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Aula expositiva 02 da disciplina GR16035 – Vibrações. Aula 02 Movimento Harmônico Sistemas de equações lineares; movimento harmônico Professor: Dr. Eng. Mec. Luis Roberto C. Drehmer Área: Vibrações RECAPITULANDO... Antes de iniciar a aula, é importante relembrar os conceitos e as deduções da aula anterior. Logo, pergunta-se a) O que é GDL? b) Consegue identificar a quantidade mínima de GDLs para descrever o movimento de um sistema? c) Como se faz a associação de molas e/ou amortecedores? 2 Aula 02 - Movimento Harmônico RECAPITULANDO... Exercício 1. Determine o número de GDL necessários para analisar o sistema mecânico composto por uma barra rígida com comprimento L e duas molas k da figura, a seguir, e especifique um conjunto de coordenadas generalizadas que pode ser usado nesta análise de vibrações. 3 Aula 02 - Movimento Harmônico RECAPITULANDO... Exercício 2. Dado o sistema da figura abaixo encontre um modelo equivalente composto apenas por uma mola fixa ao bloco de massa M. 4 Aula 02 - Movimento Harmônico RECAPITULANDO... Exercício 3. Determine a rigidez equivalente do sistema mostrado na figura abaixo usando o deslocamento do bloco como uma coordenada generalizada. 5 Aula 02 - Movimento Harmônico Dados. Sabe-se que a força aplicada na viga é dada por F = kbδ. A rigidez é definida como o inverso da deflexão com uma carga unitária aplicada tal que kb = 3EI/L 3, onde E é o módulo de elasticidade, I é o momento de inércia e L é o comprimento da viga. Dica. A rigidez da viga e da mola superior que está presa agem como se estivessem em paralelo; ou seja, as forças resultam em Fb – Fk1. RESUMO DA AULA Nesta aula expositiva, desenvolvida e apresentada em slides, resumem-se os conceitos pertinentes a a) Sistemas de equações lineares; b) Movimento harmônico. 6 Aula 02 - Movimento Harmônico 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES Sistema linear? Afinal, o que é isso? 7 Aula 02 - Movimento Harmônico 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 8 Aula 02 - Movimento Harmônico Considerações iniciais Sistemas de equações lineares são um conjunto finito de equações lineares aplicadas num mesmo conjunto, igualmente finito, de variáveis. Por exemplo, seja a equação geral de vibrações dada por 𝑴𝑥 + 𝑪𝑥 + 𝑲𝑥 = 𝑭(𝑡) Supondo um sistema de três equações lineares dado por 𝑚1 0 0 0 𝑚2 0 0 0 𝑚3 𝑥 1 𝑥 2 𝑥 3 + 𝑐1 + 𝑐2 −𝑐2 0 −𝑐2 𝑐2 + 𝑐3 −𝑐3 0 −𝑐3 𝑐3 + 𝑐4 𝑥 1 𝑥 2 𝑥 3 + 𝑘1 + 𝑘2 −𝑘2 0 −𝑘2 𝑘2 + 𝑘3 −𝑘3 0 −𝑘3 𝑘3 + 𝑘4 𝑥1 𝑥2 𝑥3 = 𝐹1 𝐹2 𝐹3 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 9 Aula 02 - Movimento Harmônico Substituindo valores do problema abordado nos coeficientes referentes para cada elemento nas matrizes, tem-se Caracterizando, evidentemente, em um sistema de equações lineares de três equações e três incógnitas. Um modelo vibracional do problema seria 800 0 0 0 1200 0 0 0 1600 𝑥 1 𝑥 2 𝑥 3 + 1200 −800 0 −800 1000 −200 0 −200 800 𝑥 1 𝑥 2 𝑥 3 + 80 000 −60 000 0 −60 000 180 000 −120 000 0 −120 000 240 000 𝑥1 𝑥2 𝑥3 = 6000 18 000 48 000 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 10 Aula 02 - Movimento Harmônico A solução para um sistema linear é uma atribuição de números às variáveis que satisfaz simultaneamente todas as equações do sistema. Ou seja, essas equações devem ser consideradas em conjunto, e não de forma individual. Em um sistema linear, não há potência diferente de um (ou zero). Também não há multiplicação entre as incógnitas, pois são variáveis independentes. Ressalta-se ainda que os graus de liberdade (GDL) referem-se às coordenadas independentes que descrevem o sistema. Muitas vezes, os coeficientes das equações são números reais ou complexos e as soluções são procuradas no mesmo conjunto de números. 