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Direito Administrativo

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1 
 
 
 
 
 
 
Apontamentos de aulas por Isabela Olivatto, José Roberto Monteiro, James Rodgher. 
4º semestre – 2012 
 
06/08 /12 
 
Análise do Direito Administrativo 
 Rege a administração pública como um todo 
 Rege a prestação do serviço público 
 
 
Evolução Histórica: 
 
 Surge com as revoluções liberais burguesas, após o período do absolutismo. 
 
 Revoluções burguesas  Estado de Direito  Representantes criam leis que limitam o 
poder do Estado. 
 
 A formação do direito administrativo foi dado pela teoria da “Separação dos poderes” 
desenvolvida por Montesquieu, L’Espirit des Lois, 1748, e acolhido universalmente pelo 
estado de direito. 
 
 Estado de Direito: Separação dos Poderes; Supremacia da Constituição Federal; 
Superioridade da Lei; Garantia dos Direitos. 
 
 Constituição  1ª limitação do estado. 
 
 Só a partir do séc. XIX cabe falar em Direito Administrativo. 
 
 
Conceito Subjetivo do Direito Administrativo: É o ramo do direito público que disciplina os atos do 
poder executivo. Este conceito não é bom, como demonstra a tabela abaixo. 
 
 
Direito Administrativo I 
 
2 
 
Órgão Função Típica Função Atípica 
 
 
 
Legislativo 
- legislar 
- fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária e 
patrimonial do Executivo. 
Natureza Executiva: ao dispor 
sobre sua organização, 
provendo cargos, concedendo 
férias, licenças a servidores e 
etc. 
Natureza Jurisdicional: o 
senado julga o presidente da 
republica nos crimes de 
responsabilidade (art. 52,I,CF) 
 
 
 
Executivo 
- Aplica a lei 
- Prática de atos de chefia de 
estado, chefia de governo e 
atos de administração. 
Natureza Legislativa: o 
presidente da republica, por 
exemplo, adota medida 
provisória, com força de lei 
(art.62,CF) e leis delegadas 
Natureza Jurisdicional: Julga, 
apreciando defesas e recursos 
administrativos. Não faz coisa 
julgada. 
 
 
 
Judiciário 
 
- julgar (função jurisdicional), 
dizendo o direito no caso 
concreto e dirimindo os 
conflitos que lhe são levados, 
quando da aplicação da lei. 
Definitividade: coisa julgada 
*Natureza Legislativa: regime 
interno de seus tribunais (atr. 
96,I, “a”,CF) 
*Natureza Executiva: 
administra, ao conceder 
licenças e férias aos 
magistrados e 
serventuários(art.96,I, “f”,CF) 
*página 435, Direito constitucional esquematizado. 
Conceito Objetivo de Direito Administrativo 
 Ramo do direito público que disciplina o exercício da função administrativa por meio das 
pessoas, órgãos, agentes e atividade do estado. 
Função Administrativa: É o dever de aplicar a lei ao caso concreto no interesse público. 
 
Direito Público Direito Privado 
 
 Estado Particular Particular 
 Relação de superioridade 
 Particular - Grau de Igualdade 
 - Prevalece o interesse privado 
 - Autonomia da vontade 
- Prevalece o interesse público 
- Função administrativa 
 
 
3 
 
Regime Jurídico Administrativo 
Diz respeito a todos os princípios e normas; é o conjunto de normas do direito administrativo. 
Princípios são normas que estabelecem valores fundamentais de um sistema. 
 
13/08 /12 
 
Princípios Gerais de Direito Administrativo 
 
1. Supremacia do interesse público sobre o particular: sempre que houver contraste entre 
eles, prevalece o público. 
 
2. Indisponibilidade do interesse público 
 
Primário  refere-se ao bem estar coletivo 
Interesse público 
 Secundário  é o da administração propriamente dita 
Exemplos: Destinar verba à saúde ou a precatórios  primário 
 O interesse público deve ser perseguido pela administração pública. 
 O secundário só pede ser defendido pelo administrador público quando coincidir com o 
primário. 
 
 
 
 
 O limite é a INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 
- O administrador não pode dispor do patrimônio público. 
 Exemplo: licitação, concurso público. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS 
Art. 37, Constituição Federal 
 
 
Requisição Administrativa: Transfere a posse, o uso do bem por período determinado. 
Exemplo: Usar um ginásio de esportes para abrigar pessoas em caso de catástrofe. 
Diferentemente da desapropriação, não há indenização prévia, que pode ser requerida 
posteriormente mediante comprovação de perdas. 
 
4 
 
Legalidade 
Impessoalidade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
 
LEGALIDADE 
 Decorre do Art. 1º, Art. 5º, II e Art. 37,Constituição Federal. 
 
Constituição Federal 
 Art. 5º, II Art. 37 
Aplicação Indivíduo Administração Pública 
Sentido Fazer tudo que a lei não proíbe Fazer apenas o que a lei permite. 
Omissão Permissão Proibição 
 
IMPESSOALIDADE 
 O administrador público só pode agir para satisfazer o interesse público 
 Proíbe discriminação e privilégios (ver Súmula Vinculante nº 13) 
 Proíbe a promoção pessoal (Art. 37, § 1º, Constituição Federal) 
MORALIDADE 
 Não basta o respeito à lei, mas também à moralidade administrativa. Refere-se a padrões de 
ética, boa-fé, decoro e probidade. 
 A moralidade está prevista na Constituição Federal. 
 Pode ser buscada por ação popular. 
Improbidade administrativa: Lei 8.429/92 – coíbe atos que atinjam a moralidade; Art. 12 sanções. 
Crime de Responsabilidade: Art. 85, V, Constituição Federal. 
 
PUBLICIDADE 
 A administração pública tem o dever de divulgar os atos administrativos  transparência 
 Os Diários Oficiais são os principais veículos 
 Defesa da intimidade 
 Exceção: em hipóteses constitucionais  SIGILO Segurança da sociedade ou do Estado 
 
 
Lei de acesso à informação: Lei 12.52711 – prevê o acesso à informação. 
 
Legalidade 
administrativa 
 
5 
 
20/08 /12 
EFICIÊNCIA 
 Busca do melhor com os meios disponíveis, visando economia, produtividade, 
profissionalismo, qualidade e rapidez. 
 Originalmente não constava da Constituição Federal, foi inserido pela reforma 
administrativa da Emenda Constitucional 19 de 1988. 
 O conceito da eficiência vem ganhando corpo na administração pública. 
Importante mecanismo  Avaliação de desempenho 
 O servidor público presta concurso, toma posse e entra no exercício da função. Sem a 
avaliação de desempenho, poderia se acomodar. Por isso, com a posse ele tem 3 anos de 
estágio probatório, ao fim do qual é submetido a uma avaliação de desempenho. Somente 
se aprovado nessa avaliação ele passa a gozar de estabilidade. 
 Uma vez conquistada a estabilidade, a demissão só pode ocorrer por processo 
administrativo disciplinar. 
 Mas há também avaliações periódicas de desempenho, a cuja eventual reprovação pode 
suceder um processo administrativo disciplinar. 
Art. 5º, LXXVIII, Constituição Federal 
A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os 
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 O administrador público não pode levar mais que 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, 
para decidir sobre um processo administrativo. 
 
