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Materiaprova1producaodehortalicas2016 2

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Disciplina Produção de Hortaliças – 2016-2 
Prof. Norma Eliane Pereira 
MATÉRIA 1ª Avaliação 
 
 
INTRODUÇÃO À OLERICULTURA 
Olericultura Conceito 
 
Oleris = hortaliça + colere = cultivar 
 
Olericultura 
* Ciência que estuda as culturas oleráceas; Atualmente Hortaliças. 
 
VERDURAS E LEGUMES – TERMOS INCORRETOS (termos populares) 
 
 
HORTICULTURA E OLERICULTURA 
 
 
 
 
Horticultura (termo que engloba 
 todos estes cultivos) 
 
 
 
 
 
Principais características das hortaliças: 
- consistência tenra; 
- ciclo biológico curto (anuais e bi-anuais); 
- exigência de tratos culturais intensivos, o que acarreta em um maior número 
de trabalhadores para realizar seu cultivo; 
- permite o cultivo em áreas menores e marginais; 
- pode ser consumida “in natura”; 
- alto investimento por ha explorado – alto retorno e uso intensivo da terra; 
- as hortaliças são altamente responsivas à aplicações de novas tecnologias; 
- necessidade de instalações básicas para implementação de seu cultivo, como 
galpões para beneficiamento; 
- terrenos pobres em nutrientes podem ser utilizados desde que adubados; 
- atividade de risco devido a problemas de pragas e doenças. 
 
Olericultura: hortaliças 
Fruticultura: frutíferas 
Floricultura: flores 
Jardinocultura: plantas ornamentais 
Viveiricultura: mudas em geral 
Cultura de plantas condimentares 
Cultura de plantas medicinais 
Cultura de cogumelos comestíveis 
 
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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
 área plantada no Brasil aproximadamente 656 mil hectares; 
 18,7 milhões de toneladas de hortaliças são produzidas; rendimento médio de 20 
bilhões de reais (IBGE dados de 2012) 
 Empregos: 2,4 milhões. 
 Principais estados produtores: SP, MG, PR, SC e RS; 
 São Paulo produz 21% do total de hortaliças do Brasil. Estima-se que 3 a 6 pessoas 
sejam beneficiadas por hectare cultivado com hortaliças. 
 Exportação de 265 mil ton; US$234 milhões (melão, melancia, milho doce, 
mandioca) (2013). 
 Importação superior a 1 milhão de toneladas (US$1 bilhão) (batata, cebola, alho, 
tomate, ervilha) (2013) 
 Déficit em 2013 US$ 840 milhões. 
 Disponibilidade (kg/hab/ano): 94,5 
Fonte: Anuário Brasileiro de Hortaliças, 2014 e 2015. 
 
IMPORTÂNCIA ALIMENTAR (VALOR NUTRACÊUTICO DAS HORTALIÇAS) 
-Alimentos funcionais ou nutracêuticos – são alimentos definidos como qualquer 
substância ou componente de um alimento que proporciona benefícios para a saúde, 
inclusive a prevenção e o tratamento de doenças. Para alguns pesquisadores eles devem 
exercer um efeito metabólico ou fisiológico que contribua para a saúde física e para a 
redução do risco do desenvolvimento de doenças crônicas. 
São alimentos que podem ser ricos em fibras alimentares, vitaminas, proteínas e outros 
nutrientes; 
Cenoura, abóbora (vitamina A); tomate, melancia (licopeno); brócolis, repolho, couve-flor, 
couve-manteiga (sulfuranas); espinafre, bertalha (fonte de Fe); pimentas (vitamina C e 
anti-oxidante); leguminosas como feijões e ervilha (fontes de Fe e outras substâncias); 
cebolas e alhos (prevenção contra diversos tipos de câncer) 
 
Vantagens: permite um consumo mais diversificado de espécies; 
podem ser consumidas cruas o que diminui as perdas de nutrientes por preparo por calor; 
OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que se consuma por dia no mínimo 400 
gramas de Hortaliças (Brasil de 90 a 100gramas). 
 
 
IMPORTÂNCIA SOCIAL 
 Permite o trabalho com pequenas comunidades rurais, ajudando na fixação do 
homem á terra; 
 Cultivo em hortas comunitárias; 
 Em ambientes restritos como em casas e apartamento. 
 
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TIPOS DE EXPLORAÇÃO DE HORTALIÇAS 
 
 Exploração diversificada = “cinturões verdes”; diversificação de espécies utilizadas, 
proximidade das cidades que abastece (mercados e mercadinhos); 
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 Exploração especializada = menor número de espécies, comum a produção de uma ou 
outra espécie por vez; uso intensivo de insumos agrícolas – vendas realizadas com 
atacadistas; 
 
 Exploração com finalidade agroindustrial = predomínio dos monocultivos para atender 
agroindústria. Ex.: tomates, ervilha, pimentões. 
 
 Horta doméstica, recreativa ou educativa = uso de pequenas áreas 
 
 Produção de mudas 
 
 Produção de sementes 
 
 Cultivo protegido** 
 
CLASSIFICAÇÃO POPULAR E TÉCNICA DAS HORTALIÇAS 
 
 Hortaliças de fruto 
 Hortaliças herbáceas 
 Hortaliças tuberosas 
 
 
Histórico 
 
* Início da Olericultura: décadas de 10 a 30 
 1º Fluxo migratório – europeu (italiano) - final do séc. XIX 
 2º Fluxo - japoneses (déc. 20/3- - introdução do cultivo 
 
 Período colonial – consumo eventual quando havia disponibilidade - abóboras e 
feijões 
 Influência portuguesa - couve manteiga, ervas condimentares e aromáticas (cheiro-
verde, salsa, coentro, cebolinha e outras). 
 Influência africana - quiabo, maxixe e jiló. 
 
