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Topografia II Introdução • Altimetria - Definição Parte da topografia que trata dos métodos e instrumentos empregados no estudo e representação do relevo. Levantamento Altimétrico Princípio A partir de um ponto com altitude conhecida determina-se o desnível com relação aos pontos de interesse e se calcula a altitude destes últimos. HB = HA+hAB A determinação da altitude de pontos no terreno permite representar o relevo em um mapa; Representação do relevo Slide 6 A determinação da cota, ou altitude, de um ponto é uma atividade fundamental em diversas atividades. Aplicação A altimetria também é bastante utilizada na agricultura, navegação aérea e marítima: Aplicação Superfície Física Superfície onde normalmente são efetuadas as medidas. Superfície física Superfícies de referência Nível médio do mar Superfície arbitrária Não tem conexão com trabalhos adjacentes (abrangência local) Normalmente é escolhida de forma a não resultar em valores de cotas negativas na área de trabalho. Nível qualquer cota = 40m cota = 70m Superfície arbitrária Superfícies de referência Nível médio do mar Geoide Superfície equipotencial que melhor se adapta ao nível médio dos mares não perturbado em um dado momento. Superfícies de referência Nível qualquer H = 700 m Nível médio do mar H = 400 m Geoide Elipsoide de revolução Tem se popularizado por causa da facilidade de obtenção com os sistemas GNSS Superfícies de referência Nível qualquer h = 710 m Nível médio do mar h = 410 m Superfície do elipsoide Superfícies de referência ++ Elipsoide de revolução: Terra normal Ondulação geoidal Separação entre o geoide e o elipsoide Superfícies de referência Superfícies de referência Teluroide/quase-geoide Não é uma superfície de nível; Compatível com GNSS; Superfícies de referência Mais usadas Superfície Arbitrária Altitude x Cota Cota: distância ao longo da vertical de um ponto “P” sobre a superfície física da Terra até uma superfície de referência arbitrária. Altitude: distância, ao longo de uma determinada direção, de um ponto “P” até uma superfície de referência conhecida. EX: • Distância que separa duas superfícies, de nível ou não, segundo uma determinada direção; • Conforme a escolha das superfícies e da direção tem-se uma altitude específica; • Deve ser pensada dos pontos de vista geométrico e físico; • Está intimamente relacionada com o Problema de Valor de Contorno da Geodésia (PVCG), que relaciona o potencial de gravidade à determinação da superfície. Altitude EX: a energia potencial de uma maçã em uma árvore que decorre da força de gravidade produzida pela Terra. Quando a maçã cai, ela perde energia potencial, a qual é transformada em energia cinética. Para calcular a energia potencial, nós precisamos realizar um trabalho, o qual corresponde a exercer uma força igual e oposta a força da gravidade (Fg). Supondo uma força F constante, e uma altura h, o trabalho realizado será (-Fg)h. Esta é a energia potencial quando a maçã está na árvore. Energia potencial Energia que um objeto tem em virtude de sua posição em relação à origem de uma força. Escolha do sistema de altitude A seleção do tipo de altitude a ser usada e a escolha da superfície de referência são fundamentais em aplicações práticas de altimetria; O estabelecimento de um sistema de altitude requer não apenas sua definição em termos teóricos, mas também a materialização do mesmo; A materialização do sistema de altitude é realizada através da determinação da sua origem e o estabelecimento de uma rede de marcos geodésicos cuja altitude está vinculada à origem. Determinadas em função: 1.do procedimento de determinação; 2.da escolha da superfície de referência e 3.do modelo matemático e/ou físico envolvido(s) no processamento das observações. Diferentes altitudes • Valor absoluto => armazenamento de água; Problemas que envolvem a determinação da altitude • Diferença de altitude => transporte de água Problemas que envolvem a determinação da altitude • Variação no tempo => monitoramento da crosta terrestre ou obras de engenharia Problemas que envolvem a determinação da altitude Estabelecimento do sistema de altitude O estabelecimento de um sistema de altitude requer não apenas sua definição em termos teóricos, mas também sua materialização; A materialização do sistema de altitude é realizada através da determinação da sua origem, por meio de medidas do nível do mar, e o estabelecimento de uma rede de marcos geodésicos cuja altitude está vinculada à origem. Origem Marco geodésico Rede de marcos geodésicos 2) Altitudes científicas: vinculada a um conceito físico do campo de gravidade da Terra, podendo ou não ter uma interpretação geométrica. Exemplo: altitude