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DIREITO AMBIENTAL - Ponto 08

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DIREITO AMBIENTAL - Ponto 08
Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente
Atualizado por Clécio Alves de Araujo em 20/08/2012
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA, formado pelo conjunto de órgãos e instituições dos diversos níveis do Poder Público, incumbidos da proteção do ambiente, vem a ser o grande arcabouço institucional da gestão ambiental.
O antecedente do Sisnama foi a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, que surgiu logo após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano- Estocolmo, 1972. Ante a pressão da comunidade internacional, o SEMA surgiu com declarado objetivo de orientar uma política de conservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais e foi a resposta brasileira neutralizadora das pressões do momento.
	- Estrutura do SISNAMA
O suporte das atividades de gestão ambiental está desenhado numa estrutura político-administrativa, descrita no art. 6º da L. 6938/81. É importante destacar que, atualmente, a lei 6.938/81 precisa ser interpretada conjuntamente com a Lei Complementar 140/2011, que passou a disciplinar as competências materiais comuns de todos os entes federativos, na forma do art. 23 da CF/88.
Trata-se de direito e de fato, de uma estrutura político-administrativa oficial, governamental, ainda que aberta à participação de instituições não-governamentais, através dos canais competentes. 
Constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do DF, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura:
1. órgão superior: o Conselho de Governo, presidido pelo Presidente da República ou pelo Ministro Chefe da Casa Civil (na prática, seu lugar tem sido ocupado pelo CONAMA).
2. órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Presidido pelo Ministro do Meio Ambiente.
3. órgão central: Ministério do Meio Ambiente, a quem incumbe planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política Nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. 
4. órgão executor: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis – IBAMA. Apesar da omissão no art. 6º, IV, da Lei 6.938/81, o art. 3º, IV, do Decreto 99.274/90, modificado pelo Decreto 6.792/09, inseriu o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade como órgão executor do Sisnama e atribuiu-lhe a gestão das unidades de conservação federais.
5. órgãos setoriais, compreende entes da Administração Federal direta e indireta, e fundações instituídas pelo poder público, cujas atividades estejam associadas à de proteção da qualidade ambiental ou àquelas que disciplinam o uso de recursos ambientais.
6. órgãos seccionais: são órgãos ou entidades estaduais constituídos na forma da lei e por ela incumbidos de preservar o meio ambiente, assegurar e melhorar a qualidade ambiental, controlar e fiscalizar ações potencial ou efetivamente lesivas aos recursos naturais e à qualidade do meio. Referida atribuição está em harmonia com o disposto no art. 8º, da Lei Complementar 140/2011.
7. órgãos locais: são órgãos ou entidades municipais incumbidos legalmente de exercer a gestão ambiental no respectivo território e no âmbito de sua competência, na forma a lei. Referida atribuição está em harmonia com o disposto no art. 9º, da Lei Complementar 140/2011.
	- o SISNAMA e a gestão do meio ambiente
Deve-se entender que o SISNAMA, como um sistema, não pode exercer a tutela administrativa do ambiente, contudo, através do fluxo de informações, em seu âmbito, atuarão os órgãos com poder de polícia administrativa ambiental, notadamente, o IBAMA, e os órgãos seccionais e locais, investidos de autoridade para praticar atos tutelares necessários à gestão do meio ambiente.
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
	Paulo de Bessa Antunes define a PNMA como o conjunto dos instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e economia brasileiras. 
Os instrumentos da PNMA estão previstos no art. 9º 6.938/81. Dentre eles destacam-se: (a) exercício do poder de polícia (exercido pela atividade de licenciamento e fiscalização dos órgãos ambientais); (b) estabelecimento de padrões ambientais (o estabelecimento de padrões ambientais é importante porque nem toda atividade humana é poluidora, ainda que, potencialmente o seja. Explico, o esgoto humano, apesar de ser um problema ambiental de relevo no mundo moderno, só será poluidor se for lançado em volume tal que supere a capacidade do ecossistema receptor de absorver essa matéria orgânica); (c) publicidade das medidas administrativas em matéria ambiental (onde prevalece o princípio democrático, por permitir o exercício da participação popular); (d) zoneamento ambiental (consiste basicamente no disciplinamento/planejamento do uso do solo, com a divisão deste em regiões específicas para o desenvolvimento das atividades humanas, de molde a que seja evitado ao máximo a degradação ambiental); (e) exigência prévia do EIA.
