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CASO CONCRETO PRÁTICA SIMULADA SEMANA 12

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO Y 
 
Processo nº.: 
 
JOSÉ, nacionalidade, profissão, estado civil, existência ou não de união estável, portador 
do RG nº ..., CPF nº ..., Título de Eleitor nº ..., residente e domiciliado na rua..., nº ..., 
bairro, Cidade/UF, com endereço eletrônico (e-mail), por intermédio de seu advogado 
constituído em procuração anexa, (endereço profissional completo), onde recebe 
intimações e notificações, vem, respeitosamente, com base no artigo 102, III, alínea a e 
d, da Constituição Federal, artigo 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil e na Lei 
8.038/1990, interpor 
RECURSO EXTRAODINÁRIO 
para o Supremo Tribunal Federal em face do respeitável acordão proferido nas fls..., que 
negou provimento ao Recurso de Apelação interposto nos autos da ação em epígrafe, 
movida em face do PRESIDENTE DO BANCO X (qualificação completa) e EMPRESA W 
(qualificação completa). 
Por fim, após o cumprimento das formalidades legais, requer que seja recebido e 
processado o presente recurso, intimando-se a parte contrária para apresentar 
contrarrazões no prazo de 15 dias, após seja o recurso admitido e encaminhado com 
razões anexa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal. 
Requer ainda, a juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno, 
demostrando o pagamento, assim o cumprimento de requisitos legais. 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADBOGADO 
OAB/UF nº. 
 
 
 
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
RECORRENTE: JOSÉ 
RECORRIDO: PRESIDENTE DO BANCO X e EMPRESA W 
PROCESSO NÚMERO: ... 
 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Turma, Nobres Julgadores. 
Não merece prosperar o venerando acórdão que negou provimento ao recurso de 
apelação, uma vez que a decisão viola princípios constitucionais e direitos fundamentais. 
 
I. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE 
Verifica-se que o Egrégio Tribunal de Justiça ao julgar improcedente o presente 
processo, afirmando ser válido lei estadual que autoriza a contratação direta, sem 
licitação, pelas entidades de direito privado da Administração Pública demonstra 
decisão contrária a Constituição Federal de 1988, abrindo precedente que autoriza a 
interposição do presente Recurso Extraordinário na forma da Lei, pois há ofensa ao 
artigo 22, inciso XXVII da Constituição Federal, assim, estão presentes os requisitos do 
artigo 102, inciso III, alíneas a e d, por contrariar dispositivo da Constituição, e julgar 
válida lei local contestada em face de lei federal. 
Ainda, ressalte-se a tempestividade do presente recurso, vez que há o respeito do prazo 
de 15 (quinze) dias definido no Art. 1003, §5º do Código de Processo Civil. 
II. DO PREQUESTIONAMENTO 
Verifica-se no Acordão proferido pelo juízo a quo, que a matéria discutida no presente 
recurso foi devidamente prequestionada pelo Recorrente, tendo ocorrido a devida 
análise e manifestação do Tribunal de Justiça, assim como houve a rejeição dos 
embargos declaratórios do Recorrente. 
Portanto, houve a alegação prévia e análise pelo órgão julgador a quo da matéria em 
discussão e houve o esgotando de todas as esferas inferiores, portanto há o 
cumprimento do requisito apregoado na norma, por fim, requer o conhecimento do 
presente recurso extraordinário pelo Supremo Tribunal Federal 
 
III. DA REPERCUSSÃO GERAL 
Verifica-se que decisão proferido pelo juízo a quo, contraria a norma constitucional e 
traz insegurança jurídica, uma vez que a Constituição prevê claramente a competência 
privativamente à União para legislar sobre licitação. 
Ademais, a autonomia do Estado Y para legislar sobre licitação, cria autonomia para os 
demais Estados, restando claro que a ausência de licitação possibilita fraude nas 
contratações, sendo contrarias à moralidade administrativa e a impessoalidade, que por 
consequência gera danos ao Erário. 
Podemos afirmar que há interesse econômico, social e político que devem ser 
protegidos. Preenchidos então o requisito apregoado na norma. 
 
IV. DO DIREITO 
O presente recurso visa proteger o Erário, assim o dinheiro público, uma vez que a Lei 
n. 1.234 do Estado Y que exclui as entidades de direito privado da Administração Pública 
do dever de licitar, viola claramente os princípios constitucionais. 
O banco X (empresa pública deste Estado) já realizou a contratação sem licitação da 
empresa de informática W que pertence ao filho do presidente do banco e nunca 
prestou tal serviço antes. Além disso, o valor pago (milhões de reais) está muito acima 
do preço de mercado do serviço em outras empresas. 
Segundo Alexandre de Moraes “com a finalidade de preservação dos princípios da 
legalidade, igualdade, impessoalidade, moralidade, probidade e da própria ilesividade 
do patrimônio público determinou no art. 37, XXI, da Constituição Federal, a regra da 
obrigatoriedade da licitação”. 
Nesse instante, necessário a aplicação do entendimento expedido pela egrégia T1 - 
PRIMEIRA TURMA do egrégio STF nos autos do REsp 729985 RJ 2005/0022483-3, 
conforme se nota a seguir: 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. 
PRINCÍPIOS DA OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO E DA 
LEGALIDADE [...]. É cediço nesta Corte de Justiça que: A 
delegação de concessão ou permissão pelo Poder Público está 
subordinada ao princípio da obrigatoriedade de licitação prévia, 
no escopo de se assegurar a igualdade de condições a todos os 
concorrentes e a seleção da proposta mais vantajosa [...]. 
Portanto, a contratação realizada viola os princípios constitucionais supramencionados. 
Ainda, o Art. 22, XXVII da CF, prevê que cabe privativamente à União legislar sobre 
normas gerais de licitação e contratação, e tal competência foi exercida por meio da 
edição da Lei n. 8.666/93, lei que institui as normas para licitações e contratos da 
Administração Pública. 
Assim, não cabe ao Estado legislar, portanto, a Lei nº 1234 é invalida, pois houve 
violação aos princípios constitucionais da separação dos poderes, do orçamento e da 
licitação. 
E como os juízos das instancias anteriores entenderam pela validade da norma 
estadual, estamos diante de um conflito de competência quanto às competências de 
cada ente federativo, se cabe ao Estado ou a União legislar sobre licitação. 
Portanto, pede-se a invalidade da Lei n. 1234, do Estado Y, permanecendo a lei federal 
em face da lei local, pede-se ainda, a invalidade do ato de contratação e condenação 
dos recorridos ao pagamento das perdas e danos. 
V. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer aos Nobres Julgadores que o presente Recurso Extraordinário 
seja CONHECIDO e PROVIDO, a fim de que seja reformado o Acórdão proferido pelo juízo 
a quo, para que seja julgado procedente o pedido de declaração de invalidade do ato de 
contratação realizado pelos Recorridos e o pagamento das perdas e danos ao Erário. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, data 
 
ADVOGADO 
OAB/UF Nº

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