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APOSTILA - DIREITO ADM - LFG 2015

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DIREITO ADMINISTRATIVO
(www.marinela.ma)
Aula 1 (23.01.2015)
Fernanda Marinela
Dicas de Manuais:
Celso Antônio Bandeira de Mello
José dos Santos Carvalho Filho
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
1. DIREITO E DIREITO ADMINISTRATIVO
Direito é um conjunto de normas de conduta coativa impostas pelo Estado, traduzindo regras de conduta social, que realizam a justiça assegurando a existência e a coexistência pacífica dos indivíduos em sociedade.
Importante lembrar da idéia de Direito posto, que nada mais é do que o direito vigente em dado momento histórico. 
Para fins de facilitação dos estudos, o Direito foi subdividido em vários ramos: direito público, direito privado, direito interno, direito internacional. 
Direito Público: atuação do Estado na satisfação do interesse Público; 
Direito Privado: relação entre particulares- interesses privados;
Direito Interno: aquele que trata das relações internas, dentro do território nacional;
Direito Internacional: aquele que trata das relações externas, com pessoas jurídicas, físicas ou países estrangeiros
Nesta organização didática, o Direito Administrativo nada mais é do que um ramo do Direito Público Interno, eis que ele se preocupa com as relações dentro do território nacional.
NORMA DE DIREITO PÚBLICO X NORMA DE ORDEM PÚBLICA
Estas duas normas não são sinônimas, não devendo ser confundidas. Norma de Ordem Pública é aquela norma imposta coativamente à sociedade e que não pode ser afastada (não pode ser modificada pela vontade das partes). Já a norma de Direito Público é aquela norma que se preocupa com a atuação do Estado na satisfação do interesse público. 
Norma de ordem pública é muito maior que direito público. Assim, nem toda regra de ordem público é direito público, mas toda regra de direito público é de ordem pública.
Ex. Dever de Licitar é direito público e também ordem pública; pagar imposto de renda é direito público e ordem pública; já os impedimentos para casamento não é direito público, mas é ordem pública
Especificamente quanto ao Direito Administrativo, inicialmente pensavam os doutrinadores que ele era tão somente um estudo de leis, razão pela qual foi criada no direito comparado a Escola Legalista ou Escola Exegética. Esta Escola dizia que o D. Administrativo não se preocupava com o estudo dos princípios. 
Esta teoria fica superada ao passo que os estudiosos entendiam que o D. Administrativo também estudava princípios, surgindo a Escola do Serviço Público. Para eles o D. Administrativo estudava o serviço público que neste contexto nada mais era do que toda atuação do Estado, tudo que o Estado exercia.
Passou-se a verificar também falhas na teoria daquela Escola, eis que se pensar assim, que D. Administrativo era o estudo do serviço público, excluir-se-ia diversos ramos do Direito. Veio, então, o Critério do Poder Executivo que falava que o D. Administrativo estudava tão somente o Poder Executivo, idéia que restingia a competência subsidiária dos demais poderes – que também exercem atividade administrativa, mesmo que de forma menor. 
Aparece então o Critério das Relações Jurídicas que dizia que o Direito Administrativo estuda todas as relações jurídicas do Estado, o que também é falso, eis que se assim o fosse, não precisaríamos dos demais ramos do D. Público. 
Criam a partir daí o Critério Teleológico, que falava que o D. Administrativo é um sistema de princípios para regular a atividade administrativa do Estado no cumprimento dos seus fins. Este critério foi acolhido no Brasil por Celso Antônio Bandeira de Mello, contudo, os nossos doutrinadores falavam que era verdade que o D. Administrativo era sistema de princípios, que regulava atividade administrativa, mas que dizer só isso era insuficiente. 
Tentando melhorar o conceito veio uma nova teoria que era o Critério Residual ou Negativo, que falava que o D. Administrativo se preocupa com a atuação do Estado, excluindo a função Administrativa e a função Jurisdicional. Esta idéia é verdadeira, mas também é pouco.
Adveio por conta disso o Critério de Distinção da Atividade Jurídica e Social do Estado, que falava que o que era jurídico era competência do Estado, mas o que era social não. Este critério também foi dito insuficiente.
Hely Lopes Meirelles então teve uma idéia, admitiu que vários conceitos foram acolhidos mas considerados pobres e propôs agregá-los, formando o Critério da Administração Pública, sendo este o mais acolhido pelo ordenamento brasileiro. Por este critério..Direito Administrativo é um conjunto harmônico de regras e princípios que regem os órgãos, as entidades, os agentes no exercício da atividade administrativa tendentes a realizar de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado.Regime Jurídico Administrativo
Objetivos definidos pela Constituição
As atuações, como ditas no conceito são:Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo
Diretas: independe de provocação (o que exclui a função jurisdicional);
Concretas: possui efeitos concretos, destinatários determinados; fica excluida deste conceito a função legislativa eis que esta é uma função abstrata;
Imediata: diz respeito à atividade jurídica- a idéia é excluir a função social do Estado que é uma função mediata
Assim, a evolução das teorias é a que segue
Escola Legalista ou Escola Exegética
Escola do Serviço Público
Critério do Poder Executivo
Critério das Relações Jurídicas
Critério Teleológico
Critério Residual ou Negativo
Critério de Distinção da Atividade Jurídica e Social
Critério da Administração Pública
2. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Fonte é aquilo que vai gerar normas, regras do Direito Administrativo.
2.1 LEI
Quando pensamos na Lei é importante que nos lembremos da Lei em sentido amplo, ou seja, qualquer espécie normativa. A Lei é uma fonte primária do Direito Administrativo.
Em nosso ordenamento temos normas inferiores e normas superiores (estrutura escalonada ou hierarquizada), assim, temos que as normas inferiores devem ser compatíveis com as normas superiores e todas elas com a constituição Federal
LO/LC
 CF
......
......
regulamento
O nosso ordenamento guarda o que o STF chama de “Relação de Compatibilidade Vertical”, que nada mais é do que a norma inferior ter que ser compatível com a superior e todas elas com a CRFB.
2.2 DOUTRINA
É o resultado do trabalho de nossos estudiosos. A doutrina brasileira em D. Administrativo é muito divergente, razão pela qual por diversas vezes é necessário se albergar de outras fontes. 
2.3 JURISPRUDÊNCIA
São julgamentos reiterados sempre no mesmo sentido. Atenção!!! A súmula hje no Brasil tem ois prismas diferentes: a súmula que orienta e súmula que vincula (lembrando que Súmula Vinculante é problema do STF- é um procedimento próprio e não editada de qualquer jeito).
2.4 COSTUME
É uma prática habitual/reiterada, acreditando ser ela obrigatória. Mas atenção!!! Ele não cria nem extingue uma obrigação!!
2.5 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
É a viga mestre, as regras que estão na base, no alicerce do ordenamento jurídico. Este Princípio Geral do Direito poderá ser expresso ou implícito.
3. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS/ MECANISMOS DE CONTROLE
Praticado um ato administrativo, quem pode rever este ato? Quem pode controlar este ato? São dois os mecanismos de controle existentes:
Contencioso Administratico ou Sistema Francês
É chamado de Sistema Francês por ter surgido na França e por ele, praticado um ato administrativo, este ato será revisto, controlado pela própria administração.
Neste sistema, excepcionalmente, o poder judiciário aparece- nas atividades públicas de caráter privado, propriedade privada, estado e capacidade das pessoas e nos casos de repressão penal.
Jurisdição Única ou Sistema Inglês
Como regra, quem controla, quem devide é o Poder Judiciário mas mesmo nos casos em que a decisão é do Judiciário, ter-se-á a presença da revisão pela própria Administração.
O Sistema adotado pelo Brasil é o Sistema de Juridição Única, o que significadizer que quem faz o controle dos atos da administração é o Poder Judiciário, sendo certo que este sistema sempre foi adotado. 