Existem vários conceitos na lei de Política ambiental, que se encontram no art. 3º:
	 		Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas . Qualquer manifestação ocorrida nos reinos animal, vegetal e mineral estão incluídos no meio ambiente.
	
			Degradação da qualidade ambiental - alteração adversa das características do meio ambiente; O conceito de meio ambiente é vastíssimo e qualquer modificação não favorável ao mesmo, passa a ser considerada degradação.
Poluição: A degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
			O legislador, foi entrelaçando os temas a partir do principal - meio ambiente - a fim de que os conceitos, embora autônomos, possam conviver de forma indissociada, para melhor facilitar sua aplicação, notadamente nos enquadramentos das sanções administrativas e penais, previstas no próprio diploma legal - artigos 14 e 15.
			Poluidor - A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental
			Recursos Ambientais - Atmosfera, as águas interiores, superficiais ou subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
	- Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente
			O artigo 2o. da Lei 6.938/81, elenca que “a política nacional do meio ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
		-	equilíbrio ecológico;
 		-	racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
 		-	planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
		-	proteção dos ecossistemas; 
		-	controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
		-	acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
		-	recuperação de áreas degradadas; 
		-	proteção de áreas ameaçadas de degradação e
educação ambiental em todos os níveis de ensino”.
	- Objetivos da PNMA (art. 4º da Lei 6.938/81)
			A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
	-	a compatibilização do desenvolvimento econômico-social, com a preservaçãoda qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; Atento a tal dispositivo, em novembro de 1995, por iniciativa do atual Deputado Federal por Pernambuco, Raul Jungmann, à época Presidente do IBAMA, foram iniciados estudos visando a criação do Protocolo Verde, que foi oficialmente instituído por Decreto em 29 de maio de 1996, sendo integrado pelos Ministérios do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, além das seguintes Instituições: Banco Central, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Caixa Econômica Federal e Banco Meridional,com a finalidade de incorporar a variável ambiental no processo de gestão e concessão de crédito oficial e benefícios fiscais às atividades produtivas, atuando nas seguintes linhas:
dar subsídios à atuação institucional para o cumprimento das prescrições constitucionais relativas ao princípio de que a defesa e preservação do meio ambiente cabem ao poder público e à sociedade civil. 
assessorar as ações governamentais para a priorização de programas e projetos que apresentem maiores garantias de sustentabilidade sócio-econômico-ambiental e que não contenham componentes que venham a causar danos ambientais, no futuro. 
promover a captação de recursos internos e externos que viabilizem a criação de linhas de crédito, no sistema financeiro, orientadas especificamente para o desenvolvimento de projetos com alto teor ambiental a ser atendido.
atender a condicionamentos de doadores para obter isenção de imposto de renda.
financiar atividades pioneiras no desenvolvimento de estudos, pesquisas e instrumentos ligados ao desenvolvimento sustentável.
		
		-	a definição de áreas prioritárias de ação governamental, relativa à qualidade e ao equilibrio ecologico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
		-	ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo dos recursos ambientais; Vide item VI - Instrumentos da PNMA.
		-	ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais, orientadas para o uso racional dos recursos ambientais;
		-	a difusão de tecnologia de manejo do meio ambiente, e à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; Neste sentido, foi criado, no âmbito do IBAMA, o CENTRO DE ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, através da Portaria 93, de 14 de novembro de 1.995, que visa a organização de um forum que permita ao Instituto colocar à disposição dos Órgãos do Governo e da Sociedade, instrumentos adequados à consecução do desenvolvimento sustentado efetivo e eficaz.
		-	a preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; Neste ponto, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente antecipou o conceito de desenvolvimento sustentável, que veio a consolidar-se - em 1987 - no Relatório Nosso Futuro Comum; 
		-	a imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Aqui temos, desde 1981, época da Lei da PNMA, os princípios do Poluidor-Pagador e do Usuário-Pagador, que posteriormente passaram a constar da Declaração do Rio. 
