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1ª AULA DE SAÚDE COLETIVA

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07/03/2016 
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SAÚDE COLETIVA 
Qual a realidade 
constatada hoje? 
De quem é a 
responsabilidade? 
Qual o papel do 
Estado? 
Qual o papel do 
indivíduo? 
Qual o papel da 
coletividade? 
Caracterizando Saúde 
Pública 
Conceito: 
Formas de agenciamento 
político/governamental (programas, 
serviços, instituições) no sentido de dirigir 
intervenções voltadas às denominadas 
“necessidades sociais de saúde”. 
 E as “necessidades sociais 
estão satisfeitas? 
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 Sucateamento: Superlotação: 
 Atendimento Precário e Desumano: Desvalorização Profissional 
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Diferença entre público e coletivo 
quando o assunto é competência? 
SAÚDE PÚBLICA: Diz respeito então as ações 
promovidas por diversas instituições ligadas ao 
Estado para a pro moção do bem-estar. É a aplicação 
de conhecimentos (médicos ou não) com o objetivo 
de organizar sistemas e serviços de saúde. 
SAÚDE COLETIVA: É uma expressão que designa um 
campo de saber e d e práticas referido à saúde co mo 
fenô meno social e portanto, de interesse público. As 
origens do movimento de constituição deste campo 
remotam ao trabalho teórico e político empreendido 
pelos docentes e pesquisadores de dep artamentos de 
instituições universitárias e d e escolas d e saúd e pública 
da América Latina e do Brasil em particular ao longo 
das últimas décadas 
5. Sinonímia: Existem muitas 
designações? 
 Medicina social: França e Alemanha 
Medicina preventiva, comunitária e familiar: 
Estados Unidos e América Latina 
 Higienismo: Portugal e Espanha 
 Sanitarismo: Inglaterra 
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 As cinco conotações da 
expressão “saúde pública”: 
Equivale ao setor público ou 
governamental; 
Atuação da comunidade organizada 
“público”; 
São serviços direcionados à dimensão 
coletiva; 
Serviços pessoais dirigidos a grupos 
vulneráveis; 
Problemas de elevada ocorrência e/ou 
ameaçadores. 
 E existem consensos em 
torno do que se entende por saúde 
pública? 
Vinculação do Aparelho de Estado. 
Prestação de serviços a 
coletividade. 
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 Então... 
Saúde Pública corresponde pontos de 
vista de indivíduos, grupos sociais, 
econômicos e culturais, condicionados 
pelas suas idéias acerca do mundo que 
nos rodeia, conforme respectivos 
interesses, crenças e concepções. 
COMO O SANEAMENTO 
BÁSICO COMEÇOU? 
Voltemos ao passado... 
• Os grupos humanos na Pré-História utilizavam métodos 
simples para recolher as águas das chuvas, dos rios e dos 
lagos 
 
• Mudando-se constantemente, deixavam restos de alimentos e 
dejetos acumulando-se em seus abrigos temporários 
• A humanidade era nômade, sendo assim, não conviviam por 
muito tempo com os resíduos gerados. 
 
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• Consumiam apenas o essencial para a sobrevivência e a 
população era pequena. 
• A quantidade de detritos produzida era insuficiente para 
produzir alterações ambientais significativas 
• No período Neolítico, com o desenvolvimento da agricultura 
surgiram as primeiras aldeias 
• a produção de lixo e águas servidas favoreceu a proliferação de 
ratos e insetos e e o início da poluição dos rios. 
• Os primeiros gatos domesticados eram muito úteis para caçar os 
ratos que atacavam os celeiros de grãos. 
 
ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA IDADE 
ANTIGA 
• Com o surgimento das 
cidades, na Idade Antiga e 
o crescimento da 
população foi necessário 
desenvolver projetos de 
engenharia para condução 
e armazenamento de água 
 
• Procurando fontes de água 
no subsolo, foram cavados 
poços, que inicialmente 
rasos, chegaram até 450 m 
de profundidade, como os 
construídos pelos chineses 
• O desenvolvimento do saneamento está sempre 
relacionado ao surgimento e o crescimento das 
cidades, como Babilônia, na antiga 
Mesopotâmia. 
 
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• 
Tem-se notícia de que existiam coletores de esgoto em Nippur (Babilônia) desde 
3.750 A.C. 
 
• O primeiro sistema público de abastecimento de água, o aqueduto de Jerwan, foi 
construído na Assíria em 691 A.C. 
 
CANALIZAÇÃO DE ESGOTO - ESHUNNA/BABILÔNIA 
(IRAQUE) E JOELHO E JUNTA DE CANALIZAÇÃO EM 
CERÂMICA 
 
Uma característica das antigas cidades do vale do rio Indo (2600 a 
1900 a.C) , como Mohenjo Daro e Harappa era a sofisticação do 
sistema de encanamento pelos quais a água servida corria para 
dutos ou esgotos centrais. 
 
As ruas eram largas, pavimentadas e drenadas por esgotos cobertos. 
Esses canais de escoamento ficavam cerca de meio metro abaixo do 
nível do pavimento e, geralmente, eram construídos em alvenaria de 
tijolos com uma argamassa de barro. 
 
 
 
• Área de banho em Mohenjo-Daro ( situada no atual Paquistão) 
• Quase todas as casas nesta cidade eram equipadas com uma 
área de banho privada, com canalização para levar a água suja 
para o esgoto. 
• Poço público em Harappa - Paquistão 
 
• Havia também banhos públicos, usados para lavar roupas, como é 
comum hoje no Paquistão e na India 
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SANEAMENTO BÁSICO NAS CIDADES DO VALE DO INDO 
 
- Os esgotos, mantidos por uma autoridade municipal, eram 
forrados de tijolos e tinham aberturas a intervalos regulares 
para inspeção e manutenção. 
 
