha um novo olhar sobre o aluno.
As relações entre Serviço Social e Educação Pública são muito próximas, pois ambos estão ligados pelo mesmo público alvo e pelas mesmas expressões da questão social.
O ambiente escolar não serve apenas para um encontro diário entre alunos e alunos e ou alunos e professores, mas é local de aprendizagem, de ensino de socialização e de fortalecimento de vínculos. Podemos entender que a colaboração do Assistente Social à Gestão Escolar é de extrema relevância e se faz urgente para que haja um desenvolvimento educacional digno através do profissionalismo que a escola prega. 
Todos esses pontos são fatores que impedem o desenvolvimento humano, já que este é o responsável pelo futuro do país e do mundo. Mas desenvolvimento não significa apenas uma melhoria econômica, mas sim poder de aquisição de bens materiais e imateriais. Os bens imateriais são saúde, educação, segurança e garantia de emprego. 
Atualmente já não é mais a miséria e a pobreza a maior expressão da questão social e sim uma educação de baixa qualidade que poderá formar cidadãos desinformados e sem opinião própria. Esse fato é o que impede o desenvolvimento humano, pois atrela o usuário a uma dependência aos benefícios federais infinita. 
A realidade ambiente escolar ultrapassa os limites de seus muros e adentra para a sociedade, a família e a administração pública. Deve-se ter em mente que quanto mais leis ineficazes a favor apenas dos direitos, os deveres serão esquecidos. Assim sendo podemos identificar professores das mais diferentes faixas etárias sofrendo de estresse e alunos cada vez mais ousados. Junte-se a esses fatores uma remuneração pífia, não condizente com a importância do trabalho profissional do educador e termos o resultado de toda essa situação que é o baixo rendimento, tanto por parte dos professores, que ficam desmotivados para as funções como para os alunos, que recebem um ensinamento de baixa qualidade. 
As escolas públicas proporcionaram uma abertura para profissionais de outras áreas como psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e dentistas. Essas equipes multidisciplinares têm sua importância e relevância, assim como o Assistente Social que poderá, através do conhecimento colaborar para que o ambiente escolar esteja bem preparado para receber crianças e jovens e entregar ao mundo cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.
	O enfrentamento dessas questões deve ser realizado de modo gradual, mas com projetos eficazes que visam proporcionar uma melhoria da realidade e uma transformação daquilo que se percebe como um segundo lar: a escola.
DESENVOLVIMENTO
Segundo o PNE (Plano Nacional de Educação) sancionado sob a Lei nº 13.005 de 25 de junho de 1014, em seu artigo 2º, item III rege que a: “superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação”. O PNE foi elaborado após as deliberações ocorridas nas várias Conferências Nacionais de Educação realizadas em todo o Brasil no ano de 2010. 
Tendo em conta a eficiência de todos os docentes, profissionais da rede pública, podemos identificar a necessidade também dos profissionais de Serviço Social para colaborar na gestão escolar na área do enfrentamento das expressões da Questão Social.
Esta curiosidade científica está embasada nos vários artigos pesquisados e na falta de leis que fazem do trabalho do profissional de Serviço Social uma ferramenta relevante no contexto escolar. 
O surgimento do Serviço Social no Brasil se deu a partir da década de 1930 com a implantação da indústria e o surgimento da luta de classes. Foi com a revolução industrial e a divisão da sociedade em classes que o mundo percebeu a necessidade de um profissional que pudesse mediar os conflitos que surgiam e a luta por direitos. De acordo com Vieira (1992, p.19), “a política social aparece no capitalismo construída a partir das mobilizações operárias sucedidas ao longo das primeiras revoluções industriais na Inglaterra, a partir de 1848. A política social compreendida como estratégia governamental de intervenção nas relações sociais, unicamente pôde existir com o surgimento de movimentos populares do século XIX”. E para Behring (2006, p.37), “[...] pelo ângulo político, as políticas sociais são vistas como mecanismos de cooptação e legitimação da ordem capitalista [...]”
	Como uma profissão que visava à mediação entre operários e empresários, seu foco aos poucos foi mudando. A atuação junto à Previdência Social fez reconhecer as famílias como sujeitos passíveis de atendimento. O Serviço Social como profissão só pode ser compreendido após a análise dos fatores contidos nas relações de classe e com o avanço do sistema capitalista de economia. Mas foi a partir da década de 1980 que este profissional encontrou a visibilidade e pode começar a atuar junto às implementações das Políticas Públicas que estão atreladas aos setores político, econômico e social no Brasil, fazendo deste tripé um instrumento de garantia de direitos do cidadão.
Conforme Almeida (2003) em sua palestra no I Encontro de Assistentes Sociais na área da educação em Belo Horizonte,
...’o campo de atuação do assistente social que abrange as políticas sociais passa a ser foco de interesse teórico e político deste profissional. Assim, as possibilidades de atuação do Serviço Social no campo educacional são mediadas por movimentos inerentes às relações políticas e institucionais, travadas pela categoria profissional enquanto sujeito coletivo na própria dinâmica social”.
A necessidade da inclusão do profissional de Serviço Social nas Políticas Públicas voltadas para a educação são as possibilidades de enfrentamento das demandas que se apresentam no dia a dia de um ambiente escolar. 
“[...] educadores e assistentes sociais são profissionais que compartilham desafios semelhantes, ambos têm na escola seu ponto de encontro. Dentro desses possíveis espaços de atuação profissional apresenta-se como ponto fundamental no contexto da profissão a dimensão educativa, procurando direcionar o processo de trabalho do assistente social através de ações interdisciplinares de orientação e informação, incentivando gestões participativas e contribuindo para a construção de novos sujeitos sociais.” (MICHELI KLAUBERG FAUSTINO).
A década de 1990 foi o cenário das discussões sobre as Políticas Sociais buscando uma especialização do profissional de Serviço Social e a criação do Projeto Ético Político mostrou a relevância da inclusão deste profissional na área da educação. 