 			
- Instrumentos da PNMA (artigo 9º): 
		-	estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; dentre os quais citamos: a Resolução CONAMA 03/90, que estabelece conceitos, padrões de qualidade, métodos de amostragem e análise de POLUENTES ATMOSFERICOS; a Resolução CONAMA 05/89, que instituiu o PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA QUALIDADE DO AR - PRONAR; a Resolução CONAMA 18/86, que instituiu o PROGRAMA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR POR VEICULOS AUTOMOTORES - PROCONVE; entre outras. Frederico Amado preceitua que os estados, o DF e os municípios também poderão fixar padrões de qualidade ambiental, comumente, mais restritivos. Defende que, normalmente, inexiste qualquer conflito quando as normas estaduais, distritais e municipais são mais restritivas que as federais, ou seja, instituem regras mais protetivas ao meio ambiente, desde que a lei federal disponha expressamente acerca dessa possibilidade.
		-	zoneamento ambiental; agora guindado à Constituição Federal, que no artigo 21, IX dispõe que é competência da União elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; A Lei 8.171/91, por sua vez, dispõe no artigo 102, que o solo agrícola é considerado patrimônio natural; também é previsto no artigo 19, III desta Lei, o zoneamento agroecológico para disciplinar e ordenar a ocupação espacial pelas diversas atividades produtivas, bem como para a instalação de hidrelétricas; Existe ainda o Decreto 99.540, de 21.09.90, que instituiu a Comissão Coordenadora do Zoneamento ecológico-econômico do Território Nacional, em âmbito macrorregional e regional, para acompanhar e avaliar a execução de trabalhos desse zoneamento, inclusive em nível estadual. Atualmente, a matéria é regulamentada pelo Decreto No. 4.297/2002. 
		-	avaliação de impactos ambientais; também elevado ao status constitucional, nos termos do artigo 225, parágrafo 1o., item IV. A Lei 6.938/81, no seu artigo 8o., item I, inclui entre as competências do CONAMA a de estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. Desta forma, o CONAMA através da Resolução 01/86 (alterada pelas Resoluções 11/86 e 05/87), tornou obrigatória, para diversas atividades, a elaboração de EIA - que deve contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-se, inclusive, com a hipótese de não execução, e do RIMA - que deverá ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão, e que será acessível ao público. Tal Resolução conceitua, no artigo 1o., o que considera-se impacto ambiental. Não é demais lembrar que a institucionalização da AIA, no Brasil e em diversos países, guiou-se pela experiência americana, face a grande efetividade que os Estudos de Impacto Ambiental demonstraram no sistema legal da “common law” dos Estados Unidos�, além das exigências internacionais, anteriormente citadas.
		-	licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; também previsto no artigo 10, como já mencionado, e no artigo 17 do Decreto no. 99.274/90. Alguns exemplos:
A Resolução CONAMA 01/86, dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
A Resolução CONAMA 06/87, dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras de grande porte, especialmente aquelas nas quais a União tenha interesse relevante, como a geração de energia elétrica. Tal Resolução dispõe que a Licença Prévia - LP, deverá ser requerida no início do estudo de viabilidade da Usina; a Licença de Instalação - LI, deverá ser obtida antes da realização da licitação para construção do empreendimento e, a Licença de Operação - LO, antes do fechamento da barragem. 
Resolução CONAMA 05/88 dispõe sobre o Licenciamento de Obras de Saneamento; 
Resolução CONAMA 08/88, dispõe sobre o Licenciamento de Atividade Mineral, uso de mercúrio metálico e do cianeto;
Resolução CONAMA 09/90, dispõe sobre o licenciamento de Atividade Mineral das Classes I, III e VII.;
Resolução CONAMA 10/90, dispõe sobre o licenciamento de Atividade Mineral da Classe II.