 
* Situação atual: 
 Importante fonte de alimentos 
 Consumo de hortaliça pela população: Centro-Oeste 43,9%, Sudeste (42,8%), Norte 
(36,6%), Sul (34,2%) e Nordeste com 28,2%. (uma ou mais hortaliças na refeição). 
Mulheres comem mais hortaliças. 
 Uso de hortaliças minimamente processadas 
 Tecnologia de embalagens 
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 Diminuição da participação das CEASAs - 25% da comercialização de hortaliças – 
fadado ao fim 
 Crescimento da área de produção de algumas hortaliças. Melão e melancia para 
exportação. 
 Diminuição da produção de batata e da participação de pequenos produtores na 
produção da mesma. 
 Diminuição da produção de hortaliças no Brasil devido a problemas ambientais. 
 
Para onde caminha as novas tecnologias: 
 
• Pepino partenocárpico - já é uma realidade! 
• Cultivares híbridas - já é uma realidade! 
• Melões aromáticos expandem sua comercialização no NE 
• Melancias sem sementes e mini 
• Mudas enxertadas 
• Brócolis de cabeça única associados ao processamento mínimo 
• “mini” hortaliças (alface, tomate, etc...) 
• Desenvolvimento de cultivares com alto valor nutracêutico. 
• Hortaliças com exploração como plantas ornamentais (cenoura, pimentas, etc.) 
• Baby leaf – alface, rúcula e outras hortaliças folhosas mini. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS 
 
1. Classificação pelas partes comestíveis 
 Hortaliças tuberosas: partes utilizáveis desenvolvem-se dentro do solo ou sob 
o solo. 
 *Tubérculos: batata, cará 
 *Rizomas: inhame 
 *Bulbos: cebola, alho 
 *Raízes tuberosas: cenoura, beterraba, batata-doce, mandioquinha-salsa, 
rabanete, rábano. 
 
 Hortaliças herbáceas: partes utilizáveis suculentas e tenras, desenvolvem-se 
acima do nível do solo. 
*Folhas: alface, almeirão, chicória, repolho, couve, couve-de-bruxelas, acelga, 
couve-chinesa, taioba. 
*talos e hastes: aspargo, aipo, funcho, couve-rábano. 
*Flores e inflorescências: couve-flor, brócolis, alcachofra. 
 
 Hortaliças de frutos: frutos ou pseudo-frutos colhidos imaturos ou maduros: 
*Frutos imaturos: abobrinha, quiabo, berinjela, jiló, ervilha, feijão de vagem, 
pimentão, milho verde, milho doce. 
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*Frutos maduros: abóboras, morangas, melancia, melão, morango, pimentão 
(vermelho e amarelo), tomate. 
 
 
2. Classificação baseada nas famílias botânicas: 
Vantagens: mais estável (partes comestíveis podem variar de uma região para outra); 
útil por agrupar gêneros em geral sujeitos aos mesmos problemas de doenças e pragas. 
 
Principais famílias com espécies olerícolas: 
 Aliaceae: cebola, cebolinha, alho, alho-porró. 
 Apiaceae (=Umbeliferae): cenoura, batata-baroa, aipo, salsa, coentro. 
 Brassicaceae (=Cruciferae): couve manteiga, couve tronchuda, repolho, couve flor, 
brócolis, couve-de-Bruxelas, repolho, couve-chinesa (= falsa acelga), mostardas, nabo, 
rabanete, rábano,agrião, rúcula. 
 Asteraceae (=Compositae): alface, almeirão, chicória. 
 Cucurbitaceae: pepino, maxixe, melão, abóboras, abobrinhas, morangas, 
mogangos, melancia, chuchu. 
 Fabaceae (=Leguminoseae): feijão-de-vagem, feijão-de-lima (=falsa fava ), ervilha. 
 Solanaceae: batata, tomate, pimentão, jiló, berinjela, pimentas (exceto a do reino). 
 
3. Outros critérios de Classificação: 
3.1. Critério popular: 
 -Legume e verduras – evitar. 
 
3.2. Classificação pelas exigências climáticas: 
- pouco preciso, mas as vezes útil, especialmente para classificar cultivares da 
mesma espécie olerícola que diferem marcadamente quanto a exigência 
climática: 
- alface, repolho, couve-flor, cenoura de verão 
-alface, repolho, couve-flor, cenoura de inverno 
 
 
Conceito de variedade e de cultivar 
1. variedade botânica: é a unidade taxonômica utilizada para designar diferentes 
cultigenes (ou indivíduos) de uma espécie altamente polimórfica. Embora plantas de 
uma mesma variedade botânica possam ser marcadamente diferentes do ponto de 
vista morfológico, fisiológico e agronômico, não há barreiras genéticas para o 
cruzamento entre diferentes variedades botânicas: 
 
ex.: Brassica oleracea - espécie altamente polimórfica, com muitas variedades 
botânicas diferentes. 
 B. oleracea var. acephala: couve comum ou manteiga 
 B. oleracea var. capitata: repolho comum e roxo 
 B. oleracea var. gemmifera: couve- de-Bruxelas 
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 B. oleracea var. sabauda: repolho – Savoy 
 B. oleracea var. botrytis: couve-flor 
 B. oleracea var. italica: couve-brócolos 
 B. oleracea var. gongylodes: couve-rábano 
 B. oleracea var. alboglabra: “kailaan” 
 
Beta vulgaris: 
 Beta vulgaris var. conditiva: beterraba 
 Beta vulgaris var. cicla: acelga verdadeira 
 
-polimorfismo = ocorrência de um ou mais variantes ou genótipos em uma mesma 
população de plantas. 
 