Com o início da segunda década do novo milênio, vamos encontrar os Assistentes Sociais debatendo no Iº Grupo de Estudos sobre Serviço Social na Educação. Através de uma pesquisa nacional com Assistentes Sociais, o CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) e os CRESS (Conselho Regional de Serviço Social) puderam compilar um relatório específico sobre o tema citado com o objetivo de: Mapear as experiências e práticas profissionais existentes e promover a reflexão sobre o Serviço Social na Educação, visando possibilitar a qualificação da inserção profissional nesta política; Apresentar produções teóricas sobre a Política Social de Educação e sobre as particularidades da inserção do Serviço Social nesta política que subsidiem a pesquisa e o trabalho profissional na área: apresentações de trabalho no ENPESS, CBAS, publicações na revista “ServiçoSocial e Sociedade” e outras revistas acadêmicas vinculadas ao debate da profissão, dissertações, teses e livros publicados; Apresentar orientação para a proposição de projetos de Lei sobre a inserção do Serviço Social na Educação; Contribuir para a intensificação da luta pela Educação como direito social e a consolidação do Serviço Social nesta Política Pública, a partir da participação em Conferências, Conselhos de Educação e Conselhos da Criança e do Adolescente e articulação com os Conselhos profissionais, sindicatos, executivo, legislativo, Ministério Público e outras forças políticas; Apontar as reflexões teóricas e políticas que permearam a constituição e história do Grupo de Trabalho do Conjunto CFESS/CRESS sobre o Serviço Social na Educação. (CFESS/CRESS – setembro de 2011)
Um dos principais fatores de relevância da assistência social na escola pode ser identificado através da evasão ou abandono escolar. Esse é um problema muito grave que a escola está deixando para os Conselhos Tutelares resolverem. Porém, muitas vezes, este profissional não tem o conhecimento total de suas funções e nem tampouco os profissionais da educação. Para lidar com essa expressão da Questão Social é que se torna necessária a presença do Assistente Social nas instituições públicas de ensino. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) sancionado sob a Lei nº 8069 de 13 de dezembro de 1990 dispõe em seu artigo 4º que:      
 Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
 Para Gadotti (1983), a educação é considerada, um processo cultural, que faz parte do conteúdo global da sociedade. É uma prática social em intensa relação com o contexto sócio-político-econômico, e somente a partir deste, pode ser interpretada, uma vez que é ali que ela obtém seu significado e tornam-se inteligíveis suas finalidades e métodos, por ser um fenômeno intimamente ligado às situações histórico-culturais. “A educação deve ser compreendida como um processo político, exatamente por traduzir objetivos e interesses de grupos sociais economicamente diferentes”. 
	O objetivo principal do texto é contribuir para a efetivação do trabalho do Assistente Social nas escolas públicas levando em consideração as diferentes faixas etárias tanto dos docentes como dos discentes. De que forma pode ser essa inclusão? Através de pesquisas científicas e bibliográficas que embasem uma possível tomada de decisão por parte do Estado, que é o principal empregador desses profissionais na atualidade. Será necessário também que os estudos venham acompanhados de encontros, seminários, conferências, deliberações e discussões nesses ambientes para uma melhor abordagem do assunto diante dos governos. E é através dos objetivos específicos, sendo o primeiro deles, a identificação das principais demandas para o assistente social nas escolas públicas que se poderá ter início uma reivindicação séria por parte da categoria. 
	Uma das expressões da Questão social no contexto escolar é sentida através do número de repetências e em conseqüência o abandono do aprendizado. Esse fator se torna relevante tendo em vista que carece de uma investigação no âmbito familiar. E essa investigação o Assistente Social está apto para realizar.
	Outra apresentação da Questão Social pode ser encontrada entre os docentes, que possuem uma vida privada e também passível de vulnerabilidades. 
	Assim sendo, o objeto de estudo desse texto é tentar encontrar caminhos igualitários para os Assistentes Sociais que se tornem Política de Estado e não apenas políticas municipais.
		A educação como é conhecida atualmente está em constante mutação devido à alternância de alunos e de professores. As faixas etárias diferentes também são uma problemática entre esses dois grupos. 
	Outro fator que não deve ser esquecido é o baixo investimento do Estado com material humano, físico e estrutural. As escolas públicas de muitos municípios do interior do país encontram-se em estado de conservação precário e é muito comum a realização de eventos beneficentes com a finalidade de arrecadação de fundos para reparos e ou obras emergenciais. 
	Pode-se perceber que os desafios para o Assistente Social na área da educação são muitos, porém eles colaboram para um desenvolvimento do trabalho desse profissional.
	A relevância do Assistente social no ambiente escolar se dá através do reconhecimento de sua importância na colaboração de uma educação para a cidadania, para a responsabilidade com o futuro, para o comprometimento profissional dos educandos e a liberdade de escolha. 
	A maior expressão da questão social na atualidade é o desemprego. Sendo as escolas as portas de entrada para a identificação de todas as vulnerabilidades, a escola pública é passível de intervenção para as transformações dessa realidade. Com a abertura de formação técnica para os educandos de todas as idades, a chance de formação especializada e de obtenção de emprego formal com todos os direitos aumentou bastante. O ensino profissionalizante surgiu de uma necessidade do estado em atender a uma reivindicação da área da educação por melhorias na oferta de aprendizagem e melhoria da qualidade do ensino. O sistema de ensino profissionalizante foi instituído pelo Decreto nº 6.302 de 12 de dezembro de 2007 por meio do Programa Brasil Profissionalizado. Essa institucionalidade foi embasada pela Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação brasileira. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da educação) na seção IV-A estabelece que:
Art. 36-A.  Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida à formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. 
Parágrafo único.  A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderá ser desenvolvida nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. 
Art. 36-B.  A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes formas: 
I - articulada com o ensino médio; 
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio.
Parágrafo único.  A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: 
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; 
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; 
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. 
Art. 36-C.  A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: 
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; 
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer:
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. 
Art. 36-D.  Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior.
Parágrafo único.  Os cursos de educação profissionaltécnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho.
 	Essa é mais uma ação de enfrentamento da expressão da Questão Social e as escolas estão ofertando os cursos profissionalizantes do PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). O PRONATEC oferece cursos gratuitos nas escolas públicas federais, estaduais e municipais, nas unidades de ensino do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Do SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e do SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), em instituições privadas de ensino superior e de educação profissional técnica de nível médio.
	São três tipos de cursos ofertados pelo PRONATEC:
Técnico para quem concluiu o ensino médio, com duração mínima de um ano;
Técnico para quem está matriculado no ensino médio, com duração mínima de um ano;
Formação Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional para trabalhadores, estudantes do ensino médio e beneficiários de programas federais de transferência de renda, com duração mínima de dois meses.
	O profissional de Serviço Social inserido nas instituições públicas de ensino é mais um colaborador para que a efetivação da profissionalização de jovens e adultos tenha como objetivo a transformação de suas realidades.
	Torna-se, portanto, de suma necessidade que gestores escolares e outros profissionais envolvidos com a educação tenham consciência da freqüência dos alunos, de sua inclusão nas atividades em sala de aula, do respeito aos direitos individuais, das ações que possam ser motivo de baixo rendimento, da interação entre pais/responsáveis com a escola e do reconhecimento das demandas internas com a elaboração de projetos voltados para sua solução. As escolas possuem legislação própria para os casos de evasão ou abandono escolar e como as medidas tomadas pela gestão não surtem efeito, a última instância é recorrer aos Conselhos Tutelares. Nos casos em que permanece a mesma situação, os Conselhos Tutelares encaminham a demanda para o Judiciário, que de posse das informações faz valer as leis do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente):
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
V – acesso a escola publica e gratuita próxima de sua residência; 
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. 
