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DIREITO CAMBIÁRIO E CONTRATOS COMERCIAIS Títulos de Crédito É o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado. Características: Cartularidade Autonomia; Literalidade. Tais características também são chamadas de “Rigor Cambiário”, pois estas são necessárias para constituir um título de crédito legítimo. Classificações Quanto a relação fundamental: Abstrato (letra de câmbio e nota promissória) Causal (cheque e duplicata mercantil) Quanto ao modelo: Livre (letra de câmbio e nota promissória) Vinculado (cheque e duplicata mercantil) Quanto a estrutura: Ordem de pagamento Promessa de pagamento Quanto a circulação: Ao portador (não tem nome do beneficiário) Nominais (título que tem o nome do beneficiário) Títulos Nominativos À ORDEM Circulação normal: endosso. NÃO À ORDEM Não pode ser endossado. Observar a “cláusula não à ordem”: a circulação muda através de cessão civil de créditos. As partes tem que concordar. Requisitos de Validade REQUISITOS EXTRÍNSECOS: (RIGOR CAMBIÁRIO) Denominação (nome do título) Objeto da prestação ($ representado no título) Data de emissão Nome do beneficiário Assinatura do sacador (emitente) REQUISITOS INTRÍNSECOS: Capacidade das partes Objeto lícito Forma prevista ou não defesa em lei Espécies de Títulos de Crédito PRÓPRIOS (letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata mercantil) IMPRÓPRIOS (documentos que obrigam uma pessoa a legitima a determinada coisa. Não tem todas as características de câmbio. Exemplo são os títulos de representação, de financiamento, dentre outros). LETRA DE CÂMBIO É uma declaração de ordem de pagamento em favor de determinada pessoa. As declarações são escritas em papel com duas superfícies. Possui rigor cambiário, sendo imprescindível a presença dos requisitos de validade. SUJEITOS DA LETRA DE CÂMBIO Sacador: quem emite a L.C Sacado: quem é indicado para pagamento. Tomador ou beneficiário: pessoa que recebe o valor descrito na L.C. Espécies de Letra de Câmbio LETRA DE CÂMBIO COM DATA CERTA Possui a data de vencimento expressa na L.C. LETRA DE CÂMBIO A CERTO TERMO DE DATA Previsão de um período de tempo, contados a partir da data da emissão. LETRA DE CÂMBIO À VISTA Vence no ato da apresentação. LETRA DE CÂMBIO A CERTO TERMO DE VISTA Previsão de um período de tempo, contados a partir da data de aceite da L.C. Endosso da Letra de Câmbio É uma assinatura que possui a função de transferir a letra de câmbio. Envolve o endossante (aquele que transfere a L.C) e o endossatário (aquele que recebe o título de crédito através de endosso). Espécies de Endosso ENDOSSO EM BRANCO Quando o endossante não indica o nome do endossatário. ENDOSSO EM PRETO Quando o endossante indica o nome do endossatário. Efeitos do Endosso Como efeito principal tem-se a de transmitir os direitos emergentes da letra, tornando por via de dispositivo legal o endossante solidariamente responsável no título. TRANSFERÊNCIA DO TÍTULO E DIREITOS EMERGENTES O endossatário passa a ser titular dos direitos do crédito como se fosse originariamente. E, devido ao princípio da autonomia das obrigações cambiárias, o direito adquirido é autônomo. As relações do endossatário são apenas com o endossante. Efeitos do Endosso RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE Ao lançar sua assinatura no título o endossante garante o pagamento do referido título – assim como todos os demais que assinarem. O lançamento do ensosso no título determina a formação da cadeira de endossos e caso o título não seja aceito ou pago no vencimento, o endossatário pode reclamar seus direitos de todos os coobrigados. PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO Possibilitada pela LUG, sua inserção significa que a letra não possa mais continuar circulando Observação: Endosso parcial é NULO. (art.12 da LUG). Modalidades de Endosso ENDOSSO MANDATO OU PROCURAÇÃO (Art.18, LUG) Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar“, "por procuração", ou qualquer outra menção que implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só pode endossá-la na qualidade de procurador. ENDOSSO CAUÇÃO, PIGNORATÍCIO OU GARANTIA (Art.19) Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração. Modalidades de Endosso ENDOSSO POSTERIOR AO VENCIMENTO DA LETRA, TARDIO OU PÓSTUMO (Art.20, LUG) O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos. ACEITE É a assinatura do sacado transformando o mesmo no principal devedor da letra. É a concordância do indicado para pagamento, em cumprir com a obrigação. APRESENTAÇÃO PARA ACEITE (PRAZOS) L.C com data certa = data definida. L.C a certo termo de data = até a data do vencimento. L.C à vista = no ato. L.C a certo termo de vista = 1 ano da data da emissão. ACEITE Quem pode apresentar? O legítimo portador da L.C. Recusa do aceite Gera o vencimento antecipado da L.C, que deve ser caracterizado pela realização do protesto por falta de aceite. Cláusula não aceitável / Cláusula Proibitiva Sua inclusão na L.C evita que a recusa do aceite ocasione o vencimento antecipado. Determina que a apresentação ocorra no vencimento da L.C. ACEITE Restituição da Letra de Câmbio Deve ser realizada instantaneamente com ou sem o aceite. Irretratabilidade do Aceite O aceite não admite arrependimento. Aceite