- Os cidadãos de Harappa desenvolveram um privilégio 
bastante raro no mundo antigo: água encanada. 
 
- Cada casa dispunha de um banheiro com chão 
pavimentado em declive e de um sistema de escoamento 
de água. A água para o banho era puxada, com baldes, de 
poços revestidos de tijolos de barro cozido, e despejadas 
em pequenos reservatórios e daí encaminhadas por curtos 
encanamentos cerâmicos para cair sobre o banhista 
- não existiam banheiras. 
 
- empregavam-se canos de drenagem feitos de cerâmica, 
embutidos e rejuntados com gesso, para que não 
ocorressem vazamentos. 
 
- Sistema de esgotos: Uma fossa coberta do lado de fora de 
cada habitação, comunicava-se com uma rede de canais de 
esgoto, revestidos e cobertos com tijolos, que corria ao 
longo das ruas principais. Em cada interseção, havia uma 
fossa com tampa removível, para permitir a limpeza. 
• A civilização minóica se desenvolveu na ilha de Creta, no mar Egeu, entre 2700 a.C. e 1450 a.C. 
• Teve como principal centro a cidade de Cnossos. O termo "minóico" deriva de Minos, título dado ao 
rei de Creta. 
• Em Cnossos, fica o famoso palácio, com seu majestoso terraço, seus pátios inferiores, sua decoração 
mural, seu gigantismo . 
• seu sistema de drenagem foi construído em pedra e terracota, com um coletor ou emissário final das 
águas residuais (águas pluviais e de excreta) que descarregava o efluente a uma distância considerável 
da origem. 
• As precipitações frequentes e intensas na região resultavam na ocorrência cíclica de condições de 
autolimpeza. 
 
 
CIVILIZAÇÃO EGÉIA OU MINÓICA ( CRETA 2750 a 1450 a.C.) 
• Cnossos foi o primeiro sítio europeu a ter um sistema 
organizado de canalização de água limpa e de esgotos, além de 
privada com descarga 
• As placas de pedra foram removidas para visualização do 
sistema de esgoto. 
• Sala de banhos da Rainha no palácio real de Cnossos ( ( 1700 a. C.) 
 
• Havia uma latrina com um reservatório de água que coletava a água das chuvas 
para a descarga dos resíduos (cerca de 1700 a.C) 
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O CONTROLE DAS ÁGUAS ENTRE OS 
EGÍPCIOS 
• Os egípcios dominavam técnicas sofisticadas de irrigação do 
solo na agricultura e métodos de armazenamento de líquido, 
pois dependiam das enchentes do Nilo. 
• Os egípcios costumavam armazenar água em grandes potes de barro durante 
aproximadamente um ano, tempo suficiente para que a sujeira se depositasse no 
fundo do recipiente. 
• Em antigaspinturas egípcias dos séculos XV a XIII A.C. aparecem representações 
de filtragem por sedimentação e uso de sifões, e se especula se utilizavam 
alúmen para remover sólidos suspensos 
DRENAGEM NO ANTIGO EGITO 
• No Médio Império (2100-1700 a. C.) cidade de Kahum, 
construída, por ordem do faraó, segundo um plano 
unificado, tinha a água escoada, através de uma calha de 
pedra de mármore implantada no centro da rua 
 
• Em Tel-el-Amarna, do século XIV a. C. (com sistema de 
drenagem igual ao de Kahum) foram encontrados sinais 
da existência de banheiros em casas mais humildes. 
PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NO EXTREMO 
ORIENTE ANTIGO 
 
• Milênios antes de Cristo os chineses e 
japoneses util izavam filtração por capilaridade 
para obter água limpa: o l íquido era passado 
de uma vasilha a outra por meio de tiras de 
tecido, que removiam a sujeira 
 
 
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OS GREGOS ANTIGOS E O SANEAMENTO 
BÁSICO 
• O filósofo Empédocles de Agrigento (504-443 a. C.) já havia 
estabelecido uma associação entre pântanos e malária. 
 
• Empédocles livrou de uma epidemia o povo de Selinute, na 
Sicília, desviando dois rios para os pântanos, com o intuito 
de prevenir a estagnação das águas e torná-las saudáveis 
 
• Atenas possuía um sistema de esgotos, o que no entanto 
não a livrou da grande peste que atingiu seus cidadãos em 
430 a. C., durante a Guerra do Peloponeso. 
ROMA ANTIGA E 
O SANEAMENTO 
BÁSICO 
• Roma foi fundada em torno de um forte no topo de uma colina, porém em torno de 600 a. 
C., a expansão da área urbana exigiu que o vale pantanoso ao pé da colina fosse drenado, 
produzindo uma área plana e seca que iria se tornar o fórum romano. 
 
• Desenvolveu-se ali uma cidade-mercado, que alcançou a população de cerca de um milhão 
de habitantes no início da era cristã. 
 
• A cidade, no período imperial era abastecida por onze aquedutos, porém água canalizada 
era um privilégio de poucos e a maioria dos cidadãos abastecia-se em fontes públicas, 
como amostrada acima. 
 
