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1 Disciplina Produção de Hortaliças – 2016-2 Prof. Norma Eliane Pereira MATÉRIA 1ª Avaliação INTRODUÇÃO À OLERICULTURA Olericultura Conceito Oleris = hortaliça + colere = cultivar Olericultura * Ciência que estuda as culturas oleráceas; Atualmente Hortaliças. VERDURAS E LEGUMES – TERMOS INCORRETOS (termos populares) HORTICULTURA E OLERICULTURA Horticultura (termo que engloba todos estes cultivos) Principais características das hortaliças: - consistência tenra; - ciclo biológico curto (anuais e bi-anuais); - exigência de tratos culturais intensivos, o que acarreta em um maior número de trabalhadores para realizar seu cultivo; - permite o cultivo em áreas menores e marginais; - pode ser consumida “in natura”; - alto investimento por ha explorado – alto retorno e uso intensivo da terra; - as hortaliças são altamente responsivas à aplicações de novas tecnologias; - necessidade de instalações básicas para implementação de seu cultivo, como galpões para beneficiamento; - terrenos pobres em nutrientes podem ser utilizados desde que adubados; - atividade de risco devido a problemas de pragas e doenças. Olericultura: hortaliças Fruticultura: frutíferas Floricultura: flores Jardinocultura: plantas ornamentais Viveiricultura: mudas em geral Cultura de plantas condimentares Cultura de plantas medicinais Cultura de cogumelos comestíveis 2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA área plantada no Brasil aproximadamente 656 mil hectares; 18,7 milhões de toneladas de hortaliças são produzidas; rendimento médio de 20 bilhões de reais (IBGE dados de 2012) Empregos: 2,4 milhões. Principais estados produtores: SP, MG, PR, SC e RS; São Paulo produz 21% do total de hortaliças do Brasil. Estima-se que 3 a 6 pessoas sejam beneficiadas por hectare cultivado com hortaliças. Exportação de 265 mil ton; US$234 milhões (melão, melancia, milho doce, mandioca) (2013). Importação superior a 1 milhão de toneladas (US$1 bilhão) (batata, cebola, alho, tomate, ervilha) (2013) Déficit em 2013 US$ 840 milhões. Disponibilidade (kg/hab/ano): 94,5 Fonte: Anuário Brasileiro de Hortaliças, 2014 e 2015. IMPORTÂNCIA ALIMENTAR (VALOR NUTRACÊUTICO DAS HORTALIÇAS) -Alimentos funcionais ou nutracêuticos – são alimentos definidos como qualquer substância ou componente de um alimento que proporciona benefícios para a saúde, inclusive a prevenção e o tratamento de doenças. Para alguns pesquisadores eles devem exercer um efeito metabólico ou fisiológico que contribua para a saúde física e para a redução do risco do desenvolvimento de doenças crônicas. São alimentos que podem ser ricos em fibras alimentares, vitaminas, proteínas e outros nutrientes; Cenoura, abóbora (vitamina A); tomate, melancia (licopeno); brócolis, repolho, couve-flor, couve-manteiga (sulfuranas); espinafre, bertalha (fonte de Fe); pimentas (vitamina C e anti-oxidante); leguminosas como feijões e ervilha (fontes de Fe e outras substâncias); cebolas e alhos (prevenção contra diversos tipos de câncer) Vantagens: permite um consumo mais diversificado de espécies; podem ser consumidas cruas o que diminui as perdas de nutrientes por preparo por calor; OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que se consuma por dia no mínimo 400 gramas de Hortaliças (Brasil de 90 a 100gramas). IMPORTÂNCIA SOCIAL Permite o trabalho com pequenas comunidades rurais, ajudando na fixação do homem á terra; Cultivo em hortas comunitárias; Em ambientes restritos como em casas e apartamento. 3 4 TIPOS DE EXPLORAÇÃO DE HORTALIÇAS Exploração diversificada = “cinturões verdes”; diversificação de espécies utilizadas, proximidade das cidades que abastece (mercados e mercadinhos); 5 Exploração especializada = menor número de espécies, comum a produção de uma ou outra espécie por vez; uso intensivo de insumos agrícolas – vendas realizadas com atacadistas; Exploração com finalidade agroindustrial = predomínio dos monocultivos para atender agroindústria. Ex.: tomates, ervilha, pimentões. Horta doméstica, recreativa ou educativa = uso de pequenas áreas Produção de mudas Produção de sementes Cultivo protegido** CLASSIFICAÇÃO POPULAR E TÉCNICA DAS HORTALIÇAS Hortaliças de fruto Hortaliças herbáceas Hortaliças tuberosas Histórico * Início da Olericultura: décadas de 10 a 30 1º Fluxo migratório – europeu (italiano) - final do séc. XIX 2º Fluxo - japoneses (déc. 20/3- - introdução do cultivo Período colonial – consumo eventual quando havia disponibilidade - abóboras e feijões Influência portuguesa - couve manteiga, ervas condimentares e aromáticas (cheiro- verde, salsa, coentro, cebolinha e outras). Influência africana - quiabo, maxixe e jiló. * Situação atual: Importante fonte de alimentos Consumo de hortaliça pela população: Centro-Oeste 43,9%, Sudeste (42,8%), Norte (36,6%), Sul (34,2%) e Nordeste com 28,2%. (uma ou mais hortaliças na refeição). Mulheres comem mais hortaliças. Uso de hortaliças minimamente processadas Tecnologia de embalagens 6 Diminuição da participação das CEASAs - 25% da comercialização de hortaliças – fadado ao fim Crescimento da área de produção de algumas hortaliças. Melão e melancia para exportação. Diminuição da produção de batata e da participação de pequenos produtores na produção da mesma. Diminuição da produção de hortaliças no Brasil devido a problemas ambientais. Para onde caminha as novas tecnologias: • Pepino partenocárpico - já é uma realidade! • Cultivares híbridas - já é uma realidade! • Melões aromáticos expandem sua comercialização no NE • Melancias sem sementes e mini • Mudas enxertadas • Brócolis de cabeça única associados ao processamento mínimo • “mini” hortaliças (alface, tomate, etc...) • Desenvolvimento de cultivares com alto valor nutracêutico. • Hortaliças com exploração como plantas ornamentais (cenoura, pimentas, etc.) • Baby leaf – alface, rúcula e outras hortaliças folhosas mini. CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS 1. Classificação pelas partes comestíveis Hortaliças tuberosas: partes utilizáveis desenvolvem-se dentro do solo ou sob o solo. *Tubérculos: batata, cará *Rizomas: inhame *Bulbos: cebola, alho *Raízes tuberosas: cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa, rabanete, rábano. Hortaliças herbáceas: partes utilizáveis suculentas e tenras, desenvolvem-se acima do nível do solo. *Folhas: alface, almeirão, chicória, repolho, couve, couve-de-bruxelas, acelga, couve-chinesa, taioba. *talos e hastes: aspargo, aipo, funcho, couve-rábano. *Flores e inflorescências: couve-flor, brócolis, alcachofra. Hortaliças de frutos: frutos ou pseudo-frutos colhidos imaturos ou maduros: *Frutos imaturos: abobrinha, quiabo, berinjela, jiló, ervilha, feijão de vagem, pimentão, milho verde, milho doce. 7 *Frutos maduros: abóboras, morangas, melancia, melão, morango, pimentão (vermelho e amarelo), tomate. 2. Classificação baseada nas famílias botânicas: Vantagens: mais estável (partes comestíveis podem variar de uma região para outra); útil por agrupar gêneros em geral sujeitos aos mesmos problemas de doenças e pragas. Principais famílias com espécies olerícolas: Aliaceae: cebola, cebolinha, alho, alho-porró. Apiaceae (=Umbeliferae): cenoura, batata-baroa, aipo, salsa, coentro. Brassicaceae (=Cruciferae): couve manteiga, couve tronchuda, repolho, couve flor, brócolis, couve-de-Bruxelas, repolho, couve-chinesa (= falsa acelga), mostardas, nabo, rabanete, rábano,agrião, rúcula. Asteraceae (=Compositae): alface, almeirão, chicória. Cucurbitaceae: pepino, maxixe, melão, abóboras, abobrinhas, morangas, mogangos, melancia, chuchu. Fabaceae (=Leguminoseae): feijão-de-vagem, feijão-de-lima (=falsa fava ), ervilha. Solanaceae: batata, tomate, pimentão, jiló, berinjela, pimentas (exceto a do reino). 3. Outros critérios de Classificação: 3.1. Critério popular: -Legume e verduras – evitar. 3.2. Classificação pelas exigências climáticas: - pouco preciso, mas as vezes útil, especialmente para classificar cultivares da mesma espécie olerícola que diferem marcadamente quanto a exigência climática: - alface, repolho, couve-flor, cenoura de verão -alface, repolho, couve-flor, cenoura de inverno Conceito de variedade e de cultivar 1. variedade botânica: é a unidade taxonômica utilizada para designar diferentes cultigenes (ou indivíduos) de uma espécie altamente polimórfica. Embora plantas de uma mesma variedade botânica possam ser marcadamente diferentes do ponto de vista morfológico, fisiológico e agronômico, não há barreiras genéticas para o cruzamento entre diferentes variedades botânicas: ex.: Brassica oleracea - espécie altamente polimórfica, com muitas variedades botânicas diferentes. B. oleracea var. acephala: couve comum ou manteiga B. oleracea var. capitata: repolho comum e roxo B. oleracea var. gemmifera: couve- de-Bruxelas 8 B. oleracea var. sabauda: repolho – Savoy B. oleracea var. botrytis: couve-flor B. oleracea var. italica: couve-brócolos B. oleracea var. gongylodes: couve-rábano B. oleracea var. alboglabra: “kailaan” Beta vulgaris: Beta vulgaris var. conditiva: beterraba Beta vulgaris var. cicla: acelga verdadeira -polimorfismo = ocorrência de um ou mais variantes ou genótipos em uma mesma população de plantas. 