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* * O CLIENTE TERMINAL: A ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE Prof. EDUARDO R. FREITAS * * ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE * * ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE Indiscutivelmente, pelo contato direto e constante com os pacientes, a equipe de enfermagem funciona como um primeiro anteparo para a angústia deles e de seus familiares. * Desta forma, o contato direto com o sofrimento e a morte é parte integrante do trabalho da enfermagem e acaba por gerar estresse psicológico e até mesmo físico, nos profissionais. * * ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE A carga psíquica suportada por eles pode levá-los a doenças somáticas. * Assim, Menzies (apud Pitta, 1999) descreve os tipos de defesa que os enfermeiros usam para suportar a carga psíquica do seu trabalho. * * TIPOS DE DEFESA PARA SUPORTAR A CARGA PSÍQUICA Qualquer paciente é igual a outro qualquer. Evita-se o vínculo afetivo. As vestes iguais dos doentes são exemplos deste expediente utilizado nos hospitais. * * TIPOS DE DEFESA PARA SUPORTAR A CARGA PSÍQUICA Evita-se a intimidade para evitar angústia com o sofrimento do paciente. Mantém-se um distanciamento. * * TIPOS DE DEFESA PARA SUPORTAR A CARGA PSÍQUICA Os sentimentos têm que ser controlados, o envolvimento refreado e as identificações perturbadoras são evitados. É consequência dos dois movimentos anteriores. * * TIPOS DE DEFESA PARA SUPORTAR A CARGA PSÍQUICA Estabelecimento de desempenho das tarefas e padronização de condutas. O ritual cumpre a função de reduzir ansiedades. * * TIPOS DE DEFESA PARA SUPORTAR A CARGA PSÍQUICA Diminuição do peso da responsabilidade. Não se define de maneira clara quem é responsável por que tarefa e por quem. * * ORIENTAÇÕES PARA EQUIPE Trabalhar a relação com a própria vida e principalmente refletir sobre a própria morte; Repensar os objetivos e ideais profissionais e pessoais; Partilhar as dificuldades e angústias com colegas; Estar alerta para limitações, não ultrapassando limites emocionais; Desenvolver atividades extratrabalho que propiciem a liberação de tensões; * * ORIENTAÇÕES PARA EQUIPE Considerar, sempre e acima de tudo, o paciente; Atuar colocando-se no lugar; Promover a esperança e estimular a participação ativa no processo saúde-doença; Proteger a dignidade do paciente e dos familiares. * * ORIENTAÇÕES PARA EQUIPE Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. * * ORIENTAÇÕES PARA EQUIPE Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. (Rubem Alves, publicado no jornal Folha de S.Paulo, Caderno Sinapse, de 12/10/03). * * BIBLIOGRAFIA BROMBERG, M.H.P.F.; KOVÁCS, M.J.; CARVALHO, M.M.M.J & CARVALHO, V.A. Vida e morte: laços da existência. Casa do Psicólogo, 1996. Disponível na Biblioteca virtual da Estácio (SIA). Cap 2: A vida que há na morte. SILVARES, E.F.M; JÚNIOR, F.B.A & PROSZKULNIK, L. KOVÁCS, M.J (Coordenação). Morte e existência humana: caminhos e possibilidades de intervenção. Capítulo 11: Educação para morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação. * * Os assim chamados sistemas sociais de defesa, como os descritos acima, cuja função primordial é ajudar o indivíduo a fugir da ansiedade, culpa, dúvida e incerteza, são aqui trazidos como um modelo explicativo para a complexa dinâmica da interação técnico paciente numa instituição hospitalar, embora não seja a única. (PITTA, 1999:68)
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