Prévia do material em texto
Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Autovalores, Autovetores e Diagonalizac¸a˜o de Operadores Prof. Ma´rcio Nascimento marcio@matematicauva.org Universidade Estadual Vale do Acarau´ Centro de Cieˆncias Exatas e Tecnologia Curso de Licenciatura em Matema´tica Disciplina: A´lgebra Linear - 2015.1 12 de agosto de 2015 1 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Suma´rio 1 Autovalores e Autovetores 2 Polinoˆmio Caracter´ıstico 3 Diagonalizac¸a˜o de Operadores 2 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Suma´rio 1 Autovalores e Autovetores 2 Polinoˆmio Caracter´ıstico 3 Diagonalizac¸a˜o de Operadores 3 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Autovetores Sejam T : E −→ E uma transformac¸a˜o linear de um espac¸o nele pro´prio. Se v ∈ E e´ tal que T (v) = v , enta˜o v e´ chamado vetor fixo da transformac¸a˜o T . 4 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplos Operador identidade I : R2 −→ R2. Todos os vetores v ∈ R2 sa˜o fixos; T : R2 −→ R2 definida por T (x , y) = (−x , y) (reflexa˜o em torno do eixo y). Os vetores sobre o eixo y sa˜o fixos. 5 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Um operador A : R2 −→ R2 definido por A(x , y) = (x + αy , y) chama-se cisalhamento. Encontremos os vetores fixos de A(x , y) = (x + 2y , y). Soluc¸a˜o Seja v ∈ R2. Procuramos soluc¸a˜o para a igualdade A(v) = v , isto e´, (x + 2y , y) = (x , y). Esta igualdade representa um sistema no qual x pode assumir qualquer valor real e y = 0. Portanto, qualquer vetor sobre o eixo x e´ invariante por A, ou seja, A(v) = v quando v = (x , 0). � 6 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Definic¸a˜o de Autovetores e Autovalores Seja T : E −→ E um operador linear. Um vetor v 6= −→0 e´ dito autovetor de T quando existe λ ∈ C tal que T (v) = λv Ja´ o nu´mero λ e´ chamado autovalor associado ao autovetor v (e o autovetor v e´ associado ao autovalor λ). 7 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Determinar os autovalores e os autovetores de T (x , y) = (3x + 2y ,−y) Soluc¸a˜o Devemos resolver a equac¸a˜o T (v) = λv , isto e´, (3x + 2y ,−y) = (λx , λy); Isto e´, devemos resolver o sistema: 3x + 2y = λx −y = λy 10 Caso: Se y 6= 0, na segunda equac¸a˜o teremos λ = −1 e, na primeira, 4x + 2y = 0, ou seja, y = −2x . Portanto, ao autovalor λ = −1 estara´ associado o autovetor do tipo (x ,−2x) com x 6= 0. 20 Caso: Se y = 0 enta˜o x 6= 0 (lembre que autovetores sa˜o na˜o nulos!). Da´ı, λ = 3 e´ autovalor e T (x , 0) = (3x , 0) (com x 6= 0) e´ o autovetor associados. 8 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Autoespac¸o: Subespac¸o associado a autovalor Repare no exemplo acima que se acrescentarmos o vetor nulo ao conjunto de vetores associados ao autovalor λ de T : E −→ E , teremos um subespac¸o vetorial de E . De fato, sejam v1, v2 tais que T (vi ) = λvi . Enta˜o T (v1 + v2) = T (v1) + T (v2) = λv1 + λv2 = λ(v1 + v2) Ale´m disso, se k ∈ R e v um autovetor associado a λ, enta˜o T (k .v) = k .T (v) = k.λv = λ(kv) 9 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Determinar os autovalores e os autovetores (e autoespac¸os) de T (x , y) = (4x + 5y , 2x + y) Soluc¸a˜o λ1 = 6 v1 = ( x , 2 5 x ) , x 6= 0 λ2 = −1 v2 = (x ,−x) , x 6= 0 10 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Observac¸a˜o A matriz [T ] de T (x , y) = (4x + 5y , 2x + y) e´: [T ] = [ 4 5 2 1 ] Portanto, procurar os autovalores e autovetores de T equivale a resolver: [T (v)] = λ.[v ]⇐⇒ [T ].[v ] = λ[v ] Ou seja,[ 4 5 2 1 ] . [ x y ] = λ. [ x y ] ⇐⇒ [ 4 5 2 1 ] . [ x y ] = λ. [ 1 0 0 1 ] [ x y ] ⇐⇒ [T ].[v ] = λ.I .[v ]⇐⇒ [T ].[v ]− λ.I .