2. Cultivar: designa variedades cultivadas comercialmente (da mesma espécie ou variedade botânica): Couve-flor cultivar Piracicaba Precoce, Couve-flor cultivar São Joaquim Tomate cultivar Santa Clara Tomate cultivar Carmem F1 Obs: cultivar é substantivo feminino. Uma cultivar pode ser constituída por: a) Clone: população de indivíduos geneticamente idênticos, obtida por sucessivas propagações vegetativas a partir de uma planta de genótipo singular. Assim são as cultivares de plantas de propagação vegetativas em geral: ex.: alho, batata, batata- doce, morango, alcachofra. Ex.:Cultivar Bintje de batata Cultivar Achat de batata Cultivar Campinas de morango Cultivar Guarani de morango Cultivar Centenário de alho Cultivar Chonan de alho b) Linhagem ou linha pura: população de plantas geneticamente uniformes oriundas via sementes verdadeiras de uma planta homozigota. As cultivares de espécies autógamas ou linhas puras (alface, tomate, feijão de vagem, ervilha) são comumente constituídas por uma única linhagem ou linha pura, ou então por misturas de linhagens muito semelhantes entre si: * cultivar Santa Clara de tomate: linhagem * cultivar Brasil-221 de alface: linhagem 9 c) Populações de polinização aberta: grupo de plantas geneticamente diferentes entre si, mas com algumas características fenotípicas em comum, pelas quais podem ser diferenciadas de outras cultivares. Em geral as cultivares de plantas alógamas constituem-se de populações: -cenoura cultivar Brasília = população de indivíduos adaptados à cultura de verão. -cenoura cultivar Nantes= população de indivíduos adaptados à cultura de inverno. d) Híbridos (cultivares híbridas): conjunto de plantas obtidas pelo cruzamento controlado de dois materiais parentais. Quando estes dois materiais são linhagens homozigóticas, tem-se o híbrido simples o tipo mais utilizado em hortaliças: ex.: repolho kenzan, repolho Matsukaze, tomate Jessica, tomate Cynthia, pimentão Lygia, pimentão Magali. Outros tipos de híbridos: Híbrido three-way: (A x B) x C Híbridos duplos: (A x B) x (C x D) Principais características das cultivares híbridas (vantagens): Ocorrência de heterose (vigor híbrido): ex.: berinjela, pimentão combinação da resistência a doença dos dois pais (quando a resistência é conferida por alelos dominantes): ex.: Linhagem TSWV-547 x Nemadoro (resistência ao vira- cabeça (resistente a Verticilium, Fusarium 1 e e Stemphylium) 2 e nematoides) Híbrido F1 (resistência Verticilium, Fusarium 1 e 2, nematoides, vira-cabeça e Stemphylium) Híbridos apresentam maior homeostase genética (maior estabilidade de produção em ambientes desfavoráveis): Couve-flor de verão x Couve-flor de inverno Piracicaba Precoce Terezópolis Girante 10 Híbrido F1 de verão (melhor comportamento face a oscilações de temperatura entre dia e noite; menos suscetível a problemas na formação de cabeça) Maior uniformidade (especialmente quando se tratar de híbridos de linhagem): -Repolho híbrido Matsukaze (F1) mais uniforme que a população de repolho louco. Bibliografia: -Filgueira. Novo manual de Olericultura. PROPAGAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE HORTALIÇAS 1. Introdução 2. Propagação por sementes (sexual) Produção de Mudas A utilização de mudas permite: Maior controle do espaçamento; Garante a população desejada e plantas uniformes; Facilita o controle de plantas daninhas na cultura; Possibilita maximizar a utilização das áreas de cultivo, principalmente os mais onerosos, permitindo maior número de colheitas por ano; Obtenção de mudas de qualidade; Ambiente protegido como fator fundamental para obtenção destas mudas; 2.1. Escolha da cultivar e aquisição de sementes. Aquisição de sementes de qualidade, isentas de patógenos, alta porcentagem de germinação e vigor, baixo teor de umidade; Cultivares, híbridos F1 e plantas transgênicas. Quantidade de sementes para o plantio. 