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiverem acesso na idade própria; 
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; 
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; 
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
1.º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito publico subjetivo. 
2.º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. (Estatuto da Criança e do Adolescente)
	Sendo a educação um direito constitucional, ela deve ser oferecida aos cidadãos pela gestão pública, com qualidade ao mesmo tempo em que a classe dos professores deve ter sua importância resguardada e bem remunerada.
	Conforme consta na CF/88,
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A realidade em muitos municípios brasileiros não está condizente com a lei. Muitas das vezes o aluno é visto como mais um número nas estatísticas e o professor como administrador desse número. Os conselhos escolares na maioria das vezes fiscalizam apenas o rendimento escolar sem levar em consideração o histórico familiar tanto do aluno quanto do professor. 
Porém, as desigualdades sociais devem ser vistas como um fator que dificulta o acesso à educação. Essa desigualdade encontrada em sua maioria nas classes mais baixas da sociedade carece de intervenção do Estado para se tornar uma política pública eficiente e que proporcione a mesma qualidade das instituições privadas. Assim sendo, o profissional de Serviço Social possui o conhecimento necessário para elaborar, apresentar e executar projetos que tenham o objetivo de reconhecer e atender essas demandas sempre respeitando as diferenças e fortalecendo a democracia dessas instituições públicas.
A necessidade da inserção do profissional de Serviço Social na área da educação se torna urgente não apenas por um desejo da classe por novos campos de trabalho, mas sim, de intervenção na dinâmica educacional através do desenvolvimento capitalista.
	 O assistente social se fortalece no campo da educação por atuar em um espaço onde a diversidade humana, cultural e econômica estão presentes, as relações interpessoais estão em constante processo de ruptura e aliança, a competição, o individualismo, a dualidade de poderes reclamam ações que transformem o ser humano enquanto autor e ator de uma história com posturas éticas. Apesar de a educação escolar ainda não ser um campo fértil de trabalho dos assistentes sociais são as próprias alterações processadas no mundo educacional, da informação e da tecnologia que demandam a sua inserção em articulação com os demais profissionais. (SOUZA, 2005, p. 38-39).
O capitalismo e o crescente consumismo, principalmente entre as classes mais baixas da população, podem ser sentidos dentro do ambiente escolar com as disputas entre alunos para mostrarem que “podem”. Esses sujeitos desejam o sentimento de pertença em um determinado grupo e devido à falta de posses tornam-se excluídos. Essas disputas muitas vezes requerem dos responsáveis por esses alunos uma abnegação de gêneros de maior necessidade para a satisfação de um capricho momentâneo. Não podemos esquecer que os direitos devem ser iguais, mas o que se nota nas escolas públicas é uma demonstração maior do ter. 
Com mais essa expressão da questão social, o conhecimento do Assistente Social pode colaborar na tentativa de fazer o sujeito autor da própria história quando compreende que a educação para a cidadania é fator de transformação da realidade e dos relacionamentos. Almeida (2003) relata que:
O primeiro fenômeno relaciona-se a uma tendência no campo das políticas governamentais voltadas para o enfrentamento da pobreza e para a garantia de uma renda mínima que tomam a inserção e a participação no ensino regular das crianças das famílias atendidas. [...] O que tenho observado é que a própria diversificação e ampliação dos programas e projetos sociais sejam eles de corte municipal, estadual ou federal, voltados para o enfrentamento da pobreza acabam reforçando esta tendência e criando vínculos institucionais entre as diversas secretarias e instâncias as quais se subordinam com a rede de ensino fundamental por todo o país. (ALMEIDA, 2003).
Independente das vulnerabilidades enfrentadas por alunos e professores, faz-se necessário que a presença do Assistente Social no âmbito escolar como mais uma ferramenta de apoio e de descentralização da gestão. O reconhecimento das demandas que se apresentam dentro dasala de aula deve ser investigado a partir do cotidiano familiar dos sujeitos envolvidos para que as ações a serem realizadas possam surtir o efeito desejado.
O exercício do trabalho do Assistente Social com as equipes multiprofissionais que atuam na área da educação deve ser permanentes devido à realidade em que se encontram inseridos. As investigações a serem realizadas devem ultrapassar os limites da escola e adentrar na sociedade em busca de campo de estudo para as possíveis intervenções. Almeida (2000) reconhece que:
[...] A escola pública e, mesmo, a particular, na esfera do ensino fundamental, se vê atravessada, hoje, por uma série de fenômenos que, mesmo não sendo novos ou estranhos ao universo da educação escolarizada, hoje se manifestam de forma muito mais intensa e complexa: a juventude e seus processos de afirmação e reconhecimento enquanto categoria social, exacerbadamente, mediado pelo consumo; a ampliação das modalidades e a precoce utilização das drogas pelos alunos; a invasão da cultura e da força do narcotráfico; a pulverização das estratégias de sobrevivência das famílias nos programas sociais; a perda de atrativo social da escola como possibilidade de ascensão social e econômica; a desprofissionalização da assistência no campo educacional com a expansão do voluntariado; a gravidez na adolescência tomando o formato de problema de saúde pública e a precarização das condições de trabalho docentes são algumas das muitas expressões da questão social. (ALMEIDA, 2003, p.4-5)
As Políticas Públicas da atualidade encontram-se em processo de precarização, e projetos que deveriam se tornar políticas de Estado estão sendo usados como políticas partidárias. Essa demonstração de administração das vulnerabilidades e não a busca pela sua superação pode ser sentida em períodos eleitorais. O tripé das políticas sociais de direitos, educação, saúde e assistência social, encontra-se totalmente fragmentado a partir do momento que não atinge todas as classes da sociedade. Neste sentido, Almeida (2003) explica:
“[...] a complexificação da “questão social” tem sido acompanhada da fragmentação de uma de suas principais estratégias de enfrentamento: as políticas sociais”. (ALMEIDA, 2003).
Para que o trabalho do profissional de Serviço Social possa ter importância dentro da área da educação é preciso que as instituições reconheçam a sua necessidade. Para isso a gestão escolar deve avaliar toda a problemática na qual esteja envolvida sua administração, acompanhar o desenvolvimento das demandas e analisar se é ou não de sua competência as intervenções que se fizerem urgentes. Voltando a Almeida (2003), o autor explica que “os espaços educacionais demandam novos aportes sociais e profissionais para desenvolver se trabalho”. Podemos entender, a partir dessa visão do autor que:
“[...] as instituições e os profissionais da rede de proteção social passam a formular projetos e ações exclusivamente dirigidas para as escolas”
O profissional de Serviço Social está preparado para elaborar, apresentar e executar projetos que visem à transformação da realidade territorial; e porque não da realidade escolar?
