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Normas de Direito Penal

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Normas de Direito Penal 
Incriminadoras: são as que criam crimes e impõem as respectivas sanções. 
Estão contidas na Parte Especial do Código Penal e na legislação penal 
extravagante. 
Os denominados tipos incriminadores possuem dois preceitos: Preceito 
primário e Preceito secundário: 
O preceito primário é aquele encarregado de descrever detalhadamente 
a conduta que se procura proibir ou impor. 
O preceito secundário é aquele que fica encarregado de individualizar a 
pena. 
Primárias ou “preceptum iuris”: são aquelas que descrevem perfeita e 
detalhadamente a conduta proibindo ou impondo; 
Secundárias ou “sanctio iuris”: tem por objetivo a individualização da 
pena em abstrato. 
 
Vejamos a aplicação de ambos: 
Artigo 121. Matar alguém (norma primária) 
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 20 (vinte) anos (norma secundária) 
 
Não incriminadoras: Possuem tais finalidades, como: 
1) Tornar licitas determinadas condutas; 
2) Afastar a culpabilidade do agente, como no caso de isenção de penas; 
3) Esclarecer determinados conceitos; 
4) Fornecer princípios penais para a aplicação da lei penal. 
Há outro critério classificativo das normas penais não incriminadoras, 
como: a) permissivas; b) explicativas e c) complementares 
 
a) Permissivas: 
Podem ser: 
Justificantes: afasta a ilicitude da conduta do agente, por exemplo: 
Arts. 23, 24e 25 do CP. 
Exculpantes: elimina a culpabilidade, isentando o agente de pena, por 
exemplo: art. 26 “caput” e 28 do CP. 
 
b) Explicativas: visam esclarecer ou explicitar conceitos. P. ex. os 
arts. 327 e 150, § 4º, do Código Penal, quando tratam sobre o conceito 
de “funcionário público” e de “casa”. 
 
c) Complementares: fornecem princípios gerais para a aplicação da lei 
penal. P. ex. o art. 59, do CP, quando trata sobre a aplicação de pena. 
Norma penal em Branco: 
Algumas vezes, o preceito primário (onde está descrita a conduta) de um 
delito não está completo. 
 
Veja o exemplo do art. 33 da Lei 11.343/06: 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, 
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou 
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
Sabemos que é crime vender droga. Mas, o que é droga? Maconha é 
droga? Cerveja é droga? Para saber o que posso ou não vender 
(transportar, preparar etc.), preciso saber o que é droga. Não há como 
deixar a definição a cargo do juiz. Por isso, há um rol das drogas 
proibidas, para fins de incidência do art. 33, na Portaria n. 344/98/MS, 
que, dentre as substâncias proibidas, traz o THC, substância presente na 
maconha. Por isso, é considerado tráfico de drogas o seu comércio. 
Como o art. 33, por si só, não é aplicável, necessitando de complemento, 
dizemos que se trata de norma penal em branco. As normas penais em 
branco podem ser: 
a) homogêneas: quando o complemento é oriundo da mesma fonte 
legislativa que editou a norma em branco. Exemplo: o 
art. 237 do CP assim prevê: “Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo 
a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”. No 
entanto, o CP não diz quais são as causas de impedimento, sendo 
necessário o complemento do art. 1.521 do CC. Como o CC e o CP são 
oriundos da mesma fonte legislativa – lei em sentido estrito editadas 
pelo Congresso Nacional -, dizemos que a o art. 237 é norma penal em 
branco homogênea. Há quem as divida, ainda, em homovitelinas e 
heretovitelinas. A norma penal em branco homogênea homovitelina 
(ufa!) ocorre quando o complemento está dentro da própria lei da norma 
em branco. Ex.: no art. 312 do CP, está tipificado o peculato, crime 
praticado por funcionário público, e, no próprio CP, no art. 327, está o 
conceito de funcionário público. Já a heterovitelina ocorre quando o 
complemento está em lei diversa, como no exemplo do art. 237, visto 
anteriormente 
 
b) heterogêneas: há ainda a norma penal em branco heterogênea, 
hipótese em que o complemento é oriundo de fonte legislativa diversa 
da norma em branco. Ex.: o art. 33 da Lei 11.343/06, lei oriunda do 
Congresso Nacional, e a Portaria n. 344/98/MS, proveniente do Poder 
Executivo 
 