2.2. Métodos de Produção de mudas Critérios na escolha do método a ser utilizado: Custo/benefício; Disponibilidade de materiais e mão-de-obra; Do sistema de manejo de cultivo a ser utilizado (solo ou substrato sólido ou hidroponia); Da espécie olerícola a ser utilizada; 11 Da disponibilidade, qualidade e custo de mudas prontas adquiridas em empresas especializadas; 2.2.1.Canteiros são feitos com solo do próprio local, ao qual se adicionam outros materiais de maneira a melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Constituição: Solo de textura média; Adequadamente fértil; Não apresentar excesso de N; Rico em matéria orgânica; Com ótimas propriedades físicas; Isentos de restos vegetais ou outros obstáculos. Dimensões: Largura ~ 1m; Comprimento máximo; Espaço entre canteiros; Altura do canteiro em função da drenagem do solo; Semeadura sulcos transversais distanciados; Profundidade da semeadura; Densidade; Sulcos devem ser recobertos e irrigados; 2.2.2. Viveiros. -utilizados para algumas espécies; em desuso devido ao maior tempo para formação de mudas; -maior manipulação da muda. 2.2.3. Recipientes Ideais por permitirem: Maior uniformidade das mudas; Maior sanidade; Menor estresse durante o transplante; Tipos de recipientes: a) Individuais b) Multicelulares e de tamanhos variados. ................................................................................................ a) Individuais Permite que se varie o espaçamentoentre mudas; 12 Maior precocidade da cultura; Ex.: tubetes plásticos, sacos plásticos e de papel jornal. Tomate, pimentão, pimenta, berinjela, jiló/ pepino, abóbora, moranga, melancia e melão. Desvantagem: excesso de uso de mão de obra. b) Multicelulares Bandejas de diversos materiais (plástico, poliestireno expandido, fibras vegetais prensadas e resinadas); Tamanho do recipiente deve otimizar o fornecimento de água, luz e nutrientes da muda até o transplante; Bandejas de isopor: Dimensões: 67,5 cm x 34,5 cm Altura: 4,8 cm – 288 células 6,3 cm – 128 céls 12 cm – 72 e 128 céls 100 m2 = 360 bandejas com bandejas de 128 céls: 360 x 128 =46.080 mudas (aproximadamente 3 há de tomate). com bandejas de 288 céls: 360 x 288 = 103.080 (mais de 1 há de alface) Volume de substrato necessário para encher bandejas: Tipo de bandeja Volume total de substrato para enchimento Volume de substrato por célula 72 céls 7400 mL 102, 8 mL 128 céls 4500 mL 35,2 mL 200 céls 4300 mL 21,5 mL 242 céls 3300 mL 13,6 mL Fazer o cálculo em kg. Um viveirista recebeu uma encomenda para produzir mudas para o plantio de 15 hectares de pepino estaqueado. O espaçamento a ser utilizado pelo produtor no campo de plantio será de 1,0 x 0,5m. (0,2) Quantas plantas de pepino ele terá em 15 há?_________ (0,2) Calcule quantas mudas deverão ser produzidas considerando uma gasto adicional de mudas de 1,5%._______ (0,2) Considerando que serão utilizadas bandejas multicelulares de 128 células, quantas bandejas serão utilizadas (arredondar para mais)?________ (0,2) Considerando que para preencher uma bandeja de 128 células gasta-se 4,5 L e a densidade do substrato é 0,6, quanto de substrato será gasto em kg para produzir as mudas de pepino (arredondar para mais)?_______ (0,2) Quantos sacos de 25 kg de substrato deverão ser comprados (arredondar para mais)?_____ 13 (0,2) Sabendo-se que cada bandeja de isopor custa R$4,50 a unidade e cada saco de substrato de 25 kg R$10,50 o saco. Qual o custo total com gastos de bandeja se substrato? (0,3) Qual o custo embutido em cada muda com gastos de bandeja e substrato? Recomendações - Bandejas de 288 céls: acelga, alface, almeirão, beterraba, brócolos, chicória, couve, couve-chinesa, couve-flor, mostarda, repolho. - Bandejas de 128 céls.: abóbora, salsão, berinjela, ervilha, espinafre, feijão-de-vagem, jiló, melancia, melão moranga, morango, pepino, pimenta, pimentaõ, quiabo e tomate. bandejas de 200 céls. Restrição do sistema redicular; 2.2.4. Cubos de materiais porosos - são cubos de espuma fenólica e de lã de rocha com diferentes tamanhos; - nutrientes são ministrados adicionando-se solução