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CIÊNCIAS DA RELIGIÃO 4

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A RELIGIÃO EM 
DURKHEIM, WEBER E MARX 
1818-1883 1858-1917 1858-1917 
A Sociologia ingressou na época do globalismo. [...] 
As três teorias sociológicas que mais influenciam as 
interpretações da globalização são o funcionalismo, 
o marxismo e a teoria weberiana. [...] 
Essas são três poderosas matrizes do pensamento 
científico na Sociologia, exercendo influências diretas 
e indiretas. 
Mesmo porque essas teorias nunca deixaram de 
contemplar o indivíduo, a ação social, o cotidiano e 
outras manifestações das diversidades da vida social. 
Estas teorias “fertilizam a maior parte de tudo o que se 
produz e se discute sobre as configurações e 
movimentos da sociedade global” 
 
 Octavio Ianni 
1. ATUALIDADE DOS CLASSICOS 
“Considero clássico um 
escritor ao qual possamos 
atribuir as seguintes 
caracteristicas: 
Que seja considerado interprete 
autêntico e único de seu tempo, 
cuja obra seja utilizada como 
instrumento indispensável para 
compreendê-lo. 
Que seja sempre atual, de modo 
que cada época, ou mesmo 
cada geração, sinta a 
necessidade de relê-lo e, 
relendo-o, de reinterpretá-lo. 
Que tenha construído teorias-
modelo das quais nos servimos 
continuamente para compreender 
a realidade, até mesmo uma 
realidade diferente daquela a 
partir da qual as tenha derivado e 
à qual as tenha aplicado, e que se 
tornaram, ao longo dos anos, 
verdadeira e próprias categorias 
mentais.” 
Norberto 
Bobbio, Teoria 
Geral de 
Política 
Do ponto de vista teórico: as obras 
dos clássicos possuem um valor 
muito maior do que os clássicos 
das rígidas ciências naturais. 
POR QUE OS 
CLASSICOS? 
O principio 
da integração 
social 
O principio 
da coesão 
social 
O principio 
da 
contradição 
Consenso e 
equilibrio 
Interesses e 
dominação 
Conflito e 
transformação 
Paradigm
a 
positivista
-
funcionali
sta 
Paradigma 
compreens
ivo-
hermenêut
ico 
Paradig
ma 
dialético-
marxista 
As três 
vertentes 
marxista 
 (ou histórico-
cultural) 
durkheimiana 
(ou 
funcionalista) 
weberiana 
(ou 
compreensiva
) 
vão inspirar outros 
pensadores que, 
refletindo sobre a 
realidade em que 
viveram, mesclando-se 
ou não contribuições de 
diferentes linhas 
teóricas, demonstraram 
a possibilidade de 
responder aos desafios 
do homem 
contemporâneo. 
Origem 
Positivismo 
Funcionalismo 
Robert Merton 
Análise funcional 
Talcott Parsons 
Estrutural-
Funcionalismo 
Nikolas Luhmann 
Teoria sistêmica 
Jeffrey Alexander 
Neo-funcionalismo 
PARADIGMA POSITIVISTA/FUNCIONALISTA 
PARADIGMA COMPREENSIVO/HERMENEUTICO 
Origem 
Teoria 
Compreensiva Max Scheler Alfred Schutz 
Peter Berger/Thomas 
Luckman 
Teoria 
Fenomenológica 
Teoria 
Fenomenológica 
Teoria Fenomenológica 
Origem 
Materialismo 
Histórico 
Eduard 
Berstein/Kar
l Kaustsky 
Marxismo 
Revisionista 
Lenin/Trotski/ 
Stalin 
Marxismo-
Leninismo 
Lucaks/Horkheimer/Adorno/ 
Marcuse/Benjamin/Fromm 
Marxismo europeu 
PARADIGMA DIALÉTICO/MARXISTA 
Marx : serve de inspiração a muitos autores 
modernos dedicados a interpretar as configurações 
e os movimentos da sociedade global, baseados no 
principio da contradição. 
