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Alegações Finais

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA (...) VARA CÍVEL DA COMARCA DE (...) DO ESTADO (...).
(05/10 linhas)
Processo autuado sob o nº (...)
ANTÔNIO DA SILVA JÚNIOR, já qualificado nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS PATRIMONIAIS E MORAIS, pelo rito ORDINÁRIO, de número em epígrafe, que lhe move contra WALTER COSTA, igualmente qualificado, vem por seu advogado – doc. anexo – nos termos do artigo 364§2º do Código de Processo Civil/2015, apresentar RAZÕES FINAIS, pelo que expõe e requer a Vossa Excelência o seguinte:
1. DA SÍNTESE DOS FATOS
Conforme se pode extrair dos autos, o autor ingressou com “Ação de Indenização por Danos Patrimoniais e Morais” em face do réu, sob a alegação de que teria sido atingido pelo coice de um cavalo de propriedade deste.
Sendo mais específico, em janeiro do ano de 2009, o autor voltava da escola para casa, caminhando por uma estrada de terra na região rural onde morava, quando foi atingido pelo coice de um cavalo que estava em um terreno à margem da estrada.
Com efeito, referido animal é de propriedade do réu, sendo certo que o coice levado pelo autor causou sérios danos à saúde no mesmo, gerando, por conseguinte, a necessidade de ter que se submeter a tratamento longo e custoso.
Aliás, os danos ocasionados no autor conforme demonstrado na exordial, são não só de natureza material – custos com o longo tratamento ao qual teve que se submeter –, mas, também, de natureza moral, tendo em vista a violação dos direitos da personalidade do mesmo, notadamente em relação à sua integridade física e psíquica, atingidas pelo evento danoso.
Saliente-se, inclusive, que os danos (material e moral) sofridos pelo autor foram devidamente comprovados na instrução processual, assim como os demais requisitos da responsabilidade civil.
Em outras palavras, não resta dúvida que o autor, diante de todas as peculiaridades que cercam o caso em questão, tem direito à devida reparação pelos danos sofridos em decorrência do coice do cavalo de propriedade do réu, razão pela qual a Ação promovida pelo mesmo deve ser julgada, pelo Juízo a quo, totalmente procedente.
2. DO DIREITO
Conforme se pode extrair da contestação apresentada pelo réu, dois foram os fundamentos utilizados pelo mesmo, quais sejam: primeiro, a questão da suposta ocorrência da prescrição trienal; e, segundo, a alegação de que não estariam presentes os fundamentos da responsabilidade civil por inexistência de culpa do mesmo.
Contudo, data vênia, tais argumentos não podem prosperar, devendo a sentença ser julgada totalmente procedente.
É que, quanto à prescrição trienal, tem-se que não ocorreu no caso em tela, tendo em vista que o Apelante é absolutamente incapaz, situação essa que afasta a prescrição.
Aliás, uma simples leitura do dispositivo legal constante no art. 198, inciso I, do Código Civil permite concluir, em combinação com o art. 3º também do Código Civil, que não houve prescrição, senão vejamos:
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º;
Assim, tem-se que a prescrição não corre contra os absolutamente incapazes. Em complemento ao dispositivo legal acima transcrito, o Código Civil, em seu art. 3º, estabelece o seguinte:
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
Ora, o autor era, como continua sendo, absolutamente incapaz para praticar os atos da vida civil, razão pela qual não corre a prescrição contra o mesmo.
Nesse contexto, pode-se concluir com o seguinte silogismo:
Premissa maior: de acordo com a legislação civil pátria, a prescrição não corre contra os absolutamente incapazes para praticar atos da vida civil.
Premissa menor: o Apelante é absolutamente incapaz para praticar atos da vida civil.
Conclusão: logo, a prescrição trienal da reparação civil, no caso em tela, não se operou. 
Desta forma, é incontroverso o fato de que não há que se falar em prescrição no caso em tela, devendo ser a sentença se julgada procedente em relação a este ponto.
Superada a questão da prescrição – que, no caso, não existe – passa à necessidade de se enfrentar a alegação de ausência de um dos requisitos da responsabilidade civil, qual seja, a conduta culposa.
Aliás, deve-se registrar que o único elemento da responsabilidade civil que o réu alegou a inocorrência no caso em tela foi a culpa, situação esta que permite concluir que todos os demais requisitos não foram afastados.
Em outras palavras, a conduta – ou seja, ato do cavalo de propriedade do réu –, o nexo causal e os danos (material e moral) não foram afastados, sendo certo que restam incontroversos.
A única situação, como dito, refere-se à culpa do réu no dever de guarda do animal, o que, data vênia, não ocorreu.
Diferente do que sustentado pelo réu, não houve, no caso em tela, emprego do “cuidado devido” pelo mesmo, tendo em vista que deixou o cavalo em local de passagem de outras pessoas, inclusive de crianças, razão pela qual não há que se falar em culpa da vítima ou força maior.
Com efeito, de acordo com o que estabelece o Código Civil pátrio, as únicas situações que poderiam excluir a responsabilidade do detentor do animal seriam a comprovação da culpa exclusiva da vítima ou a força maior, conforme se pode extrair do art. 936 do referido diploma legal, in verbis:
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Ademais, a criança sempre retornou da escola para casa pelo caminho em questão e jamais tinha ocorrido qualquer situação semelhante, sendo certo, ainda, que o local em que o cavalo se encontrava não era apropriado para que o mesmo se encontrasse sem a supervisão do seu detentor/proprietário.
Ora, se o réu queria deixar seu cavalo, mesmo que amarrado, sem a sua supervisão, deveria ter colocado em um pasto cercado, local este que não teria acesso por ninguém, principalmente por uma criança, absolutamente incapaz.
Em outras palavras, a conduta do réu afasta por completo qualquer entendimento de ausência de culpa, até porque não foi o autor, quem adentrou em local cercado em que o cavalo estava, mas sim, foi referido animal, de propriedade do réu, que estava amarrado em local de passagem de outras pessoas. 
 