nutritiva. Vantagens: - isenção de patógenos e pragas; - fácil manuseio; - podem ser mantidos aderidos às raízes. Esquema utilizados no transplantio (revisão): a) Mudas em sementeiras Sementes............formação de munas transplante (raiz nua) b) Mudas em viveiros Sementes repicagem sementeira campo mudas 1ª folha definitiva ponto de transplante Transplante da muda (muda de torrão com ferimento ou de raiz nua) sementeira viveiro campo 14 c) Mudas em copinhos (de jornal ou sanfonados) Sementes......... formação de mudas transplante (com torrão sem ferimentos) d) Mudas em badejas Sementes........formação de mudas transplante (com torrão sem ferimento) SUBSTRATOS São misturas de dois ou mais materiais que na maioria das vezes objetiva otimizar fornecimento de água, oxigênio, nutrientes, características físicas e facilidade no manuseio durante a produção e transplante de mudas. Exemplos: solo, areia, diversos tipos, de compostos orgânicos, casca de arroz carbonizada, bagaço de cana, turfa, vermiculita, etc. Recomendação: 75% de solo mineral com 25% de vermiculita ou esterco bovino ou vermicomposto de esterco bovino. A mistura de dois ou mais materiais deve resultar em: Substrato uniforme de baixo custo e leve; Com alta CTC; Ausente ou com baixo teor de elementos tóxicos as plantas; Alta retenção de umidade e boa aeração; De Fácil manuseio; Alta capacidade de agregação e aderência às raízes; Isento de petógenos ou de fácil desinfecção. Desinfecção de substrato: compostos líquidos ou gasoso, aquecimento à vapor, à seco ou solarização. Materiais mais utilizados: vermiculita, compostos orgânicos, casca de árvores e a casca de arroz carbonizada; Para a hidroponia o material orgânico aumenta a chance de dano na muda Copinhos de papel campo Bandejas de isopor ou plástico com substrato artificial campo 15 -algodão hidrófilo, areia lavada, perlita, espumas especiais. 2.3. Fatores que influenciam a germinação das sementes, estabelecimento, crescimento e desenvolvimento das mudas. A otimização deste fatores começa: Escolha do local para produção das mudas, que deve ter: boa drenagem do solo; pouca declividade; água de boa qualidade; boa luminosidade; longe de fonte inócua de patógenos; sem ventos; sem formação de neblina. Otimização da produção de mudas Conhecimento dos processos fisiológicos e dos fatores genotípicos e de qualidade da semente, água, oxigênio, temperatura, luz, CO2 e nutrientes. 2.3.1. Qualidade da semente Isenção de patógenos; Sementes peletizadas (precisão e exatidão na semeadura); Qualidade da semente depende da temperatura e umidade de armazenamento; Colocar uma semente em cada célula para evitar desbaste e reduzir os gastos com sementes que são muito caras; 2.3.2. Água e oxigênio germinação...... absorção de água Fase I – fase inicial de rápida absorção; Fase II – fase lag; Fase III – lento aumento da absorção, semente torna-se planta; - Fornecimento de água 2.3.3. Irrigação -irrigação deve ser efetuada imediatamente após a semeadura; -bandejas suspensas. Qual? Qualidade da água Quanto? depende do volume de substrato 16 Quando? Determinação da freqüência de irrigação Estadio de desenvolvimento da muda I - semeadura até a emissão da radícula; II- emissão da radícula até a formação das folhas cotiledonares; III- desenvolvimento das folhas verdadeiras; IV- finalização e endurecimento. Como? -Aspersão manual; - aspersores estacionários ou móveis; - fog; - subirrigação 2.3.4. Temperatura 2.3.5. Luz - deficiência e excesso 2.3.6. Nutrientes *estado nutricional da muda. Otimização dos nutrientes – considerar: -espécie; -cultivar; -híbridos; -concentração ótima de cada nutriente; -taxa de crescimento; -demanda de nutrientes entre a semeadura e transplante; -luz, T, UR%, água , CO2; -método de produção de mudas; -disponibilidade de nutrientes; -CTC; -pH; -Soma e saturação de bases; -Salinidade e volume do substrato; -Tipo de recipientes; -fontes, concentrações, formas e freqüência de aplicação; -recomendação para fornecimento de nutrientes variam com o método utilizado de produção de muda; MUDAS ENXERTADAS • Objetivo: resolver problemas causados por patógenos de solos que na maioria das vezes prejudicam a planta, levando-a a morte. 