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Universidade Federal Rural do Semi-árido – UFERSA Centro de Ciências Agrárias Curso: Agronomia Disciplina: Forragicultura I Docente: Josemir de Souza Gonçalves PRINCIPAIS PLANTAS FORRAGEIRAS Gênero Pennisetum purpureum MOSSORÓ- RN 2017 ANTÔNIA ROZÂNGELA LEITE DOS SANTOS JORGE LUIZ ALVES DA SILVA PRINCIPAIS PLANTAS FORRAGEIRAS Gênero Pennisetum purpureum Trabalho apresentado à disciplina de Forragicultura I, Como avaliação parcial da primeira unidade. MOSSORÓ, RN 2017 RESUMO As pastagens apresentam grande importância territorial no Brasil, quando se observa que 70 % das terras do setor agropecuário, o qual constitui 30 % do território nacional, são ocupadas por pastagens (FAO, 2002) e que cerca de 90 % dos bovinos abatidos são criados exclusivamente em pastos ou apenas com pequena suplementação após o desmame O capim-elefante é uma espécie forrageira que apresenta elevada produção de MS por área, entretanto, apresenta dificuldades no manejo racional para conciliar esta elevada produção com qualidade adequada para a alimentação de rebanhos, e longevidade. Uma grande limitação é sua elevada estacionalidade, porém permite que seu excesso seja ensilado para o fornecimento na seca. Assim, a escolha da cultivar é de extrema importância para que este sistema de produção seja maximizado sem muitos custos. A adubação se faz necessária, devido, tanto às suas exigências, como pela extração de nutrientes com sua alta produção, principalmente quando utilizado na forma de capineira. Seu custo de implantação é um pouco elevado se comparado às outras espécies, porém sua relação custo: benefício é favorável. 1. INTRODUÇÃO Para que os sistemas de pastagens sejam rentáveis, há necessidade de se ter uma forrageira que apresente elevada capacidade de produção de biomassa, o que garantirá a manutenção de altas taxas de lotação, desde que sejam utilizadas tecnologias que garantam a manutenção dessa capacidade de produção elevada. Dentre as forrageiras que mais se prestam a esse tipo de exploração, destacam-se o Pennisetum purpureum, o Cynodon sp., o Panicum maximum,entre outros. A capineira constitui a forma mais comum de utilização do capim-elefante, sendo importante recurso forrageiro para suplementação volumosa no período da seca na maioria das pequenas propriedades. O cultivo de capim elefante como capineira para corte e fornecimento da forragem verde picada apresenta como principal vantagem maior aproveitamento da forragem disponível. Na embrapa gado de leite, estudos sobre a utilização de capim elefante sob pastejo começaram no inicio da década de 1980. Resultado de varias pesquisas tem demonstrado que um hectare de capim elefante, manejados sob pastejo rotativo e recebendo adubação nitrogenada em dose de 150 a 200 kg.ha-¹. Ano de N, pode suportar 4 a 5 vacas.ha-¹.ano, com produção de leite no período das chuvas variando de 12 a 14 kg/vaca-¹.dia, sem fornecimento de concentrado,Desta forma, conclui-se que o potencial do capim-elefante, em função de sua qualidade, é ao redor de 10 kg de leite ao dia. O capim elefante apresenta potencial de produção de até 47.000 kg. ha-¹. Ano de massa seca (GOMIDE, 1997), a maior parte concentrada no verão. O uso de forragem do capim-elefante conservada na forma de silagem ou feno constitui uma maneira de aproveitar o excesso de forragem produzida no verão e utilizá-lo no inverno. Além de elevada capacidade produtiva, o capim-elefante pode ser cultivado a menor custo e risco do que outras espécies, como o milho e o sorgo. O banco de germoplasma da Embrapa Gado de leite possui 120 acessos de capim-elefante, representados por cultivarem introduzidos e colhidos em varias regiões brasileiras e variedades resultantes da distribuição de programas de melhoramento. Entretanto, em nível de exploração comercial, são poucos os cultivares que apresentam elevado potencial produtivo e adaptação a diferentes ambientes. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Pennisetum purpureum Origem, distribuição e adaptação; Segundo RODRIGUES et al. (2001), o capim-elefante é originário do continente Africano, mais especificamente da África Tropical, tendo sido descoberto em 1905 pelo coronel Napier. Espalhou-se por toda África e foi introduzido no Brasil em 1920, vindo de Cuba. Hoje, encontra-se difundido nas cinco regiões brasileiras. Caracterização morfológica; Uma compilação de descrições do capim-elefante (ALCÂNTARA & BUFARAH, 1983; NASCIMENTO JUNIOR, 1981; DERESZ, 1999) o descreve como uma gramínea perene, de hábito de crescimento cespitoso, atingindo de 3 a 5 metros de altura com colmos eretos dispostos em touceira aberta ou não, os quais são preenchidos por um parênquima suculento, chegando a 2 cm de diâmetro, com entrenós de até 20 cm. Possuem rizomas curtos, folhas com inserções alternas, de coloração verde escura ou clara, que podem ser pubescentes ou não, chegando a alcançar 10 cm de largura e 110 cm de comprimento. As folhas apresentam nervura central larga e brancacenta, bainha lanosa, invaginante, fina e estriada, lígula curta, brancacenta e ciliada. Sua inflorescência é uma panícula primária e terminal, sedosa e contraída, ou seja, com rácemos espiciformes em forma de espiga, podendo ser solitário ou aparecendo em conjunto no mesmo colmo. A panícula tem, em média, 15 cm de comprimento, formada por espiguetas envolvidas por um tufo de cerdas de tamanhos desiguais e de coloração amarelada ou púrpura. Apresenta abundante lançamento de perfilhos aéreos e basilares, podendo formar densas touceiras, apesar de não cobrirem totalmente o solo. Caracterização agronômica Das características agronômicas podemos destacar: a altitude mais adaptada a esse gênero é de ate 1500 m de altura, a temperatura varia de 18 a 30 ºC, sendo 24 ºC uma boa temperatura. Porém é importante a amplitude dessa temperatura. Dependendo da cultivar, pode suportar o frio e até geadas. A precipitação vai De 800 a 4.000 mm. Vegeta em regiões quentes e úmidas com precipitação anual de mais de 1.000 mm. Porém o mais importante é sua distribuição ao longo do ano, por ser uma forrageira muito estacional, onde 70-80 % de sua produção ocorre na época das águas. Possui baixa tolerância à seca, podendo atravessar a estação seca com baixa produção se possuir raízes profundas (bem estabelecida). É uma planta difícil de saturar, mesmo em ambientes com elevada radiação, por possui alta eficiência fotossintética. Adapta-se a diferentes tipos de solo, com exceção dos solos mal drenados, com possíveis inundações. É encontrado em barrancas de rios, regiões úmidas e orlas de floresta. Não foram observados registros de tolerância à salinidade. É exigente em relação aos nutrientes; e não tolera baixo pH e alumínio no solo. A sua propagação é feita por via vegetativa, utilizando-se colmos; poucas sementes são viáveis. Devido à sua agressividade é difícil consorciar-se a leguminosas, porém, quando mantida próximo aos 60 cm, pode facilitar o estabelecimento de leguminosas, como soja, siratro, dentre outras. 2.1.1 Camerom Introduzidos no Brasil na década de 1960, alcançou rápida popularidade pelo rendimento, vigor dos perfilhos basais e adequação para uso em capineiras. As touceiras apresentam formato ereto, com até 3 metros de altura. Os colmos são grossos e as folhas, largas com pelos na parte superior . 2.1.2 Mineiro Oriundo da seleção entre progênies de Naiper é um dos que ocupam maior área cultivada. Apresenta elevada capacidade de produção de massa seca e perfilhamento vigoroso, com predominância de perfilhos aéreos. 2.1.3 Naiper Primeira cultivar introduzida no Brasil e responsável pela divulgação alcançada pelo capim-elefante, situa-se entre os de maior área plantada, atingindo elevada produções e boa adaptação ao corte e pastejo. As touceiras apresentam formato semiereto, chegando até 5 metros. Os colmos tem diâmetro mediano e as folhas apresentam pelos na parte superior. Em diversos estudos realizados,o Naiper mostra-se entre as melhores em termos de produção de forragem, tendo-se resgisto de produção de até 37 toneladas de massa seca por hectare por ano. 2.1.4 Taiwan Entre as diversas variedades introduzidas, tem-se destacado por seus rendimentos e adaptações a diferentes ambientes, os cultivares TAIWAN A-144, TAIWAN A-146 e TAIWAN A-148. Essas cultivares cresce em touceiras semieretas, como Naiper. Suas folhas, de largura media, são cobertas por pelos nas duas faces. 2.1.5 Pioneiro Obtido pela Embrapa Gado de leite, é especialmente recomendado para o sistema de pastejo rotativo, com boa resposta ao uso de irrigação. Apresentam touceiras abertas, intensos perfilhamentos aéreos e basais, colmos finos e folhas eretas. O crescimento pós plantio é vigoroso e, apesar de crescimento cespitoso, permite boa cobertura do solo. 2.1.6 Paraíso Cultivar hibrido hexaploide, resultante do cruzamento interespecífico entre capim-elefnte e o milheiro.É o primeiro cultivar de capim-elefante que se propaga por sementes lançado no mercado brasileiro.A semeadura desses hibrido deve ser em solo bem preparado. As características agronômicas são semelhantes os dos outros, sendo a principal vantagem a propagação por sementes. 