Resolução CONAMA 02/96 que dispõe sobre o licenciamento de Obras de Grande Porte, bem como a implantação ou fortalecimento de Unidade de Conservação já existente, tendo revogado a Resolução CONAMA 10/87; 
Resolução CONAMA 237/97 regulamenta os aspectos de licenciamentoambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente;
Resolução CONAMA 279/2001, estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental; 
Resolução CONAMA 284/2001 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigação; 
Resolução CONAMA 289/2001 estabelece diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária; 
incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; Tal previsão tem encontrado grande eco, atualmente, por força dos processos de certificação da ISO 9.000 e ISO 14.000.
criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, estadual ou Municipal, tais como APA, ARIE e RESEX; A matéria foi alçada à esfera constitucional, vez que o artigo 225, III da Constituição Federal dispõe que incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, tendo sido regulamentada através da Lei No. 9985/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.
		- 	sistema nacional de informação sobre meio ambiente – SINIMA, já totalmente formalizado e fazendo parte da estrutura do IBAMA, no âmbito do CNIA - Centro Nacional de Informação Ambiental. Destaque-se que a LC 140/2011, art. 7º, VIII, preceitua que compete à União, com auxílio dos demais entes federados, organizar e manter o Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente – SINIMA. Ademais, a mesma lei prever a criação do Sistema Municipal de Informações sobre o Meio Ambiente. Além disso, o novo Código Florestal instituiu o Cadastro Ambiental Rural – CAR, obrigatórios para todos os imóveis rurais, para registros de posse e propriedades rurais. Constitue-se de 03 grandes grupos de dados: 
RNCI - Rede Nacional de Computadores do IBAMA, interligando todas as suas 506 unidades descentralizadas; 
 Conjunto de Base de Dados, composto de 05 grupos: (i) Base de Dados de Informação Documentária, - DOMA, utilizando o software MICROISIS e a metodologia REPIDISCA, dispondo atualmente de 60.000 registros, sendo livros, monografias, teses, relatórios, etc.; (ii) Base de Dados e Legislação Ambiental - LEMA, com aproximadamente 9.890 livros; (iii) Base de Dados de Informação Referencial - REMA, desenvolvida de acordo com o Formado de Intercâmbio de Informação Referencial - FIIR, da UNESCO; (iv) Base de Dados de Filmes e Vídeos - REMATEC, com mais de 400 vídeos disponiveis para empréstimo; e (v) Base de Dados de Controle de Publicação Seriada - COPUSE, com aproxidamente 2.237 periódicos; e
RENIMA - Rede Nacional de Informação sobre Meio Ambiente. onde se possibiliou aos Órgãos de Meio Ambiente dos Estados criarem um banco de dados informatizado e interligado ao CNIA e aos demais Centros de Documentação e Informação de outros órgãos ambientais ou não do país e do exterior.
Demais disto, em abril de 2003, foi editada a Lei No. 10.650, que dispõe sobre o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama.
		-	cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental; Nos termos da Resolução CONAMA 01/88, este Cadastro tem como objetivo proceder ao registro, com caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. É administrado pelo IBAMA, nos termos do artigo 17, I da Lei No. 6.938/81. Existe ainda o CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES AMBIENTALISTAS - CNEA, criado pela Resolução CONAMA 06/89.
		-	penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; Matéria também erigida a sítio Constitucional, nos termos do artigo 225, § 3º da Constituição Federal, tendo sido regulamentada pela Lei No. 9.605/1998 e pelo Decreto No. 3.179/1999. No entanto, sabe-se que a coleção de leis e outros atos normativos dispondo sobre as sanções administrativas, cíveis ou criminais é extensa. O que precisa é ser eficazmente implementada, através do fortalecimento institucional dos órgãos responsáveis pela execução da política ambiental.
- instituição do RQMA - Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA; Pode-se dizer que este item não tem sido cumprido sistematicamente por parte do IBAMA, mas vale ressaltar a importância e o relevo do Relatório lançado pelo mesmo, denominado GEO BRASIL 2002 - Perspectivas do meio ambiente no Brasil (disponível no site http://www.ibama.gov.br).
