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Plano de aula - Habeas Corpus Aluno: Diego Sabino Ribeiro Chaves Felizola Disciplina: Direito Constitucional III 1. Conceito - Se trata de um remédio, writ, constitucional destinado a prevenir ou cessar qualquer dano ou ameaça à liberdade de locomoção. É medicado através de peça autônoma e não mero recurso, podendo inclusive ser proposto contra decisão já transitada em julgado. - É a garantia, a defesa, que o cidadão tem frente o poder Estatal. 2. Características - Autônoma; - Trata de direito líquido e certo; - Gratuita; - Pode ser concedida de ofício; - Pode ser formulada sem advogado. 3. Origem no Brasil - Apareceu pela primeira vez no Código de Processo Criminal em 1832, mas só foi constitucionalizado em 1891, sendo perpetuado nas demais constituições. Entretanto, já na Constituição do Império foi lançada a sua base, pois, consignou-se que “ninguém poderá ser preso sem culpa formada, exceto nos casos declarados na lei”. - A prisão, desde então, já era considerada exceção e, a liberdade, regra. 3.1. Teoria brasileira do habeas corpus - Por esta teoria, que perdurou até a constituição de 1926, o habeas corpus servia de remédio para garantir qualquer direito que tivesse como pressuposto básico a locomoção, ou seja, não só a liberdade física. Isto porque o habeas corpus nessa época era o único remédio constitucional. 3.2. Ampliação do alcance - Atualmente o seu alcance abarca qualquer ato que direta ou indiretamente restrinja a liberdade do indivíduo, mesmo quando não estiver relacionado à prisão. (Ex.: Uma decisão judicial que prejudique o princípio do contraditório.) 2 4. Natureza Jurídica - Ação de conhecimento que objetiva um provimento meramente declaratório (extinção de punibilidade) ou constitutivo (anulação de ato jurisdicional). 5. Previsão Constitucional - É direito fundamental e se encontra no art. 5º, LXVIII. 5.1. Liberdade de locomoção - É ramificação do direito de liberdade e também direito fundamental de primeira geração, podendo apenas ser relativizado quando não nos encontramos em estado de paz, ou seja, é a regra, não a exceção. 6. Previsão Legal - Está disposto no art. 647 do Código de Processo Penal. 7. Legitimidade ativa e passiva 7.1. Legitimidade ativa - Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, em favor de si ou de outrem, independentemente de possuir habilitação técnica (art. 654 do CPP). - É denominado impetrante aquele que ajuíza a ação contra o impetrado, que é a autoridade coatora, e de paciente a pessoa a ser beneficiada pelo remédio constitucional. 7.2. Legitimidade passiva - A autoridade coatora. 8. Competência - O primeiro critério é territorial enquanto o segundo é quanto a autoridade coatora, conferindo se o paciente tem foro privilegiado. - Ademais, será conhecido, de maneira geral, o habeas corpus pela autoridade em instância diretamente superior a autoridade coatora (Ex.: A autoridade coatora é o delegado, competência da vara da região; a autoridade coatora é o juiz da comarca, competência do tribunal competente. 9. Espécies de Habeas Corpus 3 9.1. Preventivo (expede-se salvo-conduto) - Protege contra a ameaça da ilegalidade. 9.2. Liberatório ou repressivo (expede-se o alvará de soltura) - Cessa a coação ilegal. 10. Cabimento - Deve haver um direito líquido e certo e a coação ilegal (art. 648 CPP), esta podendo ocorrer: I - quando não houver justa causa (para a ordem proferida ou existência do processo); II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei (excesso de prazo); III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (possibilidade legal); IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (liberdade é a regra); V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade (Súmula 695 STF) 11. Concorrência com outras ações - Por ser autônoma, a ação não interfere no prosseguimento da ação penal a menos que esteja em discordância com a ação penal. (Ex.: habeas corpus para evitar o indiciamento, o inquérito prossegue; reconhecimento de nulidade do processo, se renova, salvo o exposto em lei; em desacordo com a ação penal, suspende o processo.) 12. Petição (art. 654, parágrafo 1º, do CPP) - A petição deve no mínimo contente: a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 13. Procedimento - O impetrante dá entrada na ação a ser analisada pela autoridade concedente em nome do paciente. Esta pode considerar inapta a petição e ordenar reparos, negar liminarmente, requisitar informações, ou, se particular, convocar para comparecimento, requisitar a apresentação do paciente preso, ou conceder liminarmente o pedido. Procedente o pedido, será expedido o alvará de soltura ou o salvo conduto. Bibliografia: 4 *NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal – 10. Ed. Ver., atual. e apl. Pgs. 963-988 – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. *http://www.dji.com.br/codigos/1941_dl_003689_cpp/cpp647a667.htm acessado em 12/11/2014 às 22:30 *http://www.ejef.tjmg.jus.br/home/index.php?option=com_content&task=view&id=5293&Itemid=324 acessado em 11/10/2014 às 23:15
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