 Em processo administrativo disciplinar não há prazo fixo. 
 
Exemplo: Alguém pede a concessão de uma licença; o administrador público abre o processo 
para levantamento de dados; tem que decidir em 30 + 30 dias (prorrogação precisa ser 
justificada). 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS 
Não estão expressos na Constituição Federal, mas podem ser deduzidos pela interpretação do 
diploma. 
1. Continuidade do serviço público 
 Por tratar de bem essencial 
- Literalmente:o serviço público não pode parar 
 Pela utilidade ao cidadão 
 
 
6 
 
 O serviço público não pode ser interrompido 
Há na Constituição Federal uma das primeiras decorrências deste princípio: 
- O bem público é impenhorável. 
- Porque existe este princípio, não há penhora do bem público. 
- Porque se penhorado, poderia significar a interrupção do serviço público. 
- Por isso o sistema diferenciado de pagamento de dívidas através dos precatórios. 
 
 Direito de Greve - Art. 37, VII, Constituição Federal. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica 
A greve é um instrumento nas relações de trabalho e também existe para o servidor público. 
A Constituição Federal determina que haja uma lei que a regulamente. 
- Mas ainda não há. 
- É preciso estabelecer limites para a greve do servidor público. 
- Os servidores entendem muitas vezes que não há limites. 
- Há os que entendem que não direito de greve do servidor público, já a não foi 
regulamentado. 
Posição do Supremo Tribunal Federal a esse respeito 
 Algumas categorias do serviço público entraram com mandato de injunção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mandado de Injunção 
"É o instrumento para o exercício de direitos constitucionais carentes de 
regulamentação" 
A Carta Constitucional de 1988 estabeleceu uma série de direitos e garantias 
fundamentais para tutelar os cidadãos. No entanto, o próprio legislador 
estabeleceu que alguns desses direitos somente poderiam ser exercidos em sua 
plenitude após sua regulamentação por meio de normas infraconstitucionais. Após 
mais de duas décadas, algumas destas leis continuam sem ser editadas como, por 
exemplo, a famosa lei de greve dos servidores públicos (inciso VII, art. 37, CR/88). 
Para suprir as lacunas deixadas pelo legislador constituinte (originário ou derivado), 
previu-se o Mandado de Injunção, conforme inciso LXXI, do art. 5º, que preceitua: 
“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais 
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
 
7 
 
 O Supremo Tribunal Federal foi além e editou acórdão que manda aplicar a lei de greve do 
empregado privado ao servidor público, enquanto não houver lei específica. 
 
 Servidores militares não têm direito de greve (Art. 142, IV, Constituição Federal) 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são 
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na 
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da 
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da 
ordem. 
... 
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
 
2. Razoabilidade ou proporcionalidade 
Há para o administrador o dever de adequação e proporcionalidade entre meios e fins. 
 O meio deve ser proporcional ao fim 
 
Exemplo: Fiscal da Vigilância Sanitária encontra salsichas estragas em carrinho de cachorro-
quente. Em vez de aprender a mercadoria e autuar o comerciante, saca um 38 e dá-lhe um 
tiro entre os olhos. 
 
3. Controle Judicial dos atos administrativos 
- Decorre de princípio do Art. 5º, XXXV, Constituição Federal. 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito; 
 - É a inafastabilidade da prestação jurisdicional 
 - Por força deste princípio, o poder judiciário pode anular ato administrativo. 
 
Resumo 
 Legalidade 
 Impessoalidade 
 Explícitos Moralidade 
 Publicidade 
Princípios Eficiência 
 
 Continuidade do Serviço Publico 
 Implícitos Razoabilidade ou Proporcionalidade 
 
 Controle Judicial dos Atos Administrativos 
 
 
8 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
São 3 os conceitos principais conceitos de Administração Pública: 
1. Residual ou negativista 
A administração pública é atividade ou função do Estado não compreendida nas funções 
legislativa e judiciária. 
- Não é bom porque define a coisa pelo que não é, pelo que sobra. 
 
 
 2. Subjetivo, formal ou orgânico. 
 A administração pública refere-se às pessoas e aos órgãos administrativos. 
 Nesse conceito a administração pública se escreve em maiúsculas: Administração Pública. 
 
2. Objetivo, material ou formal. 
A administração pública é função administrativa. 
Neste conceito, a administração pública é função, atividade e não pessoas. 
Escreve-se “: administração pública”. 
 
 
 
 
CONCEITO DE DESCONCENTRAÇÃO 
 É a repartição de funções entre os vários órgãos na mesma Pessoa Jurídica. 
 A União, Estados, Municípios, DF, são pessoas jurídicas que se dividem em órgãos. 
 A desconcentração é associada à administração pública direta, mas isso não está totalmente 
correto. Também pode ocorrer na administração pública indireta. 
A administração pública direta é composta pelas pessoas jurídicas políticas, que são a União, os 
Estados, os Municípios e o DF e também pelos órgãos que as integram. 
 Os órgãos são núcleos de competência estatais. 
 Dividem-se em cargos exercidos por agentes. 
 Os órgãos não tem personalidade jurídica, não atuam em próprio nome, toda a ação é da 
pessoa jurídica. 
 Quando o Ministério da Educação age, quem age é a União. 
 Por não terem personalidade jurídica, não possuem patrimônio. 
Exemplo: Caminhão utilizado pela Secretaria de Obras do município é de propriedade do 
município. 
 Os órgãos são sempre criados por lei, de iniciativa exclusiva do chefe do executivo. 
Mediante decreto, é possível se alterar a organização e funcionamento do órgão. 
3. 
2. 
Função Administrativa 
Aplicar a lei ao caso concreto no interesse público, sob regime jurídico público. 
 
9 
 
 
 
Exemplo: Mudar o nome do órgão, realocar cargos, alterar hierarquia interna e externa. 
 Este decreto só pode ser editado se não resultar em aumento de despesa. 
Exemplo ocorrido recentemente: A Corregedoria da Polícia Civil, que se reportava à própria Polícia 
Civil, por questões de independência e eficiência, passou a se reportar à Secretaria de Segurança 
Pública de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27/08 /12 
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS (segundo Hely Lopes Meirelles) 
Quanto à posição na estrutura estatal 
 Independentes: Têm origem na Constituição Federal e estão apenas a ela subordinados. 
Exemplo: Presidência da República. 
 Autônomos: Têm autonomia para planejamento e coordenação. Exemplo: Ministérios. 
 Superiores: Têm funções de direção e chefia. Exemplo: Divisões e Departamentos. 
 Subalternos: São os que executam as ordens. Exemplos: Seções. 
Quanto à estrutura 
 Simples ou unitários: São os que têm um único centro de competência. Exemplo: 
Presidência da República. 
 Compostos: São compostos por uma série de órgãos menores que têm todos a mesma 
função ou funções auxiliares. Exemplo: Secretarias de Segurança Pública, Secretarias de 
Educação, etc. 
Decreto: Ato administrativo editado pelo chefe do poder executivo. 
Secretaria de 
Segurança Pública 
Polícia Científica Polícia Militar Polícia Civil Corregedoria 
Corregedoria 
 
10 
 
Quanto à atuaçãofuncional 
 Singulares ou unipessoais: São aqueles em que as decisões são tomadas por uma única 
pessoa, titula do órgão. . Exemplo: Presidência da República. 
 Colegiados ou pluripessoais: São aqueles em que as decisões são tomadas por mais de uma 
pessoa, sempre por maioria. Exemplo: Tribunais administrativos, Conselhos de 
Contribuintes, Comissões de licitação. 
 
