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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO PUC – RJ Departamento de Engenharia Civil INTRODUÇÃO AO CÁLCULO VARIACIONAL Paulo Batista Gonçalves Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2 2 Conceitos de Máximos e Mínimos de Funções ..................................................... 3 2.1 Máximos e mínimos de funções de N variáveis ............................................. 3 2.2 Máximos e mínimos locais ............................................................................. 4 2.3 Fórmula de Taylor para uma função e várias variáveis ................................. 4 2.4 Formas Quadráticas ...................................................................................... 6 2.5 Pontos de Fronteira ....................................................................................... 7 2.6 Extremos Condicionados ............................................................................... 8 2.7 Método dos Multiplicadores de Lagrange ...................................................... 9 3 EQUAÇÃO DE EULER-LAGRANGE ....................................................................... 11 4 OPERADOR DELTA ............................................................................................. 14 5 FUNCIONAIS DE VÁRIAS FUNÇÕES E UMA ÚNICA VARIÁVEL INDEPENDENTE. . . . 17 6 CONDIÇÕES DE CONTORNO .............................................................................. 18 7 FUNCIONAIS COM DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR ........................................ 22 8 fUNCIONAIS COM DUAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES (SUPERFÍCIE) .................. 25 9 fUNCIONAIS COM três VARIÁVEIS INDEPENDENTES (volumes) .......................... 28 10 FUNCIONAIS EM FORMA PARAMÉTRICA ........................................................... 30 11 A Invariância da Equação de Euler .................................................................. 32 12 Extremos móveis ............................................................................................. 33 13 Problemas Variacionais com Restrições .......................................................... 41 13.1 Problema Isoperimétrico ........................................................................... 41 13.2 Vínculos Holônomos .................................................................................. 44 13.3 Restrições não – holonômicas ou reonômicas ........................................... 45 14 Método de Ritz ................................................................................................ 46 15 método de galerkin ......................................................................................... 48 16 Exercícios ........................................................................................................ 49 16 Exercícios................................................................................................................. .................55 1 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 1 INTRODUÇÃO O Cálculo Variacional, pode ser caracterizado como um tópico especial em análise matemática, trata de problemas de máximos e mínimos de um tipo especial de função, usualmente denominada FUNCIONAL. Abaixo são destacados alguns motivos que fazem conveniente e importante o estudo dos conceitos fundamentais do cálculo variacional: • O cálculo variacional oferece uma formulação alternativa para a solução de muitos problemas de engenharia; • Através do cálculo variacional pode-se definir com maior clareza certos conceitos básicos envolvidos em problemas governados por equações diferenciais; • O cálculo variacional é de grande importância na solução de problemas da mecânica dos meios contínuos; através de princípios energéticos consegue-se facilmente formular tais problemas em forma variacional; • Métodos variacionais, tais como o Método de Rayleigh-Ritz, permitem dispor de técnicas bastante potentes para a obtenção de soluções aproximadas. No cálculo diferencial estuda-se as condições de existência dos pontos estacionários de funções. No cálculo variacional tem-se também como problema básico a determinação de pontos estacionários, porem, agora o estudo envolve certas funções especiais, conhecidas como FUNCIONAIS, que são funções de funções. Especificamente, um funcional é uma expressão que possui um valor particular dependente da função usada no próprio funcional. Uma forma de funcional bastante empregada em muitos problemas de engenharia é a integral ( )xffxF ,, entre dois pontos ( )11, yx e ( )22 , yx no espaço bidimensional. Denotado este funcional como I, pode-se escrever: ( )∫= 2 1 ,, x x x dxffxFI (1.1) Note que o valor de I, como já foi mencionado, é claramente dependente da função f. No cálculo diferencial considera-se como objetivo de destaque o estabelecimento das condições necessárias para um extremo local de f, em 2 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ algum ponto, pela consideração de valores admissíveis de x. No cálculo variacional também é indispensável a obtenção das condições necessárias para extremização de I com respeito às funções admissíveis f(x). Grande parte deste texto é voltada, portanto, para a determinação das condições necessárias para se alcançar um valor extremo do funcional I. Pode-se generalizar o funcional I considerando os seguintes aspectos: a) Várias variáveis independentes e uma variável dependente (função): ( ) dzdydxffffzyxFI zyx∫∫∫= ,,,,,, ; b) Uma variável independente e várias variáveis dependentes (funções): ( ) dxhgfhgfxFI xxx∫= ,,,,,, ; c) Derivadas de ordem superior a um: ( ) dxffffxFI xxxxxx∫= ,,,, ; d) Caso geral: ( ) dydxgggfffggffgfyxFI xyyyxxxyyyxxyxyx∫∫= ,,,,,,,,,,,,, Este último caso define, por exemplo, o funcional que representa a energia potencial total de uma placa ou casca esbelta. 2 CONCEITOS DE MÁXIMOS E MÍNIMOS DE FUNÇÕES 2.1 Máximos e mínimos de funções de N variáveis Suponhamos que numa região D do Espaço Euclidiano Rn de dimensão n, sendo D um conjunto aberto, está definida uma função f(x1, x2, ..., xn), denotada de modo abreviado por f(x). Diremos que X0 é um ponto de máximo (respectivamente, de mínimo) absoluto em D da função f(x), se, para qualquer X ∈ D encontramos: ( ) ( )0xfxf ≤ (2.1) (respectivamente, ( ) ( )0xfxf ≥ ). 3 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 2.2 Máximos e mínimos locais Seja X0 um extremo local de f(x) e seja X um ponto pertencente a uma vizinhança Ω (X0) contida em D, tem-se então que X0 é: a) um mínimo local se ∆ f = f(X) - f(X0) > 0; b) um máximo local se ∆ f = f(X) - f(X0) < 0, para qualquer X ∈ Ω (X0) ∩ D e X ≠ X0. Mínimo Local a x1 b x f(x) x2 Máximo Local Ω Mínimo Local a x1 b x f(x) x2 Máximo Local Ω Figura 1 - Conjunto aberto D ∈ Rn, | X - X0| < δ , X = X0+∆ , 0 < ∆ < δ . Observação: Para que se tenha instrumentos de análise do comportamento de uma função em torno de um ponto X0, geralmente desenvolve-se a função f(x) em série na vizinhança de X0, usando-se a fórmula de Taylor. 