2.2 Pragas e doenças do gênero Pennisetum purpureum No Brasil insetos como curuquere-dos-capinzais (Mocis latipes), lagarta do cartucho do milho (Spodopera frugiperda), cupim (Cornitermes sp.) e formigas (Atta capiguara e Atta bisphaerica) são comumente associados ao capim elefante, esporadicamente atingem o status de praga. Todavia a cigarrinha-das-pastagens tem sido a praga chave da cultura, ocasionando sérios prejuízos, uma vez que torna a forrageira menos aceita pelos animais, reduz o consumo e diminui a produção de leite e carne. O controle químico é antieconômico; sendo assim, a ameaça representada pela cigarrinha pode ser minimizada pela adoção da associação de práticas de controle biológico, cultural e químico e da utilização de plantas resistentes, realizando assim o manejo integrado de cigarrinha, para reduzir a densidade populacional desse inseto de forma econômica, social e ambiental. Várias doenças causadas por fungos, bactérias e vírus e outros organismos tem sido relatadas em capim elefante. A maioria delas causa danos de pequena gravidade, não chegando a constituir um problema atual. Exceção se faz em relação à helmintosporiose, causada pelos fungos Helminthosporium sacchari e Helminthosporium ocellum que podem causar sérios prejuízos a produção e a qualidade de forragem, bem como em relação à persistencia da planta. Geralmente, esta doença causa maiores danos às folhas senescentes; contudo, em cultivares suscetível pode ocorrer a morte de plantas. A melhor solução para controle de doenças em capim-elefante é o uso de cultivares geneticamente melhorada 3. CONCLUSÃO As cultivares se adaptam muito bem em todas regiões desde que o fotoperíodo atenda a sua demanda, por ser uma planta de metabolismo C4, para que possa produzir o seu máximo. Dentre as principais vantagens, a uniformidade e a capacidade de produção são as principais em destaque e a sua principal desvantagem é a propagação via sementes, onde geralmente todas as plantas são geneticamente iguais. 4. REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, P.B., BUFARAH, G. Plantas forrageiras: gramíneas e leguminosas. São Paulo, Editora Nobel, 2ª ed., 1983, 150p. COSÉR, A.C., MARTINS, C.E., CARDOSO, F.P.N. Produção de leite em pastagem de capim elefante submetida a duas alturas de resíduo pós pastejo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35, Botucatu, 1998. Anais... Botucatu:SBZ, 1998b, p.501-503. DERESZ, F. Utilização do capim-elefante sob pastejo rotativo para produção de leite EMBRAPA. Controle de Pragas e Doenças. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_292_217200392412.html>. Acessado em: 30/08/2017 EVANGELISTA, A.R., LIMA, J.A. Silagens: do cultivo ao silo. Lavras, Editora UFLA, 2ª ed., 2002, 210p. FONSECA, D.M., MARTUSCELLO, J.A. Plantas Forrageiras. Viçosa, Editora UFV, 2ªReimpressão., 2013 GOMIDE, J.A. Formação e utilização de capineira de capim-elefante. In: CARVALHO, M.M., ALVIN, M.J., XAVIER, D.F., et al. (Eds). Capimelefante: produção e utilização. 2º ed. Coronel Pacheco:Embrapa–Gado de Leite, 1997, p.81–115. JACQUES, A.V.A. Caracteres morfo-fisiológicos e suas aplicações como manejo. In: CARVALHO, M.M., ALVIM, M.J., XAVIER, D.F. et al. (Eds.) Capimelefante: produção e utilização. Coronel Pacheco:Embrapa-Gado de Leite, 1994, p.31-47. MOSS, D.N. Some aspects of microclimatology important in forage plant physiology. In: Forage plant physiology an MARTINS, C.E., FONSECA, D.M. Manejo e fertilidade do solo em pastagens de capim-elefante. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.19, n.192, p.44- 54, 1998. NASCIMENTO JR., D. Informações sobre plantas forrageiras. Viçosa, MG, UFV Imprensa Universitária, 1981. 56p. RODRIGUES, L.R.A., MONTEIRO, F.A., RODRIGUES, T.J.D. Capim elefante. In: PEIXOTO, A.M., PEDREIRA, C.G.S., MOURA, J.V., FARIA, V.P. (Eds.) Simpósio sobre manejo da pastagem, 17, Piracicaba, 2001. 2ª edição. Anuais... Piracicaba:FEALQ, 2001, p.203-224. SILVA, S.C. da., FARIA, V.P., CORSI, M. Sistema intensivo de produção de leite em pastagens de capim-elefante do Departamento de Zootecnia da ESALQ. In: MATTOS, W.R.W. (Ed.) Congresso brasileiro de gado leiteiro, 2, Piracicaba, 1996. anais... Piracicaba:FEALQ, 1996, p.97-122. SOLLENBERGER, L.E., PRINE, G.M., OCUMPAUGH, W.R. et al. Registration of ‘Mott’ dwarf elephantgrass. Crop Science, v.29, n.3, p.827-828, 1989. WERNER, J.C., LIMA, F.P., MARTINELLI, D., CINTRA, B. Estudos de três diferentes alturas de cortes em capim-elefante napier. Boletim da Indústria animal, v.23, p.161-168, 1966.
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