Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS – FASB INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS - IAESB Prof.ª Edinilza Machado Enfermagem 6º Semestre 2014.2 Cuidado de Enfermagem no Ciclo Gravídico-puerperal Acad.: Célia Paula Rodrigues, Erick S. M. Bastos e Maycon S. Souza ABORTAMENTO Introdução - Abortamento Interrupção da gestação até a 22ª semana. Peso do feto menor de 500g e/ou medindo menos de 16 cm. Pode ser Espontâneo ou Provocado. NO BRASIL, a legislação vigente abrange o aborto entre os crimes contra a vida e prevê duas exceções: nos casos de estupro e de risco para a vida da mãe. Respeito à vida ou descriminalização do aborto? Etiologia Ex. Disgenesia gonadal Anormalidades no desenvolvimento do zigoto. Anormalidades cromossomiais fetais são responsáveis por cerca de 50% dos abortamentos de 1 trimestre; Etiologia Fatores maternos Infecções: Toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, parvovírus B19. Uso abusivo do fumo e álcool. Drogas teratogênicas: antagonistas do ácido fólico antiblásticos, Talidomida, etc. Fatores imunológicos: Trombofilias adquiridas (síndrome do anticorpo antifosfolípede) e hereditárias. Ex. Espinha Bífida Ausência de ácido fólico. Etiologia Adquiridas: Miomas, sinéquias, incompetência istmo- cervical (IIC). Congênitas: Útero unicorno, bicorno, septado, IIC. Anormalidades uterinas Etiologia Drogas; Alcoolismo; Tabagismo Radiações. Outros fatores Fisiopatologia A fisiopatologia refere-se ao sangramento que ocorre na decídua basal, com posterior necrose tecidual, este atua como foco irritativo levando ao estímulo de contrações uterinas que por sua vez determinam um maior descolamento de placenta (Rezende 2008). No abortamento, as contrações uterinas atuam da mesma maneira como no trabalho de parto. A dilatação do colo também é produzida da mesma maneira. Após o esvaziamento do seu conteúdo, o útero se contrai e começa a involução. Algumas vezes aparecem dores pós- abortamento e pode mesmo ocorrer lactação (FRIEDMAN, 1976). Epidemiologia O abortamento espontâneo é a complicação mais frequente da gravidez, e a grande maioria ocorre no 1 trimestre, antes de 12 semanas; O risco de abortamento também se eleva com a idade materna após 35 anos. 12,5% da mortalidade materna ocorre por complicações de aborto. Das 235.902 curetagens pós aborto realizadas em 1999, 22.5% eram de adolescentes Características do abortamento Aborto espontâneo Expulsão do produto de concepção sem que ocorra influência externa. Entre 10 a 15 % das gestações terminam espontaneamente no 1º ou no início do segundo trimestre de gestação. Abortamento provocado Aborto provocado é aquele que leva a expulsão do feto de maneira intencional. Por ingestão de medicamentos ou até mesmo pela introdução de objetos que facilitem a dilatação e esvaziamento da cavidade uterina. Características do abortamento Abortamento Legal • Interrupção da gestação devido a problemas patológicos. • Motivada por agravos de saúde. • Gravidez resultada de estupro ou de outra forma de violência sexual • Anomalias fetais graves com inviabilidade de vida extra-uterina. Outras formas de abortamento Ameaça de abortamento: gravidez complicada por sangramento antes de 22 semanas. Abortamento completo: todo produto da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção médica ou cirúrgica. Abortamento incompleto: alguma parte do produto da concepção foi eliminada, mas não a sua totalidade; pode estar retido feto, placenta ou membranas. Abortamento inevitável: o colo está dilatado mas o produto da concepção não foi eliminado. Abortamento retido: gravidez na qual já há a morte fetal (usualmente por semanas) sem a sua expulsão. Abortamento infectado: abortamento (geralmente incompleto) complicado por infecções intra-uterina. Abortamento habitual: dois ou três ou mais abortamentos consecutivos. (Rezende p.355). Diagnósticos Confirmação ultra- sonográfica Tipagem Sanguínea Hemograma completo Exame anatomopatológico Citogenética em casos de abortamento de repetição Diagnósticos Clínico • Hemorragia traduzindo anomalias teciduais ou deslocamento de ovo, dor sinal de contração