Diante de tantos casos de evasão e abandono escolar em pleno século XXI não se pode apenas cruzar os braços. As intervenções devem ser realizadas através de visitas domiciliares com o objeto de recuperar o aluno para a instituição e fazer dele cidadão alfabetizado. Segundo dados da UNESCO publicados na revista virtual Opinião e Notícia, em janeiro de 2014 o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking mundial de analfabetismo.  
No Brasil, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais é de 8,6%, cerca de 12,9 milhões de pessoas. 
Tais dados comprovam o escasso investimento do Estado com a educação, seja na área de recursos humanos ou recursos materiais e físicos.
No Fórum Mundial de Educação realizado em Dakar, Senegal, em abril de 2000 foi compilado um documento denominado “O Marco de Ação de Dakar no qual estão inseridas seis metas que devem ser cumpridas até 2015:
Expansão e aprimoramento da ASSISTÊNCIA e educação da primeira infância, especialmente para crianças mais vulneráveis e desfavorecidas;
Garantir que em 2015 todas as crianças, especialmente meninas, crianças em situações difíceis e crianças pertencentes à minorias étnicas tenham acesso a uma educação primária de boa qualidade, gratuita e obrigatória, e possibilidade de completá-la;
Assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos sejam satisfeitas mediante o acesso equitativo à aprendizagem apropriada e a programas de capacitação para a vida;
Atingir, em 2015, 50% da melhora dos níveis de alfabetização de adultos, especialmente as mulheres e igualdade de acesso à educação fundamental e permanente para todos os adultos;
Atingir, até 2015, a igualdade entre os gêneros em educação, concentrando esforços para garantir que as meninas tenham pleno acesso em igualdade de condições à educação fundamental de boa qualidade e que consigam completá-la;
Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar a excelência de todos de modo que os resultados de aprendizagem reconhecidos e mensuráveis sejam alcançados por todos especialmente em alfabetização, cálculo e habilidades essenciais para a vida.
Ainda citando o documento da EPT- Educação Para Todos: o compromisso de Dakar consta no capítulo V denominado Estratégias no item número 67 que: “Há necessidade urgente de se adotarem estratégias eficientes para identificar e incluir os excluídos social, cultural e econômico. Isso exige um exame participativo de exclusão no nível da família, da comunidade e da escola; e o desenvolvimento de abordagens de aprendizagem que sejam diversificadas, flexíveis e inovadoras e um ambiente que fomente o respeito e a confiança mútuos.”
Podemos perceber que a gestão escolar sem um profissional capacitado para atender as famílias e entender e intervir em suas vulnerabilidades, fazendo com que todos os cidadãos possam ser sujeitos de garantia de direitos pode se deparar com problemáticas além de sua compreensão. 
Para reforçar essa necessidade do profissional de Serviço Social na área educacional podemos recorrer à cartilha PARECER JURÍDICO publicado em 2000 pelo CFESS (Conselho Federal de Serviço Social, página 1) que relata as atribuições específicas do Assistente social:
Pesquisa de natureza sócio–econômica e familiar para a caracterização da população escolar; 
Elaboração e execução de programas de orientação sócio-familiar visando prevenir a evasão escolar e melhorar o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício de cidadania; 
Participação em equipe, da elaboração de programas que visem prevenir a violência, o uso de drogas e o alcoolismo, bem como que visem prestar esclarecimentos e informações sobre doenças infecto-contagiosa e demais questões de saúde pública; 
Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades; 
Realização de visitas sociais com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidade sócio-familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente; 
Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existam classes especiais; empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas pelos artigos 4º e 5º da Lei 8662/93, segundo Parecer Jurídico 23/00 de vinte e dois de outubro de 2000, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS, 2001, p.13).
Quando o profissional de Serviço Social é requisitado para compor os quadros de profissionais da educação, ele dever ser capaz de conhecer a realidade dos participantes da instituição e a realidade na qual estão inseridos. 
Para que a intervenção necessária se torne efetiva e eficaz vale ressaltar que o diálogo com as equipes multiprofissionais é de extrema relevância, bem como o diálogocom as famílias responsáveis. Os encaminhamentos devem ser feitos de modo que a garantia de direitos seja a prioridade para tanto para os alunos como para a escola enquanto órgão de controle social.
Outro fator que mostra a necessidade da inserção do Assistente Social no ambiente escolar é o BULLIYNG, prática que consiste em “intimidar, constranger, ofender, castigar, submeter, ridicularizar ou expor alguém, entre pares, a sofrimento físico ou moral, de forma reiterada”. (Deputado Assis Couto, 2013). Segundo a tradução do termo Bulliyng é:
“Palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma pessoa e colocá-la sob tensão; termo que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, utilizado pela literatura psicológica anglo-saxônica nos estudos sobre o problema da violência escolar.” 
Essa expressão da Questão Social encontrada diariamente nos ambientes públicos de ensino torna-se também objeto de intervenção do Assistente Social. Esse é um tema que ultrapassa a questão pedagógica e se aprofunda na Questão Social tornando-se uma problemática social grave. Cada estabelecimento de ensino possui um Regimento Interno que esclarece que os atos de indisciplina são comportamentos que vão contra as normas escolares. Porém o Bulliyng, termo especificamente novo, é uma manifestação difícil de ser comprovada, portanto surge a necessidade de investigação com um olhar mais profundo nas manifestações dos educandos. Essa manifestação da violência não é atual, porém não se pode banalizar a questão. Sugere um olhar psicológico passível de solução mediante ações interventivas que busquem a liberdade da denúncia. Podemos reconhecer três atores na manifestação do Bulliyng:
O agressor;
A vítima;
O espectador.
O agressor pode ser reconhecido por ser impulsivo e agressivo freqüentemente usuário de algum tipo de drogas. A vítima é o aluno que não sabe ou não tem como reagir, não tem interatividade com os demais alunos. O espectador é a testemunha dos atos, porém não se manifesta. Essa conduta, se não diagnosticada e tratada pode ter graves conseqüências no futuro. Esse ponto é relevante para o Assistente social a partir das investigações realizadas mediante as visitas domiciliares. E só através das investigações sistemáticas nos âmbitos escola e família é que se podem planejar estratégias de ação que visem coibir a prática do bulliyng. 
Outra expressão da Questão Social está no uso e abuso de drogas ilícitas dentro dos espaços escolares. 
Desde a antiguidade tem-se conhecimento do uso de determinados tipos de drogas fazendo com que a sociedade não se espante mais com tais práticas. Culturalmente, algumas civilizações faziam uso de substâncias que consideravam medicinais. Mas a busca por poder fez com que exércitos também passassem a adotar o uso de maconha e ópio para que os soldados resistissem por mais tempo às lutas e ao frio intenso nas comunidades da Europa Antiga e reinos ocidentais.