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 11 Aula 02 - Movimento Harmônico Forma Geral A forma geral de um sistema de equações lineares pode ser rearranjada pelos coeficientes e pelas variáveis deste sistema tal que 𝑎11𝑥1 + 𝑎12𝑥2 +⋯+ 𝑎1𝑛𝑥𝑛 𝑎21𝑥1 + 𝑎22𝑥2 +⋯+ 𝑎2𝑛𝑥𝑛 ⋮ 𝑎𝑚1𝑥1 + 𝑎𝑚2𝑥2 +⋯+ 𝑎𝑚𝑛𝑥𝑛 = 𝑏1 𝑏2 ⋮ 𝑏𝑚 Assim, o sistema linear atente a relação linear; ou seja, a equação da reta 𝑦𝑛 = 𝑎𝑚𝑛𝑥𝑛 + 𝑏𝑚 E, por superposição de efeitos, pode-se 𝑦𝑡 = 𝑦1 + 𝑦2 = 𝑎(𝑥1 + 𝑥2) + 𝑏 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 12 Aula 02 - Movimento Harmônico Equação Vetorial O espaço vetorial tem uma base de vetores linearmente independentes que garantem exatamente uma expressão ou equação. O número de vetores nessa base (ou dimensão) não pode ser maior do que m ou n, mas pode ser menor. Se existe m vetores independentes, a solução é garantida, independentemente do lado direito. Logo, 𝑥1 𝑎11 𝑎21 ⋮ 𝑎𝑚1 + 𝑥2 𝑎12 𝑎22 ⋮ 𝑎𝑚2 +⋯+ 𝑥𝑛 𝑎1𝑛 𝑎2𝑛 ⋮ 𝑎𝑚𝑛 = 𝑏1 𝑏2 ⋮ 𝑏𝑚 1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 13 Aula 02 - Movimento Harmônico Formulação Matricial Ela parte da forma 𝑨𝒙 = 𝒃 Em que pode-se rearranjar os termos tal que 𝑨 = 𝑎11 𝑎12 𝑎21 𝑎22 ⋯ 𝑎1𝑛 ⋯ 𝑎2𝑛 ⋮ ⋮ 𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 ⋱ ⋮ ⋯ 𝑎𝑚𝑛 , 𝒙 = 𝑥1 𝑥2 ⋮ 𝑥𝑛 , 𝒃 = 𝑏1 𝑏2 ⋮ 𝑏𝑚 2 MOVIMENTO HARMÔNICO O movimento periódico mais simples. 14 Aula 02 - Movimento Harmônico 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 15 Aula 02 - Movimento Harmônico Considerações iniciais Um movimento oscilatório pode repetir-se regularmente (pêndulo simples) ou pode apresentar considerável irregularidade (perfil de pista). Se o movimento for repetido a intervalo de tempos iguais, ele é considerado movimento periódico. E o movimento periódico mais simples (aquele cuja função é a mais simples) é o movimento harmônico, reescrito na seguinte forma: 𝑥 𝑡 = 𝐴 cos (𝜔𝑛𝑡 − 𝜙) 𝑥 𝑡 = 𝐴 sen (𝜔𝑛𝑡 + 𝜙) 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 16 Aula 02 - Movimento Harmônico Ambas as respostas são possíveis, uma delas na forma de cosseno com uma defasagem e, outra, na forma de seno com a adição de um ângulo de fase. O movimento é simétrico em relação à posição de equilíbrio. A velocidade é um máximo quando a aceleração é um mínimo na posição de equilíbrio (máxima energia cinética). A aceleração é um máximo quando a velocidade é um mínimo nas posições extremas (máxima energia potencial). 17 Aula 02 - Movimento Harmônico Mecanismo de Scotch Yoke Nesse sistema, uma manivela de raio A gira ao redor do centro O; a outra extremidade dessa manivela P desliza por uma haste entalhada (corrediça). O deslizamento no entalhe reproduz o movimento na guia vertical e, por sua vez, imprime pontualmente esse movimento periódico na massa m. O A 𝜃 = 𝜔𝑡 𝑥 𝑡 = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 P x m k 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 18 Aula 02 - Movimento Harmônico Quando a manivela gira a uma velocidade angular ω, o ponto de contato da extremidade do mecanismo desloca-se e, por conseguinte, a massa m do sistema massa-mola. Esse deslocamento em função do tempo é dado por 𝑥 = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ≡ 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 E esse movimento é senoidal, desenvolvido conforme o movimento do ponto de centroide da massa m. A velocidade, portanto, fica 𝑑𝑥 𝑑𝑡 ≡ 𝑥 = 𝜔 𝐴 cos𝜔𝑡 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 19 Aula 02 - Movimento Harmônico Similarmente, a aceleração é dada por Percebe-se que a aceleração é diretamente proporcional ao deslocamento. Essa vibração, com aceleração proporcional ao deslocamento