Princípio da hierarquia ou poder hierárquico 
É o poder do superior em relação ao subordinado e que tem por objetivo organizar a 
administração pública. 
Poderes hierárquicos presumidos (independem de previsão legal) 
1. Poder de dar ordens e dever de obedecer. 
- A não obediência resulta em processo administrativo disciplinar, a não ser que a ordem 
seja manifestamente ilegal. 
- Se cumpre uma ordem manifestamente ilegal, assume a ilegalidade. 
 
2. Poder de fiscalizar o cumprimento das ordens. 
- Poder de rever os atos dos subordinados. 
- Pode anular ou revogar os atos administrativos dos subordinados, com os quais não 
concorde. 
 
3. Poder de delegar e avocar competências. 
- Avocar é chamar para si a competência. 
Descentralização 
É a repartição de funções entre pessoas jurídicas diversas e é associada à administração indireta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Indireta é o conjunto de pessoas jurídicas criadas ou mantidas pelo 
Estado para o desempenho das funções previstas em lei. 
 Prestação de serviços públicos (Art. 175, Constituição Federal) 
 Exploração de atividade econômica (Art. 173, Constituição Federal) 
 Compõe a administração indireta: 
- Autarquias - Fundações 
- Empresas públicas - Sociedades de economia mista 
 
 
11 
 
Tutela ou supervisão ministerial 
É o poder de controle da administração direta em relação à administração indireta, sempre nos 
expressos termos da lei. 
 Não há hierarquia entre a administração direta e a indireta. 
 “Exemplo-piada”: a esposa em relação ao marido 
 
Poderes de controle normalmente previstos na tutela ministerial 
1. Político 
É o poder de escolha e destituição do dirigente da administração indireta pelo da 
administração direta. 
- Exemplo: O Presidente da República pode nomear ou destituir o presidente do INSS, mas 
não pode dar-lhe ordens, já que não há hierarquia. 
2. Administrativo-financeiro 
- Financeiro – controle das contas da Administração Indireta pela Administração Direta. 
- Administrativo – é tanto de legalidade como de mérito dos atos administrativos praticados 
pela Administração Indireta. 
 Em ato ilegal inconveniente ou inoportuno (mérito) a Administração Direta pode 
rever atos da Administração Indireta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando há Controle Administrativo, há o que se chama de Recurso Hierárquico Impróprio. 
 O cidadão que se sente prejudicado por um ato administrativo, de um departamento, por 
exemplo, pode interpor um recurso hierárquico impróprio. É chamado impróprio porque não 
há hierarquia entre a Administração Direta e a Administração Indireta. 
 
 
 
Presidência da República 
Ministério 
Departamento 
 
12 
 
Autarquias 
(do grego: autós + archia  administração própria) 
É uma pessoa jurídica, por isso tem administração própria. 
Características 
1. Pessoa jurídica de direito público, sempre criada e extinta por lei específica, sendo que a lei 
é de iniciativa exclusiva do chefe do executivo. 
2. Tem por objeto sempre uma atividade administrativa para prestar serviço público, exercer 
poder de polícia, ou atividade de fomento. Nunca pode exercer atividade econômica. 
Os atos e contratos da autarquia são atos e contratos administrativos e deve haver sempre licitação. 
Questão do patrimônio 
As autarquias são pessoas jurídicas distintas da Administração Direta. Têm personalidade jurídica e, 
portanto, têm direito de propriedade. Seu patrimônio é próprio, não se confunde com o da 
Administração Direta. É também sempre considerado patrimônio público: impenhorável, 
imprescritível e inalienável. Em regra, não pode ser vendido ou doado. 
03/09/12 
 Autarquias 
Regime de pessoal 
 É o estatutário, se aplica aos servidores um estatuto. O estatuto está previsto em lei que 
regulamenta da entrada à saída. Na empresa privada é contratual, se aplica o contrato e a 
CLT. 
 Há concurso público 
 São considerados servidores públicos 
Responsabilidade civil da Autarquia 
Quando a autarquia causa danos é responsabilidade civil objetiva e é direta. Independe de prova. 
 É direta porque quando se é lesionado por uma autarquia, não se processa o ente da 
Administração Direta, mas a própria autarquia. Exemplo: o INSS e não a União. 
A responsabilidade civil da autarquia é direta, mas a responsabilidade civil da Administração Direta é 
subsidiária. Exemplo: A União perante os atos do INSS. 
 Sempre que faltar patrimônio para a autarquia responder pelo dano, a Administração Direta 
responde. 
 
 
 
 
13 
 
Prerrogativas especiais da autarquia 
Imunidade tributária 
As autarquias são imunes a certos tributos. Art. 150, § 2º, Constituição Federal 
 Imunidade de impostos apenas sobre o patrimônio, renda e serviços, vinculados às suas 
finalidades essenciais. 
 Se não vinculadas às atividades essenciais, incide imposto. Exemplo: Imóveis recebidos em 
pagamento e não utilizados para a finalidade essencial  incide IPTU. 
 
Prerrogativas processuais 
 
 Maior prazo: quatro vezes mais para contestar e duas vezes mais para recorrer (mesmo 
prazos que a Fazenda Pública). 
 Reexame necessário de ação perdida em 1ª instância. 
- Se você não recorre no prazo para a 2ª instância, transita em julgado. 
- Se a autarquia perde em 1ª instância só transita em julgado após reexame de 2º grau. 
 Pode promover a execução fiscal dos créditos. 
 Dívidas, em regra, prescrevem em 5 anos. 
 Crédito gerado por lesão ao patrimônio (Art. 35, §5º, Constituição Federal) da autarquia é 
imprescritível. 
Classificação das autarquias 
1. Quanto ao âmbito federativo: federais, estaduais, distritais e municipais. 
2. Quanto ao regime jurídico: 
- Comum: é tudo que se viu até aqui. Exemplos: INSS, IBAMA, INCRA, CFM, CRM, CREA, etc. 
- Especial: maior autonomia que as de regime comum; se dá porque existe mandato fixo 
quanto a seus dirigentes: se nomeia, mas cumpre o mandato pelo prazo previsto em lei. 
Exemplo: Universidades públicas, BACEN, Agências reguladoras (ANATEL, ANAC, ANVISA, 
ANEEL, ANP, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E a OAB? 
Sempre foi entendida na doutrina e jurisprudência como autarquia de regime especial. Decisão do 
Supremo Tribunal Federal em 2006 aponta que é um serviço sem paralelo com nada: não é 
autarquia, não é fundação, não tem vínculo com nada. 
É um ente sui generis. 
Prerrogativas 
- Pode mover ADI 
- Tem todas as prerrogativas das autarquias e nenhum dos controles. 
- Anuidade é considerada um tributo 
- Não existem limites como prestar contas, tutela. 
 Para o Supremo Tribunal Federal não é mais considerada Autarquia de Regime Especial 
 