qualificado: Sob condição: aceita para data diferente da prevista. Limitado: aceite valor inferior total da L.C. AVAL É uma assinatura prestada por uma pessoa denominada avalista, em favor de outra pessoa denominada avalizado. Função: Acrescentar ou aumentar o número de coobrigados cambiários. Quem pode ser avalista? Quem tem capacidade civil e/ou comercial. Não há necessidade de outorga uxória (aval do cônjuge). Espécies de Aval AVAL EM PRETO Quando o avalista indica o nome do avalizado. AVAL EM BRANCO Quando o avalista não indica o nome do avalizado. Neste caso, a LUG determinada que o avalizado na L.C é o sacador. AVAL PARCIAL OU LIMITADO É admitida pela legislação vigente. AVAL POSTERIOR AO VENCIMENTO Não tem validade como aval (NULO). AVAL SIMULTÂNEO quando um avalizado possui diversos avalistas. AVAL SUCESSIVO Quando uma pessoa é avalista e avalizado ao mesmo tempo. VENCIMENTO É a data na qual deve ocorrer o cumprimento da obrigação representada na L.C. Espécies de Vencimento TIPOS DE VENCIMENTO ORDINÁRIO L.C com data certa; L.C a certo termo de data; L.C à vista; L.C a certo termo de vista. Espécies de Vencimento TIPOS DE VENCIMENTO EXTRAORDINÁRIO Recusa do aceite; Decretação de falência. PAGAMENTO Trata-se do cumprimento da obrigação representada na L.C. Necessidade de apresentação: O legítimo portador tem o dever de apresentar a L.C para recebimento, sob pena de perda do direito de cobrar. Dia da apresentação: No vencimento ou num dos 2 dias subsequentes. Espécies de Pagamento ANTECIPADO Só desonera efetivamente o devedor na data do vencimento. PARCIAL Só é admitido até o vencimento da L.C. A partir do vencimento, o pagamento somente é admitido perante o valor integral da letra. NO VENCIMENTO É o pagamento que, sendo realizado pelo devedor principal, extingue a relação cambial. Efeitos do Pagamento EXTINGUE A RELAÇÃO CAMBIAL (EXTINTIVO) Extingue a relação cambial. Ocorre quando o pagamento é realizado pelo devedor principal. RECUPERATÓRIO Admite que aquele que pagou, cobre os coobrigados anteriores. Ocorre quando opagamento é realizado por um coobrigado da L.C. PROTESTO É um ato praticado pelo credor, perante cartório competente, com a finalidade de acrescentar ao título de crédito prova de suma relevância para as relações cambiais. LEGISLAÇÃO: LEI nº 9.492/97. Formas de Protesto POR FALTA DE ACEITE Caracteriza uma forma de vencimento antecipado em razão da recusa do aceite. POR FALTA DE DATA DO ACEITE Quando o sacado não menciona a data na qual aceitou o título, ficando o título, sem data de vencimento. POR FALTA DE PAGAMENTO Este possibilita a interposição de regresso contra sacador, endossantes e avalistas (ação cambial). Espécies de Protesto PROTESTO NECESSÁRIO Quando é requisito para ingressar com ação cambial. Deve ser feito dentro do prazo legal. PROTESTO FACULTATIVO Efetuado contra aceitante e respectivos avalistas, tem função meramente probatória e apenas constitui o devedor em mora. Informações adicionais sobre Protesto CLÁUSULA SEM PROTESTO OU SEM DESPESAS: Pode ser inserida na L.C e torna desnecessário para o ingresso de ação cambial contra os coobrigados. CANCELAMENTO DO PROTESTO: Ato que pode ser administrativo ou judicial. SUSTAÇÃO DO PROTESTO: Ato que só pode ser judicial, através de uma tutela de urgência para evitar que o protesto seja efetivado. Não possui previsão legal específica. AÇÃO CAMBIAL É a ação destinada à cobrança dos Títulos de Crédito, possuindo procedimento regulado pelo CPC. O devedor é citado para pagar em 3 dias, através de mandado de citação, penhora e avaliação; É possível o pagamento de 30% do valor total e parcelamento do restante em 6 parcelas iguais. Não sendo realizado o pagamento, será feito a penhora dos bens, para garantir a dívida; Posteriormente, sem acordo, os bens poderão ser vendidos judicialmente e o dinheiro revertido para cobrir a dívida existente. Espécies de Ação Cambial AÇÃO DIRETA Quando proposta contra o devedor principal e/ou seus avalistas. AÇÃO INDIRETA Também denominada de “regresso”, pois é proposta contra os demais coobrigados (sacador, endossantes e seus avalistas). Documentos necessários para ingressar com a ação Título Executivo Extrajudicial; Planilha de débito; Protesto (se for necessário); Procuração; Contrato Social (se for o caso); Guia de custas (se não tiver AJG ou for JEC). Defesa na ação e Inoponibilidade das Exceções DIREITO PESSOAL DO RÉU X AUTOR Sempre que existir relação direta entre exequente e executado, existe direito pessoal entre eles. Em se tratando de terceiro, vige o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais (terceiro de boa-fé). DEFEITO DE FORMA DO TÍTULO Atinge a aparência do título. É a defesa alegando falta de rigor cambiário. FALTA DE REQUISITO PARA EXERCÍCIO DA AÇÃO Tem natureza processual, no qual a ação é derrubada sem ter entrado no mérito da demanda pela falta de pressupostos processuais. Embargos à Execução Matéria de defesa, não é necessário a efetivação da penhora ara que possa apresentar tal defesa. é a ação proposta, pelo devedor, para exonerar-se da execução de suas dívidas pelo credor. Pode conter efeitos suspensivos, ao passo que o juiz determinará, em caso de acolhimento, o cancelamento da penhora, caso este tenha se efetivado. Poderá o executado, oferecer caução, em se tratando de dívida legítima, porém, o bem é impenhorável. Prescrição Após prescrito, o título perde sua validade como tal, servindo de meio de prova para ingresso de ação de cobrança e/ou monitória. Prazos: art.70 da LUG. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento. CONTRA O ACEITANTE E SEU AVALISTA: 03 anos do vencimento. ENDOSSANTES, SACADOR E RESPECTIVOS AVALISTAS: 01 ano do protesto ou, se possuir a cláusula sem protestos ou sem despesas, 01 ano do vencimento. COOBRIGADO QUE PAGOU E VAI COBRAR OS COOBRIGADOS ANTERIORES (REGRESSIVA) 06 meses do dia do pagamento. NOTA PROMISSÓRIA É uma declaração de promessa de pagamento realizada pelo emitente/devedor em favor do tomador/credor. LEGISLAÇÃO: LUG (arts.75 a 78) Características da Nota Promissória Extremamente formal (rigor cambiário); Ato unilateral da vontade do emissor que faz nascer a nota promissória; Nota promissória difere da Letra de Câmbio, pois a primeira é promessa de pagamento e a segunda é ordem de pagamento; Possui duas relações: emitente e beneficiário. Requisitos da Nota Promissória Denominação do título “Nota Promissória”. A promessa pura e simples de pagar a quantia determinada; Deve conter: nome do beneficiário, indicação da data do saque e assinatura do emitente; Deve ter a época do pagamento, a indicação do lugar em que deve se efetuar o pagamento, e o lugar da emissão do título. Nota Promissória a certo termo de vista Modalidade introduzida pela LUG que exige a apresentação da Nota Promissória ao emitente para visá-la, a fim de que se conte o prazo para vencimento da mesma. Portanto, o vencimento da Nota Promissória é a certo termo de vista. Aceite x Visto O aceite representa a assunção da obrigação de pagar por parte do sacado. O visto marca o início do prazo, terminado o qual aquela obrigação deve ser cumprida. Regras aplicáveis à NP Saque; Endosso; Aval; Vencimento; Pagamento; Protesto; Ação cambial; Prescrição. Regras não aplicáveis à NP Recursa parcial; Vencimento antecipado; Prazo para apresentação de aceite; Cláusula não aceitável. CHEQUE É uma ordem de pagamento à vista, direcionada ao sacado, que tem fundos disponíveis do emitente em seu poder. O emitente possui um contrato prévio com uma instituição financeira, que é o sacado nessa relação. Possui legislação específica (lei dos cheques) PARTES: Emitente ou sacador (emissor do cheque/dono); Sacado (Instituição financeira); Tomador (pessoa favorecida pela ordem) Pressupostos para Emissão Está definido no Art.1º da Lei do Cheque. São eles: Palavra “cheque” inserida no texto; Ordem incondicional de pagar quantia determinada. A quantia será expressa em algarismos e por extenso. Nome do sacado, banco ou instituição financeira; Nome do beneficiário (cheques com valor acima de R$ 100,00 é obrigatório); Lugar do pagamento; Data e lugar da emissão; Assinatura do emitente. Data e Lugar da Emissão do Cheque A data da emissão serve para determinar a capacidade do emitente, é o termo inicial do prazo de apresentação Para cheques de mesma praça, o prazo é 30 dias. Para cheques de praça diferente, o prazo é 60 dias. A grafia errônea do dia da emissão não invalida o cheque. O cheque apresentado antes da data indicada é pagável no dia da apresentação. Assinatura do Emitente É pessoal ou através de mandatário; Quando a assinatura do emitente é falsificada, a responsabilidade pelo pagamento do cheque é, em princípio do banco; Se o emitente morrer ou tornar-se incapaz, o cheque continua válido. Endosso do Cheque É admitida a inclusão de cláusula não à ordem, caso em que a transferência do cheque terá efeito de cessão civil de créditos. O endosso parcial é NULO. No cheque também há endosso-mandato e o endosso póstumo. Aval do Cheque Pode ser prestado ao emitente, ao beneficiário ou ao endossante; O aval deverá ser lançado no anverso do título e assim será considerada qualquer assinatura lançada aí que não seja do emitente; Se não houver indicação do avalizado, considera-se que o aval foi dado em favor do emitente; Os avais em branco são considerados simultâneos e o avalista que pagar tem ação regressiva contra os demais. Apresentação e Pagamento A apresentação deve obedecer os seguintes prazos: 30 DIAS DA EMISSÃO: Para cheques da mesma praça; 60 DIAS DA EMISSÃO: para cheque de praça diferente. Se o portador não apresentar o cheque no prazo, não poderá executar o sacador se este teve fundos disponíveis durante o prazo e deixou de tê-los depois. Sustação do Cheque A sustaçãodo cheque tem como objetivo, impedir a liquidação do cheque, pelo sacado (instituição financeira), pressupondo que até a data de sustação a liquidação não ocorreu. Formas de Sustação CONTRA-ORDEM OU REVOGAÇÃO somente poderá ser realizada pelo emitente do cheque e só produz efeitos após expirado o prazo de apresentação do título. OPOSIÇÃO pode ser realizada pelo emitente ou pelo legítimo portador, visando evitar a realização do pagamento do cheque para pessoa que não seja seu legítimo beneficiário, gerando efeitos imediatos. Prescrição do Cheque Prazo: 06 MESES contados do término do prazo para apresentação. Cheque de mesma praça: 06 meses + 30 dias Cheque de praça diferente: 06 meses + 60 dias Modalidades de Cheque CHEQUE VISADO Quando o sacado, a pedido do emitente ou do