2. Cultivar: designa variedades cultivadas comercialmente (da mesma espécie ou 
variedade botânica): 
Couve-flor cultivar Piracicaba Precoce, 
Couve-flor cultivar São Joaquim 
Tomate cultivar Santa Clara 
Tomate cultivar Carmem F1 
 
Obs: cultivar é substantivo feminino. 
 
 
 
Uma cultivar pode ser constituída por: 
a) Clone: população de indivíduos geneticamente idênticos, obtida por sucessivas 
propagações vegetativas a partir de uma planta de genótipo singular. Assim são as 
cultivares de plantas de propagação vegetativas em geral: ex.: alho, batata, batata-
doce, morango, alcachofra. 
 
Ex.:Cultivar Bintje de batata 
Cultivar Achat de batata 
Cultivar Campinas de morango 
Cultivar Guarani de morango 
Cultivar Centenário de alho 
Cultivar Chonan de alho 
 
b) Linhagem ou linha pura: população de plantas geneticamente uniformes oriundas via 
sementes verdadeiras de uma planta homozigota. As cultivares de espécies autógamas 
ou linhas puras (alface, tomate, feijão de vagem, ervilha) são comumente constituídas 
por uma única linhagem ou linha pura, ou então por misturas de linhagens muito 
semelhantes entre si: 
* cultivar Santa Clara de tomate: linhagem 
* cultivar Brasil-221 de alface: linhagem 
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c) Populações de polinização aberta: grupo de plantas geneticamente diferentes entre 
si, mas com algumas características fenotípicas em comum, pelas quais podem ser 
diferenciadas de outras cultivares. Em geral as cultivares de plantas alógamas 
constituem-se de populações: 
-cenoura cultivar Brasília = população de indivíduos adaptados à cultura de verão. 
 
-cenoura cultivar Nantes= população de indivíduos adaptados à cultura de inverno. 
 
d) Híbridos (cultivares híbridas): conjunto de plantas obtidas pelo cruzamento 
controlado de dois materiais parentais. Quando estes dois materiais são linhagens 
homozigóticas, tem-se o híbrido simples o tipo mais utilizado em hortaliças: 
 ex.: repolho kenzan, repolho Matsukaze, tomate Jessica, tomate Cynthia, pimentão 
Lygia, pimentão Magali. 
 
Outros tipos de híbridos: 
Híbrido three-way: (A x B) x C 
Híbridos duplos: (A x B) x (C x D) 
 
 
Principais características das cultivares híbridas (vantagens): 
 
 Ocorrência de heterose (vigor híbrido): ex.: berinjela, pimentão 
 combinação da resistência a doença dos dois pais (quando a resistência é 
conferida por alelos dominantes): 
 
ex.: Linhagem TSWV-547 x Nemadoro 
 (resistência ao vira- cabeça (resistente a Verticilium, Fusarium 1 e 
e Stemphylium) 2 e nematoides) 
 
 
 
 
Híbrido F1 
(resistência Verticilium, Fusarium 1 e 2, nematoides, vira-cabeça e Stemphylium) 
 
 Híbridos apresentam maior homeostase genética (maior estabilidade de 
produção em ambientes desfavoráveis): 
 
 
 
Couve-flor de verão x Couve-flor de inverno 
Piracicaba Precoce Terezópolis Girante 
 
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Híbrido F1 de verão 
(melhor comportamento face a oscilações de temperatura entre dia e noite; 
menos suscetível a problemas na formação de cabeça) 
 
 Maior uniformidade (especialmente quando se tratar de híbridos de 
linhagem): 
-Repolho híbrido Matsukaze (F1) mais uniforme que a população de repolho 
louco. 
 
Bibliografia: 
-Filgueira. Novo manual de Olericultura. 
 
 
 
PROPAGAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE HORTALIÇAS 
 
1. Introdução 
2. Propagação por sementes (sexual) 
 Produção de Mudas 
A utilização de mudas permite: 
 Maior controle do espaçamento; 
 Garante a população desejada e plantas uniformes; 
 Facilita o controle de plantas daninhas na cultura; 
 Possibilita maximizar a utilização das áreas de cultivo, principalmente os 
mais onerosos, permitindo maior número de colheitas por ano; 
 Obtenção de mudas de qualidade; 
 Ambiente protegido como fator fundamental para obtenção destas mudas; 
 
2.1. Escolha da cultivar e aquisição de sementes. 
 Aquisição de sementes de qualidade, isentas de patógenos, alta porcentagem de 
germinação e vigor, baixo teor de umidade; 
 Cultivares, híbridos F1 e plantas transgênicas. 
 Quantidade de sementes para o plantio. 
 
