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FATORES DE RISCO PARA SIFÍLIS EM MULHERES (1)

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FATORES DE RISCO para SífiLIS EM MULHERES: ESTUDO CASO -CONTROLE
Clube de Revista – 25/10/2017
ROTEIRO
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
RESULTADOS
DISCUSSÃO
INTRODUÇÃO
A sífilis gestacional constitui um problema de saúde pública no mundo. 
Dois milhões de gestantes apresentem a infecção na forma ativa, a cada ano, e que menos de 10% são diagnosticadas e tratadas. 
Cerca de 90% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento; entretanto, têm-se observado o reaparecimento em nações desenvolvidas.
INTRODUÇÃO
A doença provoca múltiplos desfechos adversos na gravidez, sendo estimado um risco de 4,5 vezes maior, quando comparados às gestantes sem o diagnóstico. 
Ao ocasionar a transmissão vertical e, se não tratada adequadamente, pode provocar aborto espontâneo, parto prematuro, morte fetal e neonatal. 
INTRODUÇÃO
Os recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente podem apresentar quadro assintomático. Isso pode levar à ausência de diagnóstico e tratamento, gerando graves danos à sua saúde, com repercussões psicológicas e sociais.
As recomendações para seu controle reforçam intervenções direcionadas à prevenção e ao diagnóstico oportuno, com atenção a grupos populacionais mais expostos. 
INTRODUÇÃO
 
Fatores comportamentais
Fatores 
sóciodemográficos
Assistência à saúde
 Inúmeras condições têm sido associadas à ocorrência de sífilis na gestação, entre elas:
FATORESSÓCIOECONÔMICOS
FATORES COMPORTAMENTAIS
ANTECEDENTESCLÍNICOS, OBSTÉTRICOS E ASSISTÊNCIA À SAÚDE
IDADE
RELIGIÃO
HISTÓRIA DE ABORTO
ESTADO CONJUGAL
IDADE DA 1ªRELAÇÃO E GESTAÇÃO
HISTÓRIADE IST
RAÇA/COR
Nº DE GESTAÇÕES ANTERIORES E PARCEIROS
Nº DE CONSULTAS NO PRÉNATAL
RENDA FAMILIAR
USO DE PRESERVATIVO
IDADE GESTACIONAL
CLASSE ECONÔMICA
IDADE QUEINICIOU CIGARRO, ÁLCOOL OU OUTRAS DROGAS
LOCAL ONDE REALIZOU O MAIOR NÚMERO DE CONSULTAS
ESCOLARIDADE
USODE DROGAS PELO PARCEIRO
DISPONIBILIDADE DO CARTÃO PRÉ-NATAL
TRABALHO REMUNERADO
DISCRIMINAÇÃO
CADASTROEM UBS
INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
USO DE TV E RÁDIO
SOROLOGIA PARA HIV
ACESSO À INTERNET E TELEFONE
ACESSO ÀINFORMAÇÃO
PRESENÇAEM GRUPO DE GESTANTE
SITUAÇÃODE CONFLITO
INTRODUÇÃO
O Brasil é signatário de planos internacionais para eliminação da sífilis. 
Meta Atual definida pela OMS
 95% de cobertura de cuidados pré-natais e rastreamento para sífilis em gestantes
No Brasil, a sífilis gestacional apresenta elevada magnitude e a maior parte dos casos continua sendo diagnosticada tardiamente, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, persistindo dificuldades no controle da doença.
INTRODUÇÃO
 A sífilis gestacional relaciona-se ao baixo nível socioeconômico e ao atendimento pré-natal inadequado, contribuindo para persistência da transmissão vertical e expondo as diversas fragilidades da assistência não só quanto ao acesso, mas também à oportunidade de rastreamento, diagnóstico, tratamento das gestantes e seus parceiros. 
HIPÓTESE
MÉTODOS
Trata-se de um estudo do tipo caso-controle
Realizado no período de julho de 2013 a julho de 2014, em 7 maternidades (seis de administração pública e uma filantