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FISCHER, Ernest. A função da arte. In. A Necessidade da Arte. Tradução Leandro Konder. 9a ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. Katherine Lopes Ferreira Fernando Soares Rodrigues1 Apontando um epigrama de Jean Cocteau onde ele questiona a finalidade da poesia o Ernest Fischer realiza apontamentos sobre a função da arte, posteriormente fazendo-se indicações de que a arte estaria " desaparecendo." " A arte desaparecerá na medida em que a vida adquirir mais equilíbrio. (Pp 11). A necessidade que o autor mostra em relação da arte como " reconhecimento parcial da natureza" " equilíbrio" "substituto da vida" faz com que o autor aponte a arte como caráter parcial distante de uma totalidade, a qual a arte poderia fazer parte. A arte não poderia ser vista somente como substituição mas, apontada como sempre necessária, não somente para o reconhecimento parcial da natureza para que ela é apontada, indicando uma questão da "plenitude do homem" como um ser completo, observada a sua individualidade, observada as questões de busca por um mundo mais compreensível e mais justo e como o autor bem relata a busca por uma significação. A busca da socialização da sua individualidade. E é nesta questão que entra a arte não como substituição, não estaria " desaparecendo" mas como parte integrante no processo de busca pela " socialização da individualidade" do ser humano. " O desejo do homem de se desenvolver e completar indica que ele é mais do que um indivíduo. Sente que só pode atingir a plenitude se se apoderar das experiências alheias que potencialmente lhe concernem, que poderia ser dele." (Pp. 13). Enfatizando que " a arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo com o todo", o autor aponta como a arte tem função importante, e aponta-a como o " todo" " caminho para a plenitude" e não teria a arte " desaparecendo". A "circulação de experiências de ideias", traz à tona a socialização e a saída do ser humano para o caráter individual para a partilha de experiências e a posição individual que o ser tem em relação a sociedade, mostrando o como que ele se identifica no meio em que vive, como que se relaciona. 1 Discentes do curso de Licenciatura em Ciências Sociais do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Formosa. Resenha elaborada como requisito parcial de avaliação da disciplina de Arte Cultura e Sociedade, ministrada ao 4º período noturno, sob a orientação do Prof. Edson Rodrigo Borges. Posteriormente, Fischer faz apontamentos de como " ser um artista" características as quais fazem o ser ter parte no processo de socialização, mostrando como que o indivíduo transforma, e repassa a sua experiência tão pessoal para a sociedade, e como que o artista " sabe tratá-la" "transmiti-la" e ter os conhecimentos de regras, técnicas e recursos necessários para poder proporcionar esta transmissão de experiência. Apontando três vertentes sobre a arte - a tensão a contradição e a dialética, vemos como que estes três qualidades, características, não são possíveis de serem dissociadas da busca do homem para a saída de sua individualização para ir ao encontro da socialização. São buscas necessárias que se fazem dentro deste processo. O cativar do artista perpassa necessariamente sobre estas três vertentes, o cativar busca a importante questão da experiência como é citada pelo autor, e pela " arte " de se socializar, transmitir esta experiência para o público, em um processo que proporcione que ensinamentos são proporcionados por tal experiência que este artista transmitiu primeiramente. A questão das " lutas de classes " enfatizada pelo autor utilizando um dos exemplos de Brecht, mostra a problematização de como que esta experiência pode ser passada para uma plateia através de uma encenação por exemplo, pode se mostrar uma " universalidade" que não pode ser aplicada - ou vivenciada - ou não faz parte da experiência do público em questão. Trazendo conflitos " entre sentimentos e razão" com a ascensão do modo capitalista e os seus respectivos modos de produção - apontando-se para os " conflitos produtivos, como é indicado. (Pp. 15.). Um apontamento importante: " A obra de arte deve apoderar-se da plateia não através da identificação passiva, mas através de um apelo à razão que requeira ação e decisão." Traz apontamentos importantes na questão de relação entre o homem e o seu processo de saída da sua individualidade, e como que a sua experiência vivida nesta obra de arte pode trazer contribuições de modo que o indivíduo migre do expectador para o agente de transformação da realidade - o trabalho Mostrando como que a arte está ligada a sociedade que está permeada em "classes" o autor faz uma indicação importante sobre a sua função e como que a função da arte não fica restringida a mesma finalidade, mudando a sua característica, mas permanecendo na essência da experiência: " A razão de ser da arte nunca permanece inteiramente a mesma. A função da arte numa sociedade em que a luta de classes se aguça, difere, em muitos aspectos, da função original da arte. No entanto, a despeita das situações sociais diferentes, há alguma coisa na arte que expressa uma verdade permanente.” (Pp.16) Outro ponto que podemos destacar é o fascínio que a arte proporciona se sobrepondo ao momento histórico, uma questão também importante que aponta que a arte não permanece como ferramenta importante para a humanidade, superando limitações particulares para expor experiências para a sociedade, mesmo observando como o processo de evolução do mundo vai se desencadeando. " As diferentes classes e sistemas sociais, conquanto desenvolvendo suas respectivas consciências morais, contribuíam para a formação de uma consciências moral humana universal. O conceito de liberdade, apesar de vir correspondendo sempre às condições e aos objetivos de uma determinada classe ou de uma determinado sistema social, tende contudo a se desenvolver na direção de uma ideia global una". (Pp.18) O autor conclui como a arte teve sua origem como magia, ligado a dominação restrita, a um mundo inexplorado, E religião, ciência e arte eram então combinadas de uma forma primitiva, onde o acesso não era proporcionado, e foi progressivamente tendo o seu acesso com a clarificação das relações sociais. Com esta complexidade de sociedades como é indicado no texto (Pp.19) a sociedade não pode ficar somente representada e restrita a realidade dos mitos, tendo uma liberdade formal, consciência global. Trazendo se a tona que a função da arte então, não seria de "fazer mágica" mas "esclarecer e incitar a ação", não se retirando a "magia inerente" que é encontrada na arte.
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