2.2. Métodos de Produção de mudas 
Critérios na escolha do método a ser utilizado: 
 Custo/benefício; 
 Disponibilidade de materiais e mão-de-obra; 
 Do sistema de manejo de cultivo a ser utilizado (solo ou substrato sólido ou 
hidroponia); 
 Da espécie olerícola a ser utilizada; 
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 Da disponibilidade, qualidade e custo de mudas prontas adquiridas em 
empresas especializadas; 
 
2.2.1.Canteiros 
são feitos com solo do próprio local, ao qual se adicionam outros materiais de 
maneira a melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. 
 
Constituição: 
 Solo de textura média; 
 Adequadamente fértil; 
 Não apresentar excesso de N; 
 Rico em matéria orgânica; 
 Com ótimas propriedades físicas; 
 Isentos de restos vegetais ou outros obstáculos. 
 
 
 
Dimensões: 
 Largura ~ 1m; 
 Comprimento máximo; 
 Espaço entre canteiros; 
 Altura do canteiro em função da drenagem do solo; 
 Semeadura  sulcos transversais distanciados; 
 Profundidade da semeadura; 
 Densidade; 
 Sulcos devem ser recobertos e irrigados; 
 
2.2.2. Viveiros. 
-utilizados para algumas espécies; em desuso devido ao maior tempo para formação de 
mudas; 
-maior manipulação da muda. 
 
2.2.3. Recipientes 
Ideais por permitirem: 
 Maior uniformidade das mudas; 
 Maior sanidade; 
 Menor estresse durante o transplante; 
 
Tipos de recipientes: 
a) Individuais 
b) Multicelulares e de tamanhos variados. 
................................................................................................ 
a) Individuais 
 Permite que se varie o espaçamentoentre mudas; 
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 Maior precocidade da cultura; 
 Ex.: tubetes plásticos, sacos plásticos e de papel jornal. 
Tomate, pimentão, pimenta, berinjela, jiló/ pepino, abóbora, moranga, melancia e 
melão. 
Desvantagem: excesso de uso de mão de obra. 
 
b) Multicelulares 
 Bandejas de diversos materiais (plástico, poliestireno expandido, fibras vegetais 
prensadas e resinadas); 
 Tamanho do recipiente deve otimizar o fornecimento de água, luz e nutrientes da 
muda até o transplante; 
 Bandejas de isopor: 
Dimensões: 67,5 cm x 34,5 cm 
Altura: 4,8 cm – 288 células 
 6,3 cm – 128 céls 
 12 cm – 72 e 128 céls 
  100 m2 = 360 bandejas 
 com bandejas de 128 céls: 360 x 128 =46.080 mudas (aproximadamente 3 há de 
tomate). 
 com bandejas de 288 céls: 360 x 288 = 103.080 (mais de 1 há de alface) 
 
Volume de substrato necessário para encher bandejas: 
Tipo de bandeja Volume total de substrato 
para enchimento 
Volume de substrato por 
célula 
72 céls 7400 mL 102, 8 mL 
128 céls 4500 mL 35,2 mL 
200 céls 4300 mL 21,5 mL 
242 céls 3300 mL 13,6 mL 
 
Fazer o cálculo em kg. 
 
Um viveirista recebeu uma encomenda para produzir mudas para o plantio de 15 hectares 
de pepino estaqueado. O espaçamento a ser utilizado pelo produtor no campo de plantio 
será de 1,0 x 0,5m. 
(0,2) Quantas plantas de pepino ele terá em 15 há?_________ 
(0,2) Calcule quantas mudas deverão ser produzidas considerando uma gasto adicional de 
mudas de 1,5%._______ 
(0,2) Considerando que serão utilizadas bandejas multicelulares de 128 células, quantas 
bandejas serão utilizadas (arredondar para mais)?________ 
(0,2) Considerando que para preencher uma bandeja de 128 células gasta-se 4,5 L e a 
densidade do substrato é 0,6, quanto de substrato será gasto em kg para produzir as 
mudas de pepino (arredondar para mais)?_______ 
(0,2) Quantos sacos de 25 kg de substrato deverão ser comprados (arredondar para 
mais)?_____ 
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(0,2) Sabendo-se que cada bandeja de isopor custa R$4,50 a unidade e cada saco de 
substrato de 25 kg R$10,50 o saco. Qual o custo total com gastos de bandeja se substrato? 
(0,3) Qual o custo embutido em cada muda com gastos de bandeja e substrato? 
 
 
Recomendações 
 
- Bandejas de 288 céls: acelga, alface, almeirão, beterraba, brócolos, chicória, couve, 
couve-chinesa, couve-flor, mostarda, repolho. 
- Bandejas de 128 céls.: abóbora, salsão, berinjela, ervilha, espinafre, feijão-de-vagem, 
jiló, melancia, melão moranga, morango, pepino, pimenta, pimentaõ, quiabo e 
tomate. 
 bandejas de 200 céls. 
 Restrição do sistema redicular; 
 
 
2.2.4. Cubos de materiais porosos 
- são cubos de espuma fenólica e de lã de rocha com diferentes tamanhos; 
- nutrientes são ministrados adicionando-se solução nutritiva. 
Vantagens: 
- isenção de patógenos e pragas; 
- fácil manuseio; 
- podem ser mantidos aderidos às raízes. 
 