2.3 Fórmula de Taylor para uma função e várias variáveis Se na vizinhança de X0, f(x) possui derivadas parciais de ordem N com respeito a todo e qualquer X, temos a seguinte expansão válida na vizinhança de X0: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Rfxxxxxxxxxn f x xx x xx x xx f x xx x xx x xxXftHXfxf X n n nn X n nn X n nn + ∂ ∂ −++ ∂ ∂ −+ ∂ ∂ − − ++ ∂ ∂ −++ ∂ ∂ −+ ∂ ∂ − + ∂ ∂ −++ ∂ ∂ −+ ∂ ∂ −+=+= − 0 1 0 2 0 22 1 0 11 0 2 0 2 0 22 1 0 11 0 0 2 0 22 1 0 11 00 !1 1 !2 1 (2.2) onde, 10 ≤≤ t , H é um vetor e R é o resto, ou seja, ( ) ( ) ( ) ( )HXf x xx x xx x xx n R n nn τ+ ∂ ∂ −++ ∂ ∂ −+ ∂ ∂ −= 00 2 0 22 1 0 11! 1 (2.3) 4 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ onde 10 ≤≤τ . Tem-se então que: ( ) ( ) ( ) Rf x xx r XfXff X r i n i ii r + ∂ ∂ − =−=∆ ∑∑ == 0 1 0 1 0 ! 1 (2.4) Para n = 1, teremos: ( ) ( ) ( ) +−+−+−=∆ === 000 3 3 30 2 2 200 !3 1 !2 1 XXXXXX dx fdxx dx fdxx dx dfxxf (2.5) Partindo-se do fato que o primeiro termo não nulo da série de Taylor é dominante, pode-se, a partir da análise dos termos da série, deduzir as condições de existência de valores extremos. Se X0 é um ponto de máximo (mínimo), então ∆ f < 0 (∆ f > 0). Analisando- se o primeiro termo da série, verifica-se que ( )0ii xx − pode assumir qualquer valor; logo as derivadas parciais jxf ∂∂ ( )nj ,1= devem se anular neste ponto. Se a função admite uma diferencial total no ponto X0, esta será nula ou seja, ( ) 00 =Xdf (2.6) Se a função f(x) não é derivável em certos pontos, e se X0 é um extremante de f(x), temos que as derivadas parciais jxf ∂∂ calculadas no ponto ou são nulas ou não existem. O parágrafo anterior, bem como o teorema abaixo, mostram a condição necessária, mas não suficiente, para a existência de um estremo. Teorema: – Admitamos que f(x) está definida na vizinhança de X0. Se neste ponto ocorrer um extremo da função f(x) e se existirem as derivadas parciais jxf ∂∂ , então teremos que: 0= ∂ ∂ jx f ( )nj ,1= Exemplo: 22),( yxyxf += dyydxxdy y fdx x fyxdf 22),( += ∂ ∂ + ∂ ∂ = →=== )0,0(0202 0Xyx Ponto critico estacionário. 5 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Condição Suficiente Vamos agora analisar o segundo termo da série de Taylor. Verificamos que o termo: ( )( ) jiijjjii ji xxaxxxx xx fxA ∆∆=−− ∂∂ ∂ = !2 1 !2 1)( 00 2 é uma forma quadrática,onde em função da comutatividade da diferenciação temos que: ijji xx f xx f ∂∂ ∂ = ∂∂ ∂ 22 ou jiij aa = Pode-se, pois escrever que: +=∆ XMXf T 2 1 Resto onde, { }iXX ∆= e M é uma matriz quadrada e simétrica. 2.4 Formas Quadráticas Diz-se que uma forma quadrática é: • Positiva definida se A(x) > 0 para qualquer X ∈ Rn e X ≠ 0. • Negativa definida se A(x) < 0 para qualquer X ∈ Rn e X ≠ 0. • Positiva semi-definida se A(x) ≥ 0 para qualquer X ∈ Rn. • Negativa definida se A(x) ≤ 0 para qualquer X ∈ Rn. • Indefinida se A(x) assume tantos valores positivos quanto negativos. Exemplos A(x) = X12 + X22 + ...+ Xn2 positiva definida A(x) = (X1 + X2 + ...+ Xn)2 positiva semi-definida A(x) = X12 - X22 indefinida Teorema: Suponhamos que uma função f(x) está definida e admite derivadas segundas na vizinhança de X0 e que X0 é um ponto estacionário de f(x). Se a forma quadrática ji n ji ji n dxdxxx XfdxdxA ∑ = ∂∂ ∂ = 1, 02 1 )(),,( a saber a segunda diferencial de f em X0 for positiva definida (respectivamente, negativa definida), então o ponto X0 será um ponto de mínimo estrito (respectivamente de máximo estrito). Em qualquer outro caso no ponto X0 não 6 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ocorre um extremo de f(x). Se A(x) = 0, deve-se analisar os termos de ordem mais alta na série de Taylor. 2.5 Pontos de Fronteira Até o momento analisamos os pontos que se encontram no interior do subconjunto D. Um ponto P é denominado ponto de fronteira D se toda bola aberta B centrada em P inclui pontos de D e pontos fora de D (Figura 2). PP DB PP DB Figura 2 – Pontos de fronteira. Se um conjunto inclui todos os seus pontos de fronteira, então diremos que o conjunto é fechado. Um conjunto é limitado se existe um número b > 0 tal que, para todo X do conjunto |X| ≤ b. Teorema: Seja S um conjunto limitado e fechado. Seja f uma função contínua definida em S. Então f tem um máximo e um mínimo em S. Em outras palavras, existe um ponto P sem tal que: ( ) ( )XfPf ≥ para todo X em S, e existe um ponto Q sem tal que: ( ) ( )XfQf ≤ Mínimo a b x f(x) Máximo S[a,b] Mínimo a b x f(x) Máximo S[a,b] Figura 3 - Pontos de Mínimo e Máximo. Considerando um conjunto fechado, ao tentarmos determinar os extremos de uma função f, deve-se primeiro determinar os pontos críticos de f no interior da região em consideração. A seguir deve-se investigar a função na fronteira da 7 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ região. Parametrizando-se a função na fronteira, reduz-se freqüentemente o problema de achar um máximo na fronteira a um problema em dimensão mais baixa para o qual a técnica dos pontos críticos pode também ser aplicada. Exemplo: Calcular os extremos da função ( ) 22, yxyxf −= no quadrado de vértices ( )1,1 ±± . x x f 2= ∂ ∂ e yy f 2−= ∂ ∂ ; ( )0,00 =X 22; 20 02 21 −== − = λλ eM , então M é indefinida, X0 é um ponto de sela. Na fronteira, ( ) ( ) 11,1, 2 −=−= xxfxf ( )1,002 0 ±=⇒== ∂ ∂ Xx x f mínimodepontoX x f →⇒>= ∂ ∂ 0 2 2 02 ( ) ( ) 21,1,1 yyfyf −=−= ( )0,102 0 ±=⇒=−= ∂ ∂ Xy y f máximodepontoX y f →⇒<−= ∂ ∂ 0 2 2 02 Caso Particular para n = 2: = BH HA M ; seja D = AB – H2 e A≠ 0 então: a) Se A > 0 e D > 0 ⇒ X0 é um mínimo; b) Se A < 0 e D > 0 ⇒ X0 é um máximo; c) Se D < 0 ⇒ X0 é um ponto de sela. 2.6 Extremos Condicionados Seja ( ) ( )Xfxxxf n =,,, 21 uma função definida em um conjunto D ∈ Rn onde as variáveis nxxx ,,, 21 estão correlacionadas por m (m < n) equações: 8 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) ( ) ( ) 0,,0,0 21 === XXX mϕϕϕ (2.7) chamadas condições suplementares. Diz-se que X0 é um máximo local condicionado (mínimo local condicionado) se: • 0<∆f e X0 atende as condições ( )mii ,1=ϕ . • 0>∆f e X0 atende as condições ( )mii ,1=ϕ . Exemplo: Calcular os extremos da função ( ) 22, yxyxf += com a condição suplementar 01=−+yx . Tomando ( ) 122,1 2 +−=⇒−= xxyxfxy ; ( ) 2121,21024 000 ===⇒=−= ∂ ∂ xfeyxx x f ( )21,210 =X que como pode-se observar é um ponto de mínimo. Este método exige que expressemos uma variável como função de outras. Temos, entretanto, um método mais geral, o método dos multiplicadores de Lagrange. 