ortométrica e altitude normal. Tipos de altitudes 1) Altitudes geométricas: é possível estabelecer uma grandeza geométrica, ou seja, uma distância segundo uma direção, que associa 2 superfícies de referência. Exemplo: altitude nivelada e altitude elipsoidal (geodésica ou geométrica); • obtida do nivelamento geométrico; • a diferença de leitura das miras representa o desnível entre os pontos; • pela base das miras passam duas superfícies equipotenciais diferentes (em vermelho). Altitude nivelada WA WB • Irregularidades na forma da Terra => superfícies equipotenciais não paralelas; • Resultado: valores de desnível diferentes entre 2 pontos para diferentes trajetos de nivelamento; • Consequência: aplicação limitada a regiões com extensão máxima de 10 km, onde o achatamento pode ser desprezado. Altitude nivelada Não paralelismo das superfícies equipotenciais Fonte: Blitzkow et al, 2007 • Podem ocorrer valores iguais de altitude para superfícies equipotenciais diferentes ou valores de altitude diferentes sobre a mesma superfície equipotencial; • Adequada para determinar variação temporal => interessante para engenharia e geodinâmica. Ex: monitoramento da crosta terrestre nas estações da RMPG através da RBMC. Altitude geodésica Definição: distância entre a superfície física e a superfície do elipsoide de revolução, contada ao longo da normal. Obtida indiretamente do posicionamento por satélites (X,Y,Z => h) Definição: diferença de potencial de gravidade entre 2 pontos (A e B) Ao ser somado algebricamente em um circuito fechado sempre resulta em um somatório nulo, independentemente do trajeto; Número Geopotencial Utilizado para sanar a dificuldade do não paralelismo entre as superfícies equipotenciais que passam pela base das miras; WB−W A=CAB=−∫ gdH Grandezas determinadas de forma discreta=> a integral pode ser decomposta em uma somatória: Com sendo a média dos valores da aceleração da gravidade entre os pontos i e i+1 e hi , o desnível entre os mesmos. Problema: Possui unidade de medida pouco usual nas aplicações onde a altitude é requerida (m2/s2); Solução: divide-se o seu valor por um determinado valor de aceleração da gravidade, obtendo-se uma grandeza com unidade igual ao m. Número Geopotencial WB−W A=CAB=−∑ i=1 n g¯ Δhi g¯ Reduz o efeito do não paralelismo das superfícies equipotenciais; Pode ser utilizado nos casos onde não há gravimetria, mas não possui a mesma eficácia: Onde: Hm – altitude média da seção de nivelamento mlatitude média diferença de latitude entre os extremos da seção C1 e C2 – coeficientes do campo da gravidadenormal Correção ortométrica C0= H m (C1sen2 ϕm+2C2sen4 ϕm) Δϕ (1+C1sen 2ϕm+C 2sen22ϕm) Definição: distância, ao longo da vertical do ponto, entre a superfície do geoide e o ponto de interesse na superfície física da Terra. Obtida dividindo-se o número geopotencial pela gravidade média entre as 2 superfícies: Dificuldade: necessidade de se conhecer um modelo de distribuição de densidade das massas no interior da crosta terrestre. Altitude ortométrica Hort= C g¯ Pode ser calculada de forma aproximada em função da altitude geodésica e da ondulação geoidal: Hort h - N Onde: N é a ondulação geoidal (distância entre a superfície do elipsoide de revolução e a superfície do geoide contada ao longo da vertical). Altitude ortométrica Fonte: IBGE ort Vinculada ao conhecimento de um modelo de distribuição de densidades de massas no interior da crosta; Obtenção da ondulação geoidal Modelo geoidal: cálculo envolve modelo do geopotencial global, proveniente de missões espaciais (GOCE, GRACE, CHAMP, LAGEOS), para modelar os longos e médios comprimentos de onda, e gravimetria para os curtos comprimentos de onda utilizando a integral de Stokes modificada. IBGE disponibiliza o MAPGEO. Versão mais recente 2015, com RMS médio de 17 cm. Versão desktop. Obtenção da ondulação geoidal MAPGEO2015 versão on-line - https://ww2.ibge.gov.br/mapgeo/mapgeo.htm Obtenção da ondulação geoidal Obtida dividindo-se o número geopotencial pela gravidade normal: Altitude Normal Proposta por Molodenskij devido à dificuldade de se obter a Hort; Definição: distância entre a superfície elipsoidal e a superfície do teluroide ou da superfície física ao quase-geoide, contada ao longo da normal. Hnormal= C γ' A distância entre a superfície física e o teluroide ou entre a superfície elipsoidal e o quase geoide é denominada de anomalia de altura. Vantagem: independe do trajeto do nivelamento. Desvantagem: não é uma superfície de nível. Altitude Normal Fonte: Guimarães, 2010 1) Qual a diferença entre cota e altitude? 2) Existem dois tipos principais de altitude, quais são eles? Qual a principal diferença entre eles? 3) Qual o problema de se adotar a altitude nivelada? Como este problema pode ser equacionado? 