Esquema utilizados no transplantio (revisão): 
a) Mudas em sementeiras 
 
Sementes............formação de munas transplante (raiz nua) 
 
 
 
 
b) Mudas em viveiros 
 
Sementes  repicagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sementeira campo 
mudas 
1ª folha 
definitiva 
ponto de 
transplante 
Transplante da 
muda (muda de 
torrão com 
ferimento ou de 
raiz nua) 
sementeira viveiro campo 
 14 
c) Mudas em copinhos (de jornal ou sanfonados) 
 
 
Sementes......... formação de mudas transplante (com torrão sem ferimentos) 
 
 
 
d) Mudas em badejas 
 
Sementes........formação de mudas transplante (com torrão sem ferimento) 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBSTRATOS 
São misturas de dois ou mais materiais que na maioria das vezes objetiva otimizar 
fornecimento de água, oxigênio, nutrientes, características físicas e facilidade no 
manuseio durante a produção e transplante de mudas. 
 
Exemplos: solo, areia, diversos tipos, de compostos orgânicos, casca de arroz 
carbonizada, bagaço de cana, turfa, vermiculita, etc. 
 
Recomendação: 75% de solo mineral com 25% de vermiculita ou esterco bovino ou 
vermicomposto de esterco bovino. 
 
 
A mistura de dois ou mais materiais deve resultar em: 
 Substrato uniforme de baixo custo e leve; 
 Com alta CTC; 
 Ausente ou com baixo teor de elementos tóxicos as plantas; 
 Alta retenção de umidade e boa aeração; 
 De Fácil manuseio; 
 Alta capacidade de agregação e aderência às raízes; 
 Isento de petógenos ou de fácil desinfecção. 
 Desinfecção de substrato: compostos líquidos ou gasoso, aquecimento à vapor, à 
seco ou solarização. 
 Materiais mais utilizados: vermiculita, compostos orgânicos, casca de árvores e a 
casca de arroz carbonizada; 
 Para a hidroponia o material orgânico aumenta a chance de dano na muda 
Copinhos de papel campo 
Bandejas de isopor ou plástico com 
substrato artificial 
campo 
 15 
-algodão hidrófilo, areia lavada, perlita, espumas especiais. 
 
2.3. Fatores que influenciam a germinação das sementes, estabelecimento, crescimento e 
desenvolvimento das mudas. 
 
A otimização deste fatores começa: 
Escolha do local para produção das mudas, que deve ter: 
 boa drenagem do solo; 
 pouca declividade; 
 água de boa qualidade; 
 boa luminosidade; 
 longe de fonte inócua de patógenos; 
 sem ventos; 
 sem formação de neblina. 
 
 
Otimização da produção de mudas 
 Conhecimento dos processos fisiológicos e dos fatores genotípicos e de 
qualidade da semente, água, oxigênio, temperatura, luz, CO2 e nutrientes. 
 
2.3.1. Qualidade da semente 
 Isenção de patógenos; 
 Sementes peletizadas (precisão e exatidão na semeadura); 
 Qualidade da semente depende da temperatura e umidade de 
armazenamento; 
 Colocar uma semente em cada célula para evitar desbaste e reduzir os gastos 
com sementes que são muito caras; 
 
 
2.3.2. Água e oxigênio 
 germinação...... absorção de água 
 
Fase I – fase inicial de rápida absorção; 
Fase II – fase lag; 
Fase III – lento aumento da absorção, semente torna-se planta; 
 
- Fornecimento de água 
 
2.3.3. Irrigação 
-irrigação deve ser efetuada imediatamente após a semeadura; 
-bandejas suspensas. 
 
 Qual? Qualidade da água 
 Quanto? depende do volume de substrato 
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 Quando? Determinação da freqüência de irrigação 
 
 
Estadio de desenvolvimento da muda 
I - semeadura até a emissão da radícula; 
II- emissão da radícula até a formação das folhas cotiledonares; 
III- desenvolvimento das folhas verdadeiras; 
IV- finalização e endurecimento. 
 
 Como? 
-Aspersão manual; 
- aspersores estacionários ou móveis; 
- fog; 
- subirrigação 
 
2.3.4. Temperatura 
2.3.5. Luz 
- deficiência e excesso 
 
2.3.6. Nutrientes 
 *estado nutricional da muda. 
Otimização dos nutrientes – considerar: 
-espécie; 
-cultivar; 
-híbridos; 
-concentração ótima de cada nutriente; 
-taxa de crescimento; 
-demanda de nutrientes entre a semeadura e transplante; 
-luz, T, UR%, água , CO2; 
-método de produção de mudas; 
-disponibilidade de nutrientes; 
-CTC; 
-pH; 
-Soma e saturação de bases; 
-Salinidade e volume do substrato; 
-Tipo de recipientes; 
-fontes, concentrações, formas e freqüência de aplicação; 
-recomendação para fornecimento de nutrientes variam com o método utilizado de 
produção de muda; 
 