Atenção!! Em 1977, a EC 7/77 tentou introduzir o Contencioso Administrativo, mas a regra foi inoperante.. ela nunca saiu do papel.
Se cair na prova o que seria o Sistema Misto de Controle, o que seria? Será que seria possível a sua criação???A doutrina diz que não cabe sistema misto eis que a mistura é natural dos dois sistemas e como assim é não há que se pensar em sistema misto
4. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
Eles não são conceitos sinônimos, devendo ser pormenorizados para que não haja confusão.
4.1 ESTADO
É Pessoa Jurídica de Direito Público.
Pessoa Jurídica é aquela pessoa que tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é aquela que tem personalidade jurídica. 
Atenção à Teoria da Dupla Personalidade que dava ao Estado duas caras, ora ele tinha personalidade pública (quando atuando nas relações públicas), ora tinha personalidade privada (quando nas relações privadas). Esta Teoria foi superada desde o antigo Código Civil de 1916, falando que a personalidade é tão somente pública. 
E o que significa Estado de Direito? É aquele Estado que tem lei e que obedece as mesmas; é aquele Estado politicamente organizado.
São elementos do Estado:
Povo: grupo de pessoas que guardam entre si relação, interligação. É o componente humano;
Território: é a base física;
Governo: Comando, direção do povo;
Finalidades específicas
O Estado tem três poderes bem definidos (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário), poderes estes que possuem funções típicas, que são as funções principais, precípuas; e atípicas, que são as secundárias.
	
	Função Típica
	Função Atípica
	Poder Legislativo
	Função legislativa (tem como característica o poder de inovar o ordenamento jurídico- função geral e característica abstrata, esta última que somente este poder tem)
	Jurisdicional e Administrativa
	Poder Judiciário
	Função jurisdicional (característica concreta como regra; função indireta onde ele é inerte, só agindo quando provocado; não podendo inovar no ordenamento; e intangibilidade jurídica que é a impossibilidade de mudança/ efeitos da coisa julgada)
	Legislativa e Administrativa
	Poder Executivo
	Função administrativa (falamos de função concreta; direta; que não inova o ordenamento; e que é revisível pelo Poder Judiciário)
	Legislativa e Jurisdicional
Atenção à Função de Governo ou Função Política, que são situações de gestão superior da vida Estatal. São situações que tem alto grau de discricionariedade e não se confundem com o simples administrar, se sobrepõe ao simples dia-a-dia da administração. São exemplos disso: sanção/veto; declaração de guerra ou de paz; decretação de Estado de Defesa ou de Sítio.
Elas não podem ser encaixadas como função legislativa, administrativa e jurisdicional.
4.2 GOVERNO
É o comando, a direção do Estado, da Pessoa Jurídica.
E para que o Estado seja independente é indispensável que o Governo seja soberano, ou seja, aquele que tem independência internacional e supremacia interna. 
4.3 ADMINISTRAÇÃO
Quando pensamos em administração, devemos lembrar em máquina administrativa, no aparelhamento estatal. Hoje os nossos doutrinadores colocam dois enfoques diferentes:
Aspecto formal, subjetivo ou orgânico: é a administração enquanto aparelho estatal, ou seja, aqui estamos falando dos Órgãos, dos Agentes, dos Bens que compõe a administarção pública;
Administração Pública (com maiúscula)
Aspecto material ou objetivo: aqui estamos pensando na atividade administrativa, atividade de administrar exercida pelo Estado. 
administração pública (com minúscula)
Fique por dentro: NCPC está aguardando sanção presidencial e importa no D. Administrativo em razão das inúmeras mudanças inclusive, em seu artigo 15, o CPC fala que esta norma será aplicado no Direito Administrativo. 
O NCPC traz duas realizdades: muda a atuação da administração pública no processo com reexame necessário diferente, contagem de prazo e próprio prazo diferente...
Também trouxe diferença na forma de administrar o processo – gestão do processo. Os órgãos do Poder Judiciário terão que se organizar pois o NCPC traz novas estruturas como a Conciliação e Mediação.
Aula 02 (10.02.2015)
Fernanda Marinella
5. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
5.1 NOÇÕES PRELIMINARES
Regime Jurídico Administrativo nada mais é do que um conjunto harmônico de Princípios. Estes Princípios guardam com os demais Princípios uma lógica harmônica de coerência, de correlação, de conexão – ou seja, ele não é incluído na lista por acaso. 
Importante entendermos, ainda, que esta ligação, esta coerência, forma o que chamamos de unidade, sistema ou Regime Jurídico.
Hoje no Brasil, adotamos a Teoria da Ponderação dos Interesses, teoria que faz distinção entre regras e princípios. 
Ela indica que sempre que tivermos uma regra, ela será aplicada de modo disjuntivo, ou seja, se há aparência de conflito em um caso concreto, aplica-se uma regra e ignora as demais com ela incoerentes. 
Já no tocante a princípios, o tratamento é diferente, pois em uma mesma situação poder-se-á ter vários conflitos –mesmo em aparente conflito. No caso de confronto, ora prevalecerá um, ora prevalecerá outro, não há uma verdade absoluta, um a ser aplicado, mas sim uma idéia de ponderação.
E o que seria Princípios? Sempre que pensarmos em Principios chegamos a norma que está no alicerce, a viga mestra. São proposições básicas do ordenamento jurídico.
A nossa Constituição indicou alguns Princípios que a doutrina convencionou chamar de “Princípios Mínimos da Administração Pública”, que são aqueles indicados no caput do art. 37, CRFB.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
A previsão é do art. 37, caput, indicado no Capítulo da Administração Pública, ou seja, estes Princípios servem para Empresa Púbilca, Sociedade de Economia Mista, União, Estados, DF e Municípios, Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Antes de analisarmos, importante indicar a idéia de Celso Antonio Bandeira de Mello, que fala que nosso ordenamento, o Direito Administrativo, especificamente, está construido sobre duas bases, pedras de toque do D. Administrativo que nada mais são do que os dois princípios que estão no alicerce de nosso estudo, sendo eles a Supremacia do Interesse Público e o Princípio da Indisponiblidade do Interesse Público.MAJORITÁRIA
Para saber o que seria cada um destes princípios, devemos saber o que seria “Interesse Público” expressão pertintente nos dois. 
Quando pensamos em Interesse Público nada mais pensamos do que na prevalência dos interesses da sociedade, do todo, do coletivo. É a categoria contrária ao interesse privado. 
Assim, podemos dizer que Interesse Público é o somatório dos interesses individuais de cada pessoa como membro da sociedade, desde que isto represente a vontade da maioria. 
Contudo, devemos ter em mente que este conceito é o que chamamos de Interesse Público Primário, que está em contraposição ao Interesse Público Secundário. Interesse Público Secundário é a vontado do Estado enquanto pessoa jurídica. 
O ideal é que os Interesses Públicos Primário e Secundário sejam convergentes. Já se existir divergência entre eles, o Interesse Público Primário deve prevalecer. O poder emana do povo 
5.2 PRINCÍPIOS EM ESPÉCIE
Supremacia do Interesse Público
Nós vivemos em sociedade e pensando nisso, imagine que cada indivíduo pudesse fazer e realizar a sua vontade? O convívio social não seria possível. 
Aqui estamos falando de superioridade, em sobreposição do interesse público face aos interesses individuais. Ele é indispensável, um pressuposto lógico do convívio social. 
O Princípio da Supremacia está implícito no texto constitucional e apesar de ser um princípioimplícito. A nossa disciplina tem muita coisa lastreada na Supremacia.
Em nome da supremacia a Administração pode muita coisa, mas não pode comprometer, dispor o interesse público. Como limite à supremacia, temos o interesse público.
