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CURSO DE PEDAGOGIA PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA- EDUCAÇÃO INFANTIL POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 PROJETO DE INTERVENÇÃO DIDÁTICA CONTAR E ENCANTAR Ana Maria de M. Mosna RA 1747675 Aparecida Santos A. Alves RA 1736790 Gabriela Costarelli RA 1742262 Santa Bárbara d’ Oeste – SP 2018 1. TEMA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA 2. SITUAÇÃO –PROBLEMA A criança para ser uma possível leitora precisa ser estimulada desde os seus primeiros anos escolares. Pensando nisto foi criado este projeto com o intuito de despertar o gosto das crianças pela leitura. A literatura infantil leva a criança a desenvolver a sua imaginação, despertando suas emoções e sentimentos. A criança quando lê ou ouvi alguma história ela se transporta para outro mundo, onde ela pode fazer parte do que está sendo descrito no livro. Porém, o livro de literatura infantil é um recurso que deve ser usado com intenção pedagógica pelos educadores. Deve fazer parte de um contexto da aula planejada, para que esteja direcionado a aprendizagem do aluno principalmente no início de sua escolarização. Os livros de literatura infantil podem ser considerados uma ferramenta valiosa para o professor e para a escola como meio propulsor para promoção da melhor qualidade de aprendizagem. Tornando-se um meio pedagógico fundamental para formação da criança leitora e com a ajuda do professor registrar o que entendeu da leitura em processo de alfabetização e letramento. 3. JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO A contação de história leva a criança a desenvolver a imaginação, a emoção e seus sentimentos de forma prazerosa. Quando a criança ouve uma história ela viaja pela sua imaginação e se sente parte do contexto, por isso, é bom desde pequena já ser estimulada a ouvir histórias infantis. Atualmente a educação é considerada um dos fatores mais importante para o desenvolvimento da população, pois é através da educação que podemos construir um país mais desenvolvido. Com o passar do tempo houveram muitas mudanças na educação infantil, sendo essa a primeira etapa de uma longa caminhada que uma criança começa a trilhar para adentrar em um mundo onde ela precisará estar preparada para enfrentar diversidades em todos os sentidos. É na educação infantil que o professor tem a mais honrada das missões, que é de auxiliar os pais a conduzir os filhos de forma correta em direção a um futuro bem-sucedido. Através de relatos de professores pode-se concluir que ocorreu uma grande transformação no ensino da educação infantil, e uma das principais mudanças avaliada é o comportamento das crianças e o método de ensino, sendo que antigamente as crianças tinham mais respeito pelo professor, elas viam no professor uma figura de referência para se espelhar. O que não acontece hoje em dia, pois para os alunos os professores são como uma ferramenta de ensino. Vemos essas mudanças devidas também à falta de comprometimento dos pais em relação à educação e aprendizado de seus filhos, onde só comparecem na escola quando se são chamados. Sobre a maneira de alfabetização dessas crianças também houve muita mudança, o que era ensinado através de cartilha e caderno de caligrafia, onde se repetia várias vezes à mesma palavra, também a forma de construção das sílabas para formação de palavras, e hoje se apresenta primeiro as palavras para depois ver como foi construída através de textos, parlendas, histórias infantil e listas. É por isso que a educação infantil é a parte mais importante na vida de uma pessoa, pois é nessa fase que nossas mentes se moldam para uma jornada de longas estradas cansativas que chega às vezes a levar algumas pessoas a desistir por não terem tido a educação adequada na infância. Somente os mais fortes conseguem chegar a algum lugar, e os mais fortes são os que conseguiram ter uma educação equilibrada e sadia na infância. Diante dessa nova realidade o presente projeto propõe a discussão sobre os benefícios que as histórias infantis podem trazer para os alunos que estão ingressando nos primeiros anos escolares. A Literatura Infantil é arte que usa a palavra como linguagem expressiva e como tal deve ser trabalhada. Mais do que um modo de cognição, a Literatura é um alimento para alma. Assim, Bakhtin (1992) expressa sobre a literatura infantil abordando que por ser um instrumento motivador e desafiador, ele é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade. A literatura infantil é fundamental para a aquisição de conhecimentos, recreação, informação e interação e favorece ao aluno o ato de ler, pois eles passam a se interessar por elas. Despertando o prazer de ler, e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças, desde bebês. Conforme Silva (2003, p.57-59): “bons livros poderão ser presentes e grandes fontes de prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos poderá ser uma excelente conquista para toda a vida”. É preciso levar a sério a tarefa de trabalhar com a Literatura Infantil, entender que sua presença no cotidiano deve visar à formação de leitores literários e, portanto, mais do que uma tarefa dos professores ela é uma tarefa institucional que deve envolver professores, auxiliares, equipe diretiva, pais e crianças, tomados como parceiros dessa caminhada. Há, portanto, compromissos a serem assumidos por todas as partes. As escolas precisam assumir a formação do leitor literário como um compromisso institucional. Portanto, prever como deverá ser a organização do