MUDAS ENXERTADAS 
• Objetivo: resolver problemas causados por patógenos de solos que na maioria das 
vezes prejudicam a planta, levando-a a morte. 
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• Utiliza como portaenxerto cultivares resistentes a um determinado patógeno e 
como enxerto cultivares suscetíveis a doenças, porém que apresentam 
potencialmente alta produtividade e produto de qualidade. 
• Espécies mais utilizadas : espécies da família da Solanaceae (tomate e pimentão) e 
Cucurbitaceae (melancia, melão, pepinoe abóbora). 
• Tipos de enxertia: encostia, estaquia por fenda simples e estaquia de fenda cheia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Etapas do método de encostia: A) corte de cima para baixo no portaenxerto e 
corte de baixo para cima no enxerto; B)união do enxerto como o portaenxerto; C) 
utilização do clipe para unir as plantas; D) corte do sistema radicular do enxerto. 
Arte: Victor Vinhas. Corel Draw x 5. 2014. 
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Figura 2. Etapas do método de enxertia por fenda cheia: A)fenda do porta enxerto; B) 
corte em cunha no enxerto; C) encaixe do enxerto; D) aplicação do clipe. Arte: Victor 
Vinhas. Corel Draw x 5.2014. 
Figura 3 Etapas do método de enxertia por fenda simples: A) corte em bisel no enxerto e 
porta - enxerto; B) união das plantas com o clipe. 
Arte: Victor Vinhas, 2014. 
 
 19 
 
 
 
 
2.3. Transplante de mudas 
Definição 
 Etapa fundamental para a sobrevivência e desempenho da muda; 
- volume de substrato aderido a muda; 
- transplantio – horário; 
 
 
SEMEADURA DIRETA NO LOCAL DEFINITIVO 
- Culturas semeadas em sulcos e covas, com espaçamento duplo. Ex.: cucurbitáceas. 
- Culturas semeadas em sulcos com espaçamento estreito. Ex.: feijão de vagem, milho, 
quiabo, tomate rasteiro. 
- Culturas semeadas em sulcos superficiais. Ex.: hortaliças tuberosas; cenouras, 
rabanete, rábano, nabo, beterraba 
Vantagens: economia de mão-de-obra; precocidade; menor disseminação de patógenos. 
Desvantagens: maior quantidade de sementes. 
 
3. Propagação vegetativa (assexual) 
 
- capacidade de algumas estruturas de certas espécies formar uma indivíduo novo 
completo idêntico a planta matriz. 
 
Espécie olerícola Propágulo 
Agrião Talos (estacas caulinares) 
Alcachofra Rebentos 
Alho Bulbilhos 
Batata-doce Ramas, mudas 
Batata Tubérculos 
Cará Tubérculos 
Inhame Rizoma 
Mandioquinha-salsa Estacas axilares 
Couve-manteiga Estacas axilares 
Morango Mudas (da ponta dos 
estolhos) 
 
- Inabilidade de produção de sementes botânicas; 
- Principal problema da propagação vegetativa: 
Degeneração do clone por acúmulo de fitopatógenos 
Solução: limpeza clonal para recuperação do vigor ex.: morango, batata, batata-doce, 
alho, mandioquinha salsa. 
 20 
 
Bibliografia: 
-Borne, H.R. Produção de mudas de hortaliças. Guaíba: Agropecuária, 1999. 189p. 
-Fernandez, H.S.; Martins, S.R. Cultivo de alface em solo em ambiente protegido. Informe 
Agropecuário, v. 20, n. 200/201, p. 56-63, set/dez, 1999. 
-Filgueira, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e 
comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402 p. 
-Moraes, C.A.G. de Hidroponia: como cultivar tomates me sistema NFT. (técnica do fluxo 
laminar de nutrientes), Jundiaí: DISQ Editora, 1997. 141p. 
-Pereira, P.R.G; Martinez, H.E.P. Produção de mudas para o cultivo de hortaliças em solo e 
hidroponia. Informe Agropecuário, v. 20, n. 200/201, p. 24-31, set/dez., 1999. 
Exercício 2: 
Um agrônomo ao decidir por substituir uma cultivar de polinização aberta por uma 
cultivar híbrida tem que estar ciente da relação custo/benefício que ela irá fornecer para 
a sua produção. Observe o quadro abaixo e responda. 
Cultivar 
de 
Tomate 
R$/kg de sementes Gastos de sementes por 
hectare (200 g/há) R$ 
Santa 
Clara 
(pol. 
Aberta) 
1454,00 
Candeia 
(híbrido) 
R$363,23 (1000 sementes) 
 
a)Qual o gasto adicional com o uso da cultivar híbrida (Verona) em vez da cultivar Santa 
Clara por hectare? 
b)Admitindo preços de aproximadamente R$ 45,00/caixa de tomate extra A(23 kg de 
tomate/caixa). A partir de que produção (caixas de tomate) o custo da semente seria 
coberto? E caso fosse acrescido em 10% o gasto com sementes? 
c) Sendo a produção real de Santa Clara 60t/há e do híbrido Candeia de 80 t /há. Quanto 
a cultivar híbrida produziu à mais com relação a cultivar de polinização aberta? Você 
recomendaria o uso da cultivar híbrida Candeia em substituição a Santa Clara? Por quê? 
(considerar se a produção do híbrido é suficientemente superior ao da cultivar Santa 
Clara para cobrir o custo da semente). 
*pol.Aberta= em tomate é linhagem, porque esta é uma espécie autógama. 
**1 g de sementes de tomate= 300 sementes. 
 
 
 
 
 21 
CULTURA DA ALFACE 
 
Introdução 
- importante hortaliça folhosa 
-alto conteúdo de vitaminas A,B, e C, além de Ca, P, K e outros minerais. 
-alto teor de pró-vitamina A (4000 UI) por 100 g de MF, em especial nas alfaces de folhas 
verdes, se encontrando em menor quantidade nas alfaces americana de folhas verdes 
clara. 
 