 	 
 		- garantia de prestação de informações relativas ao meio ambiente; Além da edição da Lei No. 10.650/2003, acima mencionada, vale destacar os serviços postos à disposição do cidadão, através da LINHA VERDE, uma Central de Atendimentos integrante da OUVIDORIA do IBAMA que, além de receber denúncias, presta informações ou encaminha as solicitações às unidades internas que possam prestá-las. Funciona através do telefone no. 0800-61-80-80. Demais disto, nos licenciamentos de projetos de significativos impactos ambientais é assegurada a realização de Audiências Públicas, nos termos das Resoluções CONAMA 01/86, 09/87 e 237/1997. A lei 10.650/2003, no § 1º, do art. 2º, estabelece que não há necessidade de comprovação de interesse específico para acesso aos processos administrativos de natureza ambiental. Nesse aspecto, referida norma, por ser específica, afasta a aplicação do disposto na Lei 9.051/1991, que dispõe de modo diverso. 
 - Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. Também em pleno funcionamento por parte do IBAMA que o administra, nos termos do artigo 17, II, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente e inclusive cobra uma taxa anual para tal fim, nos termos da Lei No. 10.165/2000. 
Por fim, vale destacar que a Lei 11.284/2006 criou novos instrumentos para a PNMA, tais como a concessão florestal, a servidão ambiental e o seguro ambiental, de modo que se pode concluir que o rol previsto na Lei 6.938/81 é aberto. O novo Código Florestal também inseriu novos artigos na Lei, em especial os artigos 9º – A, 9º - B e 9º - C, caracterizando a servidão ambiental como espécie de servidão administrativa, com natureza de direito real sobre coisa alheia, em que o proprietário renuncia de maneira permanente ou temporária, total ou parcialmente, ao uso, exploração e supressão de recursos naturais do prédio rústico. A servidão, com instituição vedada em APP e reserva legal, terá um prazo mínimo de 15 anos e poderá ser onerosa ou gratuita. Além disso, é possível a alienação, cessão ou transferência, total ou parcial, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de particular ou entidade de caráter público ou privado que atue na conservação ambiental.
ASPECTOS GERAIS DA LEI COMPLEMENTAR 140/2011
Até a edição da Lei Complementar 140/2011, a matéria relativa à competência ambiental era, em boa parte, regulada pela Resolução nº 237/97 do CONAMA, especialmente em matéria de licenciamento ambiental.
 Ao tratar dos temas relativos à atuação ambiental dos entes políticos, a referida resolução mostrou-se inconstitucional, posto que o parágrafo único do art. 23, da CF/88, exige lei complementar para a fixação de normas de cooperação entre os entes, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Para equacionar a questão, veio a Lei Complementar 140/2011.
Os objetivos fundamentais são os seguintes (art.3º): a) proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; b) garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; c) harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; e d) garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais.
A Lei disponibilizou os seguintes instrumentos de cooperação (art. 4º): a) Consórcios públicos; b) Convênios, acordos de cooperação técnica e outros Instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público; c) Comissões Tripartites Nacional, Estaduais e Municipais, formadas, paritariamente, por representantes de todos os entes federativos; d) Fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; e e) Delegação de atribuições e de ações administrativas de um ente federativo a outro (somente ocorrerá a delegação se o ente destinatário da delegação dispor de Conselho de Meio Ambiente e Órgão ambiental capacitado, considerado aquele que possua técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações a serem delegadas).
No que se refere às competências, a Lei dispôs que, em matéria de: 
Licenciamento ambiental: compete à União o licenciamento de empreendimento e atividades a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.  Compete aos Municípios o licenciamento de atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) (a doutrina tem apontado para a inconstitucionalidade do disposto no item a em razão da ofensa da autonomia do município). A fixação da competência dos estados se da de modo residual. Além disso, o DF acumula a competência estadual e a municipal. Em relação ao licenciamento de atividades em Área de Proteção Ambiental (APA), há regramento próprio, que impõe observância do disposto nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h”, do inciso XIV, do art. 7º, do inciso XIV, do art. 8º, e da alínea “a”, do inciso XIV, do art. 9º, ou seja, a competência para o licenciamento será definida, em regra, pelo grau de impacto da atividade, não importando se a APA é federal, estadual ou municipal.
Supressão Vegetal e Manejo: Compete à União, aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs e atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União. Compete aos Estados aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º, e atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado. Compete aos Municípios aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município. Em relação às APAs, segue-se a mesma lógica do licenciamento.