2.7 Método dos Multiplicadores de Lagrange Admitiremos que: a) As funções f(X) e ϕ i (i = 1, m e X = (x1, x2, ..., xn)) possuem derivadas primeira em D; b) m < n; c) O posto da matriz [ ]ji x∂∂ϕ , i = 1, m, j = 1, n é igual a m em qualquer ponto de D. Observação: Posto – maior determinante não nulo. Formada a seguinte expressão (a chamada função de Lagrange): ( ) ( )∑ = += m i ii XXf 1 ϕλφ (2.8) onde λ i são os chamados multiplicadores de Lagrange, considere o sistema de n equações abaixo: 9 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 0= ∂ ∂ jx φ nj ,1= (2.9) juntamente com as m condições suplementares: 0=iϕ mi ,1= (2.10) Através da solução deste sistema de m + n equações, determinam-se as m incógnitas λ i e as n incógnitas xi, dos pontos críticos, isto é, dos pontos suscetíveis de serem os extremantes procurados. A fim de se examinar o caráter de um ponto estacionário X0, da função de Lagrange, devemos examinar a forma quadrática: ji nm ji ij dxdxbdxB ∑− = = 1, )( (2.11) onde: 0 2 Xji ij xx b ∂∂ ∂ = φ (2.12) obtida da segunda diferencial da função e Lagrange no ponto considerado a das relações suplementares: ),1(02 2 1 1 midx x dx x dx x nn iii == ∂ ∂ ++ ∂ ∂ + ∂ ∂ ϕϕϕ (2.13) Se a forma quadrática for definida em X0 ocorrerá um extremo local condicionado, a saber, um máximo estrito, se a forma quadrática for negativa definida, e um mínimo estrito se a forma quadrática for positiva definida. Exemplo: Encontrar o extremo da função zyxxf =)( , com as condições suplementares: 08)( 03)( 2 1 =−−−= =−−+= zyxX zyxX ϕ ϕ −− − = 111 111 M posto = 2 Função de Lagrange : )8()3( 21 −−−+−+++= zyxzyxzyx λλφ 0 0 0 21 21 21 =−−= ∂ ∂ =−+= ∂ ∂ =++= ∂ ∂ λλφ λλφ λλφ yx z zx y zy x 32111 =λ ; 321232 −=λ ; 411=x ; 25−=y ; 411−=z . 10 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Forma quadrática: dzdy zy dzdx zx dydx yx dz z dy y dx x d ∂∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = φφφφφφφ 222 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 222 dzdyxdzdxydydxzd 2222 ++=φ 0111 =−+= ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ dzdydxdz z dy y dx x ϕϕϕ 0222 =−−= ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ dzdydxdz z dy y dx x ϕϕϕ que fornece: dx = dz e dy = 0, então, 0)2/5(22 222 <−== dxdxyd φ . Logo, o ponto X0 é um ponto de máximo condicionado. 3 EQUAÇÃO DE EULER-LAGRANGE Considere o funcional abaixo: ( ) dxffxFI x x x∫= 2 1 ,, (3.1) onde F é uma função desconhecida. Deve-se assumir a existência de um caminho (trajetória), denominado ( )xf , tendo a propriedade de extremizar I com respeito a outros caminhos vizinhos (chamados caminhos variados), denominados por ( )xf~ , e mostrados na Figura 4 a seguir: x f (x) x1 x2 c1 c2 ( )xf ( )xf~ Figura 4 Caminho Variado Introduzindo então uma família de caminhos variados ( )xf~ dependentes de um parâmetro pequeno ε , pode-se escreve que: ( ) ( ) ( )xxfxf ηε+=~ (3.2) onde ( )xη é uma função contínua de x, escolhida arbitrariamente, tal que: 11 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) ( ) 021 == xx ηη (3.3) Note que quando 0=ε , para qualquer ( )xη , o caminho variado coincide com o caminho extremizante ( ) ( )( )xfxf =~ . O funcional variado terá então a seguinte forma: ( ) dxffxFI x x x∫= 2 1 ~,~,~ (3.4) assumindo o valor extremo I quando 0=ε , isto é, quando ( ) ( )xfxf =~ . Usando (3.2), veja que é permitido escrever (3.4) como função também do parâmetro ε , ou seja: ( ) dxffxFI x x xx∫ ++= 2 1 ,,~ ηεηε (3.5) Desenvolvendo-se agora I~ em série na vizinhança de 0=ε , e adotando- se o mesmo critério de extremização usado para funções simples, é encontrado que: ( ) + + += == = 2 0 2 2 0 0 ~ !2 1~~~ ε ε ε ε εε ε d Id d IdII (3.6) ou, sabendo-se que ( ) ,0~ II ==ε ∑ = =−=∆ nn n d Id n III ε ε ε 0 ~ ! 1~ (3.7) A condição necessária para I~ ser extremo, quando 0=ε , é dada por: 0 ~ 0 = =ε εd Id (3.8) Isto significa que: ( ) 0,, 0 2 1 = ++ = ∫ ε ηεηε ε x x xx dxffxFd d (3.9) ou, 0 ~ ~ ~ ~ 0 2 1 = ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ = ∫ ε εε x x x x dxf f Ff f F (3.10) e notando que η ε = ∂ ∂ f~ e que xx f η ε = ∂ ∂ ~ , pode-se escrever (3.10) como: 12 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 0~~ 0 2 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∫ ε ηη x x x x dx f F f F (3.11) Mas, veja que em 0=ε , ff ~= e xx ff ~ = , e assim (3.11) fica: 0 0 2 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∫ ε ηη x x x x dx f F f F (3.12) Integrando-se agora por partes a segunda parcela da integral acima, chega-se a: dx f F dx d f Fdx f F x x x x xx x x x x ∫∫ ∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 1 2 1 ηηη (3.13) Onde foi assumido no esquema de integração: dx f F dx ddu x ∂ ∂ = e ην = . Note que como ( ) ( ) 021 == xx ηη , tem-se que (3.13) toma a seguinte forma: 0 2 1 = ∂ ∂ − ∂ ∂∫ dxfFdxdfF x x x η (3.14) Sabe-se entretanto, que, ( )xη é uma função arbitrária, de forma que (3.14) será sempre satisfeita se a condição mostrada a seguir for considerada (lema fundamental do cálculo de variações): 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ xf F dx d f F (3.15) que é a chamada equação de Euler-Lagrange. Teorema: Para que uma função ( )xff = seja um extremo fraco do funcional ( ) dxffxFI x∫= ,, no domínio das funções continuamente diferenciáveis, satisfazendo as condições de fronteira, é necessário que ( )xff = obedeça à equação de Euler-Lagrange. O exemplo abaixo fornece uma aplicação dos conceitos até agora estudados. Exemplo: Determinar as curvas que extremizam o funcional: ( ) dxyyI x∫ −= pi2 0 22 13 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ satisfazendo as condições de fronteira: ( ) 10 =y e ( ) 12 =piy . Solução: Da equação (3.15) observe que são necessários os seguintes cálculos: xx xx y y F dx dy y Fy y F 2,2,2 = ∂ ∂ = ∂ ∂ −= ∂ ∂ de forma que: ( ) 02 =+−= ∂ ∂ − ∂ ∂ xx x yy y F dx d y F ou, 0=+ yyxx , que tem solução geral do tipo: ( ) ( ) ( )xsencxcxy 21 cos += Aplicando agora as condições de fronteira, ou seja, ( ) ( ) 112 110 1 1 =⇒= =⇒= cy cy pi chega-se, portanto, à seguinte expressão para a curva procurada: ( ) ( ) ( )xsencxxy 2cos += 4 OPERADOR DELTA Objetivando dar maior formalismo ao procedimento de obtenção da primeira variação e ao estudo de funcionais mais complexos, é introduzido agora o operador δ , conhecido como operador delta. Define-se então ( )[ ]xfδ como sendo: ( )[ ] ( ) ( ) fxfxfxf δδ =−= ~ (4.1) Assuma que o operador delta seja uma pequena variação arbitrária da função f para um dado x fixo. Na Figura 5 é mostrado o caminho extremizante f(x), um caminho variado ( )xf~ e o operador delta já definido. Veja também através da Figura 6 que δ f não é associado a uma variação de x, δ x. Isto contrasta com o processo de diferenciação, onde para cada δ f existe um dado δ x . Pode-se assim afirmar que δ f é simplesmente a distância vertical entre dois pontos em curvas diferentes para um mesmo valor de x, enquanto df é a distância vertical entre dois pontos que distam dx na mesma curva. 