portador, lança um visto no verso do cheque, que não pode ser ao portador nem estar endossado. Este visto obriga o sacado a debitar na conta do emitente a quantia indicada no cheque, reservando a quantia ao portador durante o prazo de apresentação. Não apresentado o cheque, a quantia reservada volta à conta corrente do emitente. O cheque ainda poderá ser pago, porém, como um cheque comum. Trata-se de uma modalidade que apresenta uma garantia do pagamento na data de vencimento. CHEQUE CRUZADO O emitente ou o portador lança dois traços paralelos na face do cheque, e o mesmo só poderá ser depositado na conta, mediante crédito em conta. O cheque cruzado não poderá ser pago em dinheiro. A finalidade é prevenir extravios, porque será sempre possível identificar o apresentante. O fato de o cheque ter sido cruzado não impede sua circulação via endosso, ou pela simples tradição. O depósito é obrigatório ao último portador. CHEQUE PARA SER CREDITADO EM CONTA emitente ou o portador proíbem que o cheque seja pago em dinheiro, mediante inscrição, na face do título, da expressão para ser creditado em conta. CHEQUE ADMINISTRATIVO Emitido pelo banco sacado para liquidação realizada por uma de suas agências. Tem como pressuposto, ser nominativo. Concede maior segurança para recebimento de valores. Neste caso, o cheque deixa de ser ordem de pagamento e passa a ser promessa de pagamento. Cheques pré-datado e pós-datado CHEQUE PRÉ-DATADO A data lançada é anterior a data da real emissão – não possuindo utilização. CHEQUE PÓS-DATADO A data lançada no título é posterior a data de emissão. Este procedimento não tem reconhecimento na Lei do Cheque. VER SÚMULA 370 DO STJ Ação por falta de pagamento O portador tem a ação de execução para haver a importância do cheque, que pode ser movida contra qualquer coobrigado, antes da prescrição do cheque. Para cobrar do emitente e seu avalista, está o portador dispensado de protesto, sendo recomendável que prove ter apresentado o cheque para cobrança no prazo da apresentação. Só será obrigatório o protesto para pedido de falência. Ação de Enriquecimento O ingresso desta ação tem o prazo prescricional de 02 anos a contar do dia em que se consumar a prescrição da ação executiva. Pode ser dirigida contra o emitente e demais coobrigados. Há necessidade da prova do prejuízo ocorrido em razão do não pagamento do cheque. *Esta ação não exclui a possibilidade da ação ordinária de cobrança ou ação monitória.* Protesto do Cheque O cheque admite protesto por falta de pagamento, mas trata-se de um protesto facultativo pois o carimbo da Instituição Financeira em razão da insuficiência de fundos supre a necessidade do protesto para o ingresso da ação cambial contra os coobrigados. A única situação em que o protesto é necessário, quando o título for usado para requerer falência de um empresário com base na impontualidade. DUPLICATA MERCANTIL É um título de crédito que representa um crédito derivado de um contrato de compra e venda mercantil a prazo ou de prestação de serviços. O vendedor emite a duplicata contra o comprador que, mediante aceite, reconhece a dívida líquida e certa e promete pagá-la. Não há figura do tomador/beneficiário, pois o saque é feito em favor do próprio sacador. Características É um título causal. Torna-se abstrata quando endossada e o portador não pode opor ao devedor as exceções que oporia ao credor originário. A extração da fatura é obrigatória em todos os contratos de compra e venda mercantil com prazo igual ou maior que 30 dias, enquanto a emissão da duplicata é facultativa. A fatura comprova a compra e venda e seu número deve constar na duplicata. A duplicata emitida sem corresponder a uma fatura, é chamada de fria/simulada, é irregular, tipificada como crime no CP. A duplicata não pode estar vinculada a mais de uma fatura concomitantemente. Modalidades de Vencimento Com dia certo. À Vista: o aceite é absolutamente prescindível. Na duplicata, o sacado é obrigado cambial independente do aceite. Para empresários que emitem duplicatas, é obrigatório constarem no Livro de Registro. Utiliza-se a duplicata virtual atualmente, através de meios magnéticos. Legislação Aplicável Possui lei específica: Lei da Duplicata (Lei nº 5.474/68). LUG – aplicabilidade de forma subsidiária. Requisitos da Duplicata Denominação “Duplicata”; Data da emissão; Número de ordem; Número da fatura correspondente; Data do vencimento ou a declaração de que é à vista; Nome e domicílio do vendedor e do comprador; A importância a pagar, em algarismos e por extenso; O lugar do pagamento; A declaração de reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial. A assinatura do emitente. ACEITE O aceite na duplicata, é OBRIGATÓRIO, admitindo-se recusa conforme a lei das duplicatas. Havendo cumprimento do contrato que originou a duplicata, a simples emissão do referido título vincula o comprador, sendo dispensável a assinatura no título. A duplicata é título de aceite obrigatório, e descabe aceite qualificado (parcial), pois o valor contido na duplicata corresponde ao valor da compra e venda. A duplicata deverá ser remetida ao sacado diretamente pelo vendedor ou por representante, que tem sido os bancos. (os bancos possuem duplicata mediante endosso-mandato). O prazo para apresentação direta é de 