 
 
14 
 
Agências Executivas 
É uma qualificação dada a uma autarquia, uma fundação, ou um órgão da Administração Pública que 
celebre contrato de gestão com um ente da administração pública e tenha plano estratégico de 
reestruturação. É um selo dado a uma autarquia, fundação, ou organização da administração pública 
direta. 
 Único benefício de ser agência executiva: Tem um limite de dispensa de licitação maior que 
na administração pública. Só há uma agência executiva: o INMETRO. (logo, não é útil). 
Fundações 
É a pessoajurídica criada pela destinação de um patrimônio a uma finalidade. 
São 3 as espécies: 
1. de direito privado, criada pelo particular – Não é assunto do Direito Administrativo 
2. de direito privado, criada pelo Estado 
3. de direito público, criada pelo Estado 
 
Fundação de Direito Público 
Fundação pública 
 Autarquia fundacional 
Têm as mesmas características das autarquias. 
Fundação de Direito Privado criada pelo Estado 
 São pessoas jurídicas de direito privado. 
 Também recebem o nome de fundações governamentais. 
 Criadas após autorização por lei específica. A lei só autoriza criação, enquanto na autarquia 
a lei cria. 
 O que cria a fundação é a escritura pública registrada em cartório, só após o que surge sua 
personalidade jurídica. 
 
 
 As fundações são criadas e extintas por autorização de lei específica. 
 O objeto á a atividade administrativa ou sem fins lucrativos de natureza cultural, social ou 
de fomento. 
 Fundação (2 e 3) sempre celebra contratos administrativos, sujeitos á licitação. 
 O patrimônio é próprio, mas privado: penhorável, prescritível e alienável. 
 
 
 
São as que nos interessam nesta matéria 
Ou ainda: 
Na autarquia, a própria lei determina a personalidade jurídica. 
Exceção: Se presta serviço público, todos os bens ligados ao serviço público são 
considerados bens públicos. 
 
15 
 
Regime de Pessoal da Fundação de Direito Privado criada pelo Estado 
 Sempre contratual  CLT 
 Apesar disso, exige-se concurso público. 
 
Responsabilidade Civil da Fundação de Direito Privado criada pelo Estado 
 Se prestar serviço público: responsabilidade civil objetiva 
 Se não: responsabilidade civil subjetiva 
 
Prerrogativas Processuais da Fundação de Direito Privado criada pelo Estado 
 Não se aplicam as das autarquias. 
 Se aplica imunidade tributária (Art. 150, § 2º, Constituição Federal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
10/09/12 
Empresas públicas e sociedades de economia mista 
Características comuns 
 Personalidade: São pessoas jurídicas de direito privado. 
- não significa que não tenham controle estatal. 
- têm a criação e extinção autorizadas por lei específica. 
 
 Têm por objeto a prestação de um serviço público ou a exploração de uma atividade 
econômica. 
- Serviço público: Art. 175, Constituição Federal 
- Atividade econômica: Art. 173, Constituição Federal.  É exceção. Constituição Federal 
 prevê 
 Exemplo: Petróleo relevante interesse coletivo e segurança nacional 
 
O Ministério Público tem fiscalização sobre a Fundação de Direito Privado criada pelo Estado? 
(Sobre a Fundação de Direito Privado criada pelo particular, tem) 
 Maioria da doutrina diz que não, porque existe supervisão ministerial. 
 Na prática, em São Paulo, o Ministério Público fiscaliza. 
 
 
Como se define o regime das Fundações de Direito Público ou Privado criadas pelo Estado? 
 Só dá para saber pela lei: se a criou é pública; se a autorizou é privada. 
 
 
16 
 
Segurança nacional: Hipótese em que não exista indústria de material bélico e os impostos 
sejam muito altos. 
 
Interesse coletivo: setores em que a iniciativa privada não consegue sozinha atender a 
interesses da sociedade. Exemplo: bancos públicos. 
 
Os contratos têm que ser licitados? 
 
Sim. A Constituição Federal não aponta dispensa de licitação. Só que a Constituição Federal 
prevê regulamento com sistema próprio de licitação. A lei ainda não foi feita. 
 
Há entendimento doutrinário e jurisprudencial de que é obrigatório licitar apenas para as 
atividades meio (não fim). 
 
Exemplo: Contratação de serviços de limpeza 
 
- Para atividade fim não há obrigatoriedade de licitação 
 - Lógica: Não funcionaria como empresa, no mercado, na livre-concorrência. 
 
 O patrimônio é próprio e os bens são considerados privados: penhoráveis, prescritíveis e 
alienáveis. 
 Se os bens forem usados para a prestação de serviço público, são impenhoráveis, 
imprescritíveis e inalienáveis. 
 
 
Regime de pessoal das Empresas públicas e sociedades de economia mista 
Seletista, contratual, CLT. Mas os contratados devem ser aprovados em concurso público 
 
Responsabilidade Civil das Empresas públicas e sociedades de economia mista 
 Se presta serviço público  responsabilidade civil objetiva 
 Se não presta serviço público  responsabilidade civil subjetiva 
 
Características Específicas 
 Empresas Públicas Sociedades de Economia mista 
Capital Social 100% público Público (>50%) e privado 
Forma societária Livre SA 
Competência processual Justiça Federal (Art. 109, CF) Se federal, Art. 109 ñ previu.  Justiça Estadual 
 Se Estaduais ou municipais, varia. 
 Empresa Pública federal. Exemplo: CEF, Correio. 
 
 
17 
 
Poderes da administração 
 
1. Discricionário 
2. Vinculado 
3. Hierárquico 
4. Disciplinar 
5. Normativo 
6. de Polícia 
(1 e 2, veremos em detalhes mais tarde) 
3. Poder Hierárquico 
É o princípio da hierarquia, quando há desconcentração. Ver ponto específico na pág. 11. 
 
4. Disciplinar 
É o poder de apurar e punir as infrações disciplinares, sejam elas funcionais ou não. 
Nem sempre as falhas disciplinares são funcionais, pois pode haver relação com não 
funcionários, portanto, não no exercício das funções. 
 Se você retira o livro na biblioteca pública, pode ser punido se não devolvê-lo. 
 Alunos de escola pública que recebem punições disciplinares. 
 
Características do poder disciplinador 
1. É interno, não se aplica a particulares (segundo boa parte da doutrina), terceiros 
estranhos àquela relação jurídica. 
2. É vinculado quanto à aplicação da sanção se for verificada a infração. 
3. - Verificou a sanção  a punição é obrigatória, ou será crime de prevaricação. 
4. É discricionário quanto ao tipo de punição e a sua graduação. Há margem de liberdade 
para a escolha do tipo de sanção, definida em lei. Dois critérios: conveniência e 
oportunidade. 
 
