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EFEITO DOS RUÍDOS NOS ANIMAIS MARINHOS Tamara Santos Voluntariado 2018 DESDE A DÉCADA DE 1960 (WRIGHT, 2011; SILVANO, 2017) Propagação do som + eficiente no oceano (longas distâncias em alta velocidade) Quase 5x mais rápido na água que no ar ruído de fundo e profundidade RUÍDOS ANTROPOGÊNICOS - sonares navais, ruídos de motores de embarcações, explosões subaquáticas e pesquisas geofísicas INTERAÇÃO ENTRE MÚLTIPLOS ESTRESSORES AMBIENTAIS IMPACTO DO RUÍDO ANTRÓPICO - AMPLIFICADO PELA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS E / OU UM AUMENTO NA TEMPERATURA DA ÁGUA (KUNC et al., 2016) TEMPERATURAS CRESCENTES, POR OUTRO LADO, LEVAM A UMA DIMINUIÇÃO DA VELOCIDADE COM QUE O SOM VIAJA. Afeta a transmissão do som na água. ACIDIFICAÇÃO: DO PH = ABSORÇÃO DO SOM NOS OCEANOS = RUIDOSOS (MENOR CAPACIDADE DE ABSORVER BAIXAS FREQUÊNCIAS – 10% ) Centro de Pesquisa para Conservação dos Oceanos: atualmente o mar pode ser 10 vezes mais barulhento do que era há 50 anos. Se não houver redução dos GEE: 2050 – acidez acarretará em expansão do barulho de navios a distâncias 70% maiores (ANDA, 2016) Problemas? RUÍDO ANTROPOGÊNICO PERDA AUDITIVA, DESORIENTAÇÃO, MUDANÇAS NO MERGULHO E NA PRODUÇÃO DE BOLHAS, E POSSIVELMENTE DESCOMPRESSÃO Frequências interferem nos sons naturais, dificultam as vocalizações dos animais (comunicação, socialização ou reprodução) e causam estresse ou deslocamento Respostas ao ruído podem ser comportamentais, fisiológicas ou acústicas *Incluindo invertebrados, peixes, répteis e mamíferos (WRIGHT, 2011; KUNC, 2016) (KUNC, 2016) Efeitos significativos Não significativos Faixa auditiva Produção de sinal (KUNC, 2016) Experimento de exposição controlada de baixa frequência Alterações permanentes e substanciais das células ciliadas sensoriais dos estatocistos (ANDRÉ et al. 2011) Estruturas responsáveis pelo senso de equilíbrio e posição dos animais. ROBALO EUROPEU – NÍVEIS DE ESTRESSE FRENTE A SONS EMITIDOS POR PERFURAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E CONSTRUÇÕES EXTREMAMENTE ANSIOSO E PERTURBADO COM A POLUIÇÃO SONORA (SUPER) Sons de perfuração Simulação de predador Menor atenção/Dificuldade de fugir Pode danificar a bexiga natatória Influenciar o sistema endócrino = aumento dos níveis de cortisol (hormônio do estresse) Perciformes: Aumento no débito cardíaco, e no lactato e hematócrito (aumento no metabolismo muscular = maior custo energético) davidsuzuki.org Barcos de observação X Comunicação e Audição Podem aumentar o tempo de vocalização As Belugas usam chamadas específicas com mais frequência e deslocavam as frequências para cima quando os barcos estão próximos Baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae) Baleias-piloto (Globicephala melas) Golfinhos nariz de garrafa (Tursiops truncatus) (WRIGHT, 2011; SILVANO, 2017) ECOLOCALIZAÇÃO – emissão de uma série de pulsos acústicos – refletem o objeto e retornam ao ouvido do animal explorar, navegar, socializar e caçar peixes - atordoar ou matar presas - (WRIGHT, 2011) D no ti ci a s. p t ht tp :/ / e nt ra na ci e n ci a .b lo g sp o t. co m DECREASED ABILITY TO ACQUIRE FOOD OF A CAPTIVE DEAF DOLPHIN (TURSIOPS TRUNCATUS): SLOWER REACTION TIMES AND LOWER SUCCESS RATES Autópsias de cetáceos encalhados: hemorragia nas orelhas internas, nos espaços cranianos e nas gorduras acústicas: evento acústico ou de pressão significativo. (WRIGHT, 2011; ALVES, GUIMARÃES, 2017) Sonar de navios da Marinha – Perda auditiva em cetáceos (temporária ou não) Encalhes em massa - Carolina