uterina. Diagnóstico diferencial • Doença Trofoblástica Gestacional • Gravidez ectópica • Patologias benignas do trato genital inferior (lacerações do colo ou vagina, erosões cervicais, pólipos). • Patologias malignas (que causem sangramento, principalmente do colo uterino.) Diagnósticos Laboratoriais Achados sonográficos: Fluxo interviloso ao Doppler-colorido antes de 10 semanas. Risco de abortamento Área anecóica entre a membrana coriônica e o útero. Hematoma intrauterino Abscesso pélvico Abortamento infectado USG > 20 mm sem embrião USG > 20 mm sem embrião. CCN >5 mm sem atividade cardíaca Abortamento retido Qualquer espessura endometrial, tecido heterogêneo distorcendo o eco médio endometrial Abortamento incompleto Prevenção • Planejamento familiar (Métodos contraceptivos e proteção dupla). • Em caso de histórico de aborto deve-se investigar causas para o preparo de uma nova gravidez, caso seja desejo da mulher. • Estar em dias com o calendário de a vacinação. • Tomar ácido fólico • Eliminar o uso de álcool, drogas, cigarro. • Reduzir níveis de estresse. • Aumentar hábitos saudáveis como alimentação e atividades físicas Protocolo de Atendimento Abortamento completo Constatados o abortamento completo e a ausência de infecção ou prenhez ectópica, requisitar retorno em 15 dias para revisão pós- abortamento. No retorno, medir dosagem de beta hCG quantitativa. Protocolo de Atendimento Abortamento incompleto Colo impérvio: Misoprostol (Prostokos®) – 400 mcg por via vaginal. Depois de 4 horas, realizar aspiração manual intrauterina. (AMIU) ou curetagem (CTG). Colo pérvio: Realizar aspiração manual intrauterina ou curetagem. Fluxograma Abortamento no 1º Trimestre Abortamento Tardio (12 a 20 semanas) – conduta Condutas de Enfermagem Manter a paciente em repouso e aquecida; Verificar e registrar os sinais vitais; Observar e registrar o sangramento vaginal; Administrar medicação prescrita; Encaminhar e orientar a paciente quanto aos exames complementares; Realizar tricotomia pubiana; Nos casos de abortamento provocado, esclarecer a paciente quanto aos seus riscos; Nos casos de ameaça de abortamento e abortamento iminente, evitáveis, orientar e incentivar quanto às consultas pré-natais; Orientações de Enfermagem Informar sobre a recuperação da fertilidade, que pode ser imediata; Orientar o paciente quanto a importância de um acompanhamento médico antes de engravidar novamente Explicar a necessidade de aguardar pelo menos três a seis meses, antes de tentar outra gravidez. Orientar o casal sobre os métodos de contracepção Fornecer nomes de grupos de apoio local para casais que experimentaram uma perda no inicio da gestação; Instruir e incentivar os cuidados perineais após cada micção e evacuação, para evitar a contaminação Diagnósticos de Enfermagem Risco de déficit do volume hídrico devido ao sangramento materno; Luto antecipado relacionado à perda da gestação, causa do aborto, reprodução futura; Risco de infecção pela dilatação do colo e abertura dos vasos uterinos;Dor decorrente das cólicas uterinas e possíveis procedimentos. Referências Bibliográficas BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de políticas de saúde. Área técnica de saúde da Mulher. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência humanizada á Mulher/ Ministério da saúde, Secretaria de políticas de saúde, Área técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da saúde, 2001. MONTENEGRO, C. A. o B./ REZENDE J., Obstetrícia Fundamental. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.il. NERY I.S. et al. Vivencia de Mulheres em Situação de Aborto Espontâneo. Rio de Janeiro: Revista de Enfermagem UERJ. V. 14, n. 01, p. 67- 73, jan/ mar.2006. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. BRUNNER/ SUDDARTH-Tratado de Enfermagem médico cirúrgico. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. LOWDERMILK, DEITRA LEONARD. O Cuidado em Enfermagem Materna- 5. ed. – Porto Alegre: Artmed Ed. 2002. PEREIRA, Pedro Paulo et al. Tratamento do abortamento incompleto por aspiração manual ou curetagem. Rev. Assoc. Med. Bras., out 2006, vol.52, nº.5, p.304-307
Compartilhar