5. Poder Normativo 
É o poder de editar atos normativos, normas gerais e abstratas que se aplicam a todos 
indistintamente. 
É poder regulamentar, exercido sempre para a edição de decretos regulamentares, voltados 
à fiel execução da lei. É privativo ao chefe do poder executivo e indelegável 
 
 
 
 
18 
 
17/09/12 
 
6. Poder de Polícia 
 
1. Prof. Hely L. Meirelles 
É a faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o 
uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou 
do próprio Estado. 
 
2. Profª. Maria Silvia Zanella di Pietro 
Atividade do estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. 
 
 
 Condiciona direitos de liberdade e propriedade 
 Pode ser exercido por vários órgãos. 
 Não significa necessariamente os órgãos de polícia. 
 
 
Poder legislativo (não para o Prof. Hely) 
 Restrição 
Administração pública (é o que nos interessa) Polícia administrativa 
 
 O art. 78 do Código Tributário nacional prevê poder de polícia 
 
Tipos de polícia 
1. Polícia Administrativa  é sempre preventiva 
2. Polícia Judiciária  é repressiva. 
Este critério é muito utilizado, mas não é muito bom. Porque há órgãos da administração pública 
que exercem ambas, preventiva e repressiva, polícia mista. Exemplo: Polícia Militar, em regra 
preventiva, mas pode ser repressiva. 
 Outro critério  MELHOR 
 
Quanto ao tipo de direito aplicável 
- A Polícia administrativa se rege pelo Direito Administrativo 
- A Polícia judiciáriase rege pelo Direito Penal e Processual Penal 
 
19 
 
 3º critério 
 
Quanto ao órgão que exerce o poder de polícia 
 
- A Polícia administrativa é exercida por toda a administração pública, inclusive a PM e GCM 
- A Polícia judiciária é exercida por órgãos, corporações específicas. Polícia Civil, Polícia 
Federal e, por exceção, a PM (inquérito policial militar, CPP militar) 
 
Características do poder de polícia 
 
1. Discricionariedade. É sempre discricionário, normalmente há margem de liberdade para 
o administrador público, escolhendo uma dentre algumas soluções possíveis oferecidas 
pela lei. 
A discricionariedade tem uma exceção: a licença, porque é sempre vinculada, ou seja, 
não há margem para liberdade. 
2. Exigibilidade. (a ser visto em “atos administrativos”) 
3. Autoexecutoriedade (a ser visto em “atos administrativos”) 
 
 Limites do poder de polícia 
 
1. Deve atender a todos os requisitos do ato administrativo 
2. Diz respeito à proporcionalidade e razoabilidade: o meio deve ser adequado ao fim. 
3. Deve-se usar o meio menos gravoso para o partícula, dentre os suficientes para resolver 
a questão. 
 
 
 
Atos Administrativos 
Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo 
É a declaração do Estado ou de quem lhe faça as vezes, no exercício das prerrogativas públicas, 
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar 
cumprimento e sujeita a controle de legitimidade por órgão jurisdicional. 
“... quem lhe faça as vezes”  Exemplos: Cartórios extrajudiciais, registros, etc. 
“... exercício de prerrogativas públicas”  Só existe no ato administrativo, não no Direito Privado. 
“... providências jurídicas complementares à lei”  Ato administrativo, base da pirâmide de Kelsen. 
“... controle de legitimidade por órgão jurisdicional”  deve respeitar a lei, o que se controla pelo 
judiciário. 
 Ato administrativo é uma ação que gera efeitos jurídicos. 
 Ação exige vontade. 
 
20 
 
 Fato administrativo é o acontecimento que gera efeitos jurídicos. 
 Quando houver um contrato administrativo, tem-se um negócio jurídico e não um ato 
administrativo. 
 
Atributos ou características do Ato Administrativo 
1. Presunção de legalidade (legitimidade) e veracidade 
2. Imperatividade 
3. Exigibilidade 
4. Autoexecutoriedade 
5. Tipicidade 
 
 Atributos?  P – E – I – T – Au 
24/09/12 
1. Presunção de legalidade (legitimidade) e veracidade 
Legitimidade – significa que o ato administrativo, quando editado, se presume conforme 
a lei. 
Veracidade – Significa que os fatos alegados como motivo para a prática do ato 
administrativo, presumem-se verdadeiros. Isso não existe no mundo privado. 
Exemplo: Multa por passar no sinal vermelho. 
 
1ª consequência: Inversão do ônus da prova. “Iura novit curia”. É presunção relativa, 
admite prova em contrário (a absoluta, não) 
 
2ª consequência: O ato administrativo, quando editado, presume-se conforme a lei. Por 
isso, gera efeitos até que seja invalidado. 
 
Três motivos 
1. A administração deve agir de modo célere 
2. Legalidade. A administração pública só faz o que está previsto em lei. A regra é, 
portanto, que aja conforme a lei. 
3. Controle pelo judiciário. 
 
2. Imperatividade 
 
É o poder de o ato administrativo ser imposto, independentemente da concordância do 
seu destinatário. 
 
 
 
 
21 
 
3. Exigibilidade ou coercibilidade 
 
É o poder do ato administrativo de ter o seu cumprimento exigido sob ameaça de 
sanção, que independe do poder judiciário. 
 
4. Autoexecutoriedade 
 
O poder de execução material direta do ato administrativo pela administração pública, 
independentemente do poder judiciário. 
Exemplos; Guinchar carro em local proibido; apreensão e destruição de comida 
estragada e eventual fechamento do estabelecimento. 
 
Dois requisitos: 
 
1º - Autorização legal expressa. Exemplos: Atos do poder de polícia, demolição de prédio 
irregular, apreensão de mercadorias ilegais. 
 
2º - Medida Urgente. Exemplos: demolição de prédio irregular que ameace ruir, 
dispersão de manifestação que se torne vandalismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Tipicidade 
 
O ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei como 
aptas a produzir o resultado desejado. Não pode praticar atos atípicos ou inominados 
- Atípico  não previsto em lei 
- Inominado  que não tem nome 
 
 
 
- Na Exigibilidade há coerção indireta. 
- Na Autoexecutoriedade a coerção é direta, 
 inclusive – se necessário – pelo uso da força. 
 
- Não há autoexecutoriedade em multas e tributos. 
- O ato que impõe a multa e o tributo não tem 
 autoexecutoriedade, execução direta, depende 
 necessariamente do poder judiciário. 
 
22 
 
Elementos, requisitos ou pressupostos do ato administrativo. 
 Fazem com que o ato administrativo exista e seja válido. 
1º Competência ou sujeito 
2º Objeto 
3º Forma 
4º Motivo 
5º Finalidade 
 COM – FOR – FI – MO – OB 
1º  Competência ou sujeito 
Sujeito é o agente que tem competência por conta da lei. 
Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas dos órgãos e dos agentes fixadas pelo 
direito positivo. 
 
