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SABER CRÍTICO E SENSO COMUM TEÓRICO DOS JURISTAS (Luís Alberto Warat - Professor do CPGD-UFSC)

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Resumo: SABER CRÍTICO E SENSO COMUM TEÓRICO DOS JURISTAS (Luís Alberto Warat - Professor do CPGD-UFSC)
O conhecimento crítico do Direito não tem uma só definição. Há grandes questionamentos sobre essa teoria. Uma das definições é a análise que busca compreender e questionar o comportamento dos juristas. O saber crítico tenta também estabelecer uma nova formulação do que os juristas instituíram como verdade. Nessa perspectiva, o deslocamento que a crítica ao Direito vem trazer deve sempre ser constituída pela razão e experiência, não uma estar sobre a outra. Essa abordagem teórica analisa o histórico, o social e os hábitos aceitos pelos juristas. 
O discurso da objetivação dos discursos científicos e epistemológicos muitas vezes se torna estratégico e estereotipado. Com isso, o saber crítico do Direito é uma nova forma de análise dos discursos competentes da ciência jurídica. Na prática jurídica esses discursos competentes tornam são forjados, sendo então denominado o “senso comum teórico dos juristas”.
A epistemologia tradicional tenta conciliar a teoria jurídica junto com a prática, ignorando o valor político do conhecimento da prática em si. Isso faz com que os juristas acreditem que ele é um profissional apolitizado, neutro. Kensen propõe que o jurista manipule as relações sociais, fazendo com que acreditem operam apenas os textos legais, criando assim o “senso comum teórico dos juristas”. Sendo assim, a crítica ao Direito vem muito mais do que questionar, ela vem com a finalidade de transformar aquilo que tradicionalmente é visto como verdade absoluta. Atribui-se assim ao jurista um papel deum profissional que influencia o social e o cientifico, discordando que a prática jurídica é apenas uma manipulação das leis em casos concretos. 
O conhecimento crítico do direito traz uma busca pela alteração ou complemento para um novo conceito de epistemologia, diante da vigente. Pode se dizer que as verdades vigentes postas pelos juristas são procedimentos legitimadores. Surge então o consenso social para ordenar e controlar, mantendo dessa forma o poder diante da sociedade. Traz com isso a visão de que Estado junto ao Direito cria também uma forma de agir manipulando as normas positivadas, não há mudanças e nem outras formas de interpretação. 
As instituições onde o Direito está presente, tanto nas academias quanto na prática, se apropriam de conceitos e da teoria tornando isto uma crença. Essas instituições são marcadas pela repressão, criando estereótipos que são legitimados. Sendo assim, tornam-se uma violência estrutural, transformando a sociedade com o poder que possui. Deve haver então uma reflexão diante da teoria e da prática jurídica, com uma leitura preocupada com o lado social que o jurista exerce. É necessário ressaltar também que os discursos jurídicos vigentes ainda não visam evidenciar as funções sociais do saber jurídico, um problema causado pelo senso comum teórico.
Com isso, o senso comum teórico dos juristas questiona a visão imposta atualmente pelos juristas. Mostra-nos que a razão utilizada para justificar o direito já é determinada por padrões já impostos. Há críticas também a utilização de meios de justificação, como a razão e a ética. Sendo assim, a produção de conhecimento fica fornecida apenas pela prática da epistemologia vigente, A crença nas ideias faz com que utilizem da razão junto ao instinto. É necessário então que o Direito seja visto como um mecanismo que tem um papel fundamental na sociedade, não apenas um elemento de poder. 
Referências: 
Texto: SABER CRÍTICO E SENSO COMUM TEÓRICO DOS JURISTAS. Luís Alberto Warat - Professor do CPGD-UFSC.

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