1. Origem 
 Mar Mediterrâneo. 
 
2. Botânica e cultivares 
2.1. Família Asteraceae (antiga Compositae) 
-alface (Lactuca sativa) 
-chicória (chicorium endivia) 
-almeirão (Chicorium intybus) 
 
Características da planta de alface: 
 -planta anual herbácea; 
 -folhas formam rosetas em um caule curto, podendo formar ou não cabeças; 
 - cor : verde clara ( preferida no Brasil) 
 verde escura 
 margens arroxeadas 
 totalmente arrocheadas Pouco importantes no Brasil 
 
 
Ciclo com duas fases: 
 
Crescimento vegetativo Vai da semeadura até o ponto comercial 
(60-90 dias). 
 
Fase reprodutiva Alongação da haste floral, florescimento e 
produção de sementes 
 
 Planta anual; florescimento em dias longos e temperaturas altas. Exige amplitude 
térmica entre dia e noite. 
 
O fim da fase de crescimento vegetativo/início da fase reprodutiva é marcado pela 
formação do látex (o que provoca gosto amargo). Isto é estimulado por temperatura 
maior que 20ºC. 
 
Sistema radical: raiz pivotante, curta, muito ramificada, explora apenas 25 cm do solo. 
 
 22 
Planta autógama (menos de 1% de polinização cruzada): cultivares são geneticamente 
linhas puras. 
 
Sementes: frutos secos (aquênios), com dormência de aproximadamente 2 meses. 
 
Temperatura ideal para germinação: entre 18 e 25º C. 
 
Quebra de dormência: frio úmido: 
 - envolver as sementes em pano úmido; 
- colocar em geladeira por 2-3 dias (4º C), depois plantar. 
 
 
2.2. Classificação de cultivares quanto ao tipo de folhas 
 considerando o aspecto das folhas 
 - lisas e crespas 
 considerando a formação ou não da cabeça repolhuda. 
 
2.2.1. Grupo I: repolhuda lisa ou repolhuda manteiga. 
- folhas lisas, cor verde amarelada, tenras, suculentas, com aspecto 
oleoso, formando cabeças repolhudas compactas. 
- É o principal grupo comercial no Brasil. 
 
Cultivares: White Boston (antigamente padrão) 
 Brasil-48 
 Brasil 202 
 Brasil 221 
 Brasil 303 
 Floresta 
 Áurea 
 Vivi 
 Regina 
 Glória 
 Elisa 
 
2.2.2 Grupo II: repolhuda crespa (=americana) 
- folhas crespas, embricadas, crocantes, formando cabeça repolhuda, 
compacta. 
- É o principal tipo nos EUA; no Brasil é também conhecida como 
americana 
- Cultivares: 
 Great Lakes 
 Salinas 
 Mesa 659 
 Lucy Brown 
Criadas pelo IAC; resistentes ao mosaico e ao calor 
Resistentes ao mosaico e bastante resistentes ao calor 
 23 
 Lorca 
 Tainá 
 
2.2.3. Grupo 3: alface de folhas soltas lisas 
-folhas soltas, lisas e tenras, não formando cabeça tipo repolhuda. 
-Cultivar: Babá de verão (típica), Monalisa, Luisa e Regina. 
 
 
2.2.4. Grupo 4: alface de folhas lisas crespas. 
-folhas soltas, crespas, consistentes, não formando cabeça tipo repolhuda. 
-cultivares: Grand Rapids, Verônica, Vanessa, Marisa e Solaris. 
 
 
2.2.5. Grupo 5: Tipo Romana 
-folhas alongadas, duras, com nervuras claras e protuberantes; formam cabeça 
fofa; aceitação restrita. 
Cultivares: Romana de Paris e Romana Balão. 
 
2.2.6. Grupo 6: Tipo Mimosa 
-folhas delicadas com aspecto “arrepiado”. 
Cultivares:Salad bowl e greenbowl. 
 
2.2.7. Mini-alface ou baby-alface 
Apresenta uma grande número de folhas, porém do tamanho mini. Pode ser 
encontrada cultivares de vários grupos como romana, mimosa, lisa verde, crespa, 
etc. 
Cultivares: TPC-13644 - TOPSEED , Salanova, etc. 
 
http://www.h2orta.com.br/produtos/mini-alface-baby-alface-versao-mimosa-
verde 
 
 
 Todas as alfaces de maneira geral se comportam bem sob temperaturas amenas 
(temperaturas noturnas menores que 15º C). Sob dias longos e temperaturas altas 
(maiores que 20º C), as alfaces tendem a reduzir o ciclo vegetativo, não produzindo 
cabeças de qualidade e passando rapidamente a fase reprodutiva (produção de látex, 
pendoamento e florescimento). 
 
 As cultivares diferem na tendência de florescer precocemente sob condições de 
temperatura elevada. Em geral denominam-se “de verão” as cultivares de pendoamento 
lento, e “de inverno” as de pendoamento rápido. 
 
Cultivar Resistência/pendoamento Classificação 
White Boston baixa “de inverno” 
 24 
Brasil 202 
Brasil 221 
Brasil 303 
Média “de verão” 
Elisa alta “de verão” 
Vivi alta “de verão” 
Regina alta “de verão” 
Grand rapids baixa “de inverno” 
Verônica alta “de verão” 
 
 As cultivares “de verão” podem ser plantadas o ano todo. As de “inverno”, 
produzem cabeças bem formadas apenas sob temperaturas amenas. Algumas cultivares 
bastante plantadas no verão, como a Grand Rapids, na verdade, não são bem adaptadas a 
esta estação. 
 
