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Direito do Consumidor 
 
No Brasil, as preocupações com as relações de consumos surgiram nas 
décadas de 40 e 60, quando foram criadas diversas leis regulando o assunto. Dentre 
essas leis pode-se citar a Lei n.º 1221/51 Lei de Economia Popular, a Lei Delegada 
n.º 4/62, a Constituição de 1967, com a emenda n.º 1 de 1969 que consagrou a 
defesa do consumidor. 
 
Em 1985, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas adotou 
a Resolução 39/248, que estabeleceu Diretrizes para a Proteção do Consumidor 
ressaltando a importância da participação dos governos na implantação de políticas 
de defesa do consumidor. 
 
Assim, a proteção do consumidor, em nosso país, ganhou importância 
com a Constituição Federal de 1988, que a consagrou como garantia constitucional 
e como princípio norteador da atividade econômica. O artigo 48 do ADCT (Atos das 
Disposições Constitucionais Transitórias) determina a criação do Código de Defesa 
do Consumidor. 
 
Desse modo, em 11 de setembro de 1990, foi publicada a Lei nº 8.078/90, 
popularmente conhecida como Código de Defesa do Consumidor (CDC), a qual 
entrou em vigor em 11 de março de 1991, 180 (cento e oitenta dias) após sua 
publicação, conforme estabelecido em seu artigo 118. 
 
O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (CDC) é, no ordenamento 
jurídico brasileiro, um conjunto de normas que visam à proteção aos direitos do 
consumidor, bem como disciplinar as relações e as responsabilidades entre o 
fornecedor (fabricante de produtos ou o prestador de serviços) com o consumidor 
final, estabelecendo padrões de conduta, prazos e penalidades. 
 
Na relação de consumo, o Código entende que o consumidor é a parte 
mais fraca. Isto porque quem vende é especialista naquilo que faz e, por isso, possui 
informações e conhecimentos que quem compra nem sempre tem. P. ex., antes de 
propor um contrato, o fornecedor já teve tempo de consultar especialistas e de 
preparar um contrato que atenda às suas expectativas. Por outro lado, o consumidor 
nem sempre entende o que está escrito no contrato e, quando entende, não tem os 
mesmos conhecimentos do fornecedor para discutir. 
 
Nestas condições, o consumidor é sempre a parte mais frágil. Para esta 
relação ser mais justa é que existe o Código de Defesa do Consumidor. 
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Conceitos Fundamentais 
 
* CONSUMIDOR - é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final, ou seja, é qualquer pessoa que compra um produto 
ou que contrata um serviço, para satisfazer suas necessidades pessoais ou 
familiares. 
 
* FORNECEDOR - De acordo com o artigo 3º da mesma Lei, é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, 
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços. 
 
* PRODUTO - é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Destacando 
que os produtos podem ser de dois tipos: durável e não durável. O não durável 
corresponde ao produto que acaba logo após o uso, p. ex., os alimentos, um 
sabonete, uma pasta de dentes; já o durável é o que não desaparece com o seu 
uso, p. ex., um carro, uma geladeira, uma casa. 
 
* SERVIÇO - é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista, como exposto no § 2º, 
artigo 3º, CDC. Assim, tudo o que você paga para ser feito é considerado serviço, 
exemplo corte de cabelo, conserto de carro, de eletrodoméstico, serviço bancário, 
serviço de seguros, serviços públicos. 
 
Princípios Basilares do Código de Defesa do 
Consumidor (CDC) 
 
1) Vulnerabilidade (artigo 1º, inciso I do CDC) – a vulnerabilidade do consumidor 
é oriunda do princípio da isonomia, onde busca-se constantemente a igualdade, já 
que o consumidor é o elemento mais fraco na relação de consumo, pois fica à mercê 
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do fornecedor, que detém o poder econômico, ante o pleno domínio técnico e 
econômico. 
 
2) Dever Governamental (artigo 4º, incisos II, VI e VII do CDC) - oriundo da 
Constituição Federal de 1988, onde incumbe ao Estado a responsabilidade em 
promover meios para a efetiva proteção do consumidor, principalmente através da 
fiscalização. 
 
3) Garantia de Adequação (artigo 4º, inciso II, alínea “d” e inciso V do CDC) – 
corresponde à plena adequação dos produtos e serviços ao binômio da 
segurança/qualidade que é o fim ideal colimado pelo sistema protetivo do 
consumidor, respeitando seus interesses econômicos e buscando a melhoria de sua 
qualidade de vida. 
 
4) Boa-Fé nas relações de consumo (artigo 4º, inciso III CDC) – a Boa-Fé 
corresponde à lealdade e cooperação nas relações entre consumidor e fornecedor, 
com vistas a combater os abusos praticados no mercado, evitando que interesses 
particulares sobreponham-se aos interesses sociais. A Boa-Fé é um princípio 
orientador, no qual as partes de uma relação jurídica devem se pautar, ou seja, é o 
dever conduta que razoavelmente se espera das partes com vistas a impedir 
qualquer conduta abusiva. 
 
5) Informação (artigo 4º, inciso IV CDC) – é responsável pelo esclarecimento 
acerca dos direitos e deveres dos consumidores e fornecedores, com vistas a 
harmonizar a relação de consumo. Com a edição da Lei 8.078/90, tornou-se ilegal 
qualquer ato ou procedimento que atente contra o direito à informação do 
consumidor, assim, a informação tem que ser ampla, substancial, extensiva a todos 
os aspectos da relação de consumo desenvolvida. 
 