 Há uma divergência doutrinaria dizendo que o princípio da supremacia legitima o abuso, a ilegalidade, as arbitrariedades praticadas pelo legislador, devendo ser eliminado, desconstruido. Todavia, Fernanda Marinela discorda desta posição, sendo a discordância posição majoritária. Para a maioria dos autores o problema não é descartar o princípio, mas aplicá-lo de forma correta, ideal. 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
Este Princípio é um limite ao Princípio da Supremacia. O interesse é do povo, do indivíduo em sociedade e se assim o é, o administrador não pode dispor, não pode abrir mão deste interesse (não é dele, não pode dispor). Administrador não tem liberdade, liberalidade sobre este princípio, sendo mero representante do interesse do povo.
O Administrador mais do que presente ele tem encargos, ele tem obrigações para cumprir, exercendo função pública. Função Pública é atividade exercida em nome e no interesse do povo, é um encargo, uma obrigação um munus público. 
Obs. O administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos para o administrador de amanhã (Princípio Geral do Direito e Lei de Responsabilidade Fiscal- LC 101/00).
Legalidade
A Legalidade encontra-se espalhada pelo nosos ordenamento, sobretudo na Constituição, a exemplo do art. 5º, II, CRFB; art. 37, CRFB; art. 150.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei
********************************************************
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)
*****************************************************************
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução
*****************************************************************
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça
Na aula passada falamos do conceito de Estado de Direito que é o Estado politicamente organizado e que obedece as suas leis. E o Princípio da Legalidade é a base do Estado de Direito. Ele é fundamental ao Estado de Direito.
(FCC) Administrar é aplicar a Lei de ofício. Sobre qual princípio estamos falando? Esta expressão foi construida por Seabra Fagundes e falava justamente da Legalidade. 
Para entermos melhor esta idéia, temos que saber que enquanto particular temos limitação, e enquanto administrador este também o tem. Assim, este princípio terá dois enfoques diferentes, sendo que para o Particular será aplicado o Critério de Não Contradição à Lei. Já no tocante ao Administrador temos que este não tem liberdade, estando ele adstrito ao Critério de Subordinação à Lei.
O Administrador só pode fazer o que está previsto, o que está indicado, autorizado pela previsão legal. Importante destacar que ele tem liberdade, nem que mínima, mas esta liberdade é limitada pela previsão legal. 
O controle de legalidade dos atos administrativos indica revisão quanto às normas e quanto aos princípios? Esse controle, hoje, é em sentido amplo. Isto significa dizer que pegaremos o ato e verificamos a compatibilidade dele com a Lei e com as Regras e Princípios Constitucionais. 
Não se pode confundir Princípio da Legalidade com Princípio da Reserva de Lei. Princípio da Reserva da Lei nada mais é do que a escolha de uma determinada matéria, dando a ela uma referida espécie normativa (quando a Constituição diz, matéria “x” cabe Lei Complementar, está fazendo Reserva de Lei). É muito menor do que o Princípio da Legalidade. 
	Atenção pois a interpretação é diferente do Direito Processual Penal.
Impessoalidade
O administrador não pode buscar, perseguir interesses pessoais, devendo agir com ausência de subjetividade.
São institutos expressos na Constituição e que preveem o exemplo de impessoalidade a determinação de concursos públicos e licitação
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
Atenção, concurso Modalidade de Licitação é diferente de concurso público. É a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico e o prêmio é uma remuneração ou uma premiação. Em concurso público o que se busca é provimento de cargo
Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, a Administração tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentosos, nem favoritismos nem perseguições são toleráveis, simpatias, animosidades pessoais, políticas, sociais ou ideológicas não são admitidos.
Além da idéia de que o administrador não pode buscar interesses pessoais, é importante perceber que o ato praticado pelo Administrador também é impessoal, ou seja, um ato não é da pessoa do servidor, mas da pessoa jurídica a que representa. A responsabilidade é sempre da pessoa jurídica a que o Administrador representa. 
Antes da CF a doutrina tradicional trazia a idéia de Imparcialidade = finalidade = impessoalidade. Os princípios eram os mesmos, eram sinônimos. A partir de 88 o pensamento muda, a doutrina muda sua idéia.
	Princípio da Impessoalidade
	Princípio da Finalidade
	Para a Doutrina moderna, são princípios que tem vida autônoma – Celso Antônio Bandeira de Mello
	O Administrador não pode buscar interesses pessoais. Ausência de subjetividade.
	O Administrador tem que buscar o espírito da Lei, a vontade maior da Lei.
	
	Ligação com o Princípio da Legalidade –está ligado, se aproxima deste princípio
	
	Lei 9.784/99 no seu art. 2º, §único 
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito
Moralidade
Quando falamos em princípio da moralidade, pensamos em moralidade como agir corretamente, com credibilidade.. Nossa doutrina e órgãos do poder Judiciário tem certa dificuldade de fechar o conceito, sendo perceptível pela simples pesquisa. Ele, para se ter uma idéia, nunca vem só.. 
Traz a idéia de honestidade, obediência a princípios éticos, respeito à boa-fé, à lealdade, correção de atitudes, probidade administrativa. Moralidadesignifica boa administração.
Moral comum é diferente de moral administrativa. Moral comum é o “certo e errado” dentro das regras de convívio social, enquanto a moral administrativa refere-se à correção de atitudes e boa administração, ou seja, não basta agir de forma correta, tem que agir de forma correta e ser o melhor administrador possível.
A moral administrativa é mais rigorosa, mais exigente que a moral comum. Se confunde boa administração com eficiência, o que não deixa de ser, mas não é só eficiência, mas eficiência e moralidade – não esqueça que os princípios administrativos estão sempre interligados.
Nepotismo
A nomeação de parentes nunca foi visto com bons olhos, mas a proibição ganha força a partir da EC 45 que instituiu a Reforma do Poder Judiciário, insituiu o CNJ e o CNMP e somente após a criação destes Conselhos é que a discussão sobre o nepotismo veio a debate.
A EC 45 é de 2004 e teve como marco, a criação do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público. Uma das primeiras atuações do CNJ foi a edição de resolução impedindo o parentesco. 
Importantes: (Resolução 7, 9 e 21 CNJ) e (Resolução 1 do CNMP). O marco inicial do nepotismo foi a Resolução 7
Art. 1° É vedada a prática de nepotismo no âmbito de todos os órgãos do Poder Judiciário, sendo nulos os atos assim caracterizados.
Art. 2° Constituem práticas de nepotismo, dentre outras:
I - o exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo, por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados;
II - o exercício, em Tribunais ou Juízos diversos, de cargos de provimento em comissão, ou de funções gratificadas, por cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de dois ou mais magistrados, ou de servidores investidos em cargos de direção ou de assessoramento, em circunstâncias que caracterizem ajuste para burlar a regra do inciso anterior mediante reciprocidade nas nomeações ou designações;
III - o exercício de cargo de provimento em comissão ou de função gratificada, no âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo, por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento;
IV - a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, bem como de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento;
V - a contratação, em casos excepcionais de dispensa ou inexigibilidade de licitação, de pessoa jurídica da qual sejam sócios cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, ou servidor investido em cargo de direção e de assessoramento.
§ 1° Ficam excepcionadas, nas hipóteses dos incisos I, II e III deste artigo, as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das carreiras judiciárias, admitidos por concurso público, observada a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, a qualificação profissional do servidor e a complexidade inerente ao cargo em comissão a ser exercido, e que o outro servidor também seja titular de cargo de provimento efetivo das carreiras jurídicas, vedada, em qualquer caso a nomeação ou designação para servir subordinado ao magistrado ou servidor determinante da incpmpatibilidade. 
§ 2° A vedação constante do inciso IV deste artigo não se aplica quando a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público houver sido precedida de regular processo seletivo, em cumprimento de preceito legal.
Art. 3º É vedada a manutenção, aditamento ou prorrogação de contrato de prestação de serviços com empresa que venha a contratar empregados que sejam cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de ocupantes de cargos de direção e de assessoramento, de membros ou juízes vinculados ao respectivo Tribunal contratante, devendo tal condição constar expressamente dos editais de licitação.