14 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ x1 x2x c2 c1 f (x) x fδ ( )xf ( )xf~ Figura 5: O operador Delta – δ . x1 x2x c2 c1 f (x) x fδ ( )xf ( )xf~ xd fd Figura 6: Variação x Diferenciação Consideram-se também como funções variadas as derivadas dos caminhos variados ( )xf~ , ou seja: ( ) ( ) xd fdff xd d xd fd xd fd xd fd δδ =−=−= ~~ (4.2) onde se conclui que o operador δ é comutativo com a diferencial. De forma similar considera-se a variação da integral ∫ xdf : ( )∫ ∫ ∫∫∫ =−=−= xdfxdffxdfxdfdxf δδ ~~ (4.3) e novamente é verificado que o operador δ é comutativo também com a integral. Examine agora a primeira variação do funcional estudado na seção anterior usando uma notação incluindo o operador δ . Da equação (3.2), fica claro que: ηεδ =−= fff ~ (4.4) e analogamente, xxxx fff ηεδ =−= ~ (4.5) Segue então que é possível re-escrever F ao longo do caminho variado do seguinte modo: ( ) ( ) ( )xxxxx ffffxFffxFffxF δδηεηε ++=++= ,,,,~,~, (4.6) Numa posição x, resolve-se F em série com relação a f e fx , ou seja: 15 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) ( ) ( )32222222 02!21 ,,,, δδδδδ δδδδ + ∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ +=++ x x x x x x xxx f f Fff ff Ff f F f f Ff f FffxFffffxF (4.7) e desta forma define-se a variação total de F, ( ) FTδ , como: ( ) ( ) ( ) ( )32222222 02!21 ,,,, δδδδδ δδδδδ + ∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ =−++= x x x x x x xxx T f f Fff ff Ff f F f f Ff f FffxFffffxFF (4.8) ou, ( ) ( ) ( ) ( )( )321 0 !2 1 δδδδ ++= FFFT (4.9) onde pode-se chamar: • ( ) ⇒F1δ primeira variação; • ( ) ⇒F2δ segunda variação; • ( ) ⇒Fnδ n-ésima variação. Integrando agora a Equação (4.8) entre x1 e x2, obtém-se: ( ) dxf f Ff f FIII x x x x T ∫ + ∂∂+∂∂=−= 2 1 ~ δδδ (4.10) Note que II −~ é definido como a variação total de I, e por conseguinte, a primeira expressão do lado direito de (4.10) é denominada de primeira variação de I, ( ) I1δ . Integrando-se por partes a segunda expressão da primeira variação de I, é encontrado que: dxf f F dx df f Fdxf f F x x x x xx x x x x δδδ ∫∫ ∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 1 2 1 (4.11) onde novamente é assumido: dxf F dx ddu x ∂ ∂ = e dfv = no esquema de integração. Como ( ) ( ) 021 == xfxf δδ , tem-se que a primeira variação de (4.10) toma a seguinte forma: ( ) dxf f F dx d f FI x x x δδ ∫ ∂∂−∂∂= 2 1 1 (4.12) 16 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Da condição de extremo, isto é, da necessidade da primeira variação de I ser nula, advém finalmente a equação procurada, ou seja, a equação de Euler- Lagrange. 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ xf F dx d f F (4.13) É mostrada abaixo a generalização da primeira variação para outros casos da função F: a) ( ) ( ) y y x x yx ff Ff f Ff f FFfffyxF δδδδ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 1:,,,, ; b) ( ) ( ) x x x x xx gg Ff f Fg g Ff f FFgfgfxF δδδδδ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 1:,,,, ; c) ( ) ( ) xx xx x x xxx ff Ff f Ff f FFfffxF δδδδ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 1:,,, . 5 FUNCIONAIS DE VÁRIAS FUNÇÕES E UMA ÚNICA VARIÁVEL INDEPENDENTE. Considere agora o caso de um funcional com várias variáveis dependentes (funções) e uma única variável independente. Caracterize as funções por nqqq ,,, 21 , e denomine t a variável independente do problema. O funcional é, neste caso, escrito como: ( )∫= 2 1 2121 ,,,,,,,, x x nn dtqqqqqqtFI (5.1) onde dtdqqdtdqq nn == ,,11 . O objetivo é então determinar as funções nqqq ,,, 21 que extremizam o funcional I com respeito a uma ampla classe de funções admissíveis. Considere ( )tqi~ como os caminhos variados e chame genericamente ( )tqi para identificar as funções extremizantes. Segue, portanto, que: ηε+= ii qq~ ou iii qqq δ+=~ (5.2) onde η e δ q são funções arbitrárias adequadamente diferenciáveis, que se anulam em 0tt = e 1tt = . Considerando apenas a primeira variação de F, pode- se escrever: 17 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) n n n n q q Fq q Fq q Fq q Fq q Fq q FF δδδδδδδ ∂ ∂ ++ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ ++ ∂ ∂ + ∂ ∂ = 2 2 1 1 2 2 1 1 1 (5.3) onde, após a integração entre os pontos 0tt = e 1tt = , obtém-se: ( ) ( )∫= 1 0 11 t t dtFI δδ (5.4) Como iqδ são variáveis arbitrárias, pode-se, por exemplo, fazer todos os ( )tqiδ iguais a zero, exceto 1qδ . Assim, a Equação (5.4) é reescrita da seguinte forma: ( ) dtq q Fq q FI t t ∫ ∂∂+∂∂= 1 0 1 1 1 1 1 δδδ (5.5) Como anteriormente, integrando-se por partes o segundo termo do lado direito da equação (5.5), chega-se a uma nova expressão para a primeira variação de I, ou seja: ( ) 1 1 0 11 1 q q F dt d q FI t t δδ ∫ ∂∂−∂∂= (5.6) Como 1qδ é arbitrário, conclui-se, pela condição de extremo para (5.1), que; 0 11 = ∂ ∂ − ∂ ∂ q F dt d q F (5.7) ou, de uma forma mais geral: ni q F dt d q F ii ,,2,10 == ∂ ∂ − ∂ ∂ (5.8) As Equações (5.8) constituem as condições necessárias para que as funções ( )tqi sejam extremizantes do funcional I. 6 CONDIÇÕES DE CONTORNO Serão analisadas agora certas condições adicionais, denominadas condições de contorno, que devem ser satisfeitas pelas funções f(x) candidatas a serem extremizantes do funcional I. As condições de contorno são usualmente divididas em dois tipos: • Condições de contorno essenciais; • Condições de contorno naturais. 18 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Antes de caracterizar cada um das condições citadas acima, considere o seguinte problema: Qual curva que extremiza o funcional entre um ponto dado e uma linha vertical? Veja que este problema se encontra na Figura 7. Note que os limites de integração 1x e 2x são prescritos, sem que contudo se conheça ( )22 xff = , de forma que alguns caminhos variados ( )xf~ passarão em ( )11, fx e ( )22 , fx , e outros não. Considere então o seguinte funcional: ( ) dxffxFI x x x∫= 2 1 ,, (6.1) Cuja primeira variação, como já foi estudado, deve ser nula, ou seja: ( ) 01 =Iδ x1 x2 f1 (?) f2 f (x) x ( )xf ( )xf~ ( )2xfδ Figura 7 – Condições de Contorno Tem-se do desenvolvimento da seção anterior que: 0 2 1 2 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂∫ x xx x x x f f Fdxf f F xd d f F δδ (6.2) ou seja, 0 1 2 1 2 = ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂∫ xx x x xxx f f Ff f Fdxf f F xd d f F δδδ (6.3) Como o ponto ( )1xxA = é fixo, ( ) 01 =xfδ , pode-se cancelar a última parcela de (6.3). Das funções variadas ( )xf~ , aquelas que passam pelos extremos ( )11, fx e ( )22 , fx anulam a segunda e terceira parcela de (6.3), e obrigam a: 19 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ xf F dx d f F (6.4) Como existem outras funções variadas que não passam pelos extremos ( )20 xxemf =≠δ haverá então outras condições necessárias para a extremização do funcional, a saber: 00 2 = ∂ ∂ ⇒= ∂ ∂ xxx f Ff f F δ (6.5) A Equação (6.5) é conhecida como condição de contorno natural deste problema. Verifique, portanto, que em uma dada extremidade somente uma condição de contorno pode ser atribuída, ou seja: ( ) ( ) = ∂ ∂ =≠ === = ∂ ∂ 0,0) ,0) 0 22 222 2 x f Fxxemfb ou dadoéfxfxxemfa f f F x xx δ δ δ (6.6) A condição a) na Equação (6.6) é denominada condição de contorno essencial (ou condição de contorno cinemática), e a condição b), como já foi declarado, é definida como a condição de contorno natural (ou condição de contorno de forças) do problema. É importante destacar que, na mecânica dos sólidos, as condições de contorno cinemáticas estão relacionadas com deslocamentos (rotações), enquanto que as condições de contorno naturais relacionam-se com forças (momento fletor, esforço cortante). Conclui-se portanto, que para conjunto de condições de contorno, tem-se uma função f(x) diferente que extremiza o funcional. Veja na Figura 8 o caso mais geral, onde ( )1xfδ e ( )2xfδ podem ser diferentes de zero, de forma que as funções candidatas a extremizar I devem satisfazer as condições de contorno naturais abaixo: 0 1 = ∂ ∂ xxf F e 0 2 = ∂ ∂ xxf F 20 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ f (x) x1 x2 x A ( )1xfδ ( )2xfδ Figura 8 – O caso mais geral. O exemplo a seguir caracteriza os tipos de condições discutidas acima. Exemplo: Considere o funcional abaixo: ( )∫ −= 2 0 22 pi dxffI x cuja equação de Euler-Lagrange, 0=+ ff xx , tem solução geral dada por: ( ) ( )xsenCxCf 21 cos += Procure determinar a função f(x) capaz de extremizar I. satisfazendo as seguintes condições de contorno: a) Caso 1: A e B fixos, ou seja: ( ) ( ) 1 0 12 00 2 1 = = = = C e C f f pi b) Caso 2: Somente A é fixo: ( ) 00 =f 020 2 2 =⇒= ∂ ∂ pi pi x x f f F (tangente nula) ( ) ( )xCxsenCfx cos21 +−= , veja então que: ( ) ( ) 0 0 02 00 1 1 = = = = C e C f f x pi solução: ( )xCf x cos2= (família de funções). 