Durkheim : está presente no estruturalismo e na 
teoria sistêmica, pois autores modernos 
redescobrem o principio da causação funcional com 
o qual nasceram e desenvolveram os funcionalismo 
e os neo-funcionalismos. 
Weber : torna-se presente na medida em que 
multiplicam os estudos sobre a mundialização e a 
racionalização do mundo, a ocidentalização de 
outras sociedades, tribos, nações e nacionalidades. 
 Para Marx, a preocupação é 
conjunto dos indivíduos 
inseridos nas classes sociais. 
Para Durkheim, a sociedade é 
tudo e o individuo deve ser 
submetido ao que é geral. 
Para Weber, o individuo e sua 
ação são os elementos 
constitutivos das ações sociais. 
três modos 
diferentes de se 
posicionar diante 
da mesma 
questão 
2. A RELIGIÃO NOS CLASSICOS 
DURKHEIM 
WEBER 
MARX 
AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA 
RELIGIOSA - 1912 
A ETICA PROTESTANTE E O ESPIRITO 
DO CAPITALISMO (1904) 
A IDEOLOGIA ALEMÃ - 1845 
a religião está presente juntamente com as 
formulações ideológicas resultantes de um 
sistema de exploração, que reproduziam e 
justificavam tal sistema, além de indicar em 
si uma forma de alienação. 
 toma a religião como espaço primeiro 
de produção do sagrado, que 
possibilita a vida em sociedade, ao 
estabelecer normas e conteúdos morais 
fundamentais para a socialização dos 
indivíduos. 
como resposta aos problemas básicos 
da condição humana: “contingência, 
impotência e escassez”, mostra que as 
religiões, ao criar respostas a tais 
problemas , influem de maneira mais 
íntima nas atitudes práticas dos homens 
com relação às várias atividades da 
vida diária . 
Fato Social 
Consciência 
Coletiva 
Sagrado e 
Profano 
Ação Social 
Etica Protestante 
Calvinismo 
Salvação 
Racionalidade 
Desencantamen
to 
Classes Sociais 
Superestrutura 
Ideologia 
Alienação 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
AS FORMAS 
ELEMENTARES 
DA VIDA 
RELIGIOSA 
um estudo sobre a religião na tentativa de 
formular uma teoria geral da religião 
um modo de entender a natureza desse 
fenômeno e sua importância para a 
vida social, até onde a ciência pode 
demonstrar no entendimento mais 
abstrato 
é em primeiro lugar e 
antes de mais nada, um 
estudo da sociologia do 
conhecimento 
Desvenda as formas 
elementares da vida 
religiosa a fim de 
descobrir a gênese do 
pensamento 
Ao buscar debaixo do símbolo a 
realidade que ele (o símbolo) 
representa e que lhe confere 
significado", compreender-se ia a 
"necessidade humana" que 
produz o pensamento. 
Iniciou sua sociologia da religião explicando o que a religião não 
é. 
Refuta a ideia de que tudo que é religioso deve vir do 
sobrenatural, e por isso, vem de um mundo do mistério, 
incognoscível, enigmático, incompreensível. 
Por isso, ao longo do texto, tentará, com a ajuda das 
ciências positivas e da sociologia refutar essa ideia. 
O QUE NÃO 
É RELIGIÃO 
Ela não gira em torno do "sobrenatural", tampouco do "divino”. 
Se tomássemos como base essa ideia mostraríamos que a 
religião é “uma espécie de especulação sobre tudo o que 
escapa à ciência e, de maneira geral, ao pensamento claro” 
Usa a técnica da eliminação das explicações 
concorrentes, onde percorre os principais conceitos de 
religião e os nega, até que, por fim, insere o seu próprio 
conceito 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
Para chegar a isso, 
o autor, vai buscar 
na analise “etno-
historica” o que há 
de universal na 
religião 
o conceito de sobrenatural, que comumente 
ligado à religião, não pode ser considerado como 
sendo algo característico da mesma, já que é 
associado ao extraordinário e imprevisto: “as 
concepções religiosas têm por objeto exprimir e 
explicar (…) o que elas têm de constante e de 
regular”. Além disso, o sobrenatural é um 
conceito estranho a muitas sociedades. 