Art. 4° O nomeado ou designado, antes da posse, declarará por escrito não ter relação familiar ou de parentesco que importe prática vedada na forma do artigo 2°.
Art. 5° Os Presidentes dos Tribunais, dentro do prazo de noventa dias, contado da publicação deste ato, promoverão a exoneração dos atuais ocupantes de cargos de provimento em comissão e de funções gratificadas, nas situações previstas no art. 2°, comunicando a este Conselho.
Parágrafo único Os atos de exoneração produzirão efeitos a contar de suas respectivas publicações.
Art. 6° O Conselho Nacional de Justiça, em cento e oitenta dias, com base nas informações colhidas pela Comissão de Estatística, analisará a relação entre cargos de provimento efetivo e cargos de provimento em comissão, em todos os Tribunais, visando à elaboração de políticas que privilegiem mecanismos de acesso ao serviço público baseados em processos objetivos de aferição de mérito.
Art. 7° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Os nossos Tribunais resistiram à aplicação da regra, falando que o CNJ não teria legitimidade para proibir o parentesco, sobretudo por não poder fazê-lo por resolução (e portanto seria inconstitucional), mas tão somente via Lei.
Assim, a matéria foi levada ao STF e objeto de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº12).
O STF reconheceu pela Constitucionalidade da Resolução nº 07 e ainda disse que proibir o parentesco na Administração já estava na Constituição Federal até porque violaria vários princípio, entre os quais os da moralidade, impessoalidade, da eficiência e isonomia. Estariamos falando, pois, de regra Constitucional.
O STF ainda vai mais longe para falar que se a Constituição proibia, não seria necessário uma lei para sua proibição, não se necessitaria de Lei Formal, por já estar no texto constitucional. O CNJ foi criado para fazer controle administrativo, controlar os parentes ou proibir os parentes no quadro do Judiciário é controle administrativo, tendo, pois, competência para tal resolução sendo este o único instrumento que poderia criar para tal finalidade, vez que o mesmo não pode fazer Lei.
A proibição do nepotismo era junto ao Judiciário e ao Executivo, mas tal situação não era cabível no Legislativo, razão pela qual o Supremo Tribunal Federal, para vincular também o Legislativo, edita a Súmula Vinculante 13
Súmula 13: A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL OU POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA AUTORIDADE NOMEANTE OU DE SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO O AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Atenção!! Súmula Vinculante não é para qualquer situação, mas tão-somente para grandes controvérsias, milhões de ações. Uma Súmula Vinculante é proferida com posicionamento já consolidado. Contudo, quando se fala de nepotismo, não se dispõe de diversas ações, mas tão somente voltada para uma decisão.
Hoje, em razão da Súmula Vinculante 13, está proibido no Brasil empregar pessoa:
	Cônjuge, Companheiro ou parente em linha reta, colateral ou afinidade até 3º grau (inclusive 3º grau)
	+
	Da autoridade nomeante ou servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento
	
	Para exercíciode cargo em comissão ou confiança ou função gratificada
	
	Administração Direta ou Indireta
	
	Quaisquer Poderes da União, Estados, DF e Municípios
	
	Impossibilitado ainda nepotismo cruzado
	
	Sem concurso Público
	
Assim, fica proibido:Cargo em comissão
Função Gratificada
1
Autoridade Nomeante
Cargo em comissão
2
Função Gratificada
Mesma pessoa jurídica
Servidor 
Nepotismo cruzado
3
Até 1988 o cargo em comissão era chamado de “cargo de confiança”, por isso que o STF diz cargo em comissão ou “de confiança”. Contudo, o Cargo de Confiança é baseado em confiança, ou seja, sem concurso. Esse cargo é utilizado para Cargos de Direção, Cargos de Chefia e Cargos de Assessoramento. 
A CF/88 fala que o cargo em comissão pode ser atribuido a qualquer pessoa, mas destina-se um certo número a quem é de carreira, ou seja, para proteger a continuidade do serviço, reserva-se um número mínimo de servidores que não poderão deixar o setor.
	Qual a diferença entre o Cargo em Confiança (comissão) e Função Gratificada ou de Confiança? A Função de Confiança assim como o Cargo em Confiança é concedida em razão da confiança, não havendo que se pensar em Concurso Público. No Brasil, a Função de Confiança só pode ser atribuida a quem tem cargo efetivo. Lembrando que quem tem cargo efetivo prestou Concurso Público. Pelo Cargo Efetivo que o sujeito exercia ele tinha atribuições, responsabilidades, lugar nos quadros da administração e recebia uma remuneração. Quando ganha uma função a mais, significa atribuições + responsabilidades, ou seja, mantém as atribuições que já tinha e ganha mais funções, mais responsabilidades, sendo justo que ele receba remuneração mais alta por isso (é a chamada gratificação por função de confiança).
Atenção o Cargo em Comissão pode ser ocupado por qualquer cidadão, somente só reserva o número mínimo previsto em Lei, dado a quem é de carreira, prevendo a continuidade do Serviço Público. 
O STF permite o parentesco quando os agentes forem agentes políticos. Ex. Um Prefeito pode nomear dois filhos para serem Secretários de seu Município. (Reclamação 6650, Reclamação 7834, Ag Reclamação 66.750)
"Esta Corte apreciou exceções à vedação ao nepotismo em pelo menos duas oportunidades: ao julgar o RE 579.951, rel. Min. Ricardo Lewandowski e a RCL 6.650-MC-AgR, rel. Min. Ellen Gracie. Em ambos os casos, a Corte excluiu da incidência da Súmula Vinculante nº 13 a situação de nomeação de irmãos para cargos de natureza política, como Secretário de Estado. A Corte assentou, ainda, que aqueles julgamentos não deveriam ser considerados como precedentes específicos, pois a abordagem do nepotismo deve ser realizada caso a caso.
No presente caso, conforme documentalmente demonstrado nas informações, a Sra. Maria Rosa dos Reis Buzzi ocupa o cargo de Diretora do Departamento de Finanças desde 2005, portanto, em momento anterior ao seu casamento com o Sr. Alberto Buzzi Junior, atualmente vereador, ocorrido em 25.04.2009. A nomeação da Sra. Maria Rosa dos Reis Buzzi, que não detém relações de parentesco com o prefeito do Município de Sales Oliveira, não se subsume, ao menos nessa análise prefacial, à vedação contida na Súmula Vinculante nº 13."
Rcl 14.497 MC (DJe 19.10.2012) - Relator Ministro Joaquim Barbosa - Decisão Monocrática.
RExt 579.951 – não se precisa de Lei Formal para proibição do nepotismo no Brasil.
EMENTA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (RE 579951, Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2008, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-202 DIVULG 23-10-2008 PUBLIC 24-10-2008 EMENT VOL-02338-10 PP-01876) 
Fique por dentro: novo teto remuneratório (EC 19) dizia que era o teto remuneratório o de Ministro do STF. Já a EC 41 criou os subtetos, no âmbito Estadual e Municipal. No ultimo dia 13 de janeiro de 2015, a remuneração dos Ministros do STF passou para R$ 33.763,00, sendo este o teto geral, devendo ser fixado por Lei por iniciativa do Próprio Supremo (como foi feito).