21 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ c) Caso 3: Somente B é fixo: ( ) 12 =pif 020 0 0 =⇒= ∂ ∂ x x f f F (tangente nula) ( ) ( )xCxsenCfx cos21 +−= , veja então que: ( ) ( ) ⇒ = = = = 1 0 12 00 2 2 C e C f f x pi Não há solução. f (x) x 1 pi/2 caso 2 caso 1 caso 2 caso 4 0 Figura 9 - Exemplo de aplicação das condições de contorno. d) Caso 4: ( )1xf e ( )2xf não são prescritos (veja Figura 9): ( ) 000 0 =⇒= ∂ ∂ x x f f F (tangente nula) ( ) 020 2 =⇒= ∂ ∂ pi pi x x f f F (tangente nula) ( ) ( ) 0 0 02 00 1 2 = = = = C e C f f x x pi solução: ( ) 0=xf 7 FUNCIONAIS COM DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR Seja o seguinte funcional: ( ) dxfffxFI x x xxx∫= 2 1 ,,, (7.1) 22 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ onde agora, além da função f, fx deve ser contínua no intervalo de definição de I. Escrevendo-se então a primeira variação de F abaixo: ( ) xx xx x x f f Ff f Ff f FF δδδδ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 1 (7.2) e integrando-se entre os pontos 1x e 2x , chega-se à primeira variação de (7.1). Da condição de extremo de I, pode-se escrever: ( ) 0 2 1 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∫ x x xx xx x x dxf f Ff f Ff f FI δδδδ (7.3) Integrando-se agora por partes a segunda e a terceira parcelas do lado direito da equação acima, chega-se a: a) Segunda parcela: dxf f F dx df f Fdxf f F x x x x xx x x x x ∫∫ ∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 1 2 1 δδδ (7.4) b) Terceira parcela: dxf f F dx df f Fdxf f F x x x xx x x x xx x x xx xx ∫∫ ∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 1 2 1 δδδ (7.5) Integrando-se por partes ainda a segunda parcela do lado direito da Equação (7.5), chega-se a: dxf f F dx df f F dx ddxf f F dx d x x xx x xxx x x x xx ∫∫ ∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 22 1 2 1 δδδ (7.6) Substituindo então (7.5) em (7.6), segue que: dxf f F dx df f F dx df f Fdxf f F x x xx x xxx x x x xx x x xx xx ∫∫ ∂∂+∂∂−∂∂=∂∂ 2 1 2 22 1 2 1 2 1 δδδδ (7.7) Verifique que as expressões (7.5) e (7.7) permitem que (7.4) seja representada por: 23 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) 0 2 1 2 1 2 1 2 2 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =∫ x x x xx x xxxx x x xxx f f F f f F dx d f Fdxf f F dx d f F dx d f FI δ δδδ (7.8) de modo que, para a satisfação da equação acima, as seguintes condições devem ser atendidas: a) Equação de Euler-Lagrange: 02 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ xxx f F dx d f F dx d f F (7.9) b) Condições de Contorno: Essenciais Naturais ( ) 111 0 fxff x =⇒=δ ou 0 1 = ∂ ∂ − ∂ ∂ xxxx f F dx d f F (7.10a ) ( ) 222 0 fxff x =⇒=δ ou 0 2 = ∂ ∂ − ∂ ∂ xxxx f F dx d f F (7.10b ) ( ) 111 0 xxxx fxff =⇒=δ ou 0 1 = ∂ ∂ xxxf F (7.10c ) ( ) 222 0 xxxx fxff =⇒=δ ou 0 2 = ∂ ∂ xxxf F (7.10d ) Observe ainda que para o funcional estudado existem duas condições de contorno para cada bordo. Vale destacar que, a condição 0=fδ em um ponto implica que a função f seja conhecida neste ponto. De forma similar, se 0=xfδ em um certo ponto, implica que a derivada de f é conhecida neste ponto. Para o caso mais geral, considere o funcional mostrado abaixo: ( ) dxfffffxFI x x nxxxxxx∫= 2 1 ,,,,,, (7.11) Estabelecendo então a variação de F, integrando-se entre os pontos 1x e 2x , depois empregando-se a integração por partes para cada termo i i f f F δ ∂ ∂ , obtém-se, após a consideração da condição de extremo para I, as seguintes equações: a) Equação de Euler-Lagrange: 24 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) 01 1 = ∂ ∂ −+ ∂ ∂ ∑ = n k k k n k f F dx d f F (7.12) b) N condições de contorno em cada extremo ( )21 xxexx == : ( ) ( ) 0 01 01 2 1 1 2 1 2 1 2 2 1 1 1 1 = ∂ ∂ = ∂ ∂ −+ ∂ ∂ = ∂ ∂ −+ ∂ ∂ − − = + − = + ∑ ∑ x x n n x x x n k k k k k xx x x n k k k k k x f f F f f F dx d f F f f F dx d f F δ δ δ (7.13) sendo kkk xf ∂∂= . Tomando-se, por exemplo, n =3 como limite do somatório das Equações (7.12) e (7.13), chega-se a: a) Equação de Euler-Lagrange: 03 3 2 2 = ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ xxxxxx f F dx d f F dx d f F dx d f F (7.14) b) Condições de Contorno: 02 1 = x xfδ ou 0 2 1 2 2 = ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ x xxxxxxx f F dx d f F dx d f F 02 1 = x xxfδ ou 0 2 1 = ∂ ∂ − ∂ ∂ x xxxxxx f F dx d f F (7.15) 02 1 = x xxxfδ ou 0 2 1 = ∂ ∂ x xxxx f F 8 FUNCIONAIS COM DUAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES (SUPERFÍCIE) Considere o caso de um funcional com duas variáveis independentes 1x e 2x . O funcional pode ser escrito da seguinte forma: ( ) 21,21 ,,, dxdxuuxxFI R jii∫= 2,1, =ji (8.1) 25 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ onde jiji dxduu =, e R o domínio do funcional no plano 21xx . Escrevendo-se então a primeira variação de F e integrando-se no domínio, tem-se que a primeira variação de (8.1) toma a seguinte forma: 21, , )1( dxdxu u Fu u FI R ji ji i i ∫ ∂∂+∂∂= δδδ (8.2) Integrando-se a segunda parcela do lado direito da equação (8.2), chega- se a: 21 ,, 21, , dxdx u F x udSu u Fdxdxu u F R jij i S i ji j R ji ji ∫∫∫ ∂∂∂∂−∂∂=∂∂ δδηδ (8.3) que corresponde ao Teorema de Green sendo, nj os cossenos diretores. Os cossenos diretores são as componentes do vetor unitário normal à curva de bordo S, saindo da região R, como pode ser observado na Figura 10. R S x2 x1 n1 n2 n R S x2 x1 n1 n2 n Figura 10 – Cossenos Diretores. Obtêm-se então, pela condição de extremo para (8.1) as seguintes equações de Euler-Lagrange e condições de contorno: a) Equações de Euler-Lagrange: 0 2,121,111 = ∂ ∂ − ∂ ∂ −∂ ∂ u F dx d u F dx d u F 0 2,221,212 = ∂ ∂ − ∂ ∂ −∂ ∂ u F dx d u F dx d u F (8.4) b) Condições de Contorno: 0 , = ∂ ∂ ji j u Fn ou 0=iuδ ii uu ˆ= (8.5) Teorema de Green 26 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Considerando um domínio R no plano xy cercado por uma curva fechada de bordo S que consiste de um número finito de pequenos arcos, têm-se: ∫∫∫ += ∂∂−∂∂ CR dyvdxudydxyuxv (8.6) Escrevendo ηGv= e 0=u e integrando por partes a parcela do lado direito da equação encontra-se: ∫∫∫∫∫ −∂∂−=∂∂ CRR dlxGdydx x Gdydx x G ),cos( ηηηη (8.7) onde ∫ dyGη é a integral de linha ao longo do bordo “y”. Na Figura 11 observa-se dois domínios com diferentes superfícies de bordo e seus respectivos cossenos diretores. x y n2 dy n1 cos(n1, x) = 1 cos(n2, x) = 0 x y n2 dy n1 cos(n1, x) = 1 cos(n2, x) = 0 (a) x y n α cos(n, x) = cos α Varia ao longo do bordo x y n α x y n α cos(n, x) = cos α Varia ao longo do bordo (b) Figura 11 - Domínios (a) retangular (b) circular. Alguns cuidados são necessários serem observados no desenvolvimento da variação do funcional com mais de uma variável independente, tais como: As integrações dydxuu F xy xy , , δ∫∫∂∂ geram resultados “aparentemente” diferentes, dependendo da ordem das integrações. Em estruturas que possuem um contorno não suave, como no caso dos cantos das placas, a integral de linha ∫dS tem de ser integrada por partes. O número de condições de contorno deve ser compatível com o grau das equações diferenciais. Se o número das condições de contorno for diferente do grau das equações diferenciais provavelmente falta alguma manipulação final. 