O ópio, por exemplo, que é o suco coagulado da papoula (Papaver somniferum), estreitamente vinculado ao misticismo, é conhecido desde a muitos séculos pelas civilizações asiáticas; os derivados da coca, extraídos da folha de seus arbustos (Erythroxylum coca), eram usados pêlos incas como estimulante; a maconha e suas variedades como o haxixe e a marijuana, da planta cannabis sativa, obtida da resina de sua floração e do fruto situado na sua parte superior, medra nas mais distintas regiões tendo sido lembrada por Homero, que falou sobre a embriaguez a que se entregava os citas, inalando os vapores do cânhamo.
O uso de drogas também está relacionado ao lado religioso, social, econômico, militar e sexual das civilizações.
Atualmente existem duas correntes da sociedade que debatem sobre drogas: os que desejam proibir e os que desejam liberar. Como o Brasil é um Estado que inibe o uso de substâncias ilícitas, as leis são severas. Porém, os usuários dessas substâncias não prevêem as conseqüências de seus atos.
As drogas estão presentes entre as diversas faixas etárias da sociedade e em qualquer classe social. As tentativas de se erradicar esse costume é uma das prerrogativas de todos os governos do mundo. A questão da saúde pública como órgão responsável por identificar e tratar os dependentes químicos não pode ficar enraizada em si mesma, podendo ser um diálogo com as redes de controle social.
No ambiente escolar as drogas já são uma triste realidade. Seja no seu uso pelo aluno, por um seu familiar ou apenas por um conhecido. A complexidade do tema se deve ao fato de sua abordagem ainda ser superficial e por vezes ocorrer de forma precária. Os resultados planejados podem não ser os obtidos se a linguagem não for clara e incisiva. O uso e abuso de drogas hoje, é o maior responsável pelo aumento da violência. Seja violência doméstica entre cônjuges e entre pais e filhos ou a violência pelo não entendimento da situação.
O papel do assistente social nesse caso é de atuar como um instrumento de prevenção ao uso e abuso de drogas ilícitas, utilizando seus conhecimentos institucionais para fortalecer a rede de atendimento e controle social.
A Política Nacional sobre Drogas (PNAD) é mais uma ferramenta na tentativa de combater o uso indiscriminado de drogas ao mesmo tempo em que articula governo, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade no sentido de ampliar a consciência para a importância da integração setorial e da descentralização de ações sobre drogas no país. A PNAD é uma compilação de normas que devem ser adotadas para o enfrentamento do uso e abuso de drogas. Foi promulgada em 27 de outubro de 2005 pelo então presidente do CONAD (Conselho Nacional Antidrogas.
Os principais objetivos do PNAD são:
Estruturar, articular e ampliar as ações voltadas à prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas;
Ampliar e fortalecer as redes de saúde e assistência social para usuários de crack e outras drogas; 
Capacitar atores governamentais e não governamentais envolvidos nas ações voltadas aos usuários de crack e outras drogas e ao enfrentamento do tráfico de drogas;
Ampliar a participação comunitária nas políticas e fomentar a multiplicação de boas práticas;
Disseminar informações qualificadas relativas ao crack e outras drogas;
Fomentar o desenvolvimento das ações em nível municipal, por meio da destinação de recursos;
Fortalecer ações de enfrentamento ao tráfico.
As diretrizes de prevenção do PNAD para a área da educação são:
Prevenção nas escolas;
Capacitação de profissionais das redes de saúde, segurança pública, educação, assistência social, justiça, operadores do direito, lideranças religiosas e comunitárias;
Disseminação contínua de informações e orientações sobre crack e outras drogas. 
O PNAD possui também, entre outros, o eixo de prevenção para atuação nas escolas:
Capacitação de Educadores para a Implementação de Projetos de Prevenção MJ/MEC;
Parceria com a Universidade de Brasília
Capacitação à distância, com carga horária total de 180h:
- 120h teóricas e para elaboração do projeto de prevenção a ser implementado levando em conta a realidade da escola e articulação da rede;
- 60h práticas para a implantação do projeto e aplicação do Programa Diga Sim à Vida para crianças e Turma da Tina e Mônica Jovem para adolescentes;
Pré-requisito: participação de 5 educadores por escola; 
Meta: 14.000 escolas por ano integrantes do PSE, SPE, Mais Educação ou de municípios do Plano Brasil sem Miséria, atingindo 2.800.000 alunos/ano e toda a comunidade escolar.
Até 2014, a cobertura será de 23,3% das 180 mil escolas públicas do país (rurais e urbanas). 
	Como as escolas não têm obrigatoriedade de ter em seus quadros o profissional de Serviço Social, tais políticas de enfrentamento do PNAD não se estendem aos mesmos.
	O uso de abuso de substâncias ilícitas são fatores determinantes para o aumento da violência como um todo. A repressão policialao tráfico de drogas muitas vezes é o estopim para que ocorra algum tipo de evento envolvendo inocentes. As ações realizadas pelas polícias têm o objetivo de reprimir o tráfico de drogas principalmente nos estabelecimentos de ensino e seu entorno. Para diminuir e ou mesmo erradicar o uso e abuso de drogas foi criado o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras drogas sob o Decreto nº 7179 de 20 de maio de 2010. Entre as suas disposições estão os objetivos principais:
I - Estruturar, integrar, articular e ampliar as ações voltadas à prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários de crack e outras drogas, contemplando a participação dos familiares e a atenção aos públicos vulneráveis, entre outros, crianças, adolescentes e população em situação de rua;
II - Estruturar, ampliar e fortalecer as redes de atenção à saúde e de assistência social para usuários de crack e outras drogas, por meio da articulação das ações do Sistema Único de Saúde - SUS com as ações do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;
III - Capacitar, de forma continuada, os atores governamentais e não governamentais envolvidos nas ações voltadas à prevenção do uso, ao tratamento e à reinserção social de usuários de crack e outras drogas e ao enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas;
IV - Promover e ampliar a participação comunitária nas políticas e ações de prevenção do uso, tratamento, reinserção social e ocupacional de usuários de crack e outras drogas e fomentar a multiplicação de boas práticas;
V - Disseminar informações qualificadas relativas ao crack e outras drogas; e
VI - Fortalecer as ações de enfrentamento ao tráfico de crack e outras drogas ilícitas em todo o território nacional, com ênfase nos Municípios de fronteira. 
 Podemos perceber que, diante da legislação, o Estado cumpre seu papel e assume a responsabilidade com os meios para o enfrentamento de mais essa expressão da Questão Social. O Assistente Social inserido nos quadros de funcionamento das escolas públicas tem como uma das funções atuarem junto às famílias e demais instituições ligadas ao controle social através dos encaminhamentos aos órgãos competentes visando tratamento e acompanhamento do usuário de drogas e sua família.
		 Podemos também identificar como mais uma expressão da Questão Social a acessibilidade de alunos portadores de deficiências nas escolas públicas. Essa realidade está passando por transformações significativas na luta pelos direitos das pessoas com deficiência. A Lei nº 7853 de 24 de outubro de 1989 dispõe sobre o apoio à pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do MINISTÉRIO PÚBLICO e entre outra, define crimes contra essa população.
    Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei.
        § 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito.
        § 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais e legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade.
        Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
        Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
        I - na área da educação:
        a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;
        b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas;
        c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino;
        d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência;
        e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo;
        f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino;
 A educação inclusiva ainda é um tema relativamente novo nas instituições públicas de ensino, mas já trabalhado por muitas delas. Sobre a educação inclusiva, a Declaração de Salamanca, compilação das deliberações e resoluções da Conferência Mundial de Educação Especial, ocorrida na Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994 reafirmaram o compromisso para com a Educação Para Todos e reconheceram a necessidade e a urgência de se providenciar educação de qualidade e igualitária para alunos com deficiência dentro do ensino regular. As recomendações do documento estão expressas nos seguintes tópicos:
Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, 
Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, 
Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, 
Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, 
Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimora a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
     ...”o princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em que todos os alunos devam aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem”.
O sistema de integração, aquele onde a pessoa com deficiência é preparada para conviver em uma sociedade é diferente do sistema de inclusão, sendo este que transforma a sociedade para receber e oferecer oportunidades a esse sujeito. A educação inclusiva é mais um meio de comunicação onde se pratica a democracia, a cidadania e proporciona trocas de experiências entre educadores e educandos. O Estatuto da Pessoa com Deficiência foi redigido e promulgado em dezembro de 2006 e entre suas prioridades define os direitos da pessoa com deficiência no âmbito educacional:
Art. 36.A educação é direito fundamental da pessoa com deficiência e será prestada visando o desenvolvimento pessoal, a qualificação para o trabalho e o preparo para o exercício da cidadania.
Art. 37. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar a educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão escolar.
Parágrafo único. Fica assegurado à família ou ao representante legal do aluno com deficiência o direito de opção pela freqüência às classes comuns da rede comum de ensino, assim como ao atendimento educacional especializado.
Art 38. Incumbe ao Poder Público criar e incentivar programas:
I – de incentivo familiar, de natureza pecuniária, destinados a assegurar a matrícula e a freqüência regular do aluno com deficiência na escola;
II - de educação especial, em todos os níveis e modalidades de ensino, onde e quando se fizer necessária ao atendimento de necessidades educacionais especiais apresentadas por pessoas com deficiência;
III – destinados à produção e divulgação de conhecimento, bem como ao desenvolvimento de métodos e técnicas voltadas à pessoa com deficiência;
IV – de qualificação específica dos profissionais da educação para utilização de linguagens e códigos aplicáveis à comunicação das pessoas com deficiência, como o Sistema Braille e a Língua Brasileira de Sinais (Libras);
V – de apoio e orientação aos familiares das pessoas com deficiência para a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
VI – de educação profissional, voltados à qualificação da pessoa com deficiência para sua inserção no mundo do trabalho e, sempre que possível extensivo a seus pais ou responsáveis.
Parágrafo único. O incentivo aos programas descritos nos incisos II a VI deverá ocorrer inclusive por meio da disponibilização de linhas de financiamento que poderão ocorrer mediante parcerias público-privadas.
Art. 39. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra pessoa com deficiência, assim como os de violação dos seus direitos fundamentais, serão obrigatoriamente comunicados pelos dirigentes de estabelecimentos educacionais ao Conselho de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência ou ao Ministério Público.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência é um marco das conquistas pelas lutas do reconhecimento dos direitos dessa categoria da população que sempre foi negligenciada pela sociedade. Quanto à educação, estamos cientes que mudanças precisam ocorrer e o reconhecimento, embora tardio, com essa população servirá para acreditar que realmente estamos no caminho certo para a democracia e a cidadania. Desde a educação regular básica passando pelo ensino médio, por cursos de capacitação profissional e ensino superior, a pessoa com deficiência sai da invisibilidade e adentra numa sociedade cuja cultura atual ainda está aprendendo a conviver com as diferenças, a respeitar essas diferenças e aceitar que a diferença pode ser mais igual em um mundo que pratica a garantia de direitos.
 A seção II nos artigos 40 e 41 do Estatuto da Pessoa com Deficiência estabelecem os direitos dessa população quanto à educação básica, isto é, o ensino fundamental: 
O Poder Público e seus órgãos devem assegurar a matrícula de todos os alunos com deficiência, bem como a adequação das escolas para o atendimento de suas especificidades, em todos os níveis e modalidades de ensino, garantidas, dentre outras, as seguintes medidas:
I – institucionalização da educação especial no sistema educacional como educação básica, podendo estar em todos os níveis e modalidades de ensino;
II – matrícula obrigatória dos alunos com deficiência nos estabelecimentos públicos ou privados, preferencialmente na rede de ensino, previamente à dos demais alunos, sem prejuízo da realização da matrícula no período regulamentar;
III – oferta obrigatória e gratuita de educação especial aos alunos com deficiência, em todos os níveis e modalidades de ensino, nos estabelecimentos públicos e privados mais próximos do seu domicílio;
IV – adequação curricular, quando necessária, em relação a conteúdos métodos, técnicas, organização, recursos educativos, temporalidade e processos de avaliação;
V – acessibilidade para todos os alunos, educadores, servidores e empregados com deficiência aos espaços dos estabelecimentos de ensino;
VI – oferta e manutenção de material escolar e didático, bem como equipamentos adequados e apoio técnico de profissionais de acordo com as peculiaridades dos alunos com deficiência;
VII – oferta de transporte escolar coletivo adequado aos alunos com deficiência matriculados na rede de ensino;
VIII – inclusão dos alunos com deficiência nos programas e benefícios educacionais concedidos por órgãos públicos aos demais alunos, em todas as esferas administrativas;
IX – continuidade do processo educacional dos alunos com deficiência impossibilitados de freqüentar as aulas, mediante atendimento educacional adequado àqueles que, em razão da própria deficiência ou de tratamento de saúde em unidades hospitalares ou congêneres, estejam afastados do ambiente escolar;
X – formação continuada dos profissionais que trabalham na escola com o objetivo de dar atendimento adequado aos alunos com deficiência;
XI – definição dos procedimentos necessários para a autorização, o reconhecimento e o recredenciamento das escolas, tanto especializadas em educação especial como da rede comum de ensino, para sua inserção no sistema educacional da educação básica, bem como disciplinamento normativo do processo da regulamentação do término do ciclo de escolaridade por meio da adequação curricular, no âmbito de cada instituição.
§ 1º A obrigatoriedade a que se refere os incisos I e III deste artigo implica no dever do Poder Público arcar com os custos decorrentes da educação especial em estabelecimentos privados em cujas localidades não exista atendimento gratuito por parte do Poder Público aos alunos com deficiência.