[v ] = [0] ⇐⇒ ([T ]− λ.I )[v ] = [0] 11 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Observac¸a˜o A matriz [T ] de T (x , y) = (4x + 5y , 2x + y) e´: [T ] = [ 4 5 2 1 ] Em termos matriciais, ([T ]− λ.I )[v ] = [0] equivale a:[ (4− λ) 5 2 (1− λ) ] . [ x y ] = [ 0 0 ] isto e´, um sistema homogeˆneo para o qual queremos soluc¸o˜es na˜o nulas! Lembre que os autovetores sa˜o na˜o nulos! Queremos, enta˜o, os valores de λ para os quais ocorre det([T ]− λ.I ) = 0 12 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Ainda no exemplo anterior, vemos que det([T ]− λ.I ) = 0⇐⇒ ∣∣∣∣(4− λ) 52 (1− λ) ∣∣∣∣ = 0 Ou seja, λ2 − 5λ− 6 = 0 cujas ra´ızes sa˜o λ1 = 6 e λ2 = −1. Fazendo λ = 6 e depois λ = −1 na equac¸a˜o[ (4− λ) 5 2 (1− λ) ] . [ x y ] = [ 0 0 ] obtemos, os autovetores v1 = ( x , 2 5 x ) com x 6= 0 e v2 = (x ,−x) com x 6= 0. Isso corresponde aos autoespac¸os Vλ1 = [(1, 2/5)] e Vλ2 = [(1,−1)]. 13 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Suma´rio 1 Autovalores e Autovetores 2 Polinoˆmio Caracter´ıstico 3 Diagonalizac¸a˜o de Operadores 14 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Definic¸a˜o - Polinoˆmio Caracter´ıstico Seja T : E −→ E um operador linear e [T ] a matriz de T associada a` base canoˆnica de E . Chama-se polinoˆmio caracter´ıstico de T (ou da matriz [T ]) ao determinante p(λ) = det([T ]− λI ) A equac¸a˜o det([T ]− λI ) = 0 e´ chamada equac¸a˜o caracter´ıstica de T e suas ra´ızes sa˜o os autovalores de T . 15 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Determinar os autovalores e autovetores do operador linear T : R3 −→ R3 definido por T (x , y , z) = (3x − y + z ,−x + 5y − z , x − y + 3z) Soluc¸a˜o Polinoˆmio Caracter´ıstico: p(λ) = λ3 − 11λ2 + 36λ− 36 Autovalores: λ1 = 2, λ2 = 3, λ3 = 6 Autoespac¸os: Vλ1 = [(1, 0,−1)] Vλ2 = [(1, 1, 1)] Vλ3 = [(1,−2, 1)] Os autovetores esta˜o nos subespac¸os acima; basta descartar o vetor nulo. 16 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Autovetor NULO Por queˆ o vetor nulo na˜o e´ considerado um autovetor? No exemplo anterior vimos 3 autovalores distintos e, a cada um deles, autovetores associados. Se o vetor nulo pudesse ser autovetor, veja que ter´ıamos um mesmo vetor (o vetor nulo) associado a` autovalores diferentes! 17 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Autovalor NULO Considere a transformac¸a˜o linear T : R2 −→ R2 definida por T (x , y) = (8x + 2y , 4x + y) e encontre seus autovalores e autovetores. Polinoˆmio Caracter´ıstico: p(λ) = ∣∣∣∣(8− λ) 24 (1− λ) ∣∣∣∣ = λ2 − 9λ Autovalores: λ1 = 0 e λ2 = 9. Autovetores: v1 = (x ,−4x) com x 6= 0 e v2 = (2y , y) com y 6= 0. Conclusa˜o: O nu´mero zero pode ser autovalor. 18 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Suma´rio 1 Autovalores e Autovetores 2 Polinoˆmio Caracter´ıstico 3 Diagonalizac¸a˜o de Operadores 19 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Matriz de um operadorSabemos que, dado um operador linear T : E −→ E , a cada base B de E esta associada uma matriz [T ]BB que representa T na base B. O objetivo agora e´ obter uma base de E de modo que [T ]BB seja a mais simples poss´ıvel. 20 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Teorema Seja T : E −→ E um operador linear. Autovetores de T associados a autovalores distintos, sa˜o LI. Prova Faremos a prova para o caso de dimensa˜o 2. O caso geral pode ser generalizado. Sejam v1, v2 autovetores associados aos autovalores distintos λ1, λ2. α1v1 + α2v2 = −→ 0 (i) T (α1v1 + α2v2) = −→ 0 α1T (v1) + α2T (v2) = −→ 0 α1(λ1v1) + α2(λ2v2) = −→ 0 (ii) Multiplicando (i) por λ1, temos: α1(λ1v1) + α2(λ1v2) = −→ 0 (iii) Subtraindo (iii) de (ii), temos: α2(λ2 − λ1)v2 = −→0 Como λ2 6= λ1, segue que α2 = 0. De (i), temos α1 = 0. � 21 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Corola´rio Seja T : E −→ E um operador linear. Se dimE = n, enta˜o o conjunto formado pelos vetores v1, v2, ..., vn associados aos autovalores λ1, λ2, ..., λn, respectivamente, forma uma base para E .. 