• Havia extensos esgotos, de construção esplêndida (alguns tão grandes que neles se podia 
passar com uma carroça puxada por um cavalo), mas se conectavam apenas com o sistema 
público de drenagem e não com as casas particulares. 
AQUEDUTO DE 
SEGÓVIA NA 
ESPANHA 
 
• As construções destinadas ao transporte de água, chamadas de aquedutos, eram 
grandiosas e abasteciam as fontes públicas, dezenas de termas ( ou banhos 
públicos) além de suprir os lagos e fontes e artificiais nas residências dos ricos. 
 
• Os grandes aquedutos romanos foram construídos em várias partes do mundo, a 
partir de 312 A.C. 
 
AQUEDUTO ROMANO DE PONT DU GARD 
( NÎMES – FRANÇA) 
 
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• A Cloaca Máxima é uma das mais 
antigas redes de esgotos do mundo. 
 
• construída nos finais do século VI 
a.C. pelos últimos reis de Roma, 
com base na engenharia etrusca, 
com a finalidade de drenar as 
águas residuais e o lixo, para o rio 
Tibre. 
 
• o sistema original era um canal a 
céu aberto que seria 
progressivamente coberto devido às 
exigências do espaço do centro 
citadino. 
 
• A Cloaca Máxima foi mantida em 
bom estado durante toda a idade 
imperial. 
• CLOACA MÁXIMA 
• ( ~ 500 a. C.) 
observar, ao lado, o detalhe 
do arco de sustentação do 
teto e os degraus inferiores 
para inspeção 
• As termas eram construções sofisticadas com piscinas de água 
quente, morna ou fria, ao lado de salas para a prática de esportes e 
massagem. 
• As Termas de Caracala foram construídas entre 212 e 217 durante o 
governo do imperador Caracala . Podiam acolher mais de 1.500 
pessoas num edifício que media 337 metros por 328 
BANHOS ROMANOS 
EM BATH 
(INGLATERRA) 
 
• Os banhos públicos podiam ter diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal e a terapia pela 
água com propriedades medicinais; 
• Os banhos eram pontos de encontro da vida das cidades do Império Romano. 
• Por volta de 300 d.C. existiam em Roma mais de 300 banhos públicos e consumiam-se cerca de 3 
milhões de litros de água por dia. 
• em geral as manhãs eram reservadas às mulheres e as tardes aos homens. 
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OS PRINCIPAIS AMBIENTES DA TERMA 
ROMANA 
 
• tepidarium - banhos mornos 
• praefurnium - local das fornalhas que 
aqueciam a água e o ar. 
• caldarium - banhos de água quente 
• frigidarium - banhos de água fria 
• Sudatorium - espécie de sauna. 
 
• As termas romanas dispunham ainda de 
ginásio de esportes, biblioteca, sala de 
massagem, jardim, além de comes e 
bebes. 
 
 Ruínas de uma latrina pública do período romano em Éfeso na Turquia 
(séc. I d.C) 
Em 315 depois de Cristo havia 144 latrinas públicas em Roma 
Engenharia e saneamento em Roma 
Antiga 
 
• O arquiteto e engenheiro, Marco Vitrúvio Pólio (c. 
70-25 a. C.), em seu livro De Architectura, acentuou a 
importância de se determinar a salubridade de um 
sítio e oferece indicações precisas para a seleção de 
lugares apropriados à fundação de cidades e à 
construção de prédios. 
 
• também, deu muita atenção à posição, à orientação 
e ao sistema de drenagem das moradias 
OS QUÍCHUAS DO PERU 
 E O SANEAMENTO 
• Na América do Sul, impressionantes ruínas de sistemas de esgotos e de banhos atestam as façanhas dos 
quichuas em engenharia sanitária. 
 
• Essa civilização que se desenvolveu entre os séculos XIII e XVI na região do atual Peru e Equador, 
ergueu cidades drenadas e com suprimento de água, garantindo assim, um terreno seguro para a saúde 
da comunidade. 
 
• Os quíchuas construíram ainda numerosos sistemas de canalização para irrigação, principalmente nas 
terras áridas da costa do Peru. 
 
• Estavam cônscios, ainda, da influência possível de outros elementos do ambiente físico sobre a saúde e 
reconheceram a relação entre aclimatação e má saúde, a ponto de que tropas oriundas dos planaltos 
serviam nos vales quentes em um sistema de rodízio, permanecendo ali apenas alguns meses de cada 
vez 
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SANEAMENTO 
NAS CIDADES 
MEDIEVAIS 
• As cidades medievais consistiam num amontoado de edifícios num 
labirinto de ruas estreitas. 
• Eram pequenas, densamente povoadas, barulhentas e sujas. 
• A maioria de suas ruas não tinha pavimentação e tampouco obras 
de drenagem, e recebia toda sorte de refugos e imundície. 
 
• O povo vivia na rua, amontoava-se 
entre as galinhas e as centenas de 
cães e gatos que faziam o 
“aproveitamento” dos restos que 
encontravam. 
• homens da Igreja como São 
Jerônimo [343-420] não viam 
razões válidas para um cristão 
tomar banho depois do batismo. 
 
• Este preconceito teológico em 
relação aos cuidados de higiene 
corporal vai ter consequências 
nefastas na saúde da população 
europeia. 
 
• Na maioria dos conventos e 
monastérios da Europa medieval, 
o banho era praticado duas ou três 
vezes ao ano, em geral às vésperas 
de festas religiosas como a Páscoa 
e o Natal. 
• Na Idade Média, as pessoas costumavam 
atirar os excrementos nas ruas, às vezes 
atingindo os passantes. 
Detalhe de um quadro de 
Peter Brueghel mostra 
um homem rico perto de 
um anexo que despeja os 
dejetos direto no rio 
 O BANHO NA IDADE 
MÉDIA 
 • Durante a Idade Média, a maioria se 
casava no mês de junho (início do verão, 
para eles), porque, como tomavam o 
primeiro banho do ano em maio, em 
junho o cheiro ainda estava mais ou 
menos suportável. 
 