§ 2º A educação da criança com deficiência terá início, obrigatoriamente, na educação infantil, mediante garantia do atendimento educacional especializado.
§ 3º Incumbe ao Poder Público recensear, anualmente, a matrícula e freqüência escolar dos alunos com deficiência nos níveis e modalidades de ensino.
Art. 41. As escolas privadas devem assegurar aos alunos com deficiência, além de sua adequação para o atendimento de suas especificidades, em todos os níveis e modalidades de ensino, as seguintes medidas:
I - adequação curricular, quando necessária, em relação a conteúdos, métodos, técnicas, organização, recursos educativos, temporalidade e processos de avaliação;
II - acessibilidade para todos os alunos, educadores, servidores e empregados com deficiência aos espaços dos estabelecimentos de ensino;
III - oferta e manutenção de material escolar e didático, bem como equipamentos adequados e apoio técnico de profissionais de acordo com as peculiaridades dos alunos com deficiência;
IV – continuidade do processo educacional dos alunos com deficiência impossibilitados de freqüentar as aulas, mediante atendimento educacional adequado àqueles que, em razão da própria deficiência ou de tratamento de saúde em unidades hospitalares ou congêneres, estejam afastados do ambiente escolar;
V – formação continuada dos profissionais que trabalham na escola com o objetivo de dar atendimento adequado aos alunos com deficiência.
Entre os artigos do Estatuto da Pessoa com Deficiência podemos entender que a educação básica tem início nas creches e pré-escolas, mostrando assim que a área da educação possui mais esse ambiente onde estão expressas diferentes manifestações da Questão Social.
Aprofundando o estudo sobre o Estatuto da Pessoa com Deficiência nos artigos de 42 a 48 vamos encontrar uma legislação que abrange também a educação de nível superior:
Art. 42. As instituições de ensino superior, públicas e privadas, deverão prover osmeios necessários para o atendimento educacional especializado, a acessibilidade física e de comunicação e, ainda, recursos didáticos e pedagógicos, tempo adicional e flexibilização de atividades e avaliações, de modo a atender às peculiaridades e necessidades dos alunos com deficiência.
Art. 43. Nos processos seletivos para ingresso em cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior, tanto públicas como privadas, serão garantidas, dentre outras, as seguintes medidas:
I – o oferecimento de cota mínima para candidatos com deficiência no preenchimento de vagas para os cursos oferecidos e, ainda, nos programas de pesquisa e extensão;
II – adaptação de provas;
III - apoio assistivo necessário, previamente solicitado pelo candidato com deficiência;
IV - avaliação diferenciada nas provas escritas, discursivas ou de redação realizadas por candidatos cuja deficiência acarrete dificuldades na utilização da gramática, que deverão ser analisadas por Comissão da qual deverão fazer parte, obrigatoriamente, um profissional com formação específica em educação especial e experiência na compreensão do sentido da palavra escrita próprio da deficiência.
Parágrafo único Considera-se adaptação de provas todos os meios utilizados pela instituição de ensino para permitir a realização da prova pela pessoa com deficiência, assim compreendendo, entre outros:
I - a inclusão de questões ou tarefas diferenciadas, sem prejuízo do mesmo grau de dificuldade;
II - a disponibilidade da prova em Braille e, quando solicitado, o serviço de leitor, ou outros meios existentes, nos casos de candidato com deficiência visual;
III - a disponibilidade de intérprete, de Libras e português, ou de apoio especial, quando solicitado, nos casos de candidato com deficiência auditiva;
IV - tempo adicional para a realização das provas, inclusive para preenchimento do cartão-resposta, quando for o caso, se necessário, conforme as características da deficiência.
Art. 44. Nos conteúdos curriculares, as instituições de ensino, tanto públicas como privadas, deverão assegurar as seguintes medidas:
I - adequação curricular, de acordo com as especificidades do aluno, permitindo- lhe a conclusão do ensino superior;
II - acessibilidade por meio de linguagens e códigos aplicáveis como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o Sistema Braille, nos casos de alunos com necessidades diferenciadas de comunicação e sinalização, inclusive no período integral de aulas;
III - adaptação de provas, nos termos do parágrafo único do art. 43, de acordo com a deficiência;
IV - definição de critérios específicos para a análise da escrita nos casos de alunos cuja deficiência acarrete dificuldades na utilização da gramática.
Parágrafo único. Considera-se adequação curricular todos os meios utilizados pela instituição de ensino para permitir que o aluno com deficiência tenha acesso garantido ao conteúdo da disciplina, inclusive mediante a utilização de recursos tecnológicos, humanos e avaliação diferenciada que possibilite o conhecimento necessário para o exercício da profissão, garantindo a conclusão do ensino superior.
Art. 45. O currículo dos cursos de formação de professores, de nível médio e superior, deverá incluir eixos temáticos que viabilizem ao profissional acesso a conhecimentos que contribuam para a promoção da educação da pessoa com deficiência.
Art. 46. Para fins de autorização de novos cursos, deverão ser levadas em consideração as medidas arroladas nos arts. 42 a 45 desta Lei.
Art. 47. Incumbe ao Poder Público promover iniciativas junto às instituições de ensino superior para conscientizá-las da importância do estabelecimento de diretrizes curriculares que incluam conteúdos ou disciplinas relacionadas à pessoa com deficiência.
Art. 48. Incumbe ao Poder Público, incluir e sistematizar a participação de alunos com deficiência nos programas de bolsas de estudos e financiamento da educação superior, assegurando-lhes o oferecimento de cota mínima no preenchimento de assinatura de contratos.
			 A Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996- Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que:
Art. 58.  Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único.  O poder público adotará como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. 
A educação profissional de pessoas com deficiência também é abordada no Estatuto da Pessoa com Deficiência, em seus artigos 49 ao 52:
Art. 49. O aluno com deficiência matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio ou superior, de instituições públicas ou privadas, de educação comum ou especial, bem como o trabalhador com deficiência, jovem ou adulto, terá acesso à educação profissional sob a forma de cursos e programas com organização do conteúdo curricular e tempo flexíveis, que lhes garantam oportunidades imediatas de inserção no mundo do trabalho.
§ 1º A educação profissional será organizada por áreas profissionais em função das exigências do mercado de trabalho.
§ 2º A programação institucional de cursos deverá incluir mecanismos de articulação nas áreas de educação, trabalho e renda e da ciência e tecnologia.
Art. 50. A educação profissional para a pessoa com deficiência será desenvolvida por meio de cursos e programas de:
I – orientação profissional, formação inicial e continuada de trabalhadores;
II – educação profissional técnica de nível médio;
III – educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.
§ 1º A educação profissional acontecerá em articulação com a rede de ensino, em escolas públicas ou privadas nos seusníveis e modalidades, em escolas especializadas em educação especial, entidades privadas de formação profissional com finalidade social, podendo acontecer inclusive nos ambientes produtivos ou de trabalho.