17 • Utiliza como portaenxerto cultivares resistentes a um determinado patógeno e como enxerto cultivares suscetíveis a doenças, porém que apresentam potencialmente alta produtividade e produto de qualidade. • Espécies mais utilizadas : espécies da família da Solanaceae (tomate e pimentão) e Cucurbitaceae (melancia, melão, pepinoe abóbora). • Tipos de enxertia: encostia, estaquia por fenda simples e estaquia de fenda cheia. Figura 1. Etapas do método de encostia: A) corte de cima para baixo no portaenxerto e corte de baixo para cima no enxerto; B)união do enxerto como o portaenxerto; C) utilização do clipe para unir as plantas; D) corte do sistema radicular do enxerto. Arte: Victor Vinhas. Corel Draw x 5. 2014. 18 Figura 2. Etapas do método de enxertia por fenda cheia: A)fenda do porta enxerto; B) corte em cunha no enxerto; C) encaixe do enxerto; D) aplicação do clipe. Arte: Victor Vinhas. Corel Draw x 5.2014. Figura 3 Etapas do método de enxertia por fenda simples: A) corte em bisel no enxerto e porta - enxerto; B) união das plantas com o clipe. Arte: Victor Vinhas, 2014. 19 2.3. Transplante de mudas Definição Etapa fundamental para a sobrevivência e desempenho da muda; - volume de substrato aderido a muda; - transplantio – horário; SEMEADURA DIRETA NO LOCAL DEFINITIVO - Culturas semeadas em sulcos e covas, com espaçamento duplo. Ex.: cucurbitáceas. - Culturas semeadas em sulcos com espaçamento estreito. Ex.: feijão de vagem, milho, quiabo, tomate rasteiro. - Culturas semeadas em sulcos superficiais. Ex.: hortaliças tuberosas; cenouras, rabanete, rábano, nabo, beterraba Vantagens: economia de mão-de-obra; precocidade; menor disseminação de patógenos. Desvantagens: maior quantidade de sementes. 3. Propagação vegetativa (assexual) - capacidade de algumas estruturas de certas espécies formar uma indivíduo novo completo idêntico a planta matriz. Espécie olerícola Propágulo Agrião Talos (estacas caulinares) Alcachofra Rebentos Alho Bulbilhos Batata-doce Ramas, mudas Batata Tubérculos Cará Tubérculos Inhame Rizoma Mandioquinha-salsa Estacas axilares Couve-manteiga Estacas axilares Morango Mudas (da ponta dos estolhos) - Inabilidade de produção de sementes botânicas; - Principal problema da propagação vegetativa: Degeneração do clone por acúmulo de fitopatógenos Solução: limpeza clonal para recuperação do vigor ex.: morango, batata, batata-doce, alho, mandioquinha salsa. 20 Bibliografia: -Borne, H.R. Produção de mudas de hortaliças. Guaíba: Agropecuária, 1999. 189p. -Fernandez, H.S.; Martins, S.R. Cultivo de alface em solo em ambiente protegido. Informe Agropecuário, v. 20, n. 200/201, p. 56-63, set/dez, 1999. -Filgueira, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402 p. -Moraes, C.A.G. de Hidroponia: como cultivar tomates me sistema NFT. (técnica do fluxo laminar de nutrientes), Jundiaí: DISQ Editora, 1997. 141p. -Pereira, P.R.G; Martinez, H.E.P. Produção de mudas para o cultivo de hortaliças em solo e hidroponia. Informe Agropecuário, v. 20, n. 200/201, p. 24-31, set/dez., 1999. Exercício 2: Um agrônomo ao decidir por substituir uma cultivar de polinização aberta por uma cultivar híbrida tem que estar ciente da relação custo/benefício que ela irá fornecer para a sua produção. Observe o quadro abaixo e responda. Cultivar de Tomate R$/kg de sementes Gastos de sementes por hectare (200 g/há) R$ Santa Clara (pol. Aberta) 1454,00 Candeia (híbrido) R$363,23 (1000 sementes) a)Qual o gasto adicional com o uso da cultivar híbrida (Verona) em vez da cultivar Santa Clara por hectare? b)Admitindo preços de aproximadamente R$ 45,00/caixa de tomate extra A(23 kg de tomate/caixa). A partir de que produção (caixas de tomate) o custo da semente seria coberto? E caso fosse acrescido em 10% o gasto com sementes? c) Sendo a produção real de Santa Clara 60t/há e do híbrido Candeia de 80 t /há. Quanto a cultivar híbrida produziu à mais com relação a cultivar de polinização aberta? Você recomendaria o uso da cultivar híbrida Candeia em substituição a Santa Clara? Por quê? (considerar se a produção do híbrido é suficientemente superior ao da cultivar Santa Clara para cobrir o custo da semente). *pol.Aberta= em tomate é linhagem, porque esta é uma espécie autógama. **1 g de sementes de tomate= 300 sementes. 