espaço e do tempo dentro da instituição, para alcançar esse objetivo. Isso inclui organização de bibliotecas, equipagem das salas de aula (com tapetes, almofadas, estantes adequadas etc.). Implica pensar o que cada instituição já dispõe e o que falta conseguir para ter os espaços adequados. A partir do maternal os livros de papel passam a ganhar destaque: papelão compactado passa a ser os parceiros mais adequados para as crianças. Nessa fase, as palavras ganham sentido: o encantamento das pequenas narrativas, criadas pelas crianças ou educadoras, ou mesmo a transposição das histórias da narrativa oral também crescem em sentido. Aqui entramos no reinado dos contos de fadas: histórias ancestrais, passadas de geração a geração, carregadas de simbologias e mitos. Figuras importantes tão amadas e tão temidas, como o lobo e a bruxa, ganham destaque. Para Kaercher (2010) cabe salientar que os contos devem ser levados às crianças desde muito cedo, lidos pausadamente, com entonação adequada, criando silêncios, expectativas. Devemos trabalhar as versões mais contemporâneas, nas quais lobos viram “bonzinhos” e porcos são vilões ou bruxas são amigas. Mas, sobretudo, devemos resgatar as compilações mais clássicas, dos irmãos Grimm ou de Hans Christian Andersen, com seus finais exemplares e castigos “cruéis”. Por quê? Ora, voltando à epígrafe deste texto precisamos perceber que nosso trabalho alimenta a alma: a Literatura Infantil é uma valiosa ferramenta para pensar a existência, compreender os sentimentos, às vezes não tão nobres, que integram o “humano”. Mostrando que o bem é compensado e o mal pode ser punido. As narrativas visuais presentes nos livros ou produzidas com as crianças mostram que é possível ler e escrever com as imagens. Por isso é interessante explorar as biografias visuais, convidar as crianças para trazerem imagens daquilo que gostam, temem, desejam (brinquedos, lugares, pessoas etc.). Depois é só convidá-lasa criar sequências com as imagens para “contar”, através de pequenos álbuns, suas histórias. Essas biografias podem ser feitas sobre a origem das famílias, sobre a vida escolar, sobre os personagens, heróis favoritos, entre tantos outros. Com a chegada ao jardim ou pré-escola, as crianças passam a intensificar seus eventos de letramento e a se interessar cada vez mais pela escrita, as palavras e o que elas contêm. O texto escrito passa a ser a grande o que chama mais atenção. Logo podemos explorar mais as narrativas; promover contações de história para as crianças, com as crianças, das crianças. Usar recursos diversificados e técnicas empolgantes, também pode ser precioso. É preciso lembrar que devemos organizar a contação precisamos ler atentamente o texto antes de contá-lo para as crianças não esquecendo que você deve conhecê-lo profundamente, a ponto de não precisar do livro para contar a história. Isso dá ao educador a mobilidade de adaptar as narrativas de acordo com as características e interesses do grupo. Portanto, cabe ao educador estar capacitado para suprimir passagens excessivamente longas, palavras desconhecidas, digressões temporais (grandes passagens de recordações de personagens que tirem a dinamicidade das narrativas ou descrições por demais detalhadas). O educador deve ser capaz de tomar o texto para si e “arredondá-lo” para promoção de uma contação bem- sucedida. Depois, em um momento oportuno, ele deve retomar a obra, mostrando os detalhes da capa, uma pequena biografia do autor/autora, falando do ilustrador, mostrando, se possível, outras obras deles. E, então, talvez, lendo as passagens que tinham sido modificadas, explicando o porquê de contá-las assim. Outro aspecto fundamental de uma contação de histórias é que os educadores escolham quais serão os recursos que irão empregar com antecedência. Para isso, precisam verificar o estado dos materiais que serão empregados, tais como fantoches, imagens, retroprojetores, lanternas etc. e se você dispõe de quantidade suficiente deles. Os materiais precisam ser atraentes, não utilizem materiais descolados, incompletos ou artisticamente desinteressantes. É importante ser sensível para deixar que o clima da história contagie a todos, inclusive os educadores. Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o interesse das pessoas em todas as idades. Se os adultos adoram ouvir uma boa história, imagine a criança, já que sua capacidade de imaginar é mais intensa. A narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, através da voz amada, dos acalantos e das canções de ninar, que mais tarde vão dando lugar às cantigas de roda, a narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza. Crianças bem pequenas, já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando algum personagem. Neste sentido, é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde muito pequena quando ainda é só um bebê. O primeiro contato da criança com um texto é realizado oralmente, quando o pai, a mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias. A preferida, nesta fase, é a história da sua vida. A criança adora ouvir como foi que ela nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À medida que cresce, já é capaz de escolher a história que quer ouvir, ou a parte da história que mais lhe agrada. É nesta fase, que as histórias vão tornando-se aos poucos mais extensas, mais detalhadas. A criança passa a interagir com as histórias, acrescentam detalhes, personagens ou lembra-se de fatos que passaram despercebidos pelo contador. Essas histórias reais são fundamentais para que a criança estabeleça