Fiscalização ambiental: em regra, a competência para a fiscalização ambiental é do ente licenciador. Há, porém, a possibilidade de fiscalização pelos demais entes federativos. No caso de cumulação de infrações por entes diversos, prevalece o auto de infração do órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização (art 17 § 3º).
DEMARCAÇÃO. RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO.
... Conforme explicitou o Min. Relator, em nosso sistema normativo (art. 16 e parágrafos da Lei n. 4.771/1965 – Código Florestal – e art. 99 da Lei n. 8.171/1991), a obrigação de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal nas propriedades rurais constitui limitação administrativa ao uso da propriedade privada, a qual se destina a tutelar o meio ambiente, que deve ser defendido e preservado. Ademais, por ter como fonte a própria lei e por incidir sobre as propriedades em si, configura dever jurídico (obrigação ex lege) que se transfere automaticamente com a transferência do domínio (obrigação propter rem), podendo, em consequência, ser imediatamente exigível do proprietário atual independentemente de qualquer indagação a respeito da boa-fé do adquirente ou de outro nexo causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio. ... REsp 1.179.316-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 15/6/2010.
DANO AMBIENTAL. BREJO. LITISCONSÓRCIO. 
Foi ajuizada ação civil pública contra a usina ora recorrida, pois se constatou que ela promovia a drenagem de um reservatório natural (brejo). Por sua vez, as instâncias ordinárias consideraram improcedente o pedido ao fundamento de que a usina só deu continuidade ao que o próprio Poder Público começou. Nesse panorama, afastou-se, preliminarmente, a necessidade de o órgão federal, também reputado degradador, integrar a lide; pois, mesmo havendo vários agentes poluidores, a jurisprudência do STJ é firme quanto a não ser obrigatória a formação de litisconsórcio, visto que a responsabilidade de reparação integral do dano ambiental é solidária (permite demandar qualquer um ou todos eles). Pela mesma razão, a jurisprudência deste Superior Tribunal entende que os envolvidos não podem alegar que não contribuíram de forma direta e própria para o dano ambiental, como forma de afastar a responsabilidade de reparar. Estão assentadas, no acórdão e na sentença, a premissa de que a usina continuou as atividades degradantes iniciadas pelo Poder Público, o que aumentou a lesão ao meio ambiente, e a de que sua atividade preservaria uma rodovia construída sobre aterro contíguo ao brejeiro. Contudo, não há dúvidas de que houve dano ambiental e contribuição da usina para tanto, mesmo que reconhecido pelas instâncias ordinárias ser o Poder Público, também, degradador. Assim, aplicam-se os arts. 3º, IV, e 4º, VII, da Lei n. 6.938/1981. Anote-se que a usina poderá, em outra ação, cobrar de quem considere cabível parte das despesas derecuperação. REsp 880.160-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/5/2010.
ACP. DANOS AMBIENTAIS. PÁSSAROS SILVESTRES.
... entendeu-se que, tendo em conta todos os elementos dos autos, é inviável o acolhimento da pretensão do MP, que, com base em descumprimento de norma administrativa (necessidade de autorização do Ibama para manter em cativeiro aves silvestres), pleiteava a responsabilização civil sem a devida comprovação de efetivo dano ambiental. Isso porque, em se tratando de reparação civil, seria fundamental a comprovação de tal dano, o que não aconteceu na hipótese. REsp 1.140.549-MG, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 6/4/2010
REPETITIVO. PRESCRIÇÃO. MULTA. MEIO AMBIENTE.