 
3. Época de plantio. 
 
Melhora época: outono/inverno 
Regiões com altitudes maiores de 400 m: 
 -plantio o ano todo; 
-escolher cultivares apropriadas para época do ano. 
Regiões com altitudes iguais ou menores que 400 m: 
 -evitar os meses mais quentes; 
 -escolher cultivares de acordo com a época. 
 
4. Propagação. 
Sob condições de alta temperatura e excessiva luminosidade, é recomendada a proteção 
das mudas com telado com 30% de sombreamento. 
 
a) método de transplantio tradicional. 
 
 
 
20 a 30 dias 
 
Profundidade: do colo da planta ao nível do canteiro. 
 
b) Semeadura direta 
-Foi de grande interesse nos cinturões verdes; 
-Vantagem:- redução no ciclo (não há choque no transplante); 
-Desvantagem: 
 maior gasto com sementes (4 kg/há); 
 uso menos intensivo do solo nos primeiros 20-30 dias. 
sementeira Campo definitivo 
Mudas 4 a 6 folhas; altura 8-10 cm 
Espaçamento: 25 x 25, 30 x 30, 40 x 30 
canteiro de 1,0 a 1,20 de largura. 
 25 
Semeia-se em excesso e depois desbasta-se. A necessidade é menor quando utiliza-se 
sementes encapsuladas em “pilulas” de calcário, superfostato, argila e similares (sementes 
peletizadas). 
 -espaçamento: semelhante ao método anterior 
 
 
c) Transplantio de mudas de bandejas 
 -Sementes comuns e peletizadas; 
Vantagens: 
 -redução do ciclo (também não há choque de transplante); 
 -uso intensivo da área; 
 -possibilidade de uso de semente peletizada (apenas 1 semente/célula); 
 -bandeja de isopor com 242 células ou 128 células; 
 -substratos: * artificial e poroso (sem areia e sem solo). 
- Substratos utilizados: 
*casca de Pinus + vermiculita + adubo 
*composto curtido e peneirado 
 * casca de arroz carbonizado, em mistura com outros substratos. 
Obs: dormência primária e secundária. 
 
5. Solos 
 Devem ser bem preparados: aração, gradagem e enxada rotativa 
Solo ideal: pH 6,0-6,8, solo areno argilosos, solo rico em MO e com boa fertilidade. 
 
6. Adubação (orientações gerais) 
6.1. Adubação de plantio e cobertura 
-mediante análise do solo. 
 
7. Tratos culturais 
7.1. Irrigação – cultura exigente 
- manter 80% de água disponível no solo. A irrigação pode ser feita por 
aspersão e gotejamento. Em caso de uso de irrigação por sulco deve-se 
diminuir a largura do canteiro. 
- Uso de cobertura palhosa para manter umidade. 
7.2. Controle de ervas daninhas 
 
8. Anomalias Fisiológicas 
*Queima das margens. 
Causas: 
a) desequilíbrio Ca e N. 
b) Deficiência de água 
c) Temperaturas elevadas 
 
9. Controle Fitossanitário 
 26 
Evita-los. 
*Viroses 
*mosaico do alface 
 Controle: cultivar melhorada. 
*vira-cabeça 
 controle: erradicação de plantas; evitar proximidade com culturas afetadas; fazer 
rotação de culturas. 
* Doenças fúngicas 
-Septoriose (Septoria lactucae): sintoma: pequenas manchas necróticas escuras 
 controle: sementes isentas de patógenos, rotação de culturas e pulverização com 
fungicidas. 
-Podridão basal (Sclerotinia sclerotiorum). Sintoma: causa podridão mole com granulação 
preta sobre as partes afetadas. 
- Queima da saia (Rhizoctonia solani). Sintoma: causa necrose escura e queima das folhas 
inferiores. 
 controle: evitar mudas contaminadas, fazer rotação de cultura, drenagem 
satisfatória. 
 
10. Colheita e comercialização 
Ponto ideal de colheita: 
- máximo crescimento vegetativo; 
- folhas tenras suculentas; 
- antes do início do alongamento da haste floral; 
- em geral 70 a 90 dias após a semeadura; sob estrutura de proteção são 
mais precoces (45 a 50 dias) 
 Quando o plantio se realizar em solo deve-se lavar as cabeças. 
 
Preços mais baixos: jul à set. (inverno) maior oferta. 
Preços mais altos: dez. à março (verão) menor oferta. 
 
Comercialização: 
 
 -varejo: (feiras, supermercados): - por cabeça 
 - atacado: engradado nº 3 
 dimensões internas : - comprimento: 60 cm 
- largura: 45 cm 
- altura: 36 cm 
Bibliografia: 
FERNANDES, H.S.; MARTINS, S.R. Cultivo de alface em solo em ambiente protegido. 
Informe Agropecuário, v.200/202, p. 50-63, set/dez, 1999. 
 
GOTO, R. A. cultura de alface. In: produção de hortaliças em ambiente protegido: 
condições subtropicais / organizadores Rumy Goto, Sebastião Wilson, Tivelli. – São Paulo: 
Fundação editora da UNESP, 1998. 
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