30 dias da emissão!!! Pelo banco é 10 dias a contar do recebimento. Motivos legais para que o sacado recuse o aceite AVARIA OU NÃO RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS, no caso de entrega por conta do devedor. Se ficou a cargo do credor o envio, este não pode alegar avaria ou não-recebimento; VÍCIOS, DEFEITOS E DIFERENÇAS na qualidade ou na quantidade de mercadorias; DIVERGÊNCIA NOS PRAZOS E NOS PREÇOS AJUSTADOS. Motivos legais que o aceite seja recusado na duplicata de prestação de serviços Quando não corresponder aos serviços efetivamente prestados. Quando houver vícios ou defeitos na qualidade dos serviços; Quando houver divergências nos preços ou nos prazos ajustados. Espécies de Aceite ORDINÁRIO assinatura do devedor no inferior, lado esquerdo do título. POR PRESUNÇÃO Quando o comprador recebe as mercadorias sem fazer qualquer oposição. É a tendência, em virtude da maioria das duplicatas ser do tipo magnética. POR COMUNICAÇÃO Não muito utilizado, quando o comprador retém o título e comunica a retenção e o aceite. Vencimento da Duplicata DUPLICATA COM VENCIMENTO À VISTA nas duplicatas à vista, o aceite é prescindível. Isto porque a duplicata é conduzida para pagamento e não para aceite. DUPLICATA COM VENCIMENTO A DIA CERTO a presença do aceite se faz obrigatória. Pagamento da Duplicata Pode ocorrer antes do aceite ou do vencimento, desde que seja de boa-fé, pois a duplicata é um título de resgate. No ato do pagamento, a duplicata deverá ser devolvida. Aval e Endosso de duplicata seguem as regras da Letra de Câmbio dispostas na LUG. O aval dado após o vencimento é válido. O aval em branco = em favor do sacado. Duplicata de Prestação de Serviços Disposta nos arts 20 e seguintes da Lei das Duplicatas.Aplicam-se as mesmas disposições da duplicata mercantil. Protesto da Duplicata A natureza da espécie do contrato é determinada pelas circunstâncias nas quais o título é levado ao protesto, podendo ocorrer por falta de aceite, falta de devolução ou de pagamento. É necessário para o portador cobrar dos demais coobrigados, caso em que o prazo para realização do protesto é de 30 dias a contar do vencimento. Espécies de Protesto PROTESTO POR FALTA DE ACETE O sacador, com título na mão, o leva a protesto por falta de aceite. PROTESTO POR FALTA DE DEVOLUÇÃO Quando o sacado retém a duplicata e comunica ao vendedor, por epístola, que firmou o aceite. PROTESTO POR FALTA DE PAGAMENTO É realizado após o vencimento do título, no prazo assinalado no art.13 da Lei de Duplicatas. Ação de Execução e Defesa Para propor ação de execução, o credor deverá apresentar a duplicata aceita ou, se não aceita, acompanhada de instrumento de protesto, de documento que comprove a entrega e o recebimento da mercadoria. Para fins de defesa, o sacado poderá alegar as causas do art.8º (motivos legais para recursar o aceite) ou ainda, eventuais causas extintivas da obrigação, além de defeitos formais no título. Prescrição A AÇÃO DE EXECUÇÃO DA DUPLICATA PRESCREVE EM: 3 anos, contados do vencimento (contra sacado e seus avalistas); 1 ano, contado do protesto (contra os demais coobrigados, endossantes e seus avalistas); 1 ano, contado do pagamento (coobrigados, uns contra os outros). Triplicata Constitui, em realidade, uma 2ª via da duplicata, sendo emitida quando ocorrer a perda ou extravio da duplicata. Todavia, se a duplicata já tiver circulando, será cabível ação de anulação. AÇÃO DE COBRANÇA: A jurisprudência do STF entende que a duplicata sem aceite, desde que protestada e comprovada a entrega de mercadorias, é título hábil para a ação executiva, bem como para o requerimento da falência. OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITO São documentos que não representam uma verdadeira operação de crédito, mas que garantem diversas espécies de crédito, não reunindo as características dos verdadeiros títulos de crédito (rigor cambiário). Classificação Classificam-se em: TÍTULOS DE CRÉDITO PRÓPRIOS Aqueles que possuem natureza essencialmente comercial e características de títulos de crédito. TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS São títulos de crédito que não encerram verdadeira operação creditícia. São causais, pois são aqueles vinculados a uma causa. Espécies de Títulos Impróprios TÍTULOS DE LEGITIMAÇÃO São títulos que conferem ao portador a prestação de serviços, participação em agremiações e o ingresso em eventos destinados a pagantes. Não são títulos autênticos porque não são suscetíveis de endosso, apenas conferíveis ao portador. Exemplo: passagem aérea, ingresso de cinema, teatro, etc. TÍTULOS REPRESENTATIVOS São títulos que servem de instrumento representativo de mercadorias e outros bens, os quais estão custodiados. Também são chamados de títulos de tradição. Através destes títulos, incorpora-se ao documento representativo um direito sobre a coisa. Proprietário do bem é quem o título, podendo ser negociado e, neste caso, devendo ocorrer a entrega do bem, juntamente com o título. Podem ser: Títulos representativos de mercadorias depositadas Títulos representativos de mercadorias transportadas TÍTULOS DE FINANCIAMENTO Também denominados títulos de investimento, são títulos que representam crédito concedido por instituições financeiras, sedo que a garantia é prestada