§ 2º As instituições públicas e privadas que ministram educação profissional oferecerão, obrigatoriamente, cursos profissionais à pessoa com deficiência, condicionando a matrícula à capacidade de aproveitamento e não ao nível de escolaridade do interessado.
§ 3º Os diplomas e certificados de cursos de educação profissional expedidos por instituição credenciada pelo Poder Público terão validade em todo o território nacional.
Art. 51. As escolas e instituições de educação profissional oferecerão, quando necessário, atendimento educacional especializado para atender às peculiaridades dos alunos com deficiência, assegurando, no mínimo, as seguintes medidas:
I – adequação e flexibilização curricular, métodos, técnicas, organização, recursos educativos e instrucionais, bem como processos de avaliação para atender às necessidades educacionais de cada aluno;
II – acessibilidade dos alunos, educadores, instrutores, servidores e empregados com deficiência a todos os ambientes;
III – oferecimento de cota mínima para pessoas com deficiência no preenchimento das vagas;
IV – oferecimento de material escolar e didático, recursos instrucionais e equipamentos adequados, bem como apoio técnico de profissionais, de acordo com as peculiaridades dos alunos com deficiência;
V – capacitação continuada e específica de todos os profissionais;
VI – compartilhamento de formação, mediante parcerias e convênios.
Art. 52. Todas as instituições que oferecem cursos de educação profissional a pessoas com deficiência deverão manter programas de acompanhamento que possibilitem a avaliação, a reavaliação e a consolidação de itinerários formativos e que envolvam:
I – processo de ajustamento e monitoramento de alunos;
II – sistema de avaliação de egressos;
III – programa de reprofissionalização.
 Apesar da legislação severa os espaços públicos de aprendizagem ainda não estão aptos a ofertar vagas que venham suprir essa demanda. A necessidade de adaptação e oferta de acessibilidade às pessoas com deficiência é uma triste realidade escolar. Se por um lado a legislação obriga que as instituições de ensino públicas ou privadas possibilitem a inclusão de pessoas com deficiência em seus quadros, por outro não fornece subsídios humanos ou financeiros para atender a essa população. Para que haja uma inclusão de qualidade faz-se necessário que os estabelecimentos de ensino juntamente com sua equipe profissional e demais equipes multidisciplinares aprendam a dialogar com as diferenças. Essa transformação se torna cultural uma vez que se compreenda a diferença. Uma nova visão, uma nova prática são fatores que possibilitam novos projetos que objetivam a inclusão de pessoas com deficiência como uma prática normal e comum para a convivência humana. É para lidar com mais essa expressão da Questão Social é que o profissional de Serviço Social deve fazer parte das instituições de ensino. Enquanto cidadãos, sujeitos de garantia de direitos, os deficientes merecem ter sua inclusão em uma sociedade elitista que não reconhece as diferenças como um modo de ser igual.
A sexualidade também é uma questão que requer um olhar crítico dos gestores escolares e das equipes multidisciplinares das instituições de ensino. O aumento de casos de erotização precoce, gravidez na adolescência e diversidade sexual também merecem ser citados, pois nesta área o Assistente Social pode elaborar, apresentar e executar projetos que promovam o respeito e aumentem o espírito de cidadania. Atualmente os veículos de comunicação são os maiores responsáveis pela erotização precoce a partir do momento em que se vinculam chamadas para novelas e filmes de conteúdo erótico a qualquer hora do dia. Crianças de quaisquer faixas etárias entram em contato com esse tipo de imagem e a curiosidade natural faz com que procurem saber mais. Esse fato é preocupante uma vez que está se banalizando a idéia da normalidade da situação. Essa erotização precoce se torna assim responsável por uma sexualidade também precoce que pode resultar em uma gravidez na adolescência ou a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. As transformações ocorridas na sociedade e o aumento da diminuição da idade para pais e mães é um dos fatores de tanta permissividade com a vida sexual dos filhos. Os motivos citados englobam as palavras de Almeida, 2003:
Trata-se de uma procura de identidade, identidade que encontram no seu papel de grávidas.
É o uso do sexo com fins não sexuais. Trata-se, algumas vezes, de afirmar sua feminilidade, de competir com a mãe, ou, então, de ter algo em comum com a mãe; outras vezes, é a vontade de magoar seriamente o pai; em algumas, parece à necessidade de autopunição [...] pelo contrário, noutros casos, parece haver necessidade de compensação de carências afetivas. Raparigas que antes de engravidar não se sentiam gente e que procuraram uma identidade, tornando-se alguém desde que passam a ser mãe de alguém. A curiosidade, o desejo de correr riscos ou de agir contra as normas estabelecidas – a cultura, a escola e a sociedade – ou, ainda, uma vontade invencível de emancipação, são outras tantas razões
Ainda adentrando a temática das diversidades podemos reconhecer que as questões de orientação sexual ainda são tabu entre a maioria dos professores. Segundo o documento Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) quando se trata de opção ou orientação sexual deve-se levar em consideração que uma sexualidade saudável pode ser considerada como um fator essencial e benéfico à vida do ser humano. Porém o tema ser abordado de forma responsável e com um olhar crítico que vá para além da opção como razão de vida para muitos alunos. 
Ao tratar do tema Orientação Sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes
(BRASIL, 2000, p. 73).
O profissional de Serviço Social dentro da temática da sexualidade está preparado para uma abordagem do tema dentro das escolas públicas através de orientações que objetivam a freqüência e a permanência dos alunos que se encontram com seus direitos violados seja devido à orientação sexual ou a uma gravidez precoce não planejada.
	Mais um fator que requer um olhar crítico e profissional do Assistente Social refere-se à violência entre alunos e entre alunos/professores principalmente em escolas públicas. Essa temática está presente em todas as relações sociais, como família, escola, locais de trabalho e sociedade em geral. A violência pode ser entendida como a visão lógica do individualismo e as conseqüentes disputas por reconhecimento e afeta os quatro pilares do conhecimento que são:
Aprender a conhecer; 
Aprender a fazer;
Aprender a viver juntos;
Aprender a ser.
Nesse contexto, Chauí, vem embasar que:
A violência se opõe à ética, porque trata seres racionais e sensíveis dotados de linguagem de liberdade como se fossem coisas, isto é, irracionais, mudos, inertes ou passivos. Na medida em que a ética é inseparável da figura do sujeito racional, voluntário, livre e responsável, tratá-lo como se fosse desprovido de razão é tratá-lo não como humano e sim como coisa. 
Explicar a violência é uma tarefa complexa que requer um olhar crítico da sociedade uma vez que ela se produz e reproduz com mais ou menos intensidade variando com a faixa etária dos educandos. Podemos perceber que nos dias atuais o aumento da violência se dá pela prática da convivência entre os seres numa disputa derivada das lutas sociais. Já no ambiente escolar,

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