Quem estiver ganhando acima deste limite, para o STF (Tema 480 da Repercussão Geral- RExt 609.381), deve ser cortado
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TETO DE RETRIBUIÇÃO. EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. EFICÁCIA IMEDIATA DOS LIMITES MÁXIMOS NELA FIXADOS. EXCESSOS. PERCEPÇÃO NÃO RESPALDADA PELA GARANTIA DA IRREDUTIBILIDADE. 1. O teto de retribuição estabelecido pela Emenda Constitucional 41/03 possui eficácia imediata, submetendo às referências de valor máximo nele discriminadas todas as verbas de natureza remuneratória percebidas pelos servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, ainda que adquiridas de acordo com regime legal anterior. 2. A observância da norma de teto de retribuição representa verdadeira condição de legitimidade para o pagamento das remunerações no serviço público. Os valores que ultrapassam os limites pré-estabelecidos para cada nível federativo na Constituição Federal constituem excesso cujo pagamento não pode ser reclamado com amparo na garantia da irredutibilidade de vencimentos. 3. A incidência da garantia constitucional da irredutibilidade exige a presença cumulativa de pelo menos dois requisitos: (a) que o padrão remuneratório nominal tenha sido obtido conforme o direito, e não de maneira ilícita, ainda que por equívoco da Administração Pública; e (b) que o padrão remuneratório nominal esteja compreendido dentro do limite máximo pré-definido pela Constituição Federal. O pagamento de remunerações superiores aos tetos de retribuição de cada um dos níveis federativos traduz exemplo de violação qualificada do texto constitucional. 4. Recurso extraordinário provido. (RE 609381, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 02/10/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-242 DIVULG 10-12-2014 PUBLIC 11-12-2014) 
Aula 03 (13.02.2015)
Fernanda Marinella
Princípio da Publicidade
Sempre que se pensa em publicidade se pensa em conhecimento público. Se o titular do Poder é o Povo, nada mais justo que este dono, este titular tenha ciência, conhecimento do que está acontecendo com o seu Poder. Se o Administrador é representante do Povo e em interesse do povo, tem, sim, que dar conhecimento. 
A Publicidade também significa início de produção de efeitos. Quando o ato administrativo é publicado, ele começa a surtir efeitos e início de produção de efeitos significa condição de eficácia. 
No que diz respeito aos contratos administrativos, a contagem do prazo é decorrente a partir de sua publicação, conforme inteligência do art. 61, §únic, Lei 8.666/93
Art. 61.  Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 
Parágrafo único.  A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
A Publicidade dá início à contagem de prazos, além de representar mecanismo de controle de fiscalização. Os Fundamentos constitucionais para o Princípioda Publicidade estão no art. 37, art. 5º, XXXIII e XXXIV, LXXII.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
(...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
(...)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
(...)
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público
A Constituição garante aos indivíduos o direito à privacidade e à intimidade, ou seja, cada pessoa tem o direito de isolar parte da sua vida do conhecimento alheio. Esses direitos não se aplicam aos agentes públicos quando atuam no exercício de suas funções. A administração pública tem o dever de transparência, isto é, seus atos devem ser levados ao conhecimento da população. A publicidade dos atos da administração pública tem as seguintes finalidades: 
Conferir eficácia para os atos da administração - (ou, segundo alguns autores, exequibilidade) o ato somente torna-se obrigatório para seus destinatários quando for publicado; 
Possibilitar o controle do ato pela população ou por outros órgãos públicos – a população pode ajuizar ação popular ou interpor um requerimento administrativo. Já órgãos como Ministério Público atuam por meio da ação civil pública ou por meio de recomendações aos órgãos públicos.
A publicidade, por ser interna (dirigida aos integrantes do órgão ou da entidade) ou externa (dirigida aos cidadãos em geral), deve obedecer à forma prescrita em lei, que, normalmente, exige a publicação do ato no Diário Oficial. Excepcionalmente, a lei determina a publicação em jornal de grande circulação ou mesmo a utilização da internet. Nos processos administrativos, as comunicações processuais aos interessados devem ser feitas por meio de intimação. 
Assim, a publicidade é um ato formal, sob pena de nulidade. Por isso, a Lei 8.112 /90 estipula, entre os deveres dos servidores públicos, o de "guardar sigilo sobre os assuntos da repartição", uma vez que o servidor não tem a atribuição de divulgar os atos administrativos. 
De acordo com a Constituição, o direito à publicidade da administração pública pode ser defendido administrativamente por meio: 
Do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder - é utilizado para possibilitar o acesso a informações de interesse coletivo.
Da obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal – é utilizado para a obtenção de informações que dizem respeito ao próprio requerente. 
Judicialmente, a transparência administrativa pode ser defendida por meio de duas ações previstas na Constituição: (i) Mandado de Segurança (para informações de interesse coletivo); e (ii) Habeas Data (para o acesso e a retificação de informações pessoais constantes em bancos de dados públicos ou de caráter público). 
Exceções ao Principio da Publicidade
Em regra o administrador tem publicar, fazer publicidade. Entretanto, em alguns casos o Principio da Publicidade não deverá ser aplicado. O sigilo é lícito na Administração Pública em situações nas quais a publicidade possa acarretar lesão a outro direito protegido constitucionalmente. Ex.: os atos do procedimento licitatório são públicos, exceto a apresentação das propostas, pois, se um dos licitantes souber das propostas dos outros, antes de apresentar a sua, haverá uma vantagem indevida e uma violação ao princípio da isonomia.
A Constituição enumera os seguintes casos de sigilo: 
Art. 5º, LX, CF – quando diz respeito ao direito a intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
“(...)
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”
Art. 5º, XXXIII, CF – quando coloca em risco a segurança da sociedade e do Estado (regulamentado pelas Leis 8.159 /91 e 11.111 /2005 e pelo Decreto 4.533 /2002).
“(...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
Art. 5º, LX, CF – diz respeito aos atos processuais que correm e segredo na forma da lei.
O Código de Ética do Servidor Público Federal dispõe no mesmo sentido: "Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar." 
PROVA. A licitação na modalidade convite não admite publicidade. Enunciado falso. Ela admite publicidade. O que não ocorre nesses casos é a publicação do edital.
Ainda a respeito do Principio da Publicidade, importante ressaltar a redação do art. 37 § 1º da CF.
Art. 37 § 1º, CF. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos
Tal dispositivo proíbe expressamente a constatação de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, sob pena de improbidade administrativa. O prefeito/governador não pode se auto-promover por realizar determinada obra ou serviço. Ele não faz mais que a sua obrigação.
	Análise importante:
Lei Complementar 131/2009 – Lei da Transparência
Lei 12.527/11– Lei de Acesso à Informação
Princípio da Eficiência
Foi introduzido de forma expressa na Constituição Federal com a EC 19/98. Sempre que pensarmos em eficiência devemos lembrar de produtividade, desperdício, agilidade e economia. Deve-se gastar o menor valor possível e conseguir os melhores resultados possíveis, (eficiência quanto ao meio e quanto ao resultado).
São consequências deste princípio: 
Estabilidade – modificação do art. 41 da CF. Para que o servidor adquira e se mantenha estável, ele deverá ser eficiente. Para tanto, ele deverá passar em concurso e ser aprovado em avaliação especial de desempenho. Além disso, para a manutenção dessa estabilidade, o servidor deverá ser aprovado em uma avaliação periódica de desempenho. Ocorre que ainda não existe lei regulamentando essas avaliações. Portanto, até o presente momento, para ser estável basta o servidor passar em concurso publico – art. 41 § 1º, III, CF.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
(...)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa
Racionalização da Máquina Administrativa – o art. 169 da CF determina que Lei Complementardeverá estipular limites para se despender com folha de pagamento . 
Art. 169 A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar
Já a Lei Complementar 101 de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), em seu art. 19 determina especificamente quais são esses limites, senão vejamos,
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: 
I - União: 50% (cinqüenta por cento); 
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
 III - Municípios: 60% (sessenta por cento)
Casos os gastos com folha de pagamento esteja maior que o limite previsto em lei, deve-se, nesta ordem, tomar as seguintes providencias:
Cortar cargos em comissão e função de confiança em, pelo menos, 20%
Cortar servidores não estáveis, observando-se a ordem de necessidade e de menor importância
Cortar servidores estáveis, observando-se a ordem de necessidade e de menor importância. Aqui devemos usar a expressão “exoneração” e jamais “demissão” (por falta grave). Servidores estáveis têm direito à indenização - Art. 19. § 1º da LC 101 (Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas: I - de indenização por demissão de servidores ou empregados).
