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HA e HI

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Hemaglutinacão (HA) e Inibição da hemaglutinacão (HI) 
A capacidade de certos vírus de ligar-se e aglutinar hemácias (hemaglutinacão [HA]) 
e a capacidade de anticorpos específicos contra esses vírus de inibir essa atividade 
hemaglutinante (inibição da hemaglutinacão [HI]) tem sido utilizada como indicador 
da presença de vírus em material clínico (HA) e de anticorpos específicos no soro 
(HI). A HA e HI são técnicas bastante utilizadas, porém são aplicáveis a uma 
pequena parcela dos vírus, pois muitos vírus não possuem atividade 
hemaglutinante. 

De forma simultânea, mas independente, e trabalhando com ovos embrionados 
infectados com o vírus da influenza, HIRST (1941) e McCLELLAND observaram que 
os eritrócitos dos embriões que entravam em contato com o líquido alantóide rico em 
vírus eram aglutinados e rapidamente sedimentavam. A observação do fenômeno, 
atualmente conhecido como hemaglutinação viral, constitui-se num método rápido e 
simples de indicar a presença e a concentração de vírus que possuem atividade 
hemaglutinante. Os mesmos autores observaram que o soro de pacientes 
convalescentes continham anticorpos que inibiam especificamente a atividade 
hemaglutinante do vírus, fenômeno denominado de inibição da hemaglutinação (HI). 
Esse fenômeno é amplamente utilizado na identificação sorológica e no diagnóstico 
sorológico desses vírus. Também observou-se que essa característica não era 
exclusiva do vírus da influenza e que ocorria também com hemácias de outras 
espécies. 
Conseqüentemente, as reações de HA e HI foram sendo gradativamente 
padronizadas para o estudo de diversas viroses. Sua ampla difusão deve-se em 
parte a sua rapidez e simplicidade de execução e ao fato de procedimento que 
encarece e por vezes inviabiliza o uso rotineiro de determinados testes 
sorológicos. O fenômeno de HA é sempre pesquisado em amostras de vírus recém-
isolados, não somente visando a simplicidade do ensaio das reações de HA e HI, 
mas também objetivando estudos de virologia básica e taxonomia viral. 
Mecanismo de hemaglutinacão 
Alguns vírus possuem em sua superfície estruturas capazes de ligar-se a 
receptores específicos presentes nas hemácias de determinadas espécies e 
produzir o fenômeno da hemaglutinação. Tais estruturas, denominadas 
“hemaglutininas”, constituem-se de glicoproteínas que brotam da superfície dos 
vírions. A ligação da hemaglutinina viral com o receptor na membrana da hemácia de 
uma determinada espécie animal é regida, além da especificidade estrutural, por 
fatores como pH, concentração e composição iônica do meio e temperatura. Nos 
myxovírus (Orthomyxo e Paramyxo), onde o mecanismo de HA é bastante estudado, 
a hemaglutinina é uma glicoproteína que brota do envelope viral e apresenta 
afinidade por receptores mucopolissacarídicos da membrana. A fração ligante do 
receptor eritrocitário constitui-se de resíduos terminais de ácido n-acetilneuramínico 
(NANA). 

Nos Orthomyxovírus (vírus da influenza), outra glicoproteína do envelope viral 
(neuraminidase) cliva enzimaticamente os resíduos de NANA terminais dos 
receptores. Dessa forma é possível obter-se hemaglutinação à temperatura de 4ºC, 
quando a atividade da enzima é muito reduzida, e posteriormente promover a 
eluição do vírus já adsorvido à hemácia pela simples elevação da temperatura à 
37ºC e conseqüentemente destruição da fração ligante dos receptores pela atividade 
da neuraminidase viral. Uma vez destruídos, os receptores eritrocitários pela 
atividade da neuraminidase, o fenômeno de HA com esse vírus não pode mais ser 
observado e as hemácias são ditas “estabilizadas”. Nos Paramyxovírus, a atividade 
de neuraminidase reside na mesma molécula que produz a hemaglutinação 
(hemaglutinina). O mecanismo intrínseco da hemaglutinação dos diferentes vírus 
hemaglutinantes não é tão bem conhecido como para os mixovirus. 
Mecanismo de inibição da hemaglutinacão (HI) 
Ao contrário da reação de HA (que simplesmente revela uma atividade biológica do 
vírus), a reação de HI é uma prova sorológica e dessa forma pode ser empregada 
tanto na identificação sorológica como no sorodiagnóstico de viroses. O seu 
mecanismo fundamenta-se no fato de que a hemaglutinina viral pode ser 
especificamente bloqueada por anticorpos dirigidos contra seus determinantes 
antigênicos, inibindo o fenômeno de HA. A inibição de hemaglutinação de 
determinada amostra de vírus recém-isolado por um padrão, possibilita sua 
identificação sorológica. Por outro lado, a detecção, de anticorpos no soro de um 
animal, que inibem especificamente a hemaglutinação de um vírus padrão, permite o 
soro diagnóstico da virose em questão. Além dos fatores relacionados à ligação 
receptor/hemaglutinina anteriormente citados (pH; concentração iônica do meio; 
temperatura), a concentração de hemácias e a quantidade de partículas virais 
influenciam de forma crítica os resultados do HA. 
Aplicações: os vírus hemaglutinantes são classificados em quatro grupos. 

1. Influenza e parainfluenza; 

2. Alguns poxvírus; 

3. Alguns arbovírus; 

4. Alguns picorna, reo e adenovírus. 
Inibição da hemaglutinacão (HI) 
 A técnica de HI é utilizada para detectar-se anticorpos contra os vírus que causam 
hemaglutinacão. É um teste simples e rápido e pode ser utilizado para qualquer 
vírus que cause hemaglutinacão. É geralmente utilizada em soro sangüíneo. 
Fundamentalmente, incuba-se o soro-teste (em diferentes diluições) contra uma 
quantidade fixa de vírus (pré-determinada). Após a incubação, adicionam-se as 
hemácias. Se houver a presença de anticorpos, os mesmos vão ligar-se na 
hemaglutinina viral e impedir que o vírus cause hemaglutinacão. Se não houver 
anticorpos, a hemaglutinina viral ficará ativa e irá aglutinar as hemácias causando a 
hemaglutinacão. Incubando-se diluições crescentes do soro com quantidades fixas 
do vírus, pode-se determinar também a quantidade de anticorpos presentes no soro-
teste (título de anticorpos). Reação positiva (presença de anticorpos inibidores da 
HA): hemácias não aglutinam. 

Reação negativa (ausência de anticorpos): o vírus aglutina as hemácias. 
Observações 

É importante ressaltar a possibilidade do soro inibir a hemaglutinação através de um 
mecanismo não imunológico, ou seja: não mediado por anticorpos. Esse fenômeno é 
provocado por substâncias ditas “inibidores inespecíficos da hemaglutinação”, que 
apresentam afinidade pela hemaglutinina viral. Os inibidores inespecíficos da 
hemaglutinação (ex. albumina bovina) podem ser removidos do soro por diferentes 
métodos, que variam de acordo com o sistema viral. 

Outro problema que pode ocorrer na reação de HI é a presença de hemaglutininas 
contra as hemácias empregadas na reação. Nesse caso, embora o soro possa ter 
anticorpos que bloqueiem a hemaglutinina viral, ocorre uma falsa hemaglutinação 
mediada pelas aglutininas séricas. Isto induz a um resultado negativo no HI. Esse 
problema pode ser contornado através da adsorção prévia do soro com uma 
suspensão de hemácias, retirando as aglutininas séricas indesejáveis.

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