27 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 9 FUNCIONAIS COM TRÊS VARIÁVEIS INDEPENDENTES (VOLUMES) Seja o seguinte funcional: ( ) 321321321 ,,,,,, dxdxdxuuuuxxxFI V xxx∫∫∫= (9.1) Escrevendo-se então a primeira variação do funcional e integrando no volume, chega-se à primeira variação de (9.1). Da condição de extremo de I, pode-se escrever: dVu u Fu u Fu u Fu u FI V x x x x x x ∫∫∫ ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ = 3 3 2 2 1 1 )1( , , , , , , δδδδδ (9.2) Na Figura 12 pode-se observar uma região definida pela superfície no espaço 321 xxx e a normal a um dS dessa superfície. x2 x1 x3 (normal)n dS S (Superfície - Fronteira) x2 x1 x3 (normal)n (normal)n dS S (Superfície - Fronteira) Figura 12 - Superfície com três variáveis independentes. Integrando-se a segunda parcela do lado direito da Equação (9.2), encontra-se: 321 11 1 1 3211 1 , ),cos( , , , dxdxdxu u F x dSxn u Fdxdxdxu u F V x S xV x x ∫ ∫ ∫ ∫ ∫∫ ∫ ∫ ∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ = ∂ ∂ δ δ (9.3) Substituindo (9.3) em (9.2) e generalizando tem-se que: ∫ ∫∫ ∫ ∫ ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ = S i ixV ixi dSu u Fdxdxdxu u F xu FI δηδδ ,, 321 )1( 3,2,1=i (9.4) Obtêm-se então, as seguintes equações de Euler - Lagrange e condições de contorno: a) Equações de Euler-Lagrange: 28 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 0 , = ∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ ixi u F xu F (9.5) b) Condições de Contorno: 0 , = ∂ ∂ i ixu F η ou 0=iuδ 3,2,1=i (9.6) Teoremas O gradiente de uma função φ (x1, x2, x3), chamado de ∇ φ é definido como: i xi ∂ ∂ =∇ φφ 3,2,1=i (9.7) Dessa forma, pode-se escrever os seguintes teoremas: a) Teorema de Green: dSndVdVgrad SV V φφφ ∫∫ ∫ =∇= (9.8) ou seja: ( ) dSnknjnidzdydxk x j x i x S xxxV φφφφ ∫∫ ++=∂∂+∂∂+∂∂ 321321 (9.9) onde φ é uma função escalar. b) Teorema de Gauss ∫ ∫ ∫ •=•∇=V V S dSAndVAdVAdiv (9.10) ou seja: [ ] dSAnAnAndV x A x A x A SV ∫∫ ++= ∂∂+∂∂+∂∂ 332211332211 (9.11) onde A é uma função vetorial. c) Teorema de Stokes ∫ ∫ ∫×=×∇=V V S dSAndVAdVArot (9.12) u u F x u u Fu u F x x x xx δδδ ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∂ ∂ ∂ ∂ , , ,, 11 (9.13) Na Figura 13 observa-se uma região no espaço x1x2x3: 29 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ x2 x3 x1 ds = dx2 dx3 n x2 x3 x1 ds = dx2 dx3 n 11 =η ; 032 ==ηη ∫∫ ∂ ∂ 32 1, dxdxu u F i x δη 0 , 1 = ∂ ∂ xu F ou 0=uδ Figura 13 – Região no espaço x1 x2 x3. 10 FUNCIONAIS EM FORMA PARAMÉTRICA Se o funcional compreende curvas que não podem ser dadas como y = y(x), será indispensável recorrer à representação paramétrica, a saber: S y(x) x S y(x) x Representação Paramétrica x = x(t) 10 ttt ≤≤ y = y(t) Figura 14 – Representação Paramétrica. ϕ (t) e ψ (t) continuamente diferenciáveis e satisfazendo a condição 0 22 ≠ + dt d dt d ψϕ . O funcional dtyxyxtFdxyyxFJ Cx ∫∫ == ),,,,(),,,( não dependerá da parametrização adotada se: 1 - não depender explicitamente de t ),,,(),,,,( yxyxFyxyxtF = 2 – for homogênea de grau 1 em x e y ),,,(),,,( yxyxFkykxkyxF = Se uma curva C parametrizada por x = x(t) e y = y(t) ( 10 ttt ≤≤ ) for um extremante do funcional dtyxyxFJ C∫= ),,,( na classe de curvas lisas ligando o ponto (x0, y0) ao ponto (x1, y1), então x(t) e y(t) obedecerão às equações de Euler-Lagrange: 30 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ x F dt d x F (10.1) 0= ∂ ∂ − ∂ ∂ x F dt d x F (10.2) Estas equações não são independentes. Estão interligadas pelo parâmetro t e deve-se portanto impor um vínculo a x e y . No caso de se adotar como parâmetro o comprimento do arco, tem-se: dx (t) dy (t) ds (t) dx (t) dy (t) ds (t) dy (t) ds (t) 222 )()()( tdstdytdx =+ st = 222 = + ds ds ds dy ds dx 122 =+ yx Nestas condições só uma equação diferencial é necessária. Exemplo: dtxyyxyxI )( 2 122 −++=∫ Provém do funcional: dxyyxyI xx ),(2 1,1 2 −++=∫ x y dtdx dtdy dx dyy x === / /, dtxdx = 1 - ( )yxyxFI ,,,= não depende explicitamente de t. 2 - ( ) ( ) ( ) ( ) ( )[ ]dtxkyykxykxkykxkyxFI −++== ∫ 21,,, 22 [ ] ( )yxyxFkdtxyyxyxK ,,, 2 122 =−++= ∫ homogênea de grau 1. 0 222 1 2222 = − + = − + −= ∂ ∂ − ∂ ∂ y yx x dt dy yx x dt dy x F dt d x F = 22 1 y dt dy 0 22 = + + −= ∂ ∂ − ∂ ∂ x yx y dt d y F dt d y F 31 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 122 Cy yx x =− + 222 Cx yx y =+ + 122 =+yx Parametrizar pelo comprimento de arco. Tomando-se: y = 1 - C1 satisfaz (1) mas não (2). x = 1 + C2 satisfaz (2) mas não (1). Não possuem extremos. Introduzindo-se o comprimento de arco como parâmetro, tem-se: 1=+yx (3) e o sistema é simplificado. xCy ds dx =+= 1 ( 1) yCx ds dy =+−= 2 ( 2) Substituindo-se (1) e (2) em (3), obtém-se: ( ) ( ) 12221 =−++ CxCy que é uma família de círculos de raio 1 e centro (C2, -C1). 11 A INVARIÂNCIA DA EQUAÇÃO DE EULER A equação de Euler – Lagrange independe do sistema de coordenadas (funcional é invariante). Mudança de coordenadas: ( ) ( )vuyx ,, → onde ( )vuxx ,= e ( )vuyy ,= , com o jacobiano 0,, ,, ≠ vu vu yy xx . Uma expressão do tipo ( )dxyyxF x∫ ,,, se transformará segundo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) duvvuduvxx vxx vyyvuyvuxFdxyyxF uuvu uvu uvu x ∫∫∫ Φ=+• ++= ,,,,,,,,, ,,,,,,,,,, (11.1) sendo: ( )[ ]uvux , ( )[ ]uvuy , u v v y u y du dy ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = u v v x u x du dx ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = (11.2) A equação 0 , = ∂ ∂ − ∂ ∂ xy F dx d y F se transformará em 0 , = ∂ Φ∂ − ∂ Φ∂ uvdu d v Em geral se usa mudanças de coordenadas para facilitar a resolução do problema. Exemplo: 32 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( )∫ −= −2ln 0 22, dxyeyeI xx x Equação de Euler – Lagrange: 0,, 2 =+− yeyy xxxx . Por conveniência, usar a mudança de coordenadas: ( ) 210 10 01 ln ≤≤≠==== u u Jvueuux x ( ) uxu vuud uud xd uvd y ,,1, === O funcional toma a forma: [ ] ueue u duvevueI uuuu u ==−= −−∫ lnln2 1 2ln22ln /1, ( )duvvI u∫ −=2 1 22, Equação de Euler-Lagrange: 0, =+vv uu Solução: usenCuCv 21 cos += Voltando às coordenadas primitivas, tem-se: xx esenCeCy 21 cos += 12 EXTREMOS MÓVEIS Seja o seguinte funcional: ( ) dxffxFI x x x∫= 1 2 ,, (12.1) e a sua variação: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) III dxffffxFdxffxFffffxF dxffxFdxffffxFI xx x xx x x xxx x x x xx x xx ∫∫ ∫∫ + + +++−++ =−++=∆ 11 1 1 0 1 0 11 0 ,,,,,, ,,,, δ δ δδδδ δδ (12.2) A parcela II se transforma pelo teorema do valor médio. 