Entretanto, como já começavam a exalar 
alguns "odores", as noivas tinham o 
costume de carregar buquês de flores 
junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos 
em maio o "mês das noivas" e a origem 
do buquê explicadas. 
 
Os banhos eram tomadosnuma única 
tina, enorme, cheia de água quente. O 
chefe da família tinha o privilégio do 
primeiro banho na água limpa. 
 
Depois, sem trocar a água, vinham os 
outros homens da casa, por ordem de 
idade, as mulheres, também por idade e, 
por fim, as crianças. Os bebês eram os 
últimos a tomar banho. 
 
 
Ilustração medieval de um banho com refeição 
1494-95 
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• À esquerda, ilustração 
medieval de um grande 
banho comunitário com 
farra gastronômica, 
numa casa de 
prostituição 
IDADE MÉDIA 
PRIVADA INTERNA EM HAME 
CASTLE, FINLÂNDIA. 
 
• Somente pessoas 
privilegiadas como o capelão 
do castelo, tinham acesso a 
essa privada com tampa de 
madeira, que é a única do 
edifício 
• Anexos para privadas no Castelo de Olavinlinna na Finlândia – séculos XV e XVI. 
• Anexas às paredes estão as privadas, feitas de pedra com assentos de madeira. 
Uma velha anedota as descreve como as primeiras privadas a água da Finlândia , 
porque estavam acima da água e a altura era grande, cerca de 20 metros. 
 
A PESTE 
NEGRA 
SÉC. XIV 
• 
Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, 
chegavam milhares de ratos. Estes roedores encontraram nas cidades europeias um 
ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. 
• Estes ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella pestis. E as pulgas destes 
roedores transmitiam a bactéria aos humanos através da picada. 
• Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro 
apareciam nas axilas, virilhas e pescoço várias bolhas de pus e sangue. Em seguida, vinham 
os vômitos e febre alta. 
• não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. 
• a doença fez tantas vítimas que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar 
os mortos. Os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas 
florestas ou em locais afastados. 
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A PESTE 
NEGRA 
 
• O regresso dos cruzados igualmente contribuiu para a introdução de muitas doenças 
transmissíveis, até então desconhecidas na Europa, e que se transformaram em terríveis 
epidemias. 
 
• Estima-se que somente a peste negra vitimou cerca de 25 a 30 milhões de pessoas (entre 
um terço a um quarto da população do Ocidente) em meados do Séc. XIV. 
 
• A peste negra está admiravelmente retratada em quadros de Pieter Brueghel, o Velho 
(1525-1569) e em particular em O triunfo da morte (1556, Museu do Prado, Madrid). 
IDADE MODERNA 
• Nesse período as preocupações 
com saúde pública como 
conhecemos hoje tiveram maior 
desenvolvimento. 
 
• Entre o século XVI e meados do 
século XVIII generalizou-se a 
pavimentação das ruas e 
construção de obras de canais de 
drenagem onde escoavam os 
refugos indesejáveis das ruas em 
direção aos rios e lagos. 
 
• O uso desse método produzia 
maus odores, além do que as 
provisões de água tornavam-se 
perigosamente poluídas. 
 
Dizia-se que os canais de Antuérpia 
matavam até mesmo os cavalos que 
bebiam sua água. 
 
 Os poços e fontes se contaminavam 
com infiltrações oriundas das fossas 
e dos cemitérios. 
 
 
A HIGIENE CORPORAL 
na Idade Moderna 
• Ainda para a maior parte das pessoas a higiene mínima era feita com jarras e 
bacias domésticas 
• nos Séculos XVI e XVII, considerava-se que a água era capaz de se infiltrar no 
corpo e supunha-se que a água quente, especialmente, fragilizasse os órgãos, 
abrindo os poros para os ares malignos. 
• Durante o século XVII os banhos continuaram a ser olhados como algo perigoso 
e desaconselhado a pessoas doentes. 
• Nesta época, para disfarçar o cheiro, as classes altas começaram a importar e a 
usar perfumes. A indústria cosmética teve um enorme avanço! 
 
 
 
 No suntuoso Palácio de Versalhes, um decreto de 1715, 
baixado pouco antes da morte do rei Luís XIV, estipulava que as 
fezes seriam retiradas dos corredores uma vez por semana – do 
que se deduz que o recolhimento era ainda mais esparso antes. 
 
Versalhes não tinha banheiros, mas contava com um quarto de 
banho equipado com uma banheira de mármore encomendada 
pelo próprio Luís XIV – objeto que serviria apenas à ostentação, 
caindo no mais absoluto desuso 
 
A maior parte das pessoas utilizava-se de urinóis para as suas 
necessidades fisiológicas. 
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EVOLUÇÃO DO VASO 
SANITÁRIO 
 
• 2500AC: Mohenjo Daro –havia um sistema altamente 
desenvolvido de drenagem em que a água servida de 
cada casa fluía para o canal principal. 
 
• 1000 a.C: ilha de Bahrein no Golfo Pérsico : privada 
com fluxo de água. 
 
• 69 d.C.: Imperador romano Vespasiano, pela primeira 
vez cobra taxa para uso de banheiro público 
 
• 1596 JD Harrington inventa o W.C. 
 
• .1668 : se torna obrigatória a construção de vasos 
sanitários em todas casas de Paris. 
 
• 1824 : primeiro banheiro público em Paris. 
 
