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A DISLEXIA A dislexia é um dos termos mais utili- zados dentro das dificuldades de apren- dizagem. Sendo a aprendizagem da lec- toescrita tão complexa como foi mencionado, as dificuldades que .podem se apresentar neste processo são igual- mente complexas. "Compreender" as causas pelas quais uma criança tem difi- culdades na sua lectoescrita é de suma importância para encontrar estratégias adequadas para enfrentar sua dificulda- de. Nem todas as crianças que têm disle- xia .apresentam as mesmas característi- cas, sendo a única característica comum, apresentarem dificuldades na lectoescrita. Ao ser a leitura e escrita os mediadores do ensino na grande maio- ria das escolas, encontramos uma alta porcentagem de crianças que carecem dos instrumentos básicos para uma es- colarização bem sucedida. Antes de analisar os fatores das difi- culdades na aprendizagem da leitura é importante compreender o que se deno- mina "dislexia" e o que chamamos "atra- so leitor". Habitualmente diz-se que uma criança é disléxica quando encontra di- ficuldades na aprendizagem da leitura apesar de ter um desenvolvimento inte- lectual adequado para esse processo. 159 picas: as letras p, q, b e d são intercambiáveis. As sílabas podem estar invertidas] o g~.lo e o cachorro viajavam juntos. Tinham atravessad montanhas e dos e encontravam-se num bosque quando fora surpreendidos pela noite,' O galo acocorou-se num carvalh enquanto o cachorro decidiu proteger-se num buraco de um" árvore e vigiar dali. Ao amanhecer, Çl;uandoo galo cantou, a rapos que andava por ali respondeu e d~r,Vôu..se ao pé da árvore. ' untos. Tarv Elg a 'Ha dia apomon o] avia nae derr pão ri esenquo tanhastv.ost ntarpan dos sol puecua po ser nenu ~ dren ache. enca oplen Qial Legal es ra nur entra An 10 moa i Der pio rse ecod Puele qeci ege ene lea IVI ro port Ihu rdol gil peal man nopl ar ardes Ata ec a ega ntõle li. ercu loca lía acu tola doI. rodue npa pio eados belar proa da is qui o texto diz: 160 ----_._----_. ._-------- ----------_. __ .._-------------- Exist~m alguns autores que fazem uma p.iferenciação entre leitores com atraso ~ sujeitos disléxicos. Com isto, referem- ~e às crianças que têm um atraso de dois ou mais anos na aprendizagem da leitura e que pode ser devido a fatores emocionais, motivacionais, sociocultu- Tais ou educativos. No caso da dislexia, nenhum dos fatores mencionados é a causa explicativa, o que não exclui que algumas crianças que apresentem disle- xia tenham algumas das características mencionadas, associadas ao seu pro ble- mano Como foi analisado anteriormente, a lectoescrita exige tanto os aspectos per- ceptivos visuais como os auditivos. Inter- vêm nesse processo ambos os hemisfé- rios; no reconhecimento da palavra como um todo intervém o hemisfério direito, no reconhecimento de grafemas e fone- mas intervém o hemisfério esquerdo. Por outro lado, não existe uma crian- ça disléxica; cada criança que apresenta dislexia é um caso único. Devido ao que mencionamos sobre a complexidade do processo, se existe uma disfunção numa área cerebral e suas respectivas conexõ- es com áreas corticais, os sinais que apa- reçam terão traços particulares. A com- plexidade do processo lectoescritor levou a classificações complexas da dis- lexia. Border (1973) classifica como disle- xia disfonética, diseidética e mista. Mat- tis (1975) classifica-as como dislexia com alteração primária da linguagem, dislexia com transtorno articulat6rio grafomotor e dislexia com transtorno vi- soperceptivo". Risuefío (2005) propõe uma classifi- cação que recebe contribuições de al- guns cientistas": 1. Dislexías-dísgrafías lingüísticas ou disfonéticas. • por processamento auditivo. • por falhas na estruturação da lin- guagem. 