4) Em qual tipo de aplicação a altitude geodésica é a mais adequada? Por que? 5) Qual a definição de altitude ortométrica? Qual a dificuldade de se obtê-la? Exercícios Responsabilidade: ; Início em 1945; conjunto de pontos materializados no terreno (Referências de Nível – RRNN); identificados pelas coordenadas planimétricas e altimétrica determinadas a partir de um ponto origem). Sistema altimétrico do Brasil Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) Origens: Imbituba/SC Santana/AP Sistema altimétrico do Brasil Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) 2014 – 180.000 km ≈69000 estações Determinação das altitudes: – nivelamento geométrico + correção ortométrica; – normal-ortométrica. Determinações gravimétricas sobre as RRNN em andamento Sistema altimétrico do Brasil Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP) Sistema altimétrico do Brasil Ajustamento simultâneo: 2011: data: Imbituba e Santana Acesso público: Sistema altimétrico do Brasil Rede Maregráfica Permanente para Geodésia - RMPG Concepção em 1996 Objetivos: determinar e acompanhar a evolução temporal e espacial dos data altimétricos do SGB International Height Reference System (IHRS) Proposto pela Associação Internacional de Geodésia (IAG) em 2015 no contexto do projeto GGOS (Global Geodetic Observing System) Motivação: mais de 100 sistemas de altitude inconsistentes no planeta e não compatíveis com GNSS. Sistema de Altitude Global Hort h - N GNSS Importante!!! Este sistema de altitude ainda não existe, pois as atividades ainda estão em andamento. Objetivo: assegurar a consistência entre h, Hort e N no nível centimétrico globalmente Potencial de gravidade de origem W0: sobre a superfície do geoide Sistema de Altitude Global International Height Reference Frame – IHRF (Materialização do IHRS) : Estabelecimento de uma rede global de estações com altitude determinada segundo a definição (IHRS). Sistema de Altitude Global Distribuição das possíveis estações Critérios: 1) Estação GGOS; 2) Colocação VLBI/GPS 3) Colocação SLR/GPS 4) Colocação DORIS/GPS 5) Colocação com marégrafos Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS) O projeto SIRGAS foi criado em 1993; Dedicado à modernização da infraestrutura geodésica das Américas do Sul e Central, incluindo o sistema altimétrico; Incentivado pela Associação Internacional de Geodésia (IAG). www.sirgas.org Sistema altimétrico do Realidade dos sistemas de altitude dos países que participam do projeto SIRGAS: • referenciados a diferentes determinações do nível do mar; • não levam em conta as variações temporais do nível de referência; • não possuem gravimetria. Resultado: os sistemas apresentam grandes discrepâncias entre países vizinhos, dificultando a troca de dados em escala continental e global. Além de não permitirem a obtenção de altitude com GNSS de forma prática. Sistemas altimétricos da América do Sul Sistema altimétrico do SIRGAS Definição: idêntica à do Sistema de Referência de Altitude Internacional (IHRS) Realização: densificação regional do IHRF, ou seja: 1) estar referenciado ao valor de W0 convencional preconizado na Resolução n°. 1 de 2015 da IAG; 2) ser dado por altitudes físicas apropriadas (derivadas do nivelamento geométrico associado a reduções gravimétricas ou a análises do campo de gravidade de alta resolução) e 3) estar associada a uma época de referência específica, isto é, deve considerar as mudanças de altitude e seu nível de referência em relação ao tempo. Importante!!! Assim como o IHRF, este sistema de altitude ainda não existe, pois as atividades ainda estão em andamento. 1) O que é preciso se conhecer para determinar a altitude ortométrica em função da altitude geodésica? Qual serviço que o IBGE disponibiliza para este fim? 2) Que tipo de altitude é adotado no sistema altimétrico do Brasil? Como o não paralelismo entre as superfícies equipotenciais é considerado ? 3) O que motivou a Associação Internacional de Geodésia a propor um sistema de altitude global? 4) Como os sistemas de altitude são materializados? 5) Quais problemas nos sistemas altimétricos dos países das Américas encontrados pelo SIRGAS? Qual a solução proposta? Exercícios Atividade BDG 1) Você vai iniciar um trabalho de altimetria em um município desconhecido. Neste caso, a etapa de planejamento requer que se verifique a infraestrutura geodésica existente nele. Faça uma consulta sobre as RN existentes no município (município à escolha) e responda se há RN no município e, se positivo, quantas. 2) Fazer a consulta RN 635H, SAT 99657 3) Conexão RN+GNSS 4) Fazer um consulta por enquadramento Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54