• 1883 : primeiro vaso sanitário de cerâmica, feito para 
a Rainha Vitória. 
 
• 1889 : primeiro tratamento de esgoto no mundo. 
 
• 1980 : instalação de banheiro público com controle 
automático. 
 
 
CURIOSIDADE... 
 
Os reis Luís XIII e XIV 
costumavam dar audiência 
enquanto estavam usando o 
vaso sanitário. 
 
• Daí a conhecida expressão: 
“sentado no trono”. 
O SANEAMENTO 
NA SOCIEDADE 
INDUSTRIAL 
• Com o desenvolvimento industrial, a parti r de meados 
do séc. XVIII, houve grande êxodo rura l e as populações 
concentraram-se nas cidades 
• As condições de vida nas cidades da Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha eram 
terríveis. 
• As moradias eram superlotadas e sem as mínimas condições de higiene 
• Os detritos eram acumulados em recipientes, de onde eram transferidos para 
reservatórios públicos mensalmente 
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SÉCULO XIX • No início do XIX, as condições de vida 
urbana começaram a melhorar. 
 
• Houve a introdução gradual das 
bombas a vapor e canos de ferro. 
 
• A generalização do sistema de 
drenagem por carreamento pela água 
logo originou mais problemas: as 
fossas raramente eram limpas e seu 
conteúdo se infiltrava pelo solo, 
saturando grandes áreas do terreno e 
poluindo fontes e poços usados para 
o suprimento de água. 
 
• Como esses canais de esgotamento 
se destinavam a carrear água de 
chuva, os rios de cidades maiores se 
transformaram em esgotos a céu 
aberto 
 
• O suprimento de água e limpeza de ruas não acompanharam a expansão urbana. 
• Ao mesmo tempo a proliferação das indústrias que lançavam seus resíduos nas 
águas agravava a poluição ambiental 
• Houve a volta, então de graves epidemias, sobretudo do cólera ( Londres, 1831-
32, 1848-49, 1854 e 1857)e febre tifóide, transmitidos pela água contaminada 
• A mortalidade era agravada pelas péssimas condições de vida e trabalho da classe 
operária 
• Diante da gravidade da situação, os governos passaram a investir muitos 
recursos em pesquisa e na área médica. 
• Pasteur e outros cientistas descobriram que doenças infecciosas eram causadas 
por microorganismos patogênicos 
• A partir daí foi possível entender os processos de transmissão de doenças 
através da água e de outros meios contaminados 
Bactéria Escherichia coli 
 
PROGRESSOS NO SANEAMENTO SÉCULO XIX 
 
• as autoridades perceberam uma clara conexão entre a 
sujeira e a doença nas cidades. 
• Os engenheiros hidráulicos (1842) propuseram, então, a 
reforma radical do sistema sanitário, separando 
rigorosamente a água potável da água servida 
• as valas de esgotos a céu aberto seriam substituídas por 
encanamentos subterrâneos construídos com manilhas de 
cerâmica cozida. 
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OS ESGOTOS 
DE PARIS 
 
• Os esgotos transportavam as águas servidas em Paris desde o século XIII quando as ruas 
da cidade foram pavimentadas e canais foram construídos por ordem de Felipe Augusto, 
rei da França de 1180 a 1223. 
 
• Esgotos cobertos foram introduzidos durante o governo de Napoleão Bonaparte 
 
• Após a grande epidemia de cólera de 1832, se iniciou uma política de saneamento 
básico. 
 
• 1854 -Eugène Belgrand sob estímulo do prefeito Haussmann, constrói uma grande rede 
de esgotos, que conta hoje com mais 2.300 km de extensão. 
O SURGIMENTO DA SAÚDE PÚBLICA 
Londres- Inglaterra 
• 1848 -primeira Lei de Saúde Pública da 
Grã-Bretanha . 
 
• 1859 início da limpeza geral das 
canalizações de esgotos da capital 
 
• 1875- 133 quilômetros de coletores 
novos de esgotos percorriam o subsolo 
de Londres, recolhendo dejetos em uma 
área de cerca de 260 quilômetros 
quadrados 
 
• O exemplo seria seguido por outras 
cidades industriais da Inglaterra e de 
outros países do continente europeu e 
americano. 
O CONCRETO 
ARMADO NO 
SANEAMENTO 
BÁSICO 
• 1866 – divulgação do uso do concreto armado como material de construção por 
Joseph Monier 
• generalização do uso do material para a construção de reservatórios e 
encanamentos e canais 
• vantagens do concreto armado: segurança , durabilidade, rapidez de execução, 
economia de conservação, impermeabilidade e resistência a choques e vibrações. 
• Concreto possibilitou desenvolvimento das obras de drenagem, facilitando a 
construção de lajes de cobertura e o emprego de tubos pré-moldados para 
construção das galerias. 
 
 
SANEAMENTO BÁSICO 
NOS EUA 
• 1857 - concepção inicial de 
sistemas de esgoto pelo 
engenheiro civil J.W. Adams, que 
projetou os esgotos de Brooklyn, 
Nova Iorque 
 
• 1873-formação do 
Departamento de Saúde 
Nacional, precursor do Serviço 
de Saúde Pública Norte-
Americano. 
 
• 1889- as maiores cidades 
americanas estavam com linhas 
de esgoto em funcionamento. 
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• Foi só no século XIX, com a propagação 
da água encanada e do esgoto e com o 
desenvolvimento de uma nova indústria 
da higiene – principalmente nos Estados 
Unidos – que o banho foi reabilitado. 
 