22 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R2 −→ R2 definida por T (x , y) = (2x − 2y , 2x − 3y). Encotremos a matriz associada a T relativamente a uma base formada por autovetores. T (e1) = (2, 2) e T (e2) = (−2,−3). Portanto, [T ] = [ 2 −2 2 −3 ] Polinoˆmio Caracter´ıstico: p(λ) = det([T ]− λI ) = λ2 − 4λ+ 4 Ra´ızes: λ1 = −2 e λ2 = 1. Autoespac¸os: Vλ1 = [(1, 2)] e Vλ2 = [(2, 1)] Base de autovetores: B′ = {v1, v2} = {(1, 2), (2, 1)} 23 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R2 −→ R2 definida por T (x , y) = (2x − 2y , 2x − 3y). Encotremos a matriz associada a T relativamente a uma base formada por autovetores. Base de autovetores: B′ = {v1, v2} = {(1, 2), (2, 1)} T (v1) = λ1v1 = λ1v1 + 0.v2 T (v2) = λ2v2 = 0.v1 + λ2.v2 [T (v1)]B′ = [ λ1 0 ] e [T (v2)]B′ = [ 0 λ2 ] [T ]B′B′ = [ λ1 0 0 λ2 ] = [−2 0 0 1 ] Conclusa˜o: ao consideramos uma base formada por autovetores, a matriz associada a transformac¸a˜o linear relativamente a esta base e´ uma matriz diagonal na qual a diagonal principal e´ composta pelos autovalores. 24 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R2 −→ R2 definida por T (x , y) = (x − y , x + 3y). Busquemos uma matriz associada a T relativamente a uma base de autovetores. Inicialmente vamos construir a matriz associada a T relativamente a` base canoˆnica {e1, e2} = {(1, 0), (0, 1)}. T (e1) = (1, 1) e T (e2) = (−1, 3). Portanto, [T ] = [ 1 −1 1 3 ] Polinoˆmio Caracter´ıstico: p(λ) = det([T ]− λI ) = λ2 − 4λ+ 4 Ra´ızes: λ = 2; Substituindo na equac¸a˜o T (x , y) = λ(x , y), teremos x = −y , isto e´, os autovetores associados ao u´nico autovalor λ = 2 sa˜o da forma v = (x ,−x), o que corresponde ao autoespac¸o [(1,−1)]. Como a dimensa˜o deste subespac¸o e´ 1, na˜o e´ poss´ıvel gerar uma base de autovetores para R2. 25 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R3 −→ R3 definida por T (x , y , z) = (3x , 3y , 3z). Busquemos uma matriz associada a T relativamente a uma base de autovetores. Matriz associada a T com relac¸a˜o a` base canoˆnica de R3: [T ] = 3 0 00 3 0 0 0 3 Polinoˆmio Caracter´ıstico: p(λ) = det([T ]− λI ) = (3− λ)3 = 27− 27λ+ 9λ2 − λ3 Ra´ızes: λ = 3; 26 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R3 −→ R3 definida por T (x , y , z) = (3x , 3y , 3z). Busquemos uma matriz associada a T relativamente a uma base de autovetores. Ra´ızes: λ = 3; Substituindo na equac¸a˜o T (x , y , z) = λ(x , y , z), teremos x = x , y = y e z = z , isto e´, os autovetores associados ao autovalor λ = 3 sa˜o da forma v = (x , y , z), o que corresponde ao autoespac¸o [(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)] que e´ o pro´prio R3. Exemplo de base de autovetores: B1 = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} B2 = {(2, 0, 0), (0− 1, 0), (0, 0, pi)} ... 27 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Exemplo Considere T : R3 −→ R3 definida por T (x , y , z) = (3x , 3y , 3z). Busquemos uma matriz associada a T relativamente a uma base de autovetores. Matriz associada a T com relac¸a˜o a uma base de autovetores: [T ]B = 3 0 00 3 0 0 0 3 28 / 29 Autovalores e Autovetores Polinoˆmio Caracter´ıstico Diagonalizac¸a˜o de Operadores Definic¸a˜o - Operador Diagonaliza´vel Seja T : E −→ E um operador linear. Dizemos que T e´ um operador diagonaliza´vel se existe uma base de E cujos elementos sa˜o autovetores de T . Diagonalizac¸a˜o de um Operador Seja T : E −→ E um operador linear. Diagonalizar o operador T e´ encontrar - quando poss´ıvel - uma matriz associada a` T com relac¸a˜o a uma base de E formada por autovetores de T .. 29 / 29 Autovalores e Autovetores Polinômio Característico Diagonalização de Operadores