6) Acesso à Justiça (artigo 6º, incisos VII e VIII CDC) – todos têm direito do 
acesso à justiça para invocar perante o Estado qualquer que seja o seu direito. 
Assim, teve o legislador a preocupação de fornecer subsídios, que pudessem 
facilitar ainda mais o acesso a todos os cidadãos à justiça, como um meio de defesa 
de seus direitos como forma de reequilibrar ou reduzir a distância na qual se evoluiu 
entre o consumidor e o fornecedor. 
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Direitos Básicos do Consumidor (artigo 6º do CDC) 
 
1) Proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por 
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou 
nocivos (artigo 6º, inciso I, do CDC) – corresponde ao dever do fornecedor de 
informar os possíveis riscos que o produto/serviço oferece à vida, saúde, segurança 
e patrimônio do consumidor, por exemplo, um alimento não pode conter uma 
substância que pode fazer mal à saúde. O fornecedor dos produtos e serviços que 
forem nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar de maneira clara 
acerca dos riscos que podem causar à saúde e à vida do consumidor. Referida 
informação deverá ocorrer por meio de anúncios publicitários através dos meios de 
comunicação (imprensa, rádio e televisão), com vistas a evitar danos ao maior bem 
do ser humano – vida. 
 
 
2) Educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e 
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações - 
diz respeito ao direito de o consumidor receber orientação acerca do consumo 
adequado e correto dos produtos e serviços colocados à disposição no mercado de 
consumo. Pois assim, pode optar, decidir e escolher o produto ou serviço existente 
no mercado, que atenda sua necessidade. 
 
 
3) Informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, características,composição, qualidade e 
preço, bem como sobre os riscos que apresentem – a informação deve ser 
adequada e clara, não deixando dúvidas acerca do produto. Referida informação 
engloba a especificação correta da quantidade, características, composição, 
qualidade e preço do produto, assim como dos riscos que o produto possa oferecer. 
Importante destacar que a informação se limita aos compostos e se apresentam 
alguma contra indicação, não englobando o segredo industrial, que é direito do 
produtor. 
 
 
4) Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais 
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou 
impostas no fornecimento de produtos e serviços - correspondem ao dever do 
fornecedor de publicar de modo exato, a oferta do produto oferecido, com vistas a 
evitar que o consumidor seja induzido a erro. Destarte, o consumidor tem o direito de 
exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Destaca-se que a publicidade 
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enganosa e abusiva são proibidas pelo CDC e, consoante o artigo 67 do diploma 
legal, são consideradas crime. 
 
OBS: A publicidade é enganosa quando contenha qualquer 
informação/comunicação publicitária falsa, no todo ou em parte, ou que de qualquer 
modo, induza o consumidor em erro, acerca da sua natureza, características, 
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre 
produtos e serviços. 
 
É abusiva, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à 
violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de 
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja 
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua 
saúde ou segurança. 
 
5) Modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as 
tornem excessivamente onerosas - visa proteger o consumidor que assina um 
contrato com cláusulas pré-redigidas pela outra parte e, estas não são cumpridas ou 
acabam por prejudicá-lo. O artigo 47 do CDC prevê que as cláusulas contratuais 
serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. Assim, o consumidor 
pode requer que tais cláusulas sejam modificadas ou anuladas pelo juiz. 
 
6) Efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que 
as tornem excessivamente onerosas refere-se à comunicação, pelo consumidor, à 
autoridade competente, acerca da descoberta de algum vício em potencial no 
produto adquirido, visando a troca do produto ou devolução do valor pago. Destaca-
se que a reparação pode ocorrer na esfera administrativa ou judicial. 
 
 
7) Acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, 
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados - 
com vistas a auxiliar o consumidor, parte frágil na relação de consumo, a ter acesso 
ao Judiciário em busca da defesa de seus direitos devidamente assegurados no 
CDC. Um instrumento de destaque na execução deste direito é a inversão do ônus 
da prova, que corresponde à transferência ao responsável pelo dano, do ônus de 
provar que não houve culpa de sua parte, que a mesma é exclusiva da vítima ou que 
houve fato superveniente. 
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8) Facilitação da defesa de seus direitos – já que o fornecedor é a parte que 
detém o poder econômico e financeiro na relação consumerista, nada mais justo que 
a prova dos fatos seja de sua responsabilidade, por isso a inversão do ônus da 
prova, com vistas a facilitar o acesso do consumidor à Justiça, para ver/ter seus 
direitos garantidos. 
 
9) Adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral – os serviços 
públicos, como por exemplo, o transporte coletivo, o fornecimento de água e 
energia, são fornecidos por particulares, mas com a concessão do poder público 
estatal, por isso devem ser prestados de forma adequada e eficaz, consoante 
determina o artigo 22 da Lei nº 8.078/90 (CDC). 
 
Sanções do CDC para o Fornecedor que 
desrespeitar suas regras 
 
No Código de Defesa do Consumidor existem penas para aquele 
fornecedor que não obedecer suas regras. Referidas penas são chamadas sanções 
administrativas, encontram-se listadas no artigo 56, incisos I ao XII, a saber: multa; 
apreensão do produto; inutilização do produto; cassação do registro do 
produto junto ao órgão competente; proibição de fabricação do produto; 
suspensão de fornecimento de produtos e serviços; suspensão 
temporária da atividade; revogação de concessão ou permissão de uso; 
cassação de licença do estabelecimento ou da atividade; interdição total 
ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade; intervenção 
administrativa; imposição de contrapropaganda. Referidas sanções podem 
ser aplicadas cumulativamente. 
 
OBS: Importante destacar que além das sanções administrativas mencionadas, há 
também as de natureza civil e penal.

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