• O sabão, conhecido desde a 
Antiguidade, mas por muito tempo 
considerado um produto de luxo, foi 
industrializado e popularizado. 
 
• Em 1877, a Scott Paper, companhia 
americana pioneira na fabricação de 
papel higiênico, começou vender seu 
produto em rolos, formato que se 
mostra até hoje insuperado. 
 
• O século XX prosseguiria com a 
expansão da higiene. 
 
• Os desodorantes modernos datam de 
1907 e a primeira escova de dentes 
plástica é dos anos 50. 
NOVOS HÁBITOS DE HIGIENE A 
PARTIR SÉCULO XIX LEMBRETE... 
• É importante ressaltar que, em todas as 
épocas e em todos os lugares, o saneamento 
básico concentrou-se nas zonas urbanas e no 
atendimento das camadas privilegiadas. 
• A democratização do acesso ao saneamento 
é fenômeno recente e restrito 
geograficamente. 
SANEAMENTO BÁSICO NO MUNDO ATUAL 
• No século XX o desenvolvimento da ciência e da tecnologia 
permitiu que fontes contaminadas se tornassem potáveis após 
tratamento. 
 
 
UMA VISÃO FANTÁSTICA: UM SISTEMA DE 
SANEAMENTO BÁSICO NO JAPÃO HOJE 
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AS PERSPECTIVAS : UM PLANETA ESGOTADO... 
• A humanidade levou quase 200 mil anos para atingir a marca de 1 bilhão e 500 milhões de 
pessoas 
• Em apenas um século ( o XX) a população mundial quadruplicou, tendo atingido a marca 
de 6 bilhões de pessoas no ano 2000. 
• Daí a imensa pressão sobre os recursos naturais, a grande produção de lixo e águas 
contaminadas. 
• Urge encontrar soluções para a questão ambiental. 
 
 
O LIXO 
PRODUZIDO NO 
MUNDO 
• A produção mundial de lixo é de 400 milhões de 
toneladas por ano, aproximadamente. 
• Como é possível sanear um ambiente que sofre 
tamanho impacto? 
• Este é o desafio para todos nós! 
 
 
COMO FOI A EVOLUÇÃO DO SANEAMENTO 
BÁSICO NO BRASIL? 
SANEAMENTO NO BRASIL 
• As comunidades indígenas já se 
preocupavam com o saneamento 
 
• Para o seu consumo, os indígenas 
armazenavam a água em talhas de barro 
e argila ou até mesmo em caçambas de 
pedra 
 
• Com os dejetos, também havia um 
cuidado especial, haja vista que 
delimitavam áreas usadas para as 
necessidades fisiológicas e para 
disposição de detritos 
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SANEAMENTO NO BRASIL 
1ª fase – Período Colonial 
• No Brasil, a história do saneamento 
básico também se confunde com a 
formação das cidades. 
 
• o abastecimento de água era feito 
através de coleta em bicas e fontes, 
nos povoados que então se 
formavam 
 
 
• As ações de saneamento se 
resumiam à drenagem dos terrenos 
e à instalação de chafarizes em 
algumas cidades 
 • Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro 
• Primeiro aqueduto construído no Brasil, em 1723 
O SANEAMENTO NO PERÍODO JOANINO 
• A vinda da corte portuguesa em 1808 e a abertura dos portos em 1810 geraram 
grandes impactos no país, em especial no Rio de Janeiro. 
• em menos de duas décadas, sua população duplicou, alcançando 
aproximadamente 100.000 habitantes em 1822 a 135.000 em 1840 
O RIO DE JANEIRO NA ÉP0CA 
DE D. JOÃO 
• Entretanto, a evolução da higiene não 
acompanhou o aumento populacional e o 
progresso material e econômico da cidade. 
 
• As instalações sanitárias das casas ficavam 
localizadas nos fundos e os despejos eram 
recolhidos em barris especiais. Quando 
ficavam cheios, após vários dias de utilização, 
acarretando mau cheiro e infectados, eram 
transportados pelos escravos, apelidados de 
“tigres” e despejados na atual Praça da 
República ou na beira-mar, onde eram lavados 
. 
 
 
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INOVAÇÕES DO PERÍODO JOANINO 
 
• Foram criadas leis que fiscalizavam 
os portos e evitavam a entrada de 
navios com pessoas doentes 
 
• Foi instalada uma rede de coleta para 
escoamento das águas das chuvas no 
Rio de Janeiro, mas atendia apenas 
às áreas da cidade onde morava a 
aristocracia 
Na época do Império os escravos eram encarregados de transportar água 
dos chafarizes públicos até as residências, como mostra a pintura de 
Rugendas 
ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO RIO DE 
JANEIRO 
• No ano de 1840, foi fundada uma 
empresa para explorar os serviços de 
pipas de água, transportadas por 
uma frota de carroças de duas 
rodas,puxadas por burros. 
 
• Com o rápido crescimento da 
cidade,viu-se a necessidade de se 
implementar melhorias nos sistemas 
de abastecimento de água. O 
produto passaria a ser 
comercializado, deixando de ser um 
bem natural para se tornar uma 
mercadoria. 
 
SANEAMENTO: QUESTÃO DE SAÚDE 
PÚBLICA 
• Com o crescimento da 
cidade a situação sanitária 
do Rio de Janeiro se tornava 
cada vez mais precária. 
 