	Obs. Se o administrador vai mandar embora o servidor por falta de dinheiro para pagamento, seguindo a lógica, o cargo também deverá ser extinto, e só poderá ser re-criado na próxima legislatura.
Importante dizer que o P. da Eficiência representa uma utopia, pois na prática ele nem sempre é observado.
Princípio da Eficiência
Tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de forma desigual na medida de suas desigualdades. Para tanto, devemos analisar os fatores de discriminação. O primeiro passo é analisar se ele está de acordo com o objetivo da norma. Em caso positivo, não há portanto violação à isonomia.
Questão do Limite de idade em Concursos Públicos
Hoje em dia é possível estipular limite de idade em concurso publico, desde que esteja previsto na lei da carreira; e esta exigência tem que ser compatível com as atribuições do cargo – Súmula 683, STF c/c art. 7, XXX, CF 
Súmula 683, STF. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido
Art. 7º . São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil
Questão do Limite de idade em Forças Armadas
Questão discutida em âmbito de Repercussão Geral (RE 600.885). Tem que ser previsto em lei? STF entendeu que deve haver lei formal para disciplinar o limite de idade. Em relação as Forças Armadas, o art. 10 da Lei 6880, determinava que a previsão do limite de idade viria com regulamento, e não com a própria lei. O STF entendeu que isso não seria possível. A estipulação da idade deveria ser obrigatoriamente por lei e não por regulamento. Entendeu-se, portanto que o art. 10 da lei 6880 não foi recepcionada pela CF88.
Ocorre que esta questão somente foi discutida recentemente, não abarcando situações antigas, onde o regulamento que determinava a questão da idade. Então, o STF entender por melhor fazer a MODULAÇÃO DOS EFEITOS, permitindo as situações anteriores, mas determinando que lei seja feita para regulamentar questão futuras.
RE 600.885
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NAS FORÇAS ARMADAS: CRITÉRIO DE LIMITE DE IDADE FIXADO EM EDITAL. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. SUBSTITUIÇÃO DE PARADIGMA. ART. 10 DA LEI N. 6.880/1980. ART. 142, § 3º, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DECLARAÇÃO DE NÃO-RECEPÇÃO DA NORMA COM MODULAÇÃO DE EFEITOS. DESPROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. Repercussão geral da matéria constitucional reconhecida no Recurso Extraordinário n. 572.499: perda de seu objeto; substituição pelo Recurso Extraordinário n. 600.885. 2. O art. 142, § 3º, inciso X, da Constituição da República, é expresso ao atribuir exclusivamente à lei a definição dos requisitos para o ingresso nas Forças Armadas. 3. A Constituição brasileira determina, expressamente, os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas, previstos em lei: referência constitucional taxativa ao critério de idade. Descabimento de regulamentação por outra espécie normativa, ainda que por delegação legal. 4. Não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” do art. 10 da Lei n. 6.880/1980. 5. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de vinte e dois anos de vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efeitos da não-recepção: manutenção da validade dos limites de idade fixados em editais e regulamentos fundados no art. 10 da Lei n. 6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011. 6. Recurso extraordinário desprovido, com modulação de seus efeitos.
Exame Psicotécnico
Há necessidade de previsão legal na lei da carreira. Além disso, deve-se observar os parâmetros objetivos, visando uma isonomia entre os candidatos.
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
O P. do Contraditório (art. 5º, LV, CF- Os litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes) enseja o conhecimento da existência do processo à outra parte. Importante dizer que este princípio possui as seguintes bases: 
(i) Base Lógica (ao dar conhecimento da existência do processo à outra parte, há a constituição da bilateralidade processual); 
(ii) Base Política – ninguém pode ser julgado/condenado sem primeiro ser ouvido. Podemos dizer assim que a pessoa terá o direito de se defender, o que dá ensejo ao P. da Ampla Defesa.
Para que a ampla defesa seja efetiva, é necessário que a parte observe determinadas exigências.
Defesa Prévia – é necessário que o procedimento já esteja definido e que a parte esteja ciente das possíveis sanções.
Direito à Informação – a parte precisa ter vista aos autos. Importante dizer que a maioria dos processos administrativos não podem ser retirados da repartição (vedação do direito de carga). Não sendo possível, portanto, a carga, a solução é fazer copia dos autos. A jurisprudência entende que a repartição deve partir a cópia, dando meios necessários para tanto em sua repartição. Caso não haja copiadora no local, entende-se que o membro da administração deve acompanhar o particular até a copiadora mais próxima.
Direito de Defesa Técnica – originariamente, a norma legal estabelecia que a presença técnica era facultativa. 
Com o passar to tempo, a jurisprudência, especialmente no STJ, estabeleceu o entendimento de que o advogado contribuía para a regularidade do processo. Hoje, o entendimento consulado na Súmula Vinculante n. 5, é que a ausência do advogado não gera nulidade no processo administrativo
Súmula Vinculante n. 5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição
Direito a Produção de Provas – a produção de provas deve ser viabilizada pelo Administrador, além de ter que ser avaliada pelo ele, dando a oportunidade de participar de seu convencimento.
Interposição de Recursos – é uma garantia de defesa, devendo acontecer independentemente de previsão expressa. Na seara tributária se discutia muito a obrigatoriedade de depósito prévio para ter o direito de recorrer. Pode acontecer do sujeito não ter dinheiro para realizar esse depósito, o que acarretaria na perda desse direito. 
Foi editadaa Sumula Vinculante 21, que formalizou o entendimento de que é inconstitucionalidade a existência de deposito prévio ou arrolamento de bens para a admissibilidade de recurso administrativo.
Sumula Vinculante 21. É inconstitucionalidade a existência de deposito prévio ou arrolamento de bens para a admissibilidade de recurso administrativo.
A partir da CF88 surgiu o posicionamento de que ninguém pode ser condenado sem participar dessa decisão. Assim, mesmo em processo administrativo, como vimos, o sujeito deve ter direito ao contraditório e à ampla defesa. 
Entretanto, em alguns procedimentos a parte, isso não era aplicado. Por exemplo, nos processos perante o TCU, mesmo que a decisão atingisse a empresa, ela não era chamada a participar do processo, não tendo o direito ao contraditório e a ampla defesa. 
Em virtude situações como essa, editou-se a Sumula Vinculante nº.3, firmando o entendimento que, mesmo em casos como este, deve haver contraditório e ampla defesa. 
Sumula Vinculante 3. Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar a anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão
Importante ressaltar que a parte final dessa súmula excetua o contraditório e a ampla defesa na hipótese de ato de concessão inicial de aposentaria, reforma e pensão. Isso porque sse ato é complexo necessitando, portanto, de duas manifestações de vontade que acontecem em órgãos diferentes (Administração e TCU), para estar perfeito e acabado. Assim, concluímos que o contraditório e a ampla defesa acontecem não no TCU, mas na Administração. 
Se o TCU entender que esse servidor não esse direito, concluindo que a Administração agiu de forma errada, é possível que a pessoa fique sem o seu direito. Isso porque o direito só se concretiza após a segunda manifestação de vontade, ou seja, do TCU, já que o ato da administração isolado é precário.
Ocorre que, quando a situação chegava ao TCU, este demorava mais de 10 anos para dar a sua manifestação de vontade e, enquanto isso, a pessoa estava aposentada em casa. Mas e agora? Como tirar do sujeito o direito que vem sido exercido durante esses anos todos, ainda mais sem o contraditório e a ampla defesa (já que eles ocorre somente no âmbito da Administração Publica). Com isso, o entendimento do STF vem sendo que se o TCU não se manifestar no prazo de 5 anos, ele terá que dar direito ao contraditório e ampla defesa, em que se pese a validade da Sumula Vinculante – é o chamado “Temperamento da Súmula Vinculante nº 3”.