Trata-se de recurso representativo de controvérsia (art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008-STJ) em que a questão em debate resume-se à definição do prazo prescricional para a cobrança de multa administrativa por infração à legislação federal, no caso, a Lei n. 9.873/1999 (com os acréscimos da Lei n. 11.941/2009), nos autos de execução fiscal ajuizada pelo Ibama para cobrança de débito inscrito em dívida ativa. Ressaltou o Min. Relator que a questão já foi debatida no REsp 1.112.577-SP, DJe 8/2/2010, também sob o regime dos recursos repetitivos, mas somente quando a multa administrativa decorria do poder de polícia ambiental exercido por entidade estadual, situação em que não seria pertinente a discussão sob as duas leis federais citadas. Agora, no caso, como a multa foi aplicada pelo Ibama, entidade federal de fiscalização e controle do meio ambiente, é possível discutir a incidência daquelas leis federais, o que foi feito nessa hipótese. Diante disso, a Seção entendeu incidente o prazo de cinco anos (art. 1º da citada lei) para que, no exercício do poder de polícia, a Administração Pública Federal (direta ou indireta) apure o cometimento da infração à legislação do meio ambiente. Esse prazo deve ser contado da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que houver cessado a infração. Observou que o art. 1º da Lei n. 9.873/2009 estabeleceu o prazo para a constituição do crédito, não para a cobrança judicial do crédito inadimplido. Ressaltou, ainda, que, antes da MP n. 1.708/1998, convertida na Lei n. 9.873/1999, não existia prazo decadencial para o exercício do poder de polícia por parte da Administração Pública Federal, por isso a penalidade aplicada, nesses casos, sujeita-se apenas ao prazo prescricional de cinco anos segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal, em razão da aplicação analógica do art. 1º do Dec. n. 20.910/1932. Ademais, a jurisprudência também já assentou que, por se tratar de multa administrativa, não é aplicável a regra geral de prescrição do CC, seja o de 1916 ou o de 2002.REsp 1.115.078-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 24/3/2010.
MEIO AMBIENTE. REPARAÇÃO. INDENIZAÇÃO.
O princípio da reparação in integrum aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua restauração plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em regra, não se fala em indenização. Já os benefícios econômicos que aquele auferiu com a exploração ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, caput, da CF/1988) devem reverter à coletividade, tal qual no caso, em que se explorou garimpo ilegal de ouro em área de preservação permanente sem qualquer licença ambiental de funcionamento ou autorização para desmatamento. Com esse entendimento, a Turma deu parcial provimento ao recurso para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de indenização pecuniária e obrigações de fazer voltadas à recomposição in natura do bem lesado, o que impõe a devolução dos autos ao tribunal de origem para que verifique existir dano indenizável e seu eventual quantum debeatur. Precedente citado: REsp 1.120.117-AC, Dje 19/11/2009. REsp 1.114.893-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2010.
MEIO AMBIENTE. LEGITIMIDADE PASSIVA. ESTADO.
A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a legitimidade passiva de pessoa jurídica de direito público (no caso, estado-membro) na ação que busca a responsabilidade pela degradação do meio ambiente, em razão da conduta omissiva quanto a seu dever de fiscalizá-lo. AgRg no REsp 958.766-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/3/2010.
EXTRAÇÃO ILEGAL. MADEIRA. INTERPRETAÇÃO. ART. 25, § 2º, DA LEI N. 9.605/1998. 
Na espécie, discute-se a possibilidade de doação de toras de madeira apreendidas pelo Ibama (art. 25, § 2º, da Lei n. 9.605/1998) que, no caso, foram extraídas por invasores, sem qualquer contribuição dos proprietários do terreno. Houve crime ambiental (extração ilegal de madeira) e os criminosos não são os proprietários da plantação ou do terreno no qual esta foi erguida. No caso, há dúvida apenas quanto à propriedade do imóvel donde retirada a madeira. A Turma, ao prosseguir o julgamento, entendeu que, na busca de conciliar a mencionada norma com o direito de propriedade, em regra, aplica-se aquele dispositivo independentemente de autorização judicial. Contudo, havendo fundada dúvida sobre a dominialidade dos bens apreendidos e não sendo caso de os proprietários ou terceiros de boa-fé estarem diretamente envolvidos com a prática da infração (penal ou administrativa), a alienação deveria ser onerosa, com o depósito dos valores líquidos auferidos (descontadas as despesas de apreensão, transporte, armazenagem e processamento da venda) em conta bancária à disposição do juízo, cuja destinação final (se a União ou quem ela determinar, se os proprietários da terra) será auferida após incidente processual cabível. Na hipótese de inviabilidade (técnica, de fato ou por ausência de compradores) da alienação onerosa, o órgão ambiental poderá doar, de imediato, os bens apreendidos conforme disposto no art. 25, § 2º, da mencionada lei, garantindo-se aos prejudicados o direito de indenização contra os criminosos. REsp 730.034-PA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 9/3/2010.