• Entre 1830 a 1851, houve 
nada menos do que vinte e 
três epidemias letais na 
Cidade, principalmente de 
febre amarela 
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SANEAMENTO NO BRASIL- 2ª FASE 
 meados do século XIX início do século XX 
• se inicia a organização dos serviços 
de saneamento básico 
• as províncias entregam as concessões 
a companhia estrangeiras, 
principalmente inglesas 
 Na cidade de Campinas, Estado de São Paulo no ano de 1875, uma 
proposta do engenheiro Jorge Harrat venceu a concorrência 
aberta para construir e abastecer chafarizes no centro da cidade. 
A água, gratuita para a população, vinha das nascentes do córrego 
Tanquinho, que se localizam sob a quadra formada pelas avenidas 
Francisco Glicério e Aquidabã e as ruas Regente Feijó e 
Uruguaiana, seguindo em tubos de ferro fundido até os chafarizes. 
A obrademorou 18 meses para ser concluída e custou 27 contos 
de réis. 
EXTENSÃO DO SANEAMENTO ÀS 
MAIORES CAPITAIS 
• 1857 - 1877, o governo de São Paulo, após a assinatura de 
contrato com a empresa Achilles Martin D'Éstudens, constrói 
o primeiro sistema Cantareira de abastecimento de água 
encanada. 
 
• 1861- Porto Alegre (RS) sistema instalado 
 
• 1876- Rio de Janeiro utiliza o Decantador Dortmund é 
pioneira na inauguração em nível mundial de uma Estação 
de Tratamento de Água (ETA), com seis Filtros Rápidos de 
Pressão Ar/Água. 
 
SANEAMENTO NO BRASIL- 3ª FASE 
início século XX 
 
• Se começa a se pensar em saneamento básico para as cidades, isto é, 
num plano para levar toda água suja por meio de canos para um lugar 
onde ela pudesse ser tratada. 
 
• Isso é decorrência da insatisfação geral da população em função da 
péssima qualidade dos serviços prestados pelas empresas estrangeiras 
 
• Ocorre então a estatização dos serviços 
 
• Neste período começa-se a vincular o Saneamento a seus recursos. 
 
COMBATE ÀS 
EPIDEMIAS 
• No final do séc. XIX e início do XX, o Brasil 
era conhecido no exterior por ser um local 
onde proliferavam epidemias de febre 
amarela, varíola e peste bubônica. 
 
• As cidades constituíam viveiros de ratos, 
pernilongos e outros vetores de doenças 
MOSQUITO TRANSMISSOR 
DA FEBRE AMARELA 
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COMBATE À FEBRE AMARELA 
• Devido à gravidade da 
situação, o médico Emílio 
Ribas ( 1862-1925) 
realizou uma campanha 
de combate à febre 
amarela em São Paulo, 
atacando os focos de 
mosquitos transmissores 
da doença 
• Baseado no sucesso de Ribas, Osvaldo Cruz ( 1872- 1917) , iniciou em 1903, no Rio de 
Janeiro, uma luta para erradicar essas epidemias. 
 
• Oswaldo Cruz era médico especializado em saúde pública. 
 
• Em 1903, foi escolhido pelo governo federal para o cargo de Diretor de Saúde Pública. 
A REVOLTA DA 
VACINA 
1904 
RJ 
• A charge acima ilustra a revolta da população contra Oswaldo Cruz 
• A vacinação era feita pela brigada sanitária, que era uma comissão de empregados da área 
de saúde preparados para executar esse serviço. Eles entravam na casa das pessoas e 
vacinavam todos que lá estivessem, uma forma de agir que indignou a população. 
• A oposição política, ao sentir a insatisfação popular, tratou de canalizá-la para um plano 
arquitetado tempos antes: a derrubada do presidente da República Rodrigues Alves. 
• O governo reagiu e o saldo foi 30 mortos, 110 feridos, cerca de 1000 detidos e centenas de 
deportados 
SATURNINO DE BRITO 
patrono da engenharia sanitária no 
Brasil 
• Entre os inúmeros sanitaristas brasileiros, destaca-se o engenheiro Saturnino de Brito ( 
1864- 1929) . 
 
• Em 1930 todas as capitais possuíam sistemas de distribuição de água e coleta de 
esgotos, graças, em parte, a seus esforços. 
 
• Um de seus projetos é a rede de canais de drenagem de Santos, iniciada em 1907, 
construída para secar terras encharcadas onde proliferavam transmissores da febre 
amarela. 
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BELO HORIZONTE: 
planejamento e saneamento 
• Um marco na engenharia 
urbana nacional foi a 
inauguração da cidade de Belo 
Horizonte (1897) 
 
• planejada para ser a capital do 
estado mineiro, foi servida 
com sistema de água e 
esgotos projetado por 
Saturnino de Brito 
INOVAÇÕES NO SANEAMENTO BÁSICO NO 
BRASIL 
SÉCULO XX 
• 1912- adoção do sistema separador 
absoluto : sistemas de esgotos 
sanitários passaram a ser 
obrigatoriamente projetados e 
construídos independentemente dos 
sistemas de drenagem pluvial 
 
 
• generalização do emprego de tubos 
de concreto 
 
 
• a drenagem torna-se um elemento 
obrigatório dos projetos de 
urbanização. 
 
BOMBA DE ESGOTO 
PLUVIAL 
SANEAMENTO NO BRASIL- 4ª FASE 
 a partir dos anos 40 – século XX 
• Corresponde, grosso modo, ao Período Vargas no 
Brasil, com maior intervenção do Estado na 
economia 
 
• Aumento do êxodo rural em direção aos grandes 
centros industriais do Sudeste como São Paulo 
 
• Aumento da demanda por serviços de saneamento. 
 
• Se inicia a comercialização dos serviços. 
 