no próprio título, documento no qual é concedido o financiamento. Podem ser rurais, comerciais ou industriais. Títulos de financiamento podem ser: Cédula e nota de crédito rural; Cédula e nota de crédito industrial; Cédula e nota de crédito comercial; Cédula e nota de crédito à exportação; Cédula hipotecária. CONTRATOS COMERCIAIS Contrato é o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Dessa forma, afirma-se que o contrato tem o condão de estabelecer obrigações que são assumidas pelas partes que contratam. Requisitos dos Contratos Capacidade plena dos contratantes; Consentimento (tácito ou expresso); Objeto lícito; Forma não prescrita ou não defesa em lei. Princípios Contratuais Liberdade de contratar; Boa-fé; Interpretação favorável ao aderente; Nulidade de cláusulas. Contratos Atípicos São contratos que advém da prática e são inerentes ao direito empresarial, não possuem legislação específica e são admitidos pelo art.425, CC. A desconstituição do vínculo contratual relaciona-se às causas de desconstituição das obrigações, podendo ocorrer: Resolução; Resilição (unilateral ou bilateral). Classificações QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES: -Unilateral; -Bilateral. QUANTO À ONEROSIDADE: -Gratuito; -Oneroso. QUANTO À FORMA: -Solene; -Não solene. QUANTO À REGULAMENTAÇÃO LEGAL: -Típicos; -Atípicos. QUANTO AO PRAZO: -Determinado; -Indeterminado. QUANTO AO OBJETO: -Principal; -Acessório. COMPRA E VENDA MERCANTIL É o contrato através do qual uma das partes compromete-se a pagar o preço em troca do recebimento de certo bem. Caracteriza-se como mercantil quando as duas partes são empresários e o objeto da contratação envolve bem destinado para revenda. Fundamentação legal: Art.481 do CC. Características CONSENSUAL; BILATERAL; ONEROSO. Elementos do Contrato de Compra e Venda Mercantil COISA (certa, determinada e disponível); PREÇO (definido, determinado ou determinável); CONSENTIMENTO (vontade das partes e capacidade civil e comercial). Forma do Contrato A regra geral é da inexistência de forma determinada, admitindo-se, inclusive, a forma verbal. Somente a contratação que envolve bem imóvel, exige forma específica, sendo contrato solene. (Escritura pública). A venda pode envolver: Amostras (fragmento ou porção do objeto) Protótipo (exemplar do bem a ser alienado) Modelo (objeto em pequena escala) Cuidar!!! A negociação de bem imaterial recebe a denominação de CESSÃO. A negociação que envolve objeto futuro constitui venda sob encomenda. O dever de entregar o bem só surge a partir do pagamento do preço integral. CARTÃO DE CRÉDITO “Contrato” através do qual uma pessoa jurídica, obriga-se ao pagamento do crédito concedido a uma pessoa física ou jurídica perante terceiro credenciado na operadora do cartão. Não possui fundamentação legal. Principais características: Contrato inominado, sendo misto de abertura de crédito e prestação de serviços; Em geral, utiliza a técnica de adesão. Titular do Cartão É totalmente desamparado legalmente, sedo que a jurisprudência e o CDC têm possibilitado o equilíbrio das diferenças existentes entre os polos da relação contratual. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA Negócio jurídico do qual um devedor para garantir o pagamento de uma dívida, transmite ao credor a propriedade de um bem, retendo-lhe a posse direta, mediante a resolução de saldá-la. Fundamento Legal Lei 4.728/66 (Lei de Mercados e Capitais); Lei 9.514/97 (Bens Imóveis); Código Civil – Arts.1.361 à 1.368ª (Bens Móveis). Classificação BILATERAL ONEROSO REAL (Extingue a transferência efetiva do domínio) Características Permite a aquisição de bens mediante financiamento, para pagamento parcelado, tendo como garantia o bem objeto do contrato. Pode ter como objeto, bem já pertencente ao devedor; Pode ter como objeto bem móvel e imóvel; O pagamento total das obrigações determina a concretização da propriedade do antes denominado devedor, resolvendo-se o domínio. Partes CREDOR FIDUCIÁRIO Recebe a propriedade de um bem em garantia ao pagamento dos valores que foram emprestados, possuindo a posse indireta do bem alienado e domínio resolúvel. DEVEDOR FIDUCIANTE Parte que recebe os valores e aliena a propriedade de um bem como garantia do cumprimento das obrigações, possui a posse direta e é merodepositário do bem objeto do contrato. Mora ou Inadimplemento Contratual Determina o vencimento antecipado das prestações vincendas. Ademais, possibilita o ingresso de ação judicial de busca e apreensão do bem, para vender a terceiros e receber o valor emprestado. Não pode o credor ficar com o bem para haver o pagamento do valor emprestado. Pode o devedor requerer a purgação da mora, mediante depósito judicial do valor integral do débito. Venda do Bem Móvel A alienação do bem pode ocorrer independente de leilão, avaliação ou interpelação do devedor. O valor recebido pela venda deve pagar o montante devido e eventual saldo positivo deve ser colocado a disposição do devedor. Não sendo suficiente o valor recebido com a venda, é cabível ação contra o devedor para saldar os débitos existentes. Bem Móvel A falta de purgação da mora determina a consolidação da propriedade em nome do credo fiduciário. Para imóveis a purgação da mora ocorre mediante depósito no Registro de Imóveis pelo