33 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ f0 f x (x1, f1) (x1+δx1, f1+δx1) x0 Af0 f x (x1, f1) (x1+δx1, f1+δx1) x0 A f x (x1, f1) (x1+δx1, f1+δx1) x0 A Figura 15 – Extremos. Teorema: Seja a < b e f uma função contínua no intervalo fechado[a, b] e derivável em a < x < b. Então existe um ponto c tal que a < c < b e ab afbfcf − − =′ )()()( . 111 11 1 , 11 ),,,,( xxx dxffffxF F xx x xx xx −+ ++ = ∫+ + δ δδ δ θδ ( ) 10,, 111 11 0 <<=++ += +∫ θδδδ δθδ xFdxffffxF xxxxx x xx (12.3) Em virtude da continuidade de F, tem-se que ( ) 1111 ,, ∈+= =+= xxxxxx ffxFF δθ onde 01→∈ quando 01 →xδ e 01 →fδ (12.4) Daí tem-se que: ( ) 1111111 ,, xxffxFxF xxxxxx δδδδθ ∈+= =+= (12.5) A parcela I que já foi estudada nos dá: 1 )1( 1 0 ~ RFdxFF x x +=−∫ δ (12.6) Onde R1 é um infinitésimo de ordem superior. 1 0 1 0 )1( x x x x x x f f Fdx f F dx d f FF δδ ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ =∫ (12.7) Como (x0, f0) é fixo 00 ==xxfδ e assim tem-se 1 )1( xx x f f FF =∂ ∂ = δδ . 34 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ x1+δx1 f x D A x1 C E FB δf1δf C ED δx1 δf1-δf fx x1+δx1 f x D A x1 C E FB δf1δf f x D A x1 C E FB δf1δf C ED δx1 δf1-δf fx δf1 x1+δx1 f x D A x1 C E FB δf1δf C ED δx1 δf1-δf fx x1+δx1 f x D A x1 C E FB δf1δf f x D A x1 C E FB δf1δf C ED δx1 δf1-δf fx δf1 CE = δ f1 – δ f ≈ f,x δ x1 BD = FC – EC = δ f 1111 , xfffBD xxxxx δδδ == −≈= (12.8) Daí tem-se que: 11 11 1 ~ xFdxF xx xx x δ δ = + ≈∫ (12.9) ( )111 1 )1( 1 0 )(, , ~ xxff f Ff f FFdxFF x xxxx x x δδδδ − ∂ ∂ ≈ ∂ ∂ =≈− = ∫ (12.10) Tem-se pois que, salvo um infinitésimo de ordem superior: ( )11111 )(,, xxfffFxFF xxxx δδδδ −∂∂+= = (12.11) Reagrupando-se os termos: 0 ,, , 111 1 = ∂ ∂ + ∂ ∂ −= == xxxxxx x f Ff f FfFxF δδδ (12.12) Se as variações δ x1 e δ f1 são arbitrárias e independentes, tem-se pela condição de extremo que 0, , = ∂ ∂ − x x f FfF e 0, = ∂ ∂ xf F em x = x1. Se as variações δ x1 e δ f1 são dependentes: supondo-se que o ponto fronteira transforma-se ao longo de certa curva ϕ (x). δ f1≈ ϕ ,x δ x1 f x δ(x1) ϕ(x) δ(f1) dϕ/dx=ϕ,x f x δ(x1) ϕ(x) δ(f1) dϕ/dx=ϕ,x E a condição de contorno tem a forma: 35 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) 0 , ,, 1 1 = ∂ ∂ −+ = x f FfF xxx xx δϕ (12.13) como δ x1 é arbitrário, tem-se a condição de transversalidade ( ) 0 , ,, = ∂ ∂ −+ x xx f FfF ϕ em x = x1. Esta condição estabelece a relação entre os coeficientes angulares ϕ ,x e f,x. Caso geral ( ) 0 , ,, = ∂ ∂ −+ x xx f FfF ψ em x = x0. ( ) 0 , ,, = ∂ ∂ −+ x xx f FfF ϕ em x = x1. Problema: A partir da equação de Euler – Lagrange determina-se a família de soluções f = f(x,C1, C2) e; a partir das condições de contorno (transversalidade) e das relações: f = f(x0,C1, C2) = ψ (x0) f = f(x1,C1, C2) = ϕ (x1) (12.14) determina-se x0, x1, C1 e C2. Exemplo: Determinar a condição de transversalidade para funcionais do tipo: dxffxAI x x x∫ += 1 0 2,1),( Equação de Euler – Lagrange: ( ) 0,, ,1 ,),(,1),( 2 2 =− + ++ xx x x x f f ffxAffxA ϕ [ ] ( ) 2 22 2 ,1 ,,1),(0,,,,1 ,1 ,),( x xx xxxx x x f ffxAfff f ffxA + + ==−++ + ϕϕ Se 0),( ≠fxA , tem-se a condição de ortogonalidade: ( ) 0,,1 =+ xxf ϕ . Exemplo: Determinar a distância mínima entre a parábola 2xy= e a reta 5=−yx . 36 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ y = x 2 y = x - 5(x0,y0) (x1,y1) y = x 2 y = x - 5(x0,y0) (x1,y1) Minimizar o funcional: dxfI x ox x∫ += 1 2,1 Sujeito às condições ( ) 2xx =Ψ em 0xx = e ( ) 5−=xxϕ em 1xx= . Solução da Equação de Euler – Lagrange: 21 CxCf += . Condições de Transversalidade: 021,,1 010 =⋅+=+ == xxxxxx Cxfψ 012 01 =+xC 011,,1 111 =⋅+=+ == xxxxxx Cfϕ 011 =+C Daí tem-se que: 11 −=C e 210 =x . Dos vínculos tem-se as relações: ( ) ( )00 xxf ψ= 20201 xCxC =+ ( ) ( )11 xxf ϕ= 51211 −=+ xCxC Daí tem-se que: 433 =C e 8231 =x A função minimante será 43+−= xf e a distância será: ( ) 8 219211 823 21 823 21 2 min ==−+= ∫ xdxϕ Vários problemas podem ser resolvidos usando-se o conceito de fronteira móvel, como, por exemplo: 1- Extremantes com pontos angulares x C (x1, f1) ϕ(x) B (x2, f2) A (x0, f0) x C (x1, f1) ϕ(x) B (x2, f2) A (x0, f0) Figura 16 – Extremantes com pontos angulares. Refração, reflexão, solução descontínua, solução de problemas com fronteira, etc. f(x) é contínua com derivadas descontínuas em certos pontos (pontos angulares). 37 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Em C a derivada à esquerda ( )0, 1 −xf x e a derivada à direita ( )0, 1 +xf x são diferentes. Tem-se, pois o funcional: ( ) ( )dxffxFdxffxFI x x x x x x ∫∫ += 2 1 2 1 0 1 ,,,,,, (12.15 ) Em cada intervalo, sendo f,x uma função contínua, podem-se empregar todos os resultados anteriores. • x0, x2 pontos fixos. • x1 fronteira móvel. A condição necessária de extremo toma a forma: ( ) ( )dxffxFdxffxFv x x x x x x ∫∫ += 2 1 2 1 0 1 ,,,,,, δδδ (12.16) com o ponto (x1, f1) sobre a curva ( )xϕ . f(x) atende a equação de Euler – Lagrange tanto em AC quanto em CB. Tem-se, assim, dois problemas com fronteira móvel. ( ) ( ) 1 011 1 11 1 0 1 , ,,,,, x f FfFdxffxF xxx xx x x x δϕδ −= ∂ ∂ −+=∫ (12.17) ( ) ( ) 1 012 2 22 2 1 1 , ,,,,, x f FfFdxffxF xxx xx x x x δϕδ += ∂ ∂ −+−=∫ (12.18) • 01 −x tende a x1 pela esquerda. • 01 +x tende a x1 pela direita. 0=Iδ ( ) ( ) 0 , ,, , ,, 012 2 22 011 1 11 = ∂ ∂ −+− ∂ ∂ −+ +=−= xxx xx xxx xx f FfF f FfF ϕϕ (12.19) Já que 1xδ é arbitrária. Exemplo: Refração de luz. 38 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ϕ(x) A B C Luz φ2 φ1 Meio 1 Meio 2 velocidade v1 velocidade v2 ϕ(x) A B C Luz φ2 φ1 Meio 1 Meio 2 velocidade v1 velocidade v2 Figura 17 – Refração de Luz. Princípio de Fermat – O caminho entre A e B minimiza o tempo de percurso. Velocidade dtdsv= . Tempo de propagação da luz entre dois pontos ∫= vdst . Tem-se, então: dxv f dx v f I B C x C A x ∫∫ +++= 2 2 1 2 ,1,1 . Para cada trecho f(x) é solução do funcional dxf x ox x∫ +1 2,1 . Tem-se pois: qpxf nmxf += += 2 1 . A condição de contorno em C será: 2 11 2 11 1 1 1 2 1 1 1 11 ,1 1 ,1 ,, ,1 , , xx x x x x x fvfv ff v f f FfF + = + − + = ∂ ∂ − 2 222 2 22 ,1 1 , , xx x fvf FfF + = ∂ ∂ − 2 11 1 1 1 ,1 ,, , , x xx x x fv f f F + = ∂ ∂ ϕϕ 2 22 2 2 2 ,1 ,, , , x xx x x fv f f F + = ∂ ∂ ϕϕ A C α β1 C B β2 A C α β1 C B β2 ( )αϕ tgx =, ( )11, βtgf x = ( )22 , βtgf x = 2 22 2 2 11 1 ,1 ,,1 ,1 ,,1 x xx x xx fv f fv f + + = + + ϕϕ t 39 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22 2 11 1 1 1 1 1 β βα β βα tgv tgtg tgv tgtg ++ ++ = ++ ++ sendo ( ) ( )11 sec1 ββ =+tg , então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 111 1 1 1 cos cos cos coscoscos coscos 1 v sensensensen α βα α βαβαββα βα − = + = + , assim: ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 1 1 cos cos cos cos vv α βα α βα − = − ( ) ( ) ==− − 2 1 2 1 cos cos v v βα βα constante. Como: ( ) ( ) ( ) ( )22 11 cos cos φβα φβα sen sen =− =− , temos: ( ) ( ) 2 1 2 1 v v sen sen =φ φ Lei de Snell. Outros problemas como funcionais com solução descontínua segue o mesmo raciocínio. Função f(x) é descontínua. A C B x0 x1 x2 A C B x0 x1 x2 Figura 18 – Função descontínua ∫∫∫ +== 2 1 1 0 2 0 x x x x x x dxFdxFdxFI 1 01 1 01 1 01 1 01 , , , ,, , f f F x f FfFf f Fx f FfFI xxx xxx x xxxxxx x δ δδδδ += +=−=−= ∂ ∂ − ∂ ∂ −− ∂ ∂ + ∂ ∂ −= (12.20) ou seja, 012 2 011 1 ,, +=−= ∂ ∂ = ∂ ∂ xxxxxx f F f F (12.21) 012 2 22 011 1 11 , , , , +=−= ∂ ∂ −= ∂ ∂ − xxx x xxx x f FfF f FfF (12.22) Condições de Weierstrass – Erdmann. 