do Norte, Havaí, Ilhas Canárias, Bahamas e Grécia Ding, 32 anosCastaway, 35 anos Sarah, 26 anos Local: Dolphins Plus - Flórida Surda, deficiência no olho direito e sinais de deficiências neurológicas (derrame) O ruído antropogênico oceânico pode interferir na ecolocalização, afetando as atividades diárias e a sobrevivência dos cetáceos (WRIGHT, 2011) HIPÓTESE: PERDA AUDITIVA A CAPACIDADE DE UM GOLFINHO ADQUIRIR COMIDA X AUDIÇÃO DIRETA OU DA ECOLOCALIZAÇÃO PARA LOCALIZAR PEIXES PORTANTO, PREVISTO QUE O TEMPO DE REAÇÃO MAIS LENTO E SUA TAXA DE SUCESSO SERIA MENOR DO QUE A DOS GOLFINHOS SEM DEFICIÊNCIA AUDITIVA CONHECIDA (WRIGHT, 2011) EXPERIMENTO 1 • CAPELIM MORTO • 30 CM DA CABEÇA DO GOLFINHO PARA A ESQUERDA E PARA A DIREITA. • 3 VARIÁVEIS DEPENDENTES: TEMPO DE REAÇÃO, TAXA DE SUCESSO E REGISTROS DE HIDROFONE • REPETIÇÃO DA METODOLOGIA COM CAMARÃO VIVO • EXPERIMENTO FOI FEITO COMO UMA COMPARAÇÃO CRUZADA ÚNICA (MESMO DIA) COM OITO ENSAIOS POR GOLFINHO EXPERIMENTO 2 (WRIGHT, 2011) RESULTADOS E DISCUSSÃO TEMPO DE REAÇÃO CASTAWAY – TEMPO MÉDIO CAMARÃO – SEM DIFERENÇA Nº DE TENTATIVAS PRESA MENOR POUCO PRESENTE NA DIETA (WRIGHT, 2011) TAXA DE SUCESSO (WRIGHT, 2011) CASTAWAY – NÃO USOU A ECOLOCALIZAÇÃO Golfinho surdo – Califórnia Usa outros sentidos e aprende com os outros golfinhos Perigo: Redes de pesca Visão, tato (receptores dérmicos) e vibrissas AUDITORY EVOKED POTENTIALS AND BEHAVIORAL CONSIDERATIONS WITH HEARING LOSS IN SMALL CETACEANS: APPLICATION AS A STANDARD DIAGNOSTIC TEST IN HEALTH ASSESSMENT ODONTOCETOS COM DÉFICITS AUDITIVOS SEVEROS = TAXA DE SOBREVIVÊNCIA NA NATUREZA *alta porcentagem de animais encalhados identificados com déficits auditivos no sudeste dos EUA MOTIVOS: GENÉTICA, ENVELHECIMENTO, INFECÇÕES DE OUVIDO, DOENÇAS INFECCIOSAS, PARASITAS, EXPOSIÇÃO A RUÍDOS (crônico intenso ou intenso transitório) E TOXICIDADE POR DROGAS ESTUDO AUDIOMÉTRICO: APROXIMADAMENTE 57% DOS GOLFINHOS NARIZ DE GARRAFA (TURSIOPS TRUNCATUS) E 36% DOS GOLFINHOS-DE-DENTES-RUGOSOS (STENO BREDANENSIS) ENCALHADOS APRESENTARAM PERDA AUDITIVA (STROBEL, 2017) Objetivo: Documentar os déficits auditivos em odontocetos encalhados x sob cuidados humanos ***Relacionar com comportamento individual Auditory Evoked Potential (AEP) 26 animais Encalhados: 13 Tursiops truncatus (4) Stenella frontalis (1) Steno bredanensis (8) Cativeiro: 13 Tursiops truncatus Questionários e teste AEP (STROBEL, 2017) RESULTADOS • ENCALHADOS 8/13 TINHAM PERDA AUDITIVA (7 NA CATEGORIA “SEVERA A PROFUNDA”) • CATIVEIRO 8 (+35 ANOS) APRESENTARAM PERDA AUDITIVA – POTENCIALIZADA PELO ENVELHECIMENTO Encalharam sozinhos Comportamentos: Aprendizagem mais lenta Adaptação ao enriquecimento mais lenta Maior tempo para socializar Maior taxa de vocalização Comportamento compulsivo (comida/enriquecimento) Flutuação em superfície por longos períodos (STROBEL, 2017) NA REABILITAÇÃO (?) • USO DE ESTÍMULOS VISUAIS SUPLEMENTARES E ILUMINAÇÃO DENTRO DOS TANQUES - COMPORTAMENTOS DIRECIONADOS POR INSTRUTORES • CLAREZA DA ÁGUA – OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS = MELHOR CAPACIDADE DE ENVOLVIMENTO SOCIAL • SINAIS E O REFORÇOS TÁTEIS • MUDANÇAS NO AGRUPAMENTO SOCIAL, TREINAMENTO DE NOVOS COMPORTAMENTOS E SESSÕES DE ENRIQUECIMENTO - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – **MUDANÇAS NOS COMPORTAMENTOS TÍPICOS E AS RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS ÀS DICAS DO INSTRUTOR NECESSIDADE DE TESTES DE AUDIÇÃO ANTES E APÓS A REABILITAÇÃO (MANN ET AL., 2010; STROBEL, 2017) OBRIGADA!
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