LEIS AMBIENTAIS. APLICAÇÃO. ÁREA URBANA.
A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, conheceu do agravo regimental e deu provimento ao REsp para anular o acórdão recorrido e determinar que o Tribunala quo realize novo julgamento da apelação na ação popular. Na espécie, trata-se de construção de supermercado que, segundo o autor da ação popular e o MPF, violou a legislação ambiental. O Tribunal a quo entendeu que a legislação ambiental é inaplicável à área urbana ao afirmar que “não há de se cogitar de limitações ambientais ao direito de construir, dentro de zona urbana, mediante licença da administração municipal”. Assim o Tribunal a quo deve reexaminar a causa sob pena de supressão de instância com a aplicação das normas atinentes ao meio ambiente (Decreto de Mata Atlântica e Código Florestal) à área urbana. AgRg no REsp 664.886-SC, Rel. originário Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em 4/2/2010.
DANO. MEIO AMBIENTE. PROVA. INVERSÃO.
Constatada a relação interdisciplinar entre as normas de proteção ao consumidor e as de defesa dos direitos coletivos nas ações civis por danos ambientais, o caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado (e não a hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu) impõe a extensão de algumas regras de proteção dos direitos do consumidor ao autor daquela ação, pois ao final busca-se resguardar (e muitas vezes reparar) patrimônio público de uso coletivo. Dessa forma, a aplicação do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório: compete a quem se imputa a pecha de ser, supostamente, o promotor do dano ambiental a comprovação de que não o causou ou de que não é potencialmente lesiva a substância lançada no ambiente. Por ser coerente com essa posição, é direito subjetivo do infrator a realização de perícia para comprovar a ineficácia poluentede sua conduta, não se mostrando suficientes para tornar essa prova prescindível simples informações obtidas em site da Internet. A perícia é sempre necessária quando a prova do fato depender de conhecimento técnico e se recomenda ainda mais na seara ambiental, visto a complexidade do bioma. Precedente citado: REsp 1.049.822-RS, DJe 18/5/2009. REsp 1.060.753-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 1º/12/2009.
ÁREA. PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESTINGA. 
Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo MP cujo objetivo é preservar a vegetação de restinga em razão da degradação de uma praia. Assim, o Tribunal a quo, soberano na análise das provas constantes dos autos, concluiu que a área caracteriza-se como restinga, que existe, no local, vegetação de restinga e presente, ainda, vegetação fixadora de dunas. Daí, a Turma entendeu que o argumento da recorrente de que houve uma confusão na segunda instância quanto ao conceito de restinga e vegetação de restinga não é suficiente para infirmar o acórdão recorrido. O art. 2º, f, da Lei n. 4.771/1965 (Código Florestal) considera como de preservação permanente a vegetação situada em restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. Logo, a instância de origem aplicou o mencionado artigo em sua literalidade, pois afirmou que a área degradada caracteriza-se não só como restinga, mas possui vegetação fixadora de duna, o que é suficiente para caracterizar área de preservação permanente. Desse modo, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 945.898-SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 24/11/2009.
MEIO AMBIENTE. LIMITES. PARQUE NACIONAL. 
A recorrida alega que, afastada a possibilidade de extração das árvores mortas, caídas e secas, seu direito de propriedade estaria malferido. Contudo, tal entendimento encontra resistência no art. 1.228, § 1º, do CC/2002. A preservação da flora, da fauna, das belezas naturais e do equilíbrio ecológico, na espécie, não depende da criação de parque nacional. A proteção ao ecossistema é essencialmente pautada pela relevância da área pública ou privada a ser protegida. Se assim não fosse, a defesa do meio ambiente somente ocorreria em áreas públicas. A formalização de qualquer das modalidades de unidade de conservação de proteção integral invalida as licenças ambientais anteriormente concedidas. Ademais, no caso, a pretendida extração é danosa ao ecossistema do parque, o que impede a concessão de novas licenças. REsp 1.122.909-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 24/11/2009.
� AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - Agentes Sociais, Procedimentos e Ferramentas. Op. Cit.

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