 
Características: 
 
 
01/10/12 
Os quatro vícios de competência 
1. Incompetência: significa dizer que o ato não esta nas atribuições legais do agente. O ato 
será anulável. 
2. Excesso de Competência ou Excesso de Poder: o agente ultrapassa os limites de sua 
competência. É uma espécie de abuso de poder. O ato será anulável. 
3. Usurpação de função (art. 328,CP): o sujeito age sem ter qualquer relação com o cargo. O 
ato é inexistente. 
4. Função de fato ou Teoria do Funcionário de Fato: quando o agente tem um ingresso ou 
permanência irregular no cargo. O ato será valido, desde que estejam presentes 3 requisitos: 
1) deve haver aparência de legitimidade na investidura do agente 
2) deve haver boa-fé do administrador 
3) o ato administrativo deve ser regulador nos demais aspectos. 
Obs. o ato será valido por questões de segurança jurídica, economia. 
Obs2: o ato será nulo caso não haja aparência de legalidade. 
 
 
- irrenunciável (Art. 11, Lei 9.784/99 
- improrrogável: é intransferível 
- Admite delegação e avocação, delega-se autoridade e 
 responsabilidade (Arts. 13 a 15, Lei 9.784/99) 
 
23 
 
(continuando elementos, requisitos ou pressupostos do ato administrativo) 
2º  Objeto 
É o comportamento do ato administrativo, ou seja, aquilo que o ato administrativo dispõe. 
Requisitos para que o objeto seja regular: 
1. Lícito / Moral 
2. Ser Possível 
3. Ser determinado ou determinável 
Obs. quando há vício de objeto, o ato administrativo é nulo. 
 
3º  Forma 
 Primeiro sentido: é o modo de exteriorização do ato. Em regra, ele pode ser escrito, verbal, 
gestos, sinais luminosos ou placas. 
 Segundo Sentido: diz respeito às formalidades legais para constituição de ato administrativo. 
 
-Quando há vícios de forma o ato será anulável, exceto em 1 situação: no caso em que for essencial, 
o ato, o ato será nulo. 
 
4º  Motivo 
É a situação de FATO que determina ou autoriza a prática do ato administrativo. 
 Caso o motivo seja inexistente ou falso, o ato será nulo 
 O motivo não se confunde com motivação, pois a motivação é a exposição escrita dos motivos. 
 Em regra, a motivação seja obrigatória no art. 2 e 50, LPA (9784/99). 
 Casos que a lei exige a motivação, a motivação virá de formalidade essencial. 
 Quando aos motivos que diz respeito à teoria dos motivos determinantes: 
 Def. a validade do atoadministrativo se vincula aos motivos alegados como seu fundamento. 
 Obs. Caso o motivo seja inexistente ou falso, o ato será nulo. 
Lei 9784/99 
Art. 2
o
 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
I - atuação conforme a lei e o Direito; 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, 
salvo autorização em lei; 
 
24 
 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou 
autoridades; 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na 
Constituição; 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida 
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; 
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito 
aos direitos dos administrados; 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à 
interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público 
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
CAPÍTULO XII 
DA MOTIVAÇÃO 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 
 
25 
 
§ 1
o
 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste 
caso, serão parte integrante do ato. 
§ 2
o
 Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza 
os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. 
§ 3
o
 A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da 
respectiva ata ou de termo escrito. 
Teoria dos motivos determinantes 
A validade dos atos administrativos se vincula aos motivos alegados com o seu fundamento. 
Se o motivo alegado for falso e inexistente, o ato administrativo é nulo. 
A aplicação principal diz respeito aos atos que não precisam ser motivados, mais acabam 
sendo. 
Ex 1: exoneração “ad nutum” – precisa de motivação 
Ex 2: Cargo comissionado - a exoneração é livre, pode o presidente exonerar um ministro 
quando quiser sem dar justificativa. 
Caso o administrador fundamente os seus motivos e estes forem falsos, pode aquele que 
sofreu a exoneração impugná-la e voltar para o seu respectivo cargo. Se escolher o motivo, ele 
tem que ser verdadeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ad nutum 
Expressão latina, derivada de nuto, de nutare (mostrar por meio de sinais). Designa em 
Direito Administrativo a dispensa de funcionário público não estável, mediante um 
gesto, ou seja, sem maiores exigências legais. Cargos ad nutum são aqueles preenchidos 
com base em confiança, sendo, portanto, chamados de cargos em comissão, de livre 
preenchimento e exoneração. A exoneração pode ser ad nutum, porém a demissão, por 
ser penalidade, jamais será efetivável desta forma, exigindo-se processo administrativo 
disciplinar. Há, todavia, discussão na doutrina mais moderna sobre se a positivação do 
princípio da motivação não teria exigido a necessidade de justificação também para a 
exoneração ad nutum. Se tal for a orientação adotada, deve-se atentar para a teoria dos 
motivos determinantes, que transforma um ato discricionário de exoneração em 
vinculado no tocante à veracidade dos motivos alegados. 
Exemplo: o presidente da república pode exonerar o ministro da saúde, sem dar 
justificativa.Mas se escolher em o motivo da exoneração, o motivo tem que ser 
verdadeiro, sob a pena de nulidade da exoneração. 
 
26 
 
5º  Finalidade 
É o resultado que a administração quer alcançar com o ato administrativo, ou seja, o fim que a 
administração quer. Pode ser em sentido amplo ou estrito. 
 
 Amplo: é o interesse público 
Finalidade 
 Estrito: é o fim previsto explicito ou implicitamente na lei para o ato administrativo. 
 
Exemplo: transferência de servidor para outro Estado. Se utilizar a transferência como modo de 
punição, haverá o vício de finalidade (desvio de finalidade ou desvio de poder). O ato é nulo. 
 O desvio de finalidade é uma espécie de abuso de poder. 
 
 
RESUMO DE ABUSO DE PODER 
 
 -EXCESSO DE PODER 
ABUSO DE PODER 
 -DESVIO DE FINALIDADE/PODER 
 
 
22 e 29/10/12 
Discricionariedade e vinculação 
Vinculação se dá quando a lei regula todos os aspectos da atividade administrativa, sem deixar 
opções para o administrador, ou seja, para cada situação só existe uma solução válida, daí o termo 
vinculação. 
Discricionariedade se dá quando a lei não regula todos os aspectos da atividade administrativa, 
deixando margem de liberdade para o administrador, que pode escolher uma dentre várias opções 
possíveis. 
 
Critérios para escolha: 
 conveniência 
 oportunidade 
 
27 
 
Por conta da discricionariedade o administrador pode escolher se pratica ou não o ato 
administrativo, o local e ainda o tipo de providência aplicada. A discricionariedade se 
relaciona com o mérito do ato administrativo. Analisar o mérito do ato administrativo é 
saber se ele é conveniente e/ou oportuno. 
 Discricionariedade não se confunde com arbitrariedade pois as opções foram definidas por 
lei. 
 A arbitrariedade não é opção para o administrador, não é prevista em lei, é a própria 
ilegalidade. 
 
Exemplo: A lei não diz onde irá instalar uma creche, então o ato administrativo deve prever 
o local de sua instalação, considerando os critérios de oportunidade e conveniência. 
 