2. Dislexias-disgrafias visomotoras ou diseidéticas. • Disgestálticas. • Grafomotoras. As dislexias-disgrafias lingüfsticas ou disfonéticas "são transtornos especí- ficos da aprendizagem que apresentam falhas no processamento perceptivo au- ditivo e em especial daquilo que se escu- ta e a expressão oral da leitura ou gráfi- ca da escrita?". Quando existem falhas das gnosias no processamento auditivo, ou seja, por pro- cessamento auditivo, é quando não há uma discriminação correta ou são descon- hecidos os fonemas que compõem as pa- lavras ouvidas. Existem também conse- qüentemente falhas na expressão escrita nos casos de ditados. Estas falhas não ocorrem por existir uma hipoacusia, ou seja, a criança escuta bem, porém não há um adequado processamento dos fone- mas no seu cérebro. Entre as característi- cas que apresentam as crianças com este problema podemos mencionar: • Dificuldades no ditado. • Substituições: mudanças de letras por outras de fonética similar. • Inversões: modificação da seqüên- cia das letras ou das sílabas em uma palavra. Por exemplo: saca por casa. • Déficit na seqüência da memória auditiva: existe dificuldade de com- 161 preender a palavra ouvida. Depen- de do tamanho da palavra e da fa- miliaridade da mesma. • Latências, lentidão, falsos arran- ques: refere-se ao tempo prolonga- do entre a recepção do estímulo e a chegada ao córtex e o início da res- posta adequada. Neste caso o re- conhecimento do fonema para transformar-se em grafema demora um tempo excessivo. • Omissões: supressão de uma ou vá- rias letras ao ler ou escrever. Pode aparecer somente na leitura e não na escrita ou ao contrário. Devem ser descartadas falhas na articula- ção da palavra que não sejam devi- das a disfunções do cortex. • Agregados: aumentar letras ou com- binações de letras ou repetí-las. • Dissociações: separação inadequa- da das palavras. • Má pronúncia em palavras familiares. • Má identificação da primeira letra com mudança da palavra. • Soletrar alterado de uma palavra ouvida. • Dificuldade para fazer rimas. • Dificuldade para recitar o alfabe- to. Quando as falhas ocorrem por falhas na estruturação da linguagem não se está falando de uma dislexia propria- mente dita, mas sim de uma falha sinto- mática secundária de um transtorno da linguagem. Existem falhas na sintaxe e há uma utilização inadequada das pala- vras ao falar. 162 -- • Alterações na lateralidade. As dislexles-disgreiies yi$il"~:,,: ou diseidétices se expressam p(f dades na, percepção visoespaciak, do as falhas nas gnosias ou nas pt, No caso deste tipo de dislexias p~' mos distinguir as disgestálticas, nas q as falhas gnósicas ocorrem no procesã rnento visual. Pode ser observada: • Dificuldades de orientação espacig • Falhas no esquema corporal. • Rotações: confusão de letras q .. - ~.~~~~'\ têm orientação espacial diferent~'W b d qp. '\t '.~ • Perda do lugar do texto que se es:r~' va lendo ou do lugar em cima,eii~ baixo, esquerda direita na leitUlz,t escrita. Neste caso pode-se falar,l{~ dispraxias visuais. ,j • Falhas na discriminação figUrafui ...~ do. ~ ,~ isílabas;~ i~ ''ti 1;~ ~ ,~ • Falha na associação do grafema\~ '3 do fonema.j .~i • Não reconhece o erro cometido. ,~ :.j ti • Falha na cópia. 1 • Agnosias de integração: pode sale~ trar a palavra escrita, porém não .:~ lê por ~mpl:to. :J, ; dislexias-disgrafias grafomotoras 'rem-se às alterações nas praxias. clem ser 'observadas: • Inversões. • Omissões. • Ao escrever unem letras, palavras. • Distorções ou deformações. Dificuldades ao escrever. Dificuldades de ordenamento se- qüencial, '. Alterações na motricidade fina. • Dispraxias ídeomotoras nas quais a criança tem consciência dos seus erros.