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PSICOLOGIA COGNITIVA A Psicologia Cognitiva é o estudo do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação. Está interessada em saber como a mente funciona e organiza as experiências. No século XX a Psicologia emergiu como um campo bem definido de estudo. Wilhelm Wundt concentrou-se na estrutura da mente, enquanto William James e John Dewey focalizaram os processos mentais. Mais tarde, o Associacionismo de Edward L. Thorndike e Hermann Ebbinghaus, abriu caminho para o Behaviorismo de John B. Watson e Burrhus Frederic Skinner, que se concentraram integralmente no comportamento humano como resultado da relação entre indivíduo e ambiente. Entretanto, alguns pesquisadores behavioristas subsequentes perceberam a importante influência dos processos cognitivos no comportamento. A partir disso, com uma convergência de progressos, a Psicologia Cognitiva tornou-se uma disciplina específica. Os psicólogos cognitivos estudam as bases biológicas da cognição, bem como seus processos, entre eles: percepção, memória, linguagem, pensamento, atenção, consciência, mudanças cognitivas no desenvolvimento e inteligência humana e artificial. Conceito de Cognição: “Processo através do qual o mundo de significados tem origem. À medida que o ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, atribui significados à realidade em que se encontra. Esses significados não são entidades estáticas, mas pontos de partida para a atribuição de outros significados. Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os primeiros significados), constituindo-se nos pontos básicos de ancoragem*, dos quais derivam outros significados.” Moreira, M. A. ; Masini, E.F.S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. O cognitivismo está, portanto, preocupado com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das informações no plano da cognição. OBJETO E FORMA DE INVESTIGAÇÃO NA PSICOLOGIA COGNITIVA O psicólogo cognitivo estuda as bases do conhecimento humano; mais precisamente, estuda os meios pelos quais o indivíduo alcança um conhecimento organizado do mundo em categorias, como também a maneira pela qual este conhecimento é utilizado para direcionar e planejar ações sobre o ambiente. Este conhecimento categorizado torna-se indispensável como instrumento de compreensão e atuação sobre a realidade. Além de estudar a forma como as informações externas são extraídas, considera, especialmente, como estas informações são conceitualizadas e organizadas internamente. Podemos acrescentar, ainda, que está preocupado com aspectos que implicam elaborações internas, partindo do pressuposto de que a resposta dada à determinada situação-estímulo sofreu algum tipo de elaboração dentro do indivíduo, e que esta elaboração não depende apenas do estímulo externo apresentado, mas de processos mentais internos presentes na mente do indivíduo em um momento determinado do seu desenvolvimento e em função de elaborações anteriores que tenham sido efetuadas. JEROME BRUNER Em 1941, Bruner obteve o título de doutor em Psicologia e suas teorias impulsionaram a Psicologia Cognitiva. Segundo Bruner, o desenvolvimento do homem está ligado à sua capacidade de construir modelos de representação do mundo, que lhe permitem ir além da informação dada, sendo que a construção dos modelos iniciais ocorre através de fatores que a cultura fornece ao indivíduo. Portanto, ele constrói modelos iniciais segundo convenções sócio-culturais, para só então criar seus próprios modelos. Este desenvolvimento é caracterizado pelo domínio progressivo de três formas de representação do conhecimento: ativa, icônica e simbólica. Ativa: manuseio e ação física; Icônica: capacidade de associação e representação através de imagens; Simbólica: representação formal e transposição das experiências para a linguagem. A estrutura principal da Teoria Construtivista de Bruner (1966) é que a aprendizagem é um processo ativo no qual aprendizes constroem novas ideias ou conceitos baseados em conhecimentos anteriores. O aprendiz seleciona e transforma a informação, dispõe hipóteses e toma decisões, contando com uma estrutura cognitiva para assim o fazer. Estruturas cognitivas (esquema, modelos mentais) dão significado e organização às experiências e permitem ao indivíduo ultrapassar o significado da informação. Difere de Piaget em relação à linguagem. Para ele, o pensamento da criança evolui com a linguagem e dela depende. Para Piaget, o desenvolvimento da linguagem acontece paralelamente ao do pensamento, caminha em paralelo com a lógica. JEAN PIAGET Piaget procurou explicar o aparecimento de inovações, mudanças e transformações no percurso do desenvolvimento intelectual, assim como dos mecanismos responsáveis por essas transformações. A partir da década de 1970 passou a trabalhar, exclusivamente, com investigações sobre os mecanismos de transição que explicam a evolução do desenvolvimento cognitivo. Para a construção de suas ideias, Piaget utilizou o modelo biológico: o ser humano é guiado pela busca do equilíbrio entre as necessidades biológicas fundamentais de sobrevivência e as agressões ou restrições colocadas pelo ambiente para a satisfação dessas necessidades, ou seja, sua demanda de adaptação. A adaptação, que envolve a assimilação e a acomodação, é o mecanismo que permite ao homem transformar os elementos assimilados tornando-os parte da estrutura do organismo e possibilitar o ajuste e a acomodação deste organismo aos elementos incorporados. Neste sentido, a inteligência é uma adaptação, pois o indivíduo incorpora dados de suas experiências e o acomoda, modificando suas estruturas mentais. Piaget dividiu os períodos de desenvolvimento de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, resultando em quatro estágios: 1º período: Sensório-Motor (0 a 2 anos); 2º período: Pré-Operatório (2 a 7 anos); 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos); 4º períodos: Operações formais (11 a 12 anos em diante). Nessa relação, a organização é o mecanismo que permite ao ser humano ter condutas eficientes para atender às suas necessidades. Notas: * A “Ancoragem” ajuda a estabelecer e reativar processos mentais associados com o aprendizado, a concentração e outros recursos importantes. Referências de pesquisa: http://www.scielo.org/ http://www.infoescola.com/ Livro PSICOLOGIAS – Ana Mercês Bahia Bock, Odair Furtado, Maria de Lourdes Trassi Teixeira
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