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Formação do Mundo Contemporâneo: O século estilhaçado - Maurício Parada (questões)

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Questões sobre o livro “Formação do Mundo Contemporâneo - O século estilhaçado”, de Maurício Parada.
Questão 1 – Principais questões teóricas relativas às temporalidades do século XX
Existe uma impossibilidade de síntese causada pela dificuldade da apreensão da temporalidade do século XX. As duas argumentações citadas para evidenciar esse impasse são paradoxais, assumindo uma temporalidade ora longa ora curta, e arbitrárias, visualizando a situação sob óticas distintas (econômica e política).
Giovanni Arrighi, economista político italiano, apresentou a ideia de longevidade a partir do contexto econômico do capitalismo americano. Dessa forma, a hegemonia política d o acúmulo cíclico se tornaram pontos de partida para essa análise.
Em contrapartida, Eric Hobsbawm, historiador inglês, analisou a temporalidade da época sob uma ótica da tensão macropolitica oriunda do conflito entre capitalismo e socialismo. Assim, “o século teria a brevidade da existência do socialismo na antiga União Soviética e na sua disposição revolucionária de combater o capitalismo americano/europeu.” (PARADA, 2014)
Questão 2 – Principais autores e conceitos e como eles se articulam
	O autor constrói o seu argumento a partir de uma análise descritiva das teorias de outros pensadores acerca da chamada sociedade da informação, com a qual ele consegue estabelecer suas contraposições e desvendar os cernes políticos, econômicos e ambientais da mesma.
	Primeiramente, é citado o economista Fritz Machlup, que, a partir de seus estudos sobre produção e distribuição de conhecimento, introduz a discussão sobre a sociedade da informação através do conceito de indústria do conhecimento ― um conceito que vai definir, para Machlup, as novas organizações sociais nascidas com a modernidade, distinguindo-as “em cinco setores: educação, pesquisa e desenvolvimento, meios de comunicação, tecnologias e serviços de informação” (PARADA, 2014).
	Maurício Parada começa, então, a desenvolver o capítulo a partir dessa discussão iniciada sobre as novas organizações sociais e as novas formas de gestão do conhecimento. Ele menciona algumas das teorias que começaram a se desenvolver na metade do século XX e, de certa forma, relacionavam o crescimento dos sistemas de informação com as mudanças observadas na organização social: Peter Drucker abrangeu o aspecto econômico, observando um caminho para uma “estrutura econômica baseada do conhecimento”; Daniel Bell se refere a uma “sociedade pós-industrial”, na qual há uma nova organização dos meios produtivos; Alain Toraine acrescenta a valoriação do aspecto cultural, pelo qual se produz “bens simbólicos”, que, nessas novas circunstâncias, passam a ter grande valor social.
	O texto ainda apresenta outros teóricos. O filósofo Jean-François Lyotard, por exemplo, destaca a circulação e o fenômeno da fragmentação de informação na sociedade que ele caracteriza como “pós-moderna”, mas assim como os autores já citados, também centraliza sua teoria na valorização do conhecimento, que “tornou-se o princípio [sic] força de produção ao longo das últimas décadas”(LYOTARD, 1979).
	Parada também nos traz pensadores que criticaram tais abordagens sobre a sociedade moderna. Frank Webster posicionou-se contrariamente a concepção de “sociedade da informação” porque, segundo ele, o termo implica a ideia de “um tipo completamente novo de sociedade”, sem considerar os aspectos contínuos. Porém, logo nos é apresentado um contraponto, trazido ao texto através da teoria de Antonio Negri e Michael Hardt, a qual inclui tanto os conceitos novos referentes à sociedade da informação e o conhecimento, quanto a lógica capitalista (considerada um aspecto social contínuo) contemporânea.
	Em suma, podemos dizer que a estratégia da simples descrição das teorias acerca do tema funcionou bem para o objetivo final de Maurício Parada, que mostrou ser apenas o de contrapô-las, sem compromisso nenhum com uma síntese ou definição de quais foram os reais efeitos das mudanças sociais observadas.