Aula 04 (19.02.2015)
Fernanda Marinella
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade
Eles andam muito juntos, estão sempre ligados, não sendo, contudo, sinônimos. Contudo, muitos administrativistas dizem que a Proporcionalidade decorre da Razoabilidade, o que possui divergência.
Os Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade são princípios implícitos no texto constitucional e expressos na Lei Ordinária (art. 2º, Lei 9.784/99).
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência 
Devemos lembrar que razoabilidade significa agir de forma razoável, coerente, lógica. Ou seja, o administrador deve agir de forma lógica, razoável, coerente. E quando dizemos isso, estamos indicando que excessos não são permitidos. Afastamos a conduta treslocada, despropositada. 
Sempre que pensarmos no postulado da proporcionalidade, pensamos na palavra chave “equilíbrio”, equilibrio este que se dará entre os atos e as medidas praticados. É necessário que haja equilibrio entre benefício e malefício, sendo certo que só será razoável quando o benefício ultrapasse os malefícios trazidos pelo ato. 
Hoje, falamos que a razoabilidade e proporcionalidade são limites à liberdade do administrador público. Limites à discricionariedade deste administrador. 
Agora imaginemos, o administrador público pratica um ato e praticado este, o Poder Judiciário poderá controlar (como pode em todos), sendo certo que,
Poderá revê-lo quando houver ilegalidade (controle de legalidade é entendido em sentido amplo, ou seja, verificamos a compatibilidade com à Lei e com as regras e princípios Constitucionais);
Não pode controlar a discricionariedade, ou seja, o mérito, a liberdade, a discricionariedade
Sobre este assunto, vale a pena conferir a ADPF 45.
Princípio da Continuidade
Ao pensarmos em serviço publico pensamos em dever do Estado em prestá-lo continua e ininterruptamente.Este princípio está previsto de forma expressa no art. 6º da Lei 8.987/95 que cuida da concessão e permissão de serviço público
Capítulo II
DO SERVIÇO ADEQUADO
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Quadno pensamos em continuidade, o próprio art. 6º em seu §3º fala que não há descontinuidade em algumas situações, ou seja, em algumas situações, alguns casos, de forma excepcional, esta continuidade poderá ser interrompida.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
E estas situações são consideradas até para serviços essenciais, conforme entendimento predominante (quase pacífica) hoje em dia. Assim, é possível a interrupção sem violação ao princípio da continuidade:
Situação de emergência
Com prévio aviso nos casos de :
Descumprimento de normas técnicas (a preocupação aqui é a segurança das instalações- pode causar incêndios, danos à sociedade..)
Inadimplemento do usuário – neste caso o corte ocorrerá em função da Supremacia do interesse público, em razão da isonomia (não se pode tratar aquele que paga como o que não paga), e ainda em defesa do princípio da continuidade para o pagador.
Ademais, deve-se cortar o serviço mesmo quando o próprio Estado está inadimplente. Entretanto, há ressalvas. O serviço não pode ser cortado quando houver grande risco a saúde e segurança da sociedade. 
A Constituioção, em seu art. 37, VII dispõe sobre o Direito de Greve dos Trabalhadores, indicando a necessidade, contudo, de Lei específica (Lei Ordinária eis que o Constitucionalista não fala expressamente Lei Ordinária). Esta regra foi alterada pela EC 19/98 eis que anteriormente ela determinava a Lei Complementar.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;Atenção!! Não caberia demissão, pois ela denota uma pena decorrente de uma infração grave. No caso em tela, a greve é direito do trabalhador, que só não foi regulamentada por lei. Cabe aqui desconto dos dias não trabalhados ou compensação
 No caso deste tema, a Lei Ordináriaque a determinará deverá ser específica ou seja, que cuide só de greve. Esta Lei Ordinária ainda não foi editada, impedindo o exercício do direito constitucionalmente assegurado. É, portanto, norma constitucional de eficácia limitada, o que significa dizer que não podemo-la exercer enquanto não vier lei.
Assim, a greve realizada pelos servidores é, em sua maioria, considerada ilegal e os dias não trabalhados são descontados. E até em razão disso, foram ajuizados inúmero mandados de injunção perante o STF que comunicam ao Congresso a situação, solicitando que a lei fosse criada. Apesar disso, o Congresso nunca fez referida lei, ignorando a determinação do STF, que por sua vez nunca agia de forma cogente para aplicar alguma lei que protegesse os servidores.Demissao pressupõe PAD (Processo Administrativo Disciplinar)
Diante de tal fato, e ante a inércia do Congresso, o STF decidiu que os Mandados de Injução passariam a ter efeitos concretos (MI 670, 708 e 712), determinando que, enquanto não for aprovada a lei do servidor publico, no que couber, deverá ser aplicada lei do trabalhador (Lei 7.783/89). Além de reconhecer os efeitos concretos aos MI, o STF decidiu dar efeito erga omnes para essa decisão, ou seja, não seriam mais necessários que demais MIs fossem interpostos para que cada situação individual fosse reconhecida (lembrar que o efeito do MI, em regra, é inter partes, mas nesses casos, o STF decidiu por dar efeito erga omnes).Pensou o STF:
- Imagina se todos os trabalhadores ajuizem MI para ter direito a greve? 
- Se a ADI por omissão tem efeito erga omnes o MI de determinado caso também deveria valer para casos semelhantes
MI 670
MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA 
JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989.
MI 708
MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/1989.
MI 712
MANDADO DE INJUNÇÃO. ART. 5º, LXXI DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. CONCESSÃO DE EFETIVIDADE À NORMA VEICULADA PELO ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEGITIMIDADE ATIVA DE ENTIDADE SINDICAL. GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL [ART. 9º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]. APLICAÇÃO DA LEI FEDERAL N. 7.783/89 À GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO ATÉ QUE SOBREVENHA LEI REGULAMENTADORA. PARÂMETROS CONCERNENTES AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELOS SERVIDORES PÚBLICOS DEFINIDOS POR ESTA CORTE. CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR QUANTO À SUBSTÂNCIA DO MANDADO DE INJUNÇÃO. PREVALÊNCIA DO INTERESSE SOCIAL. INSUBSSISTÊNCIA DO ARGUMENTO SEGUNDO O QUAL DAR-SE-IA OFENSA À INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES [ART. 2O DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]E À SEPARAÇÃO DOS PODERES [art. 60, § 4o, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]. INCUMBE AO PODER JUDICIÁRIO PRODUZIR A NORMA SUFICIENTE PARA TORNAR VIÁVEL O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS, CONSAGRADO NO ARTIGO 37, VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
Atenção!!! Aplica-se a Lei 7.783/89 no que couber. 
	OBS. Quanto aos militares, a CF proíbe o direito de greve, conforme art. 142, par. 3º, IV da CF
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 
(...)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
(...)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
Vale lembrar que o ano de 2012 foi o ano em que ocorreu mais greve. Foi então publicado do Decreto 7777/2012 para tentar regulamentara matéria. Isso não resolve definitivamente a questão, pois, como a própria CF diz, a matéria deve ser regulada por lei.
Princípio da Autotutela
Dá a Administração Pública o poder de rever os seus próprios atos. Se o ato for inconveniente, reve-lo-á através da revogação; se for ilegal, através da anulação. Tais espécies de autotutela não deverão apreciar casos de direito adquirido e os já apreciados judicialmente - Súmulas 346 e 473, STF c/c art. 53 da Lei 9784/99.
Súmula n. 346. A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios ator;
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial
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Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Além disso, e segundo Maria Silvia Zanello di Piettro, a autor-tutela também significa auto tutelar, ou seja, o dever de zelar, o dever de cuidar dos bens, dos interesses que a Administração deve ter pelo patrimônio do Estado.
Princípio da Presunção de Legitimidade
Aonde estiver escrito “presunção de legitimidade devemos ler :
“legitimidade” – obediência às regras morais; 
“legalidade” – obediência às leis; e 
“veracidade” compatível, corresponde com a verdade.