21 CULTURA DA ALFACE Introdução - importante hortaliça folhosa -alto conteúdo de vitaminas A,B, e C, além de Ca, P, K e outros minerais. -alto teor de pró-vitamina A (4000 UI) por 100 g de MF, em especial nas alfaces de folhas verdes, se encontrando em menor quantidade nas alfaces americana de folhas verdes clara. 1. Origem Mar Mediterrâneo. 2. Botânica e cultivares 2.1. Família Asteraceae (antiga Compositae) -alface (Lactuca sativa) -chicória (chicorium endivia) -almeirão (Chicorium intybus) Características da planta de alface: -planta anual herbácea; -folhas formam rosetas em um caule curto, podendo formar ou não cabeças; - cor : verde clara ( preferida no Brasil) verde escura margens arroxeadas totalmente arrocheadas Pouco importantes no Brasil Ciclo com duas fases: Crescimento vegetativo Vai da semeadura até o ponto comercial (60-90 dias). Fase reprodutiva Alongação da haste floral, florescimento e produção de sementes Planta anual; florescimento em dias longos e temperaturas altas. Exige amplitude térmica entre dia e noite. O fim da fase de crescimento vegetativo/início da fase reprodutiva é marcado pela formação do látex (o que provoca gosto amargo). Isto é estimulado por temperatura maior que 20ºC. Sistema radical: raiz pivotante, curta, muito ramificada, explora apenas 25 cm do solo. 22 Planta autógama (menos de 1% de polinização cruzada): cultivares são geneticamente linhas puras. Sementes: frutos secos (aquênios), com dormência de aproximadamente 2 meses. Temperatura ideal para germinação: entre 18 e 25º C. Quebra de dormência: frio úmido: - envolver as sementes em pano úmido; - colocar em geladeira por 2-3 dias (4º C), depois plantar. 2.2. Classificação de cultivares quanto ao tipo de folhas considerando o aspecto das folhas - lisas e crespas considerando a formação ou não da cabeça repolhuda. 2.2.1. Grupo I: repolhuda lisa ou repolhuda manteiga. - folhas lisas, cor verde amarelada, tenras, suculentas, com aspecto oleoso, formando cabeças repolhudas compactas. - É o principal grupo comercial no Brasil. Cultivares: White Boston (antigamente padrão) Brasil-48 Brasil 202 Brasil 221 Brasil 303 Floresta Áurea Vivi Regina Glória Elisa 2.2.2 Grupo II: repolhuda crespa (=americana) - folhas crespas, embricadas, crocantes, formando cabeça repolhuda, compacta. - É o principal tipo nos EUA; no Brasil é também conhecida como americana - Cultivares: Great Lakes Salinas Mesa 659 Lucy Brown Criadas pelo IAC; resistentes ao mosaico e ao calor Resistentes ao mosaico e bastante resistentes ao calor 23 Lorca Tainá 2.2.3. Grupo 3: alface de folhas soltas lisas -folhas soltas, lisas e tenras, não formando cabeça tipo repolhuda. -Cultivar: Babá de verão (típica), Monalisa, Luisa e Regina. 2.2.4. Grupo 4: alface de folhas lisas crespas. -folhas soltas, crespas, consistentes, não formando cabeça tipo repolhuda. -cultivares: Grand Rapids, Verônica, Vanessa, Marisa e Solaris. 2.2.5. Grupo 5: Tipo Romana -folhas alongadas, duras, com nervuras claras e protuberantes; formam cabeça fofa; aceitação restrita. Cultivares: Romana de Paris e Romana Balão. 2.2.6. Grupo 6: Tipo Mimosa -folhas delicadas com aspecto “arrepiado”. Cultivares:Salad bowl e greenbowl. 2.2.7. Mini-alface ou baby-alface Apresenta uma grande número de folhas, porém do tamanho mini. Pode ser encontrada cultivares de vários grupos como romana, mimosa, lisa verde, crespa, etc. Cultivares: TPC-13644 - TOPSEED , Salanova, etc. http://www.h2orta.com.br/produtos/mini-alface-baby-alface-versao-mimosa- verde Todas as alfaces de maneira geral se comportam bem sob temperaturas amenas (temperaturas noturnas menores que 15º C). Sob dias longos e temperaturas altas (maiores que 20º C), as alfaces tendem a reduzir o ciclo vegetativo, não produzindo cabeças de qualidade e passando rapidamente a fase reprodutiva (produção de látex, pendoamento e florescimento). As cultivares diferem na tendência de florescer precocemente sob condições de temperatura elevada. Em geral denominam-se “de verão” as cultivares de pendoamento lento, e “de inverno” as de pendoamento rápido. Cultivar Resistência/pendoamento Classificação White Boston baixa “de inverno” 24 Brasil 202 Brasil 221 Brasil 303 Média “de verão” Elisa alta “de verão” Vivi alta “de verão” Regina alta “de verão” Grand rapids baixa “de inverno” Verônica alta “de verão” As cultivares “de verão” podem ser plantadas o ano todo. As de “inverno”, produzem cabeças bem formadas apenas sob temperaturas amenas. Algumas cultivares bastante plantadas no verão, como a Grand Rapids, na verdade, não são bem adaptadas a esta estação. 