devedor devidamente intimado. ARRENDAMENTO MERCANTIL É também chamado de “Leasing”. É o contrato de locação caracterizado pela faculdade conferida ao locatário de, ao término, optar pela aquisição do bem locado. Fundamentação Legal: Lei nº 6.099/74 (aspectos tributários); Resolução do Banco Central nº 2.309/96. Partes ARRENDADOR OU ARRENDANTE Instituição Financeira. ARRENDATÁRIO Pessoa física ou jurídica que “loca” o bem. FORNECEDOR Tem a posse indireta do bem/objeto (dono). Classificação Bilateral; Oneroso; Consensual. Principais Características Pode ser celebrado tanto por PF como PJ. O objeto do contrato deve ser bens móveis ou imóveis. O contrato é formal, e deve ser observado o disposto no art.5 da Lei 6.099/74. O prazo mínimo é de 03 anos, sendo que para veículos, o prazo é de 02 anos. Súmula 369 do STJ – determina a necessidade de notificação prévia para caracterização da mora. Valor Residual Garantido Trata-se de um valor monetário previsto no contrato e que deve ser pago no momento em que o locatário decide adquirir o bem. Modalidades de Leasing LEASING FINANCEIRO Nítida finalidade de financiamento. Todas as parcelas devem ser pagas, mesmo ocorrendo a devolução do bem antes do prazo ajustado. LEASING BACK O bem é do arrendatário que “vende” para o locador e o recebe de volta. Constitui opção de financiamento para empresários, permitindo a ele transformar o ativo imobilizado em capital de giro. LEASING OPERACIONAL Arrendante (fabricante), sem a intervenção de instituição financeira. Arrendante compromete-se a prestar assistência técnica. Descaracterização do Contrato de Leasing Ocorria pela prática cotidiana de antecipar o pagamento do valor residual garantido. Porém, com o advento da súmula 293 do STJ, dispõe: “A cobrança antecipada do valor residual garantido não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil”. Término do prazo contratual A rigor determina ao locatário optar dentre as seguintes alternativas: O fim do contrato com a devolução do bem; A prorrogação do contrato; A aquisição do bem mediante o pagamento do valor residual garantido. FIANÇA Trata-se de um contrato que ocorre quando uma pessoa presta garantia em favor de outrem, sendo que em ocorrendo o descumprimento da obrigação por parte do garantido, esta restará devidamente cumprida pelo garantidor. Aquele que presta a garantia é denominado “fiador” e este deve assegurar o pagamento do crédito com o seu patrimônio. Características Pode ser no valor total do contrato ou parcial (valor inferior). Já, existindo o excesso de valor, este será nulo, mas não ocasiona a nulidade de toda a obrigação. Deve ser escrito, ou seja, solene. É gratuito, pois o fiador não recebe nada em troca. É intuito personae, pois a celebração ocorre em razão da confiança. Possui caráter acessório e subsidiário (observar se no contrato há cláusula de benefício de ordem). Modalidades LEGAL Quando é imposta pela lei CONVENCIONAL Resultante do acordo de vontades JUDICIAL Decorrente de determinação judicial Extinção da Fiança Pode ocorrer com a morte do fiador, porém, a obrigação transfere-se aos herdeiros, nos limites do quinhão hereditário. Ocorre também, de acordo com as disposições dos contratos em geral (pagamento da obrigação pelo devedor principal...). PENHOR É um direito real de garantia, segundo o qual, o devedor entrega uma coisa móvel ou mobilizável ao credor com a finalidade de garantir o pagamento do débito. É um direito acessório que deve ser transcrito no Registro de Títulos e Documentos, surgindo em proveito do credor um direito de garantia que opera “erga omnes”. Natureza Jurídica do Penhor É um direito real de garantia sobre coisas alheias; É um direito acessório, porque garante a obrigação principal; É um direito que se ultima com a entrega da coisa, perfazendo-se com a posse do objeto pelo credor; É um direito que recai, como regra, sobre uma coisa móvel. Partes DEVEDOR PIGNORATÍCIO CREDOR PIGNORATÍCIO Constituição do Penhor CONVENCIONAL Acordo entre as partes. LEGAL A norma jurídica, para a proteção de certos credores, confere-lhes o direito de tomar certos bens como garantia, até o pagamento do débito. GESTÃO DE NEGÓCIOS Decorre de declaração unilateral de vontade. Trata-se da intervenção de uma pessoa na direção dos negócios de outra pessoa – sem a devida autorização e em benefício do dominus negotti. PRESSUPOSTOS: Ausência de convenção entre as partes; Ausência de proibição por parte do dono do negócio; Necessidade da gestão; Limitação a atos de natureza patrimoniais; Vontade do gestor de praticar o ato. Obrigações do Gestor Realizar o ato de administração conforme a vontade e o interesse presumível do dono do negócio; Fazer a comunicação do ato de gestão ao respectivo dono do negócio; Atuar até o final do ato de gestão; Agir de forma diligente e reparar danos causados culposamente. Caso se faça substituir, deverá responder pelas faltas praticadas pelo substituto; Havendo mais de um gestor, existirá vinculação solidária; Em caso de fortuito, possuirá responsabilidade e deverá responder; Prestar contas da gestão e efetivar a devolução de todos os bens Direitos do Gestor Receber o reembolso das despesas efetivadas durante a gestão; No caso do art.872 – receber a importância despendida com o funeral; Ter restituído