Um segundo ponto pelo qual se tentou por 
muitas vezes definir religião foi pela ideia de 
divindade. Mas essa ideia não é algo que se 
estenda a todas as religiões, um exemplo é 
o budismo, jainismo e outras religiões da 
Índia, onde a ideia de Deus ou de um 
Espirito Superior está ausente 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
Se houver uma comparação entre as formas mais 
elevadasdo pensamento religioso com as mais 
baixas, possivelmente haverá um rebaixamento das 
primeiras ao nível das segundas, e isso não deve ser 
feito, pois afirma que “Todas são igualmente religiões, 
como todos os seres vivos são igualmente vivos, 
desde os mais simples até o homem.” 
O sistema religioso mais primitivo deve ser baseado 
em dois critérios: primeiramente, tal religião deve ser 
a mais simples possível, e depois, para explica-la 
não deve ser utilizada nenhum elemento tomado de 
alguma religião anterior 
O QUE É 
RELIGIÃO 
É preciso “saber qual a religião mais primitiva e a 
mais simples” 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
A religião é um 
sistema de ideias 
integradas de 
crenças, coisas 
sagradas que: 
pressupõe a classificação de todas as coisas reais 
e ideais, sobre as quais os homens pensam, em 
classes ou grupos opostos, geralmente 
designados por dois termos distintos bem 
traduzidos pelas palavras profano e sagrado. 
Esta divisão do mundo em dois domínios: o 
primeiro contendo o que é sagrado, e o segundo, 
tudo o que é profano. É a principal característica 
do pensamento religioso; as crenças, os mitos, os 
dogmas e as lendas são as representações ou 
sistemas de representações que expressam a 
natureza das coisas sagradas, as virtudes e os 
poderes que lhe são atribuídos, ou suas relações 
umas com as outras e com as coisas profanas 
(DURKHEIM, 1996, p. 19-20) 
 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
Como então 
definir religião? 
os fenômenos religiosos se ordenam sob duas 
categorias fundamentais: as crenças e os ritos. 
“As primeiras são estados da opinião, consistem 
em representações; os segundos são modos de 
ação determinados”. 
“Um sistema solidário de crenças seguintes e de 
praticas relativas a coisas sagradas, ou seja, 
separadas, proibidas; crenças e práticas que 
unem a mesma comunidade moral, chamada 
igreja, todos os que a ela aderem”. 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
a função da religião seria a de conservação da unidade e a 
integração. 
as coisas sagradas são símbolos da vida social, o que revela 
uma compreensão de que a religião é um elemento constitutivo 
da vida e da sociedade, porém, apresentando-se como um 
variável dependente, isto é, depende das formas da sociedade. 
A 
religião 
é um 
fato 
social 
As representações religiosas são representações coletivas 
que exprimem realidades coletivas; os ritos são maneiras de 
agir que só surgem no interior de grupos coordenados e se 
destinam a suscitar, manter ou refazer alguns estados 
mentais desses grupos. 
Os ritos, as crenças que se manifestam, são feitas pelas 
representações coletivas, pois não há o que se conhece por 
religião sem uma sociedade. 
DURKHEIM E A RELIGIÃO 
Weber se interessa pelo aspecto cognitivo 
das religiões 
Weber associa a objetividade do 
conhecimento a uma ordenação da realidade 
segundo categorias subjetivas, as quais 
representam, segundo ele, o pressuposto do 
nosso conhecimento 
Weber toma as religiões como respostas racionais 
a indagações referentes aos problemas do 
sofrimento e do destino, quaisquer que sejam os 
termos em que esses se colocam. 