40 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 13 PROBLEMAS VARIACIONAIS COM RESTRIÇÕES Exemplos: a) Problema da catenária só possui solução quando se especifíca o comprimento da corda. b) Problema como vibrações inextensionais são formulados estabelecendo-se que a deformação é nula. Dado um funcional F as restrições ao mesmo podem ser dados por: 1) Funcionais – problema isoparamétrico. 2) Equações algébricas - vínculos holônomos. 3) Equações diferenciais – vínculos não-holônomos ou reônomos. Como no caso do extremo de funções usaremos aqui os multiplicadores de Lagrange (um número λ no caso (1) e uma função λ (xi) das variáveis independentes xi nos casos (2) e (3)). 13.1 Problema Isoperimétrico Teorema de Euler: qualquer ponto estacionário f = f(x) de: [ ] ( )dxffxFfI x x x∫= 1 0 ,,, (13.1) No domínio das funções sujeitas às condições: ( ) 00 fxf = e ( ) 11 fxf = (13.2) e à restrição: [ ] ( )dxffxGfK x x x∫= 1 0 ,,, (13.3) e que não for ponto estacionário para o funcional K[f], será, ao se escolher convenientemente o multiplicador de Lagrange λ , um ponto estacionário para: [ ] ( )dxffxHfL x x x∫= 1 0 ,,, , ( ) 00 fxf = e ( ) 11 fxf = (13.4) onde: ( ) ( ) λ+= xx ffxFffxH ,,,,,, (13.5) (incógnitas C1,C2, λ ). Exemplo: Encontrar a função f(x) com f(-a) = f(a) = 0 e comprimento l (l > 2a) que delimita junto com o segmento –a ≤ x ≤ a a região de área máxima. 41 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ f f(x) Amax a-a x f f(x) Amax a-a x Área ∫ − a a dxxf )( Comprimento ∫ − + a a x dxf 2,1 Funcional ∫ − = a a dxxfI )( ; Restrição ldxfK a a x =+=∫ − 2,1 ; Condição de contorno 0)()( ==− afaf . 2,1)( xfxfGFH ++=+= λλ ∫ − ++= a a x dxfxfL 2,1)( λ 1= ∂ ∂ f L 2,1 , , x x x f f f L + = ∂ ∂ λ Equação de Euler – Lagrange: 0 ,1 ,1 2 = + − x x f f dx d λ Solução: 1 ,1 , 2 = + x x f f dx d λ ( ) 2112 ,1,,1 , xx x x fCxfCx f f ++=→+= + λλ ( ) ( )22122 ,1, xx fCxf ++=λ ( )[ ] ( ) 212122, CxCxf x +=+−λ ( ) ( ) dx df Cx Cxf x = +− + = 2 1 2 1, λ ( ) ( ) 22122 λ=+++⇒ CxCxf Centro (-C1, -C2); raio λ. λ,,,1 0)()( 212 CCldxf afaf a a x =+ ==− ∫ − 22 21 0 aCC −== λ ( )aC == λ,02 neste exemplo. No caso do problema isoperimétrico não há qualquer limitação quanto ao número de restrições. Caso Geral: Dado o funcional: 42 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ [ ] ( )dxffffxFffJ x x xnxnn ∫= 1 0 ,111 ,,,,,,,,, (13.6) com as condições de contorno: ( ) 00 ii fxf = ; ( ) 11 ii fxf = ( )ni ,,2,1 = (13.7) e as restrições: ( ) j x x xnxnj ldxffffxG =∫1 0 ,,11 ,,,,,, ( )mj ,,2,1 = (m qualquer); (13.8) constrói-se o funcional: dxHdxGF x x x x m j jj ∫∫ ∑ = +=Φ = 1 0 1 0 1 λ (13.9) que nos fornece o sistema de n equações: 0 , = ∂ ∂ − ∂ ∂ xii f H dx d f H ni ,,2,1 = (13.10) As constantes de integração C1, C2, ..., Cn e os multiplicadores de Lagrange λ 1, λ 2, ..., λ m (m+2n incógnitas) são obtidas através das condições de contorno e das restrições. A formulação pode ser aplicada a qualquer tipo de funcional e valem todas as regras determinadas para condições de contorno naturais e móveis. Exemplo: ( )dxyyyxfI x x ∫ ′′′= 2 1 ,,, ( ) CdxyyyxgJ x x =′′′=∫2 1 ,,, dxfIgff x x ∫ ∗∗∗ =⇒+= 2 1 λ Equação de Euler – Lagrange: 02 2 = ′′∂ ∂ + ′∂ ∂ − ∂ ∂ ∗∗∗ y f dx d y f dx d y f Condições de contorno: y dado ou 0= ′′∂ ∂ − ′∂ ∂ ∗∗ y f dx d y f y′ dado ou 0= ′′∂ ∂ ∗ y f 43 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ 13.2 Vínculos Holônomos Determinação dos extremantes do funcional ( )dxffffxF x x xnxn∫1 0 ,11 ,,,,,,, (13.11) satisfazendo às condições de fronteira especificadas e sujeito a restrição do tipo: ( ) 0,,, 1 =ni ffx ϕ ; ( )nmmi <= ;,,1 (13.12) admitindo-se que os vínculos são independentes, isto é, que não se anula pelo menos um dos Jacobianos: ( ) ( ) j i m m fff ∂ ∂ ∂ ∂ ϕϕϕ ,, ,, 1 1 (13.13) Pode-se construir a função: ∑ = += m i ii xFH 1 )( ϕλ (13.14) Onde λ i(x) são funções da variável independente e vale o teorema: Qualquer ponto estacionário de (13.11) no domínio das funções sujeitas aos vínculos (13.12) será, ao se escolher convenientemente os multiplicadores λ i(x) (i = 1, ..., m) um ponto estacionário do funcional. ∑ = += m i ii xFH 1 )( ϕλ (13.15) Exemplo: Achar a função extremante do funcional d xzyI 2 1 0 2 ′+′= ∫ sujeito às condições de contorno 0)0()0( ==zy e 1)1()1( −==zy e à restrição 031 =++= zyxϕ . Solução: m = 1, n = 2 m < n Jacobianos 01≠=∂∂ yϕ Função auxiliar ( ) ( )( )zyxxzyH +++′+′= 322 λ . 44 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ ( ) dxzyzyxHL ∫ ′′=1 0 ,,,, 2 equações de Euler Lagrange. 0= ′∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ y F xy F 02 =′′−yλ 2λ=′′y 0= ′∂ ∂ ∂ ∂ − ∂ ∂ z F xz F 02 =′′− zλ 2λ=′′z 0=′′−′′ zy 1Czy =′−′ das restrições tem-se que: 23xzy −=′−′ 2 1 32 xCy −=′ → 223 12 Cxy +−=′ 21 3 22 CxCxy ++−= 00)0( 2 == Cy 10)1( 1 == Cy 2/)( 3xxy −= 2222 33 33 xxxxxyxz −−=+−−=−−= 2/)( 3xxz −−= xxzy 6)3(222 −==′′=′′=λ x6−=λ 13.3 Restrições não – holonômicas ou reonômicas Dado o funcional ( )dxffffxFI xnxn x x ,,11 1 0 ,,,,,, ∫= (13.16) com restrições do tipo: ( )xnxni ffffx ,,11 ,,,,,, ϕ )(,1 nmmi <= (13.17) considere o funcional dxHdxxFL x x x x m i ii ∫∫ ∑ = += = 1 0 1 0 1 )( ϕλ (13.18) como no caso anterior. 45 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Para que as equações diferenciais ϕ i sejam independentes é necessário que pelo menos um dos jacobianos 0≠ ∂ ∂ i i y ϕ ( ) ( )xmxx m fff ,,2,1 21 ,,, ,,, ∂ ∂ ϕϕϕ (13.19) seja diferente de zero. 14 MÉTODO DE RITZ Dado o funcional: ( )[ ]xyI (14.1) Considera-se y(x), não como uma curva arbitrária admissível, mas como combinações lineares. ( )∑ = = n i iin xWy 1 α (14.2) α i são constantes (a determinar) de membranas de uma certa família de funções linearmente independentes Wi(x). Para que yn(x) sejam funções admissiveis Wi(x) deve atender certas limitações assegurando a suavidade e o cumprimento das condições de fronteira (ao menos das cinemáticas). Substituindo-se yn no funcional e processando-se a integração, um funcional ( )[ ]xyJ se transforma em uma função das variáveis α i: ( )[ ] ( )ixyJ αΦ= (14.3) Os coeficientes α i se escolhem de modo que a função ( )iαΦ tenha um extremo; em conseqüência, α 1, α 2, ..., α n devem ser determinados através do sistema: ( )ni i ,,2,10 == ∂ ∂ α ϕ (14.4) Passando ao limite ∞→n , se obtém - no caso em que o limite existe – a função. ( ) ( )∑∞ = = 1i ii xWxy α (14.5) que é a solução exata. 46 Introdução ao Cálculo Variacional – Paulo Batista Gonçalves ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _ Veja que se ( )[ ] ( )[ ]xyIxyIn n min maxlim = ∞→ , não implica
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