Ainda:
RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAL E MORAL. CRIANÇA DE 02 (DOIS) ANOS E 09 (NOVE) MESES ATACADA VIOLENTAMENTE POR CÃO DE GRANDE PORTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO DONO. NÃO COMPROVAÇÃO DE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR (ART. 936 DO CC E ART. 333, INC. II, DO CPC). DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. INVIABILIDADE, NO CASO, DE MINORAÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA. RECURSO IMPROVIDO. O detentor de cachorro bravio é, objetivamente, o responsável passivamente para, em juízo, responder pela indenização derivada de danos material e moral causados por virulento e lesivo ataque do animal contra criança de tenra idade, a menos que prove culpa da vítima ou força maior (art. 936 do CC). Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2008.054787-0, da comarca de São José (2ª Vara Cível), em que é apelante Luiz Fernando Ferreira Hosch e apelado Thiago Rocha da Silva Gomes: 
Com vistas a esclarecer em sua plenitude a discussão proposta, traz-se à baila o conceito de Responsabilidade Civil no magistério de Álvaro Villaça Azevedo (2008, p. 244), o qual esclarece que “é a situação de indenizar o dano moral ou patrimonial, decorrente de inadimplemento culposo, de obrigação legal ou contratual, ou imposta por lei, ou ainda, decorrente do risco para os direitos de outrem.”
 
Com efeito, bastava o cavalo está guardado em local apropriado – pasto cercado – que o evento danoso não teria ocorrido, ou seja, teria sido evitado ou impedido, razão pela qual não há que se falar em ausênciade culpa do réu.
Nesse contexto, não havendo que se falar em ausência de culpa, é forçoso concluir que o réu não empregou o devido cuidado, restando configurada a conduta culposa.
Portanto, é extreme de dúvidas que a presente ação deve ser julgada totalmente procedente, como de Direito e Justiça.
 
4. DO PEDIDO
Ante o exposto, pugna a Vossa Excelência:
Receber e processar a presente Alegações Finais e documentos que a instruem,
Que sejam julgados procedentes os pedidos formulados pelo autor porque sendo inelutável a presença do elemento culpa do réu, torna-se imperioso reconhecer o dever de reparação, haja vista que, como dito acima, todos os demais elementos – dano e nexo causal – estão presentes no caso em tela de forma incontroversa,
Requer, também, a condenação do Réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do Artigo 85 “caput” Código de Processo Civil/2015.
Termos em que pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
Número da Inscrição na OAB
Endereço do advogado para intimação

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