 
Lei Penal Incompleta quando ela pender de complementação 
normativa/valorativa, ou seja, mesmo havendo descrição da conduta 
proibida, deve-se ter, necessariamente, algum complemento vindo de 
outra norma, para que, assim, possa-se entender, efetivamente, o limite 
da proibição. 
Antinomia: É quando há duas normas incompatíveis, pertencentes ao 
mesmo ordenamento jurídico e tendo o mesmo âmbito de validade. Ou 
seja, para facilitar, quando uma norma jurídica vigente diz que se deve 
fazer algo de determinada maneira e ao mesmo tempo tem outra que diz 
que é preciso fazer de outra forma. 
Para resolver o problema da antinomia, Bobbio propõe a aplicação de 
alguns critérios: 
 
1. Critério cronológico (ver qual é mais antiga e se a segunda não revogou a 
anterior); 
 
2. Critério hierárquico (aplicar a sistema hierárquico das normas segundo a 
visão piramidal de Kelsen); 
 
3. Critério da especialidade (quando a antinomia não for resolvida pelos 
critérios anteriores, aplica-se o da especialidade, no qual a lei especial 
afasta a aplicação da lei geral). 
 
Interpretação da lei penal: O ato de interpretar é necessariamente 
feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega 
num resultado. 
 
1 - Interpretação quanto ao Sujeito (também chamada de origem): 
 
A) Interpretação autêntica (ou legislativa): 
É aquela fornecida pela própria Lei. Exemplo, o artigo 327 do Código 
Penal dá o conceito de Funcionário Público: 
 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego 
ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
Entretanto, a interpretação autêntica se subdivide em: 
A. I) Contextual: quando editada conjuntamente com a norma penal que 
a conceitua (artigo 327 CP). 
A. II) Posterior: quando Lei distinta e posterior conceitua o objeto da 
interpretação (muito comum em norma penal em branco). 
B) Interpretação doutrinária ou científica: 
É aquela feita pelos estudiosos (exemplo livro de doutrina). 
 
C) Interpretação jurisprudencial: 
É o significado dado às Leis pelos Tribunais. Pode ter caráter vinculante. 
 
2 - Interpretação quanto ao Modo. Pode ser: 
 
A) Gramatical (filológica/literal): O interprete considera o sentido literal 
das palavras. 
 
B) Teleológico: O interprete perquiri a intenção objetivada na Lei. Por 
exemplo, os artigo 319-A e 349-A do Código Penal dizem: 
 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de 
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de 
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o 
ambiente externo. 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a 
entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou 
similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Os artigos nada falam de chips, carregadores, baterias de celular. O 
Supremo Tribunal Federal fazendo uma interpretação teleológica decidiu 
que a intenção é coibir qualquer comunicação de dentrodo presídio com 
o ambiente exterior, tais acessórios servem para isso, portanto seriam 
passíveis das iras dos respectivos artigos. 
C) Sistemática: Interpretação em conjunto com a legislação em vigor e 
com os princípios gerais do direito. Exemplo: o artigo 44 do Código 
Penal não permite penas alternativas quando o crime é doloso cometido 
com violência. Porém no caso de crime doloso com violência que incida 
nos casos de menor potencial ofensivo (lesão corporal leve), a pena 
alternativa é incentivada tendo em vista a interpretação sistemática 
do Código Penal e da Lei 9.099/95. 
 
D) Progressiva (ou evolutiva): Busca o significado legal de acordo com o 
progresso da ciência. Exemplo: Muitos entendem que a Lei Maria da 
Penha deve amparar o transsexual (homem que passou pelo 
procedimento clínico de mudança de sexo). 
 
3 - Interpretação quanto ao Resultado: 
A) Declarativa (ou declaratória): Aquela que a letra da Lei corresponde 
exatamente aquilo que o legislador quis dizer, nada suprimindo, nada 
adicionando. 
B) Restritiva: A interpretação reduz o alcance das palavras da Lei para 
corresponder a vontade do texto. 
C) Extensiva: Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda à 
vontade do texto. 
 
‘’In duvio pro reo’’: Também conhecido como princípio do favor rei, 
o princípio do “in dubio pro reo” implica em que na dúvida interpreta-se 
em favor do acusado. Isso porque a garantia da liberdade deve 
prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado. 
 
Analogia: - in bonam partem: quando o sujeito é beneficiado pela sua 
aplicação: 
- in malam partem: quando o sujeito é prejudicado pela sua aplicação.