Sua sociologia da religião está referida a uma teoria 
da mudança social que se traduz no estudo de 
processos de racionalização na história 
WEBER - RELIGIÃO E CAPITALISMO 
 
 
 POR QUE O CAPITALISMO SE 
DESENVOLVEU APENAS NO 
OCIDENTE ? 
WEBER - RELIGIÃO E CAPITALISMO 
“A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” 
(1904) 
ÉTICA PROTESTANTE 
ETICA DA SALVAÇÃO 
ETICA CALVINISTA 
ASCETISMO 
 RACIONALIDADE 
 BUSCA RACIONAL DO 
LUCRO 
 VALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO 
DISCIPLINA 
 
PARCIMÔNIA 
 
DISCRIÇÃO 
 
POUPANÇA 
ESPIRITO DO CAPITALSIMO 
A ETICA 
PROTESTANTE 
 E 
O ESPIRITO DO 
CAPITALISMO 
A vivência espiritual da 
doutrina e da conduta 
religiosa exigida pelo 
protestantismo organizou 
uma maneira de agir 
econômica, necessária para 
a realização de um lucro 
sistemático e racional. 
Weber descobre que os valores do 
protestantismo, como a disciplina 
ascética, a poupança, a 
austeridade, a vocação, o dever e 
a propensão ao trabalho atuavam 
de maneira decisiva sobre os 
indivíduos 
“A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” 
(1904) 
ETICA 
CALVINISTA 
levou, ao extremo, a noção de 
predestinação : o homem é 
salvo por vontade de Deus. 
Nenhum homem merece a 
salvação porque ninguém é 
digno dela. A salvação existe 
para a maior glória de Deus. 
Weber relaciona o papel do 
protestantismo, principalmente 
da ética calvinista, na formação 
do comportamento típico do 
capitalismo ocidental moderno. 
ETICA 
PROTESTANTE 
“A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” 
(1904) 
ETICA 
CALVINISTA 
No protestantismo, o termo 
“vocação” passou a significar 
“profissão” 
O homem é “chamado” por Deus 
não apenas para que tenha uma 
atitude contemplativa, mas sim 
para cumprir sua missão no 
mundo através do trabalho e de 
sua profissão 
O calvinismo difunde uma ética 
segundo a qual o homem deve 
manter uma contabilidade diária 
de seu tempo. 
O desperdício do tempo é pecado 
pois o homem deve empregá-lo 
para servir a Deus e assegurar o seu 
lugar de “eleito” 
“A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” 
(1904) 
RACIONALIDADE 
É marca da cultura ocidental 
O “impulso para o ganho” ou a 
“ânsia de lucro” nada tem a ver 
em si com o capitalismo 
Há dois elementos no capitalismo 
ocidental: 
a formação de um mercado de 
trabalho formalmente livre 
o uso da contabilidade racional 
Sem estes dois elementos, a 
moderna organização racional da 
empresa capitalista não seria 
viável no Ocidente. 
O ESPIRITO DO 
CAPITALISMO 
“A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO” 
(1904) 
“Espírito do Capitalismo” : um 
conjunto de convicções e 
valores defendidos pelos 
primeiros mercadores e 
industriais capitalistas 
Para Weber, as atitudes 
envolvidas no espírito capitalismo 
tinham sua origem na teologia 
protestante 
O ESPIRITO DO 
CAPITALISMO 
RACIONALIDADE 
CATOLICISMO 
 Desprendimento dos bens 
materiais deste mundo 
Trabalho como verdadeira 
maldição, somente para 
sobrevivência e não como meio 
de salvação 
A contemplação como 
elemento fundamental 
PROTESTANTISMO 
A vocação como sinônimo 
de profissão 
A realização de uma 
vocação por meio do 
trabalho 
Renúncia de todos os 
prazeres do desperdício 
do tempo e da 
ociosidade 
Valorização positiva do trabalho 
e da riqueza criada pelo 
trabalho 
Reinvestimento da riqueza: 
assegurar o lugar de eleito, de 
“salvo” 
 O capitalismo é a cristalização 
objetiva destas premissas teológicas 
e éticas, segundo as quais o homem, 
em virtude de seu trabalho e da 
riqueza criada por este trabalho, 
encontra um modo completo e 
sensível de conquistar sua salvação 
individual. 