3. Época de plantio. Melhora época: outono/inverno Regiões com altitudes maiores de 400 m: -plantio o ano todo; -escolher cultivares apropriadas para época do ano. Regiões com altitudes iguais ou menores que 400 m: -evitar os meses mais quentes; -escolher cultivares de acordo com a época. 4. Propagação. Sob condições de alta temperatura e excessiva luminosidade, é recomendada a proteção das mudas com telado com 30% de sombreamento. a) método de transplantio tradicional. 20 a 30 dias Profundidade: do colo da planta ao nível do canteiro. b) Semeadura direta -Foi de grande interesse nos cinturões verdes; -Vantagem:- redução no ciclo (não há choque no transplante); -Desvantagem: maior gasto com sementes (4 kg/há); uso menos intensivo do solo nos primeiros 20-30 dias. sementeira Campo definitivo Mudas 4 a 6 folhas; altura 8-10 cm Espaçamento: 25 x 25, 30 x 30, 40 x 30 canteiro de 1,0 a 1,20 de largura. 25 Semeia-se em excesso e depois desbasta-se. A necessidade é menor quando utiliza-se sementes encapsuladas em “pilulas” de calcário, superfostato, argila e similares (sementes peletizadas). -espaçamento: semelhante ao método anterior c) Transplantio de mudas de bandejas -Sementes comuns e peletizadas; Vantagens: -redução do ciclo (também não há choque de transplante); -uso intensivo da área; -possibilidade de uso de semente peletizada (apenas 1 semente/célula); -bandeja de isopor com 242 células ou 128 células; -substratos: * artificial e poroso (sem areia e sem solo). - Substratos utilizados: *casca de Pinus + vermiculita + adubo *composto curtido e peneirado * casca de arroz carbonizado, em mistura com outros substratos. Obs: dormência primária e secundária. 5. Solos Devem ser bem preparados: aração, gradagem e enxada rotativa Solo ideal: pH 6,0-6,8, solo areno argilosos, solo rico em MO e com boa fertilidade. 6. Adubação (orientações gerais) 6.1. Adubação de plantio e cobertura -mediante análise do solo. 7. Tratos culturais 7.1. Irrigação – cultura exigente - manter 80% de água disponível no solo. A irrigação pode ser feita por aspersão e gotejamento. Em caso de uso de irrigação por sulco deve-se diminuir a largura do canteiro. - Uso de cobertura palhosa para manter umidade. 7.2. Controle de ervas daninhas 8. Anomalias Fisiológicas *Queima das margens. Causas: a) desequilíbrio Ca e N. b) Deficiência de água c) Temperaturas elevadas 9. Controle Fitossanitário 26 Evita-los. *Viroses *mosaico do alface Controle: cultivar melhorada. *vira-cabeça controle: erradicação de plantas; evitar proximidade com culturas afetadas; fazer rotação de culturas. * Doenças fúngicas -Septoriose (Septoria lactucae): sintoma: pequenas manchas necróticas escuras controle: sementes isentas de patógenos, rotação de culturas e pulverização com fungicidas. -Podridão basal (Sclerotinia sclerotiorum). Sintoma: causa podridão mole com granulação preta sobre as partes afetadas. - Queima da saia (Rhizoctonia solani). Sintoma: causa necrose escura e queima das folhas inferiores. controle: evitar mudas contaminadas, fazer rotação de cultura, drenagem satisfatória. 10. Colheita e comercialização Ponto ideal de colheita: - máximo crescimento vegetativo; - folhas tenras suculentas; - antes do início do alongamento da haste floral; - em geral 70 a 90 dias após a semeadura; sob estrutura de proteção são mais precoces (45 a 50 dias) Quando o plantio se realizar em solo deve-se lavar as cabeças. Preços mais baixos: jul à set. (inverno) maior oferta. Preços mais altos: dez. à março (verão) menor oferta. Comercialização: -varejo: (feiras, supermercados): - por cabeça - atacado: engradado nº 3 dimensões internas : - comprimento: 60 cm - largura: 45 cm - altura: 36 cm Bibliografia: FERNANDES, H.S.; MARTINS, S.R. Cultivo de alface em solo em ambiente protegido. Informe Agropecuário, v.200/202, p. 50-63, set/dez, 1999. GOTO, R. A. cultura de alface. In: produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais / organizadores Rumy Goto, Sebastião Wilson, Tivelli. – São Paulo: Fundação editora da UNESP, 1998. 27
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