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Neoplasia de esôfago: - localização: principal local é o terço médio (+50% dos casos), seguido por esôfago inferior e por último esôfago cervical. - originam-se de pequenos pólipos, epitélio desnudo ou placas. - lesões avançadas costumam se caracterizar por massas ulceradas e infiltrativas. - comportamento biológico agressivo, ao infiltrar-se localmente e acometer gânglios linfáticos adjacentes ou metastizar amplamente pela via hematogenica. - ocorre invasão da arvore traqueobrônquica, aorta e pericárdio. QUADRO CLÍNICO: - disfagia progressiva (inicia com dificuldade para ingestão de sólidos, evoluindo para alimentos pastosos e líquidos). - queixa referida quando acomete mais de 50% da luz do órgão (diâmetro<13mm) - característica progressiva, ocorrendo também perda rápida de peso (devido disfagia, alt na dieta e anorexia associada ao tumor), odinofagia e regurgitação. - perda de sangue crônica é comum e pode resultar em anemia ferropriva. Sangramento digestivo agudo é raro e resulta de erosão da aorta ou artérias brônquicas ou pulmonar pelo tumor. - fase avançada ode ocasionar sintomas decorrentes da invasão de estruturas adjacentes, com tosse e expectoração, dor torácica ou rouquidão (invasão de nervos laríngeos recorrentes com paralisia da prega vocal), fistula traqueobrônquica (tosse com expectoração produtiva) e síndrome de Claude Bernard-Horner (pela invasão do gânglio estrelado. - a doença espalha para linfonodos subjacentes e supraclaviculares que quando palpáveis recebem o nome de sinal de Troisier. Quais os diagnósticos diferenciais? Estenose por refluxo - disfagia em menos de 10% dos portadores de doença do refluxo gastroesofagico - a disfagia geralmente é lenta, progressiva e referida junto ao apêndice xifoide. - estreitamento do esôfago que impede a progressão normal de saliva e/ou alimentos - estenoses podem se manifestar também por dor à deglutição (odinofagia). A perda de peso é um sinal indireto, que depende do grau de dificuldade de deglutir. Megaesôfago - dados epidemiológicos e os achados do exame de esôfago-estomago-duodeno e manometria fazem o diagnóstico. - ocorre após uma destruição parcial dos plexos nervosos da musculatura do esôfago, causando uma alteração e enfraquecimento de sua contratilidade, seguida de espasmo da cárdia. - costuma ser contraído por conta da doença de Chagas. - sintomas: Desconforto torácico durante as refeições; disfagia, que é a dificuldade de engolir alimentos; emagrecimento, uma vez que a pessoa não consegue se alimentar adequadamente. Divertículo faringoesofágico (divertículo de Zenker) - pacientes de idade avançada, com disfagia alta que se acentua durante a ingestão, tem como sintomas concomitantes abaulamento cervical durante a refeição e regurgitação. - exame de esôfago-estomago-duodeno faz o diagnóstico. - herniação da mucosa da parede posterior do hipofaringe - sugere-se que seja decorrente de altas pressões intra-esofágicas sobre áreas frágeis da hipofaringe. - sintomas: disfagia, regurgitação, halitose, emagrecimento, vômitos alimentares, disfonia, tumoração cervical, tosse pós-prandial, odinofagia, sialorréia, pirose e dor cervical. Anel esofágico inferior (Schatzki) - subestenose localizada na transição anatômica esofagogástrica no ponto de união do epitélio escamocolunar. - enfermidade adquirida, tendo como causa a agressão repetida do epitélio esofágico por refluxo. - disfagia é o principal sintoma, com característica de ser intermitente para sólidos e líquidos e evolução progressiva com intervalo de vários anos, tornando-se, assim, crônica. - Queimação retroesternal (pirose) é sintoma frequente em pacientes portadores de anel esofágico em razão da associação com a doença do refluxo gastroesofágico. Outra manifestação é a impactação de alimentos sólidos no local do anel, principalmente em homens idosos. Alguns pacientes podem referir regurgitação e broncoaspiração associados à disfagia. Acalasia - envolve uma falha no relaxamento do esfíncter inferior do esôfago (EIE) aliada a uma dismotilidade do corpo esofagiano. Existe uma dificuldade de passagem do alimento pela transição esofagogástrica sem que haja uma verdadeira estenose orgânica ou compressão extrínseca. - caracterizada pela ausência de movimentos peristálticos do esôfago e pelo estreitamento do cárdia - causa desconhecida, mas também pode ser uma complicação da doença de Chagas e neuropatia diabética. - sintomas: disfagia de