- O importante neste mundo é 
trabalhar para criar riqueza e criar 
riqueza não para o desfrute 
pessoal e esbanjamento, mas 
para que se crie novamente 
trabalho. Esta é a base da 
salvação do homem. 
 - Esta mentalidade acabou 
configurando a tipologia do 
empresário moderno. 
MARX – ÓPIO, IDEOLOGIA E ALIENAÇÃO 
Marx nunca estudou a fundo a religião, e esta 
só foi objeto de suas reflexões em virtude da 
religião fazer parte da estrutura social e 
econômica, esta sim seu objeto principal de 
estudo. 
Sua preocupação principalé o estudo da 
sociedade capitalista 
“A angústia religiosa é ao mesmo tempo a expressão da dor 
real e o protesto contra ela. A religião é o suspiro da criatura 
oprimida, o coração de um mundo sem coração, tal como 
o é o espírito de uma situação sem espírito. É o ópio do 
povo”- Sobre a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1844) 
um produto tóxico, que entorpece, aliena e 
enfraquece porque a esperança de consolação e de 
prometida justiça no "outro mundo" transforma o 
explorado e oprimido num ser resignado, tende a afastá-lo 
da luta contra as causas reais do seu sofrimento. 
ÓPIO 
 a religião hipnotiza os homens com falsa superação da 
miséria e assim destrói sua força de revolta, atuando 
assim como uma força conservadora no campo social e 
econômico. 
Quando Marx escreveu a passagem mencionada era ainda um discípulo 
de Feuerbach, e um neo-hegeliano. Sua análise da religião era, por 
conseguinte, “pré-marxista”, sem referência a classes e a-histórico. Mas 
já tinha uma qualidade dialética, demonstrando o caráter 
contraditório da “angústia” religiosa: mostra uma legitimação de 
condições existentes e um protesto contra estas. 
PRESSUPOSTOS PARA O CONHECIMENTO 
DA SOCIEDADE 
Conceito de Homem 
Conceito de História 
Conceito de Trabalho 
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE 
HOMEM ser de 
necessidades 
satisfação 
das 
necessidades 
produção de 
bens 
materiais 
produção de 
bens 
materiais 
TRABALHO 
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE 
Relações 
A ) com a Natureza Forças de 
Produção (instrumentos de 
produção) 
B ) dos Homens entre si Relações de 
Produção (divisão do trabalho) 
Modo de 
Produção 
História 
Capitalista Antigo Feudal 
+ 
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE 
SUPER ESTRUTURA 
IDEOLÓGICA 
POLÍTICA 
ESTADO 
JURÍDICA 
DIREITO 
FORÇAS DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO 
(MODO DE PRODUÇÃO) 
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA 
IDEOLÓGICA 
“O modo de produção da vida material CONDICIONA o processo da 
vida social, política e espiritual em geral” 
“Não é a consciência do homem que DETERMINA a sua existência, mas 
ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência” 
“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a 
imensa superestrutura erigida sobre ela” 
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política 
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais 
e de consciência, encontra-se na base econômica e 
material da sociedade, no modo como os homens 
estão organizados no processo produtivo 
Marx sempre considerou a religião como uma super - 
estrutura, ou seja, uma dimensão que reflete e é 
condicionada pela infraestrutura de uma determinada 
sociedade, ou seja, pelo modo como se verificam as 
relações entre os homens no processo económico ou 
produtivo. 
Nesse processo produtivo há uma classe 
dominante: aquela que detém a propriedade 
privada dos meios de produção (instrumentos, 
máquinas, fábricas, etc.) e que por isso submete ao 
seu poder aqueles que não podendo produzir por si 
mesmos a sua subsistência têm de vender a 
sua força de trabalho. 