os valores gastos com alimentos; Deveres do Dono do Negócio Restituir os valores que o gestor despendeu com as despesas úteis e necessárias; Indenizar o gestor caso a atuação tenha afastado prejuízo iminente ou tenha adicionado lucros para o dono do negócio; Indenizar o gestor em relação aos prejuízos sofridos; Substituir o gestor em atos perante terceiros. Direitos do Dono do Negócio Exigir a devolução dos bens pelo gestor ou efetivar a indenização da diferença – em caso de gestão contrária à vontade do dono. Confirmar ou desaprovar a gestão. Obrigações do Gestor perante Terceiros O gestor responde pelo que contratou perante terceiros em seu nome; O dono do negócio deve assumir perante terceiros as obrigações que o gestor contraiu em seu nome desde que o ato tenha sido útil. KNOW-HOW Também denominado “transferência de tecnologia”. No Brasil não existe legislação específica, porém, algumas transações podem ser reguladas por normas administrativas. Tecnologia – Elemento essencial no mundo moderno, e envolve aumento da produtividade e incremento do comércio. O presente contrato envolve a transmissão de segredos de produção, processos industriais, técnicas especializadas industriais, bem como técnicas comerciais não divulgadas, mediante remuneração. Tecnologia = bem imaterial (conhecimento de um determinado processo, que pode ser utilizado na produção de um determinado bem, possuindo valor econômico). A transmissão da tecnologia deve ser completada pela assistência técnica necessária que possibilitaa fruição completa do “know-how”. Partes TRANSMITENTE Pode ser PF ou PJ, que realizou a descoberta ou é possuidor de conhecimentos técnicos originais. LICENCIADO Pessoa que recebe o direito de uso do know- how, mediante pagamento de determinado valor econômico. Remuneração Comumente o pagamento é efetivado sob a forma de ROYALTIES. O pagamento é efetivado à vista ou calculado de forma proporcional sobre cada produto fabricado conforme o uso do processo transmitido. Formas de Transferência TEMPORÁREA Denominada “licença de know-how” e possui determinado tempo de duração, findo o qual o licenciado deve cessar a utilização. DEFINITIVA Denominada “cessão”, sem a possibilidade do cessionário transmitir a terceiro. Características BILATERAL ONEROSO CONSENSUAL INTUITO PERSONAE AUTÔNOMO (Ex. Franquia) Extinção do Know-How Vencimento do prazo de duração; Distrato – Resilição bilateral; Infração de cláusula contratual; Modificação do objeto; Mudança da pessoa licenciada. Mesmo após o término do contrato, as informações recebidas pelo licenciado durante a vigência do contrato continuam sendo sigilosas. CONTRATO BANCÁRIO As instituições financeiras compõem o Sistema Financeiro Nacional, juntamente com o Conselho Monetário Nacional, Banco Central, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e as demais instituições públicas e privadas. São pessoas jurídicas públicas ou privadas que possuem atividade de coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda corrente nacional ou estrangeira. Legislação aplicável: Lei 4.595/64. Operações Bancárias São serviços que o banco disponibiliza para seus clientes e subdividem-se em: ATÍPICAS OU ACESSÓRIAS Relacionadas a prestação de serviços correlatados, envolvendo obrigações. Ex: pagamento de algum boleto, conta, água, etc. TÍPICAS OU EXCLUSIVAS Atividade exclusiva de banco, de intermediação de recursos financeiros, podendo ser ativa (captação de dinheiro) ou passiva (fornecimento de recursos monetários). Contrato de Depósito Contrato bancário típico de operação passiva, mediante o qual uma pessoa entrega valores monetários a um banco, que obriga-se a restituí-los. É autônomo, podendo o depositante resgatar unilateralmente o bem objeto de contrato. Constitui-se em contrato real, solene, aperfeiçoando-se com a entrega efetiva do dinheiro ao banco. Conta Corrente Contrato bancário típico de operação passiva, mediante o qual o banco obriga-se a receber valores monetários e proceder a pagamentos por ordem do correntista com os referidos recursos. Mútuo Contrato bancário típico de operação ativa, mediante o qual o banco empresta quantia em dinheiro para o cliente. É um contrato solene, somente se aperfeiçoando com a entrega do dinheiro (objeto do empréstimo). Cabe ao mutuário restituir o valor emprestado com correção monetária, pagar juros, comissões e demais taxas, bem como amortizar o valor emprestado nos prazos estabelecidos no instrumento. Somente é exigido instrumento público se houver garantia real hipotecária. Abertura de Crédito É um contrato bancário típico de operação ativa, mediante o qual o banco disponibiliza determinado valor monetário ao cliente que poderá ou não utilizá-lo. Costuma-se designar tal contrato como “cheque-especial” e geralmente é associado a um contrato de depósito. Contrata-se que o cliente do banco somente pagará juros e encargos quando utilizar o crédito concedido. Espécies de Abertura de Crédito ABERTURA SIMPLES O cliente que utiliza o crédito disponibilizado não tem a faculdade de reduzir o montante antes de certo prazo estipulado. ABERTURA DE CONTA CORRENTE O cliente pode reduzir seu débito perante a instituição financeira mediante entradas, sendo usualmente utilizado.
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