longa duração e dor retroesternal. A dificuldade de passagem do alimento do esôfago para o estômago pode evoluir com megaesôfago progressivo. Há perda de peso, vômitos, regurgitação, salivação excessiva, dor torácica e pirose. Também pode ocorrer tosse noturna, abscessos nos pulmões, infecções das vias aéreas e pneumonia por aspiração. Espasmo esofageano difuso (esôfago em saca rolhas) - contrações simultâneas, repetitivas, não peristálticas, localizadas normalmente no terço inferior do órgão, podendo ou não acompanhar hipertrofia da camada muscular dessa região e degeneração de fibras vagais aferentes. Difere da acalasia por ocorrer essencialmente no corpo do esôfago, produzindo um menor grau de disfagia, causando maior dor torácica e exercendo menos efeitos no quadro clínico do paciente. - sintomas: Dor retroesternal associada a disfagia para líquidos e sólidos. Miastenia grave - distúrbio neuromuscular caracterizado por déficit motor e fatigabilidade da musculatura esquelética. É uma doença crônica auto-imune resultante da ação de anticorpos contra os receptores nicotínicos pós-sinápticos de acetilcolina na junção neuromuscular. - fraqueza muscular é o principal sintoma de miastenia grave e piora à medida em que o músculo afetado é usado repetidamente. Dificuldade para engolir, facilidade para engasgar, problemas de mastigação e perda do controle dos músculos faciais ligados às expressões. Qual a patogênese envolvida? Carcinoma espinocelular: - principais afecções presentes: megaesôfago (estase esofágica aumenta a concentração de nitritos, decorrente da maior quantidade de bactérias redutoras de nitrito na luz do esôfago), estenose caustica e tilose (hiperceratose palmoplantar e papilomatose de esôfago). - incidência aumentada em pacientes com historia passada ou atual de câncer de cabeça e pescoço e câncer de pulmão, e risco 2x maior em indivíduos com gastrite atrófica. - fatores agressivos e pró-carcinógenos da mucosa esofágica: tabagismo e etilismo (risco para etilismo 2,4 e tabagismo 2,3 para usuário de ambos o risco é mais de 20). - outros fatores de risco: ingestão de compostos nitrosos, sílica e alimentos contaminados por fungos, além da ingesta de alimentos muito condimentados em grande quantidade ou em temperaturas muito altas. - outros fatores: ingestão de carne vermelha e baixos níveis de zindo e selênio. Adenocarcinoma: - mais frequente em caucasianos e sexo masculino (6:1) - fatores que aumentam a incidência: obesidade (aumenta risco da doença do refluxo) e a doença do refluxo gastroesofágico. - esôfago de Barret, decorrente da ação prolongada do refluxo gastroesofágico é um fator predisponente. - tabagismo, obesidade, doença do refluxo e baixa ingesta de frutas e vegetais presentes em quase 80% dos casos. 4) Quais exames complementares podem auxiliar no diagnóstico? - RX contrastado de esôfago-estomago-duodeno pode sugerir câncer esofágico, mas o diagnóstico é estabelecido com biopsia via endoscopia. - endoscopia digestiva alta está indicada para todos os casos - na pratica é o 1º exame solicitado nos casos de disfagia. - método durante endoscopia é a cromoscopia com lugol, que ermite avaliação mais minuciosa da mucosa, identificando áreas não coradas, que podem representar neoplasia, facilitando as biopsias dirigidas, ou seja aumenta a sensibilidade do exame. - lesões recoces aparecem a endocospia como placas superficiais, nódulos ou ulcerações. - as avançadas se apresentam como estenoses, massas ulceras, massas circunferenciais ou extensas ulcerações. - biopsiaconfirma o diagnostico e quandto maior o numero, maior a acurácia, associação do escovado citológico as 7 biopsias aumenta a acurácia para 100%. - exame de esôfago-estomago-duodeno com duplo contraste pode detectar tumores de até 1cm de diâmetro e comprovar eventuais fistulas esofagobronquicas ou esofagomediastinais. Quais as possibilidades de tratamento? - Tratamento pode ser feito em três abordagens distintas ou combinadas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. - para tumores em estágios iniciais, a ressecção endoscópica pode ser um procedimento viável. - na maioria dos casos, a opção mais indicada é a cirurgia, que pode focar tanto na retirada do tumor quanto na retirada de uma parte do esôfago, recomendada quando o tumor já se espalho para estruturas vizinhas e gânglios linfáticos. - tratamento pode ser paliativo, por meio de quimioterapia ou radioterapia.
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