 
Elementos do ato administrativo 
 Elementos vinculados 
 Elementos discricionários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vinculados 
Competência – é vinculado, não existe margem para liberdade. Compete só ao agente. 
Forma – é vinculado, mas tem divergência doutrinária. 
 Se a lei não disciplina, a forma é livre. 
 Se a lei determina, a forma é vinculada. 
 A posição majoritária é que é vinculado. 
Finalidade – é vinculado. O desvio de finalidade é um vício. O legislador não tem liberdade para 
finalidade. 
 
RELEMBRANDO: 
Elementos do Ato Administrativo 
 1º Competênciaou sujeito 
 2º Objeto 
 3º Forma 
 4º Motivo 
 5º Finalidade 
 COM – FOR – FI – MO – OB 
 
 
28 
 
 
Discricionários 
Motivo 
Objeto 
 Porque envolvem mérito 
 
Depende da lei se irá trazer a discricionariedade ou não. 
 
 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
Pode ocorrer de 04 formas: 
1) Extinção natural: ocorre quando o ato cumpre seus efeitos. 
Ex: a administração autoriza as férias do servidor, então quando acabam as férias é se extingue 
naturalmente. 
2) Desaparecimento do sujeito ou do objeto 
 Suponha que a administração pública permita determinado que morre. Não pode ser 
transferido a outro porque é ato personalíssimo 
 Suponha que a administração pública verifica que uma lanchonete está vendendo comida 
estragada, mas antes de interditar o estabelecimento rui. 
 
3) Retirada do ato administrativo – 5 espécies 
- Revogação 
- Invalidação 
- Cassação 
- Caducidade 
- Contraposição 
Cassação: é a extinção do ato administrativo pelo descumprimento das condições 
necessárias para a manutenção do ato. 
Exemplo: A Prefeitura emite um Alvará de Funcionamento para um Hotel, que na realidade 
é uma casa de jogos de azar, nesse caso, quando houver fiscalização o direito concedido será 
suspenso por descumprimento. 
Caducidade: é a extinção do ato administrativo por superveniência de uma norma que torna 
inadmissível uma situação antes permitida. 
Exemplo: Bingo – antes era permitido havia licença para estabelecimentos de jogo de bingo, 
mas a legislação mudou e agora são ilícitos (é extinto por caducidade). 
M otivo 
É 
R 
I 
T 
O bjeto 
 
29 
 
Contraposição: é a extinção do ato administrativo pela pratica de um ato com efeitos 
contrapostos ao primeiro. 
Exemplo: A administração pública nomeia um servidor, porém, por algum motivo ele não 
passou no estágio probatório, então ocorre a exoneração. Os atos são contrapostos, pois a 
exoneração é um ato contraposto a nomeação anteriormente concedida. 
 
 
 
 
 
Tipos: Revogação Invalidação 
Ato 
administrativo válido 
discricionário 
Inválido (nulo/anulável) 
Discricionário ou vinculado 
Motivo 
Inconveniência 
Inoportunidade 
Ilegalidade (tanto faz se o ato é discricionário ou vinculado) 
Decisão Discricionária Envolve uma decisão - vinculada 
Competência Administração pública Administração pública  autotutela 
Poder judiciário 
Efeitos Ex NUNC 
Ex TUNC - ex: a adm multa e posteriormente a decisão é invalidada e 
tudo aquilo que foi praticado é nulo. 
Prazo Não há prazo 5 anos (art. 54 da lei 9.784/99 
Exceção 
 - Não pode atingir direito 
adquirido - Pode ser convalidação ( é o ato adm que supre os vícios de outro). 
 - Ato administrativo 
consumado Ato com efeitos retroativos (quando convalida, corrige o vicio) 
 Exemplo: férias depois de 
gozadas Tudo aquilo que foi praticado é lícito 
 - Ato administrativo 
enunciativo - Pode não ser convalidação: caso o ato administrativo 
São espécies de atos que 
meramente Se nulo, não cabe convalidação. 
declaração de uma situação 
que já ocorreu Só será admitida a convalidação quando nos vícios. 
Ex: Certidões, atestados, 
pareceres, apostilas e 
registros 
No vício de objeto, por exemplo, não cabe convalidação 
porém cabe a conversão (troca do objeto invalido por um objeto valido) 
 
30 
 
05/11/12 
(continuação de extinção dos atos administrativos) 
4) Renuncia 
É a extinção do ato administrativo que se dá quando o beneficiário abre mão da vantagem 
de que desfrutava. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsabilidade Civil do Estado 
 É a obrigação que o Estado tem de reparar os danos que causar a terceiros. 
 Assim como na responsabilidade civil privada, pode ser contratual ou extracontratual. 
 O que interessa para o direito administrativo é a forma extracontratual (É a responsabilidade 
civil decorrente de todos os dados que não envolvam contrato). 
 
Teorias da Responsabilidade Civil do Estado 
1 – Teoria da Irresponsabilidade Estatal: Primeira que vigorou no direito administrativo, antes da 
Revolução Francesa que tinha de modo geral o absolutismo (todo o poder deriva de Deus, então não 
podia controlar o Rei porque ele tem o poder que deriva de Deus. No início o Estado não respondia). 
Nessa teoria, o Estado não responde, mas seu funcionário, sim. Como o funcionário tinha pouco 
poder aquisitivo, sendo assim, aquele que tinha que ser indenizado acabava não sendo. Após a 
Revolução Francesa, todo o poder emanava do povo e era exercido por seus representantes. O 
Estado pode errar, tem o princípio da igualdade (todos que causarem danos serão responsabilizados, 
inclusive o Estado). 
O Estado age em conformidade com a lei, quando causa dano a terceiro age de forma ilegal, então 
deve responder. Essa teoria de irresponsabilidade foi mantida até o Século XIX. Surgindo então a 
segunda teoria. 
 
Extinção dos Atos Administrativos 
Extinção natural 
Desaparecimento do sujeito ou do objeto 
Retirada do ato administrativo 
Renuncia 
 
 
31 
 
2 – Teoria Civilista, Teoria da Culpa Civil ou Teoria da Responsabilidade Civil Subjetiva 
Aderiu às previsões do direito civil 
 
ANTES: 
Conduta (ação/omissão) 
Dano 
Nexo Causal 
Culpa (sentido amplo: dolo e culpa em sentido estrito > Imprudência, negligência e Imperícia) 
 
O Estado responde desde que se comprove a culpa do funcionário. Antes precisava encontrar, 
identificar o funcionários que causou o dano, para comprovar então o dolo e a culpa que não era 
uma missão fácil e a vítima ficava sem a devida indenização. 
 
3 – Teoria Publicista da Responsabilidade Civil do Estado 
Partimos da Irresponsabilidade Estatal passou pela teoria civilista (pelo direito privado) e agora 
Teoria Publicista (direito estatal). Temos, então, 02 (duas) fases teoria da culpa administrativa: 
1ª fase: culpa anônima do serviço  “faute du service” 
Elementos: 
Conduta 
Dano 
Nexo Causal 
Culpa do serviço 
 
 Não tem que achar o funcionário, isso não é importante. O que importa é que o serviço não 
funcionou, funcionou de forma mal ou atrasada. Esta lidando com o fato que o serviço 
deveria ter funcionado de forma regular, mas não funcionou. 
Sempre há violação a padrões médios esperados. Se houver atraso, ou alguma outra 
deficiência, há culpa. Tem que provar a violação, responsabilidade subjetiva, caso não prove 
não há indenização pelo Estado. 
 