Assim, os atos administrativos são presumidamente legítimos, presumidamente legais e presumidamente verdadeiros. 
O ato administrativo é presumidamente legitimo, legal e veradeiro mas comporta prova em contrario, o que significa dizer sê-la uma presunção relativa. O ônus da prova cabe a quem alega e quem, normalmente, contesta o ato administrativo é o administrado, a idéia é que o ônus da prova fique com ele.
CUIDADO!!!Se cair na prova um enunciado tipo o “qual é a consequência prática da presunção de legitimidade?” devemos responder que a Lei goza de presunção e do mesmo jeito o ato administrativo. Assim, embora haja a possibilidade de “contestar” o ato administrativo, ele é auto aplicável, ou seja, deve ser cumprido imediatamente, mesmo que o ato seja absurdo.
Princípio da Especialidade
Ele vem exatamente do fato de que a Administração Direta cria as pessoas da Indireta e quando o faz estabelece uma finalidade, finalidade esta específica. E tudo isso é feito através de Lei. 
Lei
Administração Indireta
Administração Direta
Finalidade Específica
 Para alguns doutrinadores também cabível quando se fala em órgãos públicos
**Para modificar somente uma nova lei
Assim, podemosdizer que cada pessoa da Administração Indireta está amarrada, está presa, está vinculada a uma finalidade específica (indicada na Lei de criação). 
Este princípio decorre da indisponibilidade do interesse público (ligado à descentralização) e à legalidade. 
6. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
6.1 FORMAS DA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
A Prestação Centralizada ocorre quando o serviço é prestado pelo centro da Administração, ou seja, quando o serviço é prestado por ente político (União, Estados, Municípios e DF).
A descentralização ocorre quando tiramos a atividade do centro e a damos a outras pessoas, razão pela qual chamamos de Prestação Descentralizada. São exemplos a Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) ou particulares. 
Descentralizar é retirar do centro e a Descentrentralização é diferente de Desconcentração, sendo que a Prestação Desconcentrada ocorre quando a transferência ocorre dentro da mesma pessoa, dentro do mesmo núcleo. 
A descentralização é aquela onde os serviços são retirados do centro da Administração Pública. Aqui há uma nova pessoa prestando o serviço (essa pode ser física ou jurídica). Já na desconcentração o serviço é deslocado dentro do mesmo centro, ou seja, dentro da mesma pessoa jurídica (relação de subordinação).
Ex de Desconcentração: A Presidenta dá ordem de que o serviço “x” saia do Ministério “A” e vá para o “B”. Há um deslocamento e se há uma ordem há uma hierarquia e sempre que pensamos em desconcentração, alguém mandou e os outros obedeceram.
Já na descentralização, estamos falando de transferência para nova pessoa (física ou jurídica) não havendo que se falar em hierarquia ou subordinaçãoEx. Taxi
Mesma pessoa jurídica
Desconcentração
Relação de hierarquia
Pessoa jurídica distinta
Descentralização
Não há hierarquia ou subordinação
No tocante à descentralização temos que ela poderá acontecer através de dois institutos:
Descentralização por outorga: é a mais grave, mais séria, mais drástica, onde a Administração transfere a titularidade mais a execução do serviço.
A titularidade é o “ser dono” do serviço público e não pode, contudo, sair das mãos do poder público, razão pela qual é concedida à Administração Indireta.
Há, ainda, divergência sobre isso, mas a maioria dos autores afirma que só caberá esta Descentralização por Outorga às pessoas da Administração Indireta de Direito Público (Autarquias e Fundação Pública de Direito Público) e só poderão ser feita por Lei.
Descentralização por delegação: é mais tranquila pois na delegação, a Administração transfere tão somente a execução do serviço, retendo a titularidade. 
A delegação poderá ser feita por Lei, sendo que neste caso poderão recebê-la as Pessoas Jurídicas da Administração Indireta de Direito Privado (Sociedade de Economia Mista, Empresas Públicas e Fundação Pública de Direito Privado).
A delegação também poderá ser feita através de contrato administrativo, correspondendo à transferência a particular, como nos casos das Concessionárias e Permissionárias de serviços públicos. 
Também temos que a Descentralização por delegação também poderá ser realizada por ato administrativo unilateral, onde também é transferida a execução ao particular mas agora para serviços especiais, como a autorização para dirigir taxi.
O raciocínio no Estado Brasileiro é que quanto mais descentralizado, mais específico e melhor será, portanto, a prestação dos serviços. 
6.2 RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E SEUS AGENTES
A primeira teoria criada foi a Teoria do Mandato, segundo a qual o Estado celebra com seus agentes um contrato de mandato (do mesmo jeito da relação entre cliente e advogado). A teoria não explica como o Estado irá manifestar sua vontade sem a pessoa física, o que faz com que a mesma não seja acolhida.
A segunda teoria, Teoria da Representação diz que o Estado é como se fosse “tutela e curatela” e é como se o agente fosse o tutor ou curador do Estado. Contudo, dizer que o Estado precisa de tutor ou curador é dizer que o mesmo é incapaz, indo totalmente de encontro às disposições da Constituição quando fala que o Estado responde pelos seus atos e se responde é capaz, não precisando de tutor ou curador. 
A teoria que prosperou, que foi acolhida no Brasil é a Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação que traz dois raciocínios importantes:
As vontades se confundem (a vontade do Estado se confunde com a vontade do Agente);
O poder decorre de imputação legal (não é necessário qualquer contrato, sendo que as atribuições do agente, suas responsabilidades são atribuidas pela lei).
Esta teoria diz que a pessoa jurídica manifesta a vontade através de seus Órgãos. Desta forma quando os agentes que a compõe se manifestam é como se o próprio Estado estivesse agindo.
Aula 05 (02.03.2015)
Fernanda Marinela
6.3 ÓRGÃOS PÚBLICOS
O nome órgão vem da idéia de corpo humano, sendo que o Administrador pensou em dividir a administração em vários pedaços onde cada um tem sua especialidade. Assim, o órgão público nada mais é do que o centro especializado de competência. 
Os órgãos públicos, buscando a eficiência estão presentes tanto na Adminstração Direta quanto na Indireta (art. 1º, §2º, I, Lei 9.784/99). 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
Os Órgãos Públicos não ter personalidade jurídica. Sendo personalidade jurídica a aptidão para ser sujeito de direitos e de obrigações, podemos falar que o Órgão Público não pode ser sujeito de direito ou de obrigações. 
Diante de tal fato quem responde pelo Órgão Público é a pessoa jurídica a quem ele pertence (se ele é da União responde a União, se é do Estado, responde o Estado). Os efeitos quanto a afirmação ante indicada é:
Apesar de não ter personalidade jurídica, apesar de poder ter CNPJ quando ele tiver recursos orçamentários (Instrução Normativa RFB 1.470/14) isso porque, visa-se um controle financeiro, ou seja, temos como fiscalizar o fluxo dos recursos com o intuito de fazer incidir a tributação necessária;Chamado por alguns autores de personalidade judiciária
Tem representação própria
Hoje, o posicionamento da Jurisprudência é de que o Órgão Público pode ir a Juizo em algumas situações: quando for sujeito ativo e estiver em busca (defesa) de prerrogativas funcionais, ou seja, quando busca providências que sejam indispensáveis a suas funções 
Ex. Câmara Municipal, que não é Órgão: imagine que o prefeito não repasse o duodécimo (repasse feito aos poderes que serve para bancar as suas despesas), indispensável para realizar suas funções. Neste caso é possível a propositura do MS
A CF diz no art. 37, §8º que é permitido a celebração de contrato por Órgão Público quando se tratar de contrato de gestão. Contudo, apesar de estar na Constituição, os doutrinadores dizem que no tocante especificamente a este §8º seria a norma inconstitucional
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:    
I - o prazo de duração do contrato;      
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;       
III - a remuneração

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