a sua identidade, compreender melhor as relações familiares. Outro fato relevante é o vínculo afetivo que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma história aconchegada a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta do mundo das histórias e dos livros. Com o passar da idade as crianças passam a se interessar por histórias inventadas e pelas histórias dos livros, como: contos de fadas ou contos maravilhosos, poemas, ficção, etc. A partir de histórias simples, a criança começa a reconhecer e interpretar sua experiência da vida real. É importante contar histórias mesmo para as crianças que já sabem ler, pois segundo Abramovich (1997) “quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”. Quando as crianças maiores ouvem as histórias, aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que as ouvir pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, ao criar, o recriar. Num mundo hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário, poderá no futuro, ser um indivíduo sem criatividade, sem sensibilidade para compreender a sua própria realidade. Garantir a riqueza da vivência narrativa desde os primeiros anos de vida da criança contribui para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação, que segundo Vigotsky (1992, p.128) caminham juntos: “a imaginação é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista”. Neste sentido, o autor enfoca que na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade. Esse distanciamento da realidade através de uma história, por exemplo, é essencial para uma penetração mais profunda na própria realidade: “afastamento do aspecto externo aparente da realidade dada imediatamente na percepção primária possibilita processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos quais a cognição da realidade se complica e se enriquece. (VIGOTSKY, 1992, p.129)”. O contato da criança com o livro pode acontecer muito antes do que os adultos imaginam. Muitos pais acreditam que a criança que não sabe ler não se interessa por livros, portanto não precisa ter contato com eles. O que se percebe é bem ao contrário. Segundo Sandroni & Machado (2000) “a criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer”. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as. É importante que o livro seja tocado pela criança, folheado, de forma que ela tenha um contato mais íntimo com o objeto do seu interesse. A partir daí ela começa a gostar dos livros, percebe que eles fazem parte de um mundo fascinante, onde a fantasia apresenta-se por meio de palavras e desenhos. Assim, pais e professores têm um papel fundamental nesta descoberta: serem estimuladores e incentivadores da leitura. 4. PÚBLICO –ALVO Educação Infantil: crianças de 02 a 04 anos 5. OBJETIVOS GERAIS Mostrar a importância da literatura infantil e da contação de história como ferramenta para desenvolver a parte intelectual e as questões emocionais vivenciadas pelas crianças. Auxiliando no ensino aprendizagem. ESPECÍFICOS Despertar o interesse pela literatura infantil; Desenvolver a imaginação e o sentimento de emoção e sensibilidade; Contribuir para a formação de novos leitores. 6. PERCURSO METODOLÓGICO Escolher uma história animada e interessante para prender a atenção das crianças, com muitos personagens e músicas que desperte o interesse das crianças em ouvir e ver; Preparar o ambiente de modo aconchegante e estimulante para a criança criar expectativa do que vai ser visto. Mudando o cenário da sala de aula; Providenciar roupas,fantasias, instrumentos musicais, objetos que serão utilizados durante a contação de história; Organizar as crianças em roda, todas sentadas em um tapete de frente para as pessoas que irão contar a história; Durante a contação da história conforme for entrando os personagens, chamar as crianças para participarem e fazerem parte do enredo; Deixar as crianças bem a vontade para que conforme forem participando da contação de história possam criar personagens e ir criando as falas; Realizar uma contação de história para toda a escola com a participação dos alunos da educação infantil, onde eles irão escolher a história que vai ser contada. 7. RECURSOS Livro de histórias infantis; Fantasias; Instrumentos musicais; Fantoches; Rádio/ cd; Pendrive; Sucatas; Tecidos; 8. CRONOGRAMA O projeto será efetuado no período de um bimestre, sendo que as atividades serão realizadas uma por semana com a duração de 20 minutos cada contação de história. 9. AVALIAÇÃO E PRODUTO FINAL AVALIAÇÃO A avaliação acontecerá de forma contínua durante a realização do projeto. Onde serão realizados os registros das atividades aplicadas mediante fotos, filmagens e registros. E na apresentação final do projeto vamos conseguir analisar o quanto conseguimos alcançar nosso objetivo. PRODUTO FINAL No final do projeto, no último dia, os alunos da sala escolherão uma história a qual irão contar para todos os outros alunos da escola. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVICH, Fanny, (1997). Literatura Infantil Gostosuras e Bobices. São Paulo: Spicione Ltda. BAKHTIN, Mikhail V. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Vol.2. Brasília: MEC\SEF, 1998. SANDRONI, Laura C; MACHADO, Luís Raul – A Criança e o livro: guia prático de estímulo à leitura. São Paulo, Ática, 1988. SILVA, Ana Araújo. Literatura para Bebês. Pátio, São Paulo, n.25, p. 57-59, Fev/Abr.2003. VYGOTSKY. Lev. S. A formação Social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4 ed. São Paulo. Martins Fontes. 1992
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