e dirigida à posição média é conhecida como movimento harmônico simples (MHS). De forma análoga, o movimento cossenoidaltambém consiste de um MHS tal que 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 ≡ 𝑥 = −𝜔2 𝐴 sen𝜔𝑡 = −𝜔2 𝑥 𝑥 = 𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ≡ 𝐴 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 20 Aula 02 - Movimento Harmônico Relações trigonométricas A A2 A1 ϕ 𝐴2 = 𝐴1 2 + 𝐴2 2 𝐴1 = 𝐴cos𝜙 𝐴2 = 𝐴sen𝜙 Relações complexas Seja um vetor X cujas componentes a e b denotam as componentes x e y dele e representam a parte real e imaginária tal que 𝑿 = 𝑎 + 𝑖 𝑏 ∨ 𝑖 = −1 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 21 Aula 02 - Movimento Harmônico Se A denota o módulo ou valor absoluto do vetor X, e θ representa o ângulo ou argumento entre o vetor e o eixo, então com 𝑿 = 𝐴cos 𝜃 + 𝑖 𝐴 sen 𝜃 𝐴 = 𝑎2 + 𝑏2 𝜃 = tg−1 𝑏 𝑎 Parte-se da expansão em séries de cossenos e senos tal que cos 𝜃 = 1 − 𝑖 𝜃 2 2! + 𝑖 𝜃 4 4! + ⋯ 𝑖 sen 𝜃 = 𝑖 𝜃 + (𝑖 𝜃)3 3! + (𝑖 𝜃)5 5! + ⋯ 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 22 Aula 02 - Movimento Harmônico Pode-se somar e Essa igualdade indica que todo o vetor cartesiano pode ser escrito na forma de senos e cossenos e, consequentemente, também no plano complexo. A partir dessas duas equações anteriores, pode-se operar com funções do tipo harmônica. cos 𝜃 + 𝑖 sen 𝜃 = 1 + 𝑖 𝜃 + 𝑖 𝜃 2 2! + 𝑖 𝜃 3 3! + ⋯ = 𝑒𝑖 𝜃 𝑿 = 𝐴cos𝜃 + 𝑖 𝐴 sen 𝜃 = 𝐴 𝑒𝑖 𝜃 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 23 Aula 02 - Movimento Harmônico Operações com funções harmônicas Usando a representação complexa, tem-se onde ω denota a frequência de excitação em radiano/s do vetor X no sentido anti-horário. Diferencia-se para obter a velocidade e a aceleração tal que 𝑿 = 𝐴 𝑒𝑖 𝜃 𝑑 𝑿 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 𝐴 𝑒𝑖 𝜃 = 𝑖 𝜔 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = 𝑖 𝜔 𝑿 𝑑2 𝑿 𝑑𝑡2 = 𝑑 𝑑𝑡 𝑖 𝜔 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = −𝜔2 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = −𝜔2 𝑿 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 24 Aula 02 - Movimento Harmônico O deslocamento, a velocidade e a aceleração podem ser expressos como Para deslocamento em cosseno (parte real Re) 𝑥 = Re 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = 𝐴cos𝜔𝑡 𝑥 = Re 𝑖 𝜔 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = −𝜔 𝐴 sen𝜔𝑡 𝑥 = Re −𝜔2 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = −𝜔2 𝐴 cos𝜔𝑡 Para deslocamento em seno (parte imaginária Im) 𝑥 = Im 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = 𝐴sen𝜔𝑡 𝑥 = Im 𝑖 𝜔 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = 𝜔 𝐴 cos𝜔𝑡 𝑥 = Im −𝜔2 𝐴 𝑒𝑖 𝜔𝑡 = −𝜔2 𝐴 sen𝜔𝑡 2 MOVIMENTO HARMÔNICO 25 Aula 02 - Movimento Harmônico As funções harmônicas, por serem escritas em termos de senos e cossenos, podem ser representadas trigonometricamente e, por conseguinte, somadas vetorialmente. As relações vetoriais trigonométricas são sen 𝛼 ± 𝛽 = sen𝛼 cos 𝛽 ± sen𝛽 cos𝛼 cos 𝛼 ± 𝛽 = cos𝛼 cos 𝛽 ∓ sen𝛼 sen𝛽 tg 𝛼 ± 𝛽 = tg 𝛼 ± tg 𝛽 1 ∓ tg 𝛼 tg 𝛽 E a Identidade de Euler é dada por 𝑒± 𝑖 𝜔𝑡 = cos𝜔𝑡 ± 𝑖 sen𝜔𝑡 RECAPITULAÇÃO DA AULA Nesta aula expositiva, apresentada em slides, recapitulam-se os tópicos de a) Sistemas de equações lineares; b) Movimento harmônico. 26 Aula 02 - Movimento Harmônico REFERÊNCIAS Sob os ombros de gigantes 27 Aula 02 - Movimento Harmônico REFERÊNCIAS DA AULA CHAPRA, S.C. Métodos numéricos aplicados com MATLAB® para engenheiros e cientistas. 3ª edição. Porto Alegre, RS: AMGH, McGraw-Hill, 2013. RAO, S. Vibrações mecânicas. 4a ed. São Paulo: Prentice Pearson Hall, 2008. 28 Aula 02 - Movimento Harmônico
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