• Surgem autarquias e mecanismos de 
financiamento para abastecimento de água 
 
• setor de saneamento básico é gradativamente 
separado da saúde pública. 
 
• criada a Inspetoria de Águas e Esgotos 
• Maiores investimento do IAE, na capital (RJ),em 
especial nos bairros de classe alta e zonas 
industriais. 
 
 
SANEAMENTO NO BRASIL- 5ª FASE 
 anos 50 a 60 – século XX 
• São criadas as empresas de 
economia mista 
 
• Têm destacada participação os 
empréstimos do Banco 
Interamericano de Desenvolvimento, 
que previam o reembolso via tarifas 
e exigiam autonomia cada vez maior 
das companhias 
 
• Corresponde ao período de 
arrancada desenvolvimentista do 
Brasil e maior abertura ao capital 
estrangeiro 
 
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PLANEJAMENTO NACIONAL PARA O 
SANEAMENTO 
 
• 1964- estabelecimento da ditadura militar 
 
• Centralização das decisões a nível federal 
 
• Criação do BNH - Banco Nacional da 
Habitação que passa a ser o gestor dos 
recursos do FGTS, principal fonte de recursos 
para o setor. 
 
• 1965 o Brasil assina acordo com Estados 
Unidos, criando o "Fundo Nacional de 
Financiamento para Abastecimento de 
Água" que no período de 1965/1967 
atendeu apenas a 21 cidades em todo o país 
com obras de abastecimento de água. 
 
SANEAMENTO NO BRASIL- 6ª FASE a partir da 
década de 70 
• 1971- Regime Militar institui o PLANASA – Plano Nacional de 
Saneamento. 
 
• autonomia e auto-sustentação por meio das tarifas e financiamentos 
baseados em recursos retornáveis. 
 
• Extrema concentração de decisões, com imposições das companhias 
estaduais sobre os serviços municipais 
 
• Separação radical das instituições que cuidam da saúde no Brasil das que 
planejam o Saneamento. 
 
 
 
SANEAMENTO NO BRASIL HOJE 
• No Brasil, a situação geral do saneamento, tanto 
na zona rural, quanto urbana, continua precária 
para as populações de baixa renda, apesar das 
melhoras realizadas nos últimos 40 anos. 
• A implantação de obras de saneamento nunca acompanhou o ritmo de 
crescimento das áreas urbanas. 
 
• Ainda hoje, centenas de crianças morrem diariamente no país de desidratação, 
cólera, febre amarela, verminoses intestinais, ao ingerir água e alimentos 
contaminados. 
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EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTOS NO BRASIL (%). 
 
 INDICADORES 1960 1970 1980 1990 2000 
ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
 Domicílios urbanos 41,8 
 
60,5 
 
79,2 
 
86,3 
 
89,8 
 Domicílios rurais 1,3 2,6 
 
5 9,3 18,1 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 Domicílios urbanos 
 ( rede de coleta) 
26 
 
22,2 
 
37 47,9 
 
 
56 
 
 domicílios urbanos 
 ( rede + fossas sépticas) 
19,6 25,3 22,9 20,9 16 
 domicílios rurais 
 ( rede de coleta) 
0,3 0,4 1,4 3,7 3,3 
 domicílios rurais 
 ( rede + fossas sépticas) 
2,6 3,2 7,2 14,4 9,6 
 
 
. 
. Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1970, 1980, 1990, 2000. 
. 
. 
. 
• OBSERVAÇÃO 
• ÁGUA: refere-se à distribuição de água 
• ESGOTO: refere-se à coleta e não ao tratamento do esgoto 
• LIXO: refere-se à coleta e não ao tratamento de lixo 
 
 
 
• Acesso aos 
serviços de 
saneamento 
ambiental no 
Brasil 
• O governo federal aumentou, de 2001 a 2004, seus gastos sociais, 
especialmente em programas de transferência de renda. 
 
• No entanto o gasto federal com saneamento básico e habitação 
caiu 45,8% no período 2000 a 2004.• Houve queda na proporção de domicílios entre os 40% mais 
pobres do país com acesso a rede de esgoto ou fossa séptica de 
59%, em 2001, para 55%, em 2004. 
 
• Em quatro anos, o quadro é de estagnação patente. 
 
• Os serviços de saneamento têm sido seriamente comprometidas 
devido à falta sistemática de recursos e escassez de mão de obra 
qualificada 
 
• Esse dado pode estar revelando não só a ausência de rede de 
esgoto em muitos domicílios, mas também um quadro de 
expansão populacional em áreas de saúde pública precária, como 
favelas e cortiços 
 
• (FONTE:http://www.ambienteemfoco.com.br, com base em estudo 
da pesquisadora Lena Lavinas, da UFRJ (Universidade Federal do Rio 
de Janeiro), com colaboração de Marcelo Nicoll e Roberto Loureiro 
Filho ) 
 
• OBSERVAÇÃO:o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 
prevê fortes investimentos em saneamento básico e habitação a 
partir de 2008. 
 
QUADRO ATUAL DO 
SANEAMENTO 
BÁSICO 
NO BRASIL 
07/03/2016 
28 
SANEAMENTO E DEFESA DO MEIO 
AMBIENTE 
• O Brasil possui 12% da água potável do 
mundo, mas ela não está espalhada 
igualmente pelo território. 
 
• Durante muito tempo no país, não foi 
dada a devida importância para o 
desperdício de água. 
 
• em 1988, a nova Constituição aprovou leis 
que protegiam a fauna a flora e as águas. 
 
 
• É IMPORTANTE ter consciência de que toda 
a degradação ambiental é consequência do 
modo de agirmos ao longo do tempo.

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