A RELIGIÃO COMO 
SUPER-ESTRUTURA 
A exploração do homem pelo homem tem a 
sua raiz no fato de a propriedade dos meios 
que permitem produzir e assegurar a 
subsistência ser privada e não social, ou seja, 
de alguns e não de todos 
Ora, segundo Marx, as ideias dominantes 
(religiosas, filosóficas, morais, etc.) são o reflexo 
ou, pelo menos, são condicionadas pelos 
interesses económicos da classe 
materialmente dominante. 
A RELIGIÃO COMO 
SUPER-ESTRUTURA 
Por que os homens conservam essa realidade ? 
Como entender que o trabalhador não se revolte contra 
uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição 
humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ? 
Como explicar que essa realidade nos apareça como 
natural, normal, racional, aceitável ? 
De onde vem o obscurecimento da existência das 
contradições e dos antagonismos sociais ? 
De onde vem a não percepção da existência das 
contradições e dos antagonismos sociais ? 
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao 
fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA 
ALIENAÇÃO alienum = alheio - outro 
Alienar um imóvel 
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de 
produção da vida material e do saber do qual dependia 
a fabricação de um produto e a própria posição social 
do artesão 
Vender = separar o proprietário da 
propriedade 
O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de 
tarefas simplificadas, parciais e repetitivas na linha de 
produção da fábrica 
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para 
receber o salário e viver, pois esta é a percepção que 
tem da realidade na vida cotidiana 
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora 
de si, que pertence a outros. Daí adquire uma 
consciência falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA 
ALIENAÇÃO 
ECONÔMICA 
“A produção das ideias, das representações e da consciência está em 
primeiro lugar direta e intimamente ligada à atividade material e ao 
comércio material dos homens, é a linguagem da vida real. As repre-
sentações, o pensamento, o comércio intelectual dos homens, apa-
recem ainda aqui como a emanação direta do seu comportamento 
material. (…) Ao encontro da filosofia alemã que desce do céu para a 
terra, é da terra para o céu que se sobe por aqui “ ( A IDEOLOGIA 
ALEMÃ, MARX-ENGELS, 1972, p. 87) 
Em A Ideologia Alemã (1846), mostra que o elemento chave 
para a análise da religião é entende-la como uma das diversas 
formas de ideologia –ou seja, da produção espiritual de um 
povo, da produção de idéias, representações e consciência, 
necessariamente condicionadas pela produção material e as 
correspondentes relações sociais. 
ALIENAÇÃO 
IDEOLOGICA 
ALIENAÇÃO 
IDEOLOGICA 
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas 
e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que 
obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do 
“sistema”, como se estivessem se comportando segundo sua 
propria vontade. 
A ideologia dominante numa dada época histórica é a 
ideologia da classe dominante nessa época. 
Os homens não percebem isso por causa da ideologia 
que é uma concepção de mundo gerada pela classe 
dominante e assumida pela classe dominada como se 
fosse sua. 
Segundo Marx, não basta criticar a religião: é preciso não só 
criticar a raiz material (a alienação do trabalho, a exploração 
económica) da alienação religiosa, como também eliminar 
revolucionariamente as condições de miséria terrestre das quais 
deriva a necessidade do "mundo celeste". 
Marx considera que a religião é uma forma de alienação. Nela 
verifica-se o fosso entre o mundo concreto e um mundo ideal, 
entre o mundo em que o homem vive e o mundo em que ele 
desejaria viver. 
o mundo celeste é o resultado de um protesto da criatura oprimida 
contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio 
no mundo divino porque o mundo em que o homem vive é 
desumano. 
ALIENAÇÃO 
IDEOLOGICA 
 a religião exerce a função de 
legitimadora da ordem social 
 A religião se articula com as forças 
emergentes em sua luta contra a 
dominação de tal modo que ela tem 
um lugar dentro da estratégia de 
libertação do povo. A teologia da 
libertação 
 a religião como uma das 
causas do desenvolvimento do 
capitalismo. A teologia da 
prosperidade.

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