 
 
 
 
32 
 
2ª fase: Teoria do risco  responsabilidade civil objetiva 
Tem dois fundamentos básicos: 
 Baseia-se no risco da atividade. A premissa é de que atividade do Estado gera um risco para 
o cidadão. Determinadas atividades geram um risco maior. Então assumem uma 
responsabilidade maior. 
 Solidariedade social – Não se fala em culpa no serviço, apenas comenta-se houver: (i) dano, 
(ii) nexo causal e a (iii) conduta. Caso prove, estes três itens, o Estado será obrigado a 
indenizar, sendo mais favorável a vítima. Responsabilidade civil objetiva. 
O risco tem duas espécies: 
- Risco Integral: Não se admitem excludente da responsabilidade civil, ou seja, responde 
integralmente por tudo. 
- Risco Administrativo: é admitida excludente de responsabilidade civil. 
No Brasil, adota-se a teoria do risco administrativo, em determinadas situações admite-se o 
excludente da responsabilidade civil do Estado. 
Excludentes da responsabilidade civil objetiva do Estado 
1 – Força maior. Exemplo: Furação que destrói tudo  exclui o nexo causal. 
2 – Culpa de terceiros: o ato não é causado por ação ou omissão do Estado. Tem algumas situações 
excepcionais que não excluem relação de custódia.Exemplos: 
 O agente que está na custódia (guarda) do Estado e morto na cadeia, o Estado deveria 
cuidar, zelar por ele, sendo assim, devido a morte é obrigado a indenizar seus familiares. 
 Mão deixa filho na escola pública e coleguinha o espanca até a morte (ô exemplozinho 
cruel...). 
 Ferrari é apreendida pela Receita Federal e alguém põe fogo no depósito (esse exemplo, eu 
até gostei...). 
 3 – Culpa exclusiva da vítima. Exemplo: Suicídio sobre ou sob um carro de polícia 
A culpa exclusiva só é excluída quando houver culpa concorrente, não havendo a exclusão da 
responsabilidade civil. Pode atenuar a responsabilidade civil, mas nunca excluí-la. Há a 
compreensão de culpa – Art. 945 CC (“Se a vítima tiver concorrido culposamente para o 
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa 
em confronto com a do autor do dano”). Exemplo: Você atravessa no sinal vermelho; uma 
viatura de polícia em alta velocidade, sem motivo para isso, bate no seu carro. Não se exclui, 
mas se atenua a responsabilidade civil do estado. 
 
 
 
 
33 
 
Responsabilidade civil objetiva (Regra no Brasil) 
 
Responsabilidade civil objetiva  
 
 
CF - Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6 As pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade*, causarem a terceiros, 
assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Significa que o dano que for causado em razão do agente ser funcionário, ou seja, agente público, 
pouco importa se ele está no exercício de suas funções ou não. Exemplos: 
 
 Se o policial dirige a viatura e há uma batida, existe responsabilidade civil objetiva. 
 Se o policial está de folga, e fica com a arma da corporação. O policial envolve-se em uma 
briga e mata alguém, existe responsabilidade civil objetiva . Para que haja a responsabilidade 
objetiva, não há necessidade de o agente estar em serviço. 
 
Ao não exigir culpa, a responsabilidade é objetiva  elementos da responsabilidade civil do Estado. 
Respondem objetivamente 
 Pessoas jurídicas de direito público (União, Estado, Distrito Federal e Municípios), além das 
autarquias e fundações públicas; 
 Concessionárias: prestam serviço público, ou seja, exercem a atividade econômica. Exemplo: 
fundações de direito privado autorizadas pelo Estado, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
 Quando, eventualmente, a pessoa jurídica de direito privado não presta serviços públicos, 
depende se haverá a responsabilidade objetiva. Conforme a CF não responde. 
 Empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar atividade econômica e 
não prestar serviço público: Petrobras, Banco do Brasil Caixa Econômica Federal – caso trate-
se de danos ambientais, haverá a responsabilidade objetiva. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR OMISSÃO 
Duas correntes: 
1) Defende que é objetiva (Prof. Hely Lopes Meirelles) 
 Por ação ou omissão, já que o Art. 37, §6º, Constituição Federal, fala apenas em “causar 
dano a terceiro” 
 
Conduta 
Dano 
Nexo causal 
 
34 
 
2) É a que tem prevalecido na jurisprudência. Defende que a responsabilidade por omissão é 
subjetiva (Profº. Celso Antônio Bandeira de Melo). 
 Assim, só pode se responsabilizar pelo dano quem tinha o dever legal de agir para evita-lo. 
 Se não agiu e deveria, incorre em negligência  responsabilidade civil subjetiva 
 
Ação Indenizatória 
 Aquela que a vítima move contra o Estado. 
 Responsabilidade civil objetiva: É assegurado o direito de regresso, ao Estado, contra o 
causador do dano. 
 Ação regressiva é a ação do Estado contrato o agente que causou o dano, sendo assim, 
envolve responsabilidade civil subjetiva (dolo/culpa). 
 A vítima nunca processa o agente (Supremo Tribunal Federal) 
 Não é possível denunciação da lide para o Estado trazer o agente ao processo 
 Para a 1ª corrente não é cabível, porque a responsabilidade civil é 
objetiva na indenização e subjetiva na regressiva. 
 Para a 2ª corrente é admissível a denunciação da lide, desde que a 
vítima, na petição inicial, aborde culpa ou dolo do agente. 
 
 
 
 
 
Responsabilidade Civil do Estado por atos legislativos e jurisdicionais 
Trata-se das Leis e decisões judiciais. 
Majoritariamente tem se admitido essa responsabilidade, desde que presentes algumas 
hipóteses: 
Ato legislativo: a administração tem responsabilidade perante uma lei inconstitucional; lei de 
efeitos concretos; omissão legislativa (Ex: direito de greve, está na Constituição Federal mais 
não há regulamentação específica. Se essa ausência de lei lesionar alguém a administração 
será responsabilizada por não ter criado um regulamento específico para a greve) 
Atos jurisdicionais: Erro judiciário (era inocente e foi condenado, ou ficou mais que o tempo 
necessário preso) - Art. 5, LXXV CF – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, 
assim como o de ficar preso além do prazo fixado na sentença. 
Responsabilização no processo civil 
Art. 133 CPC - Responderá por perdas e danos o juiz, quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
#ficaadica 
Em ação indenizatória em face do Estado, nunca argumente culpa ou dolo do agente. 
 
35 
 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou 
a requerimento da parte. 
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no no II só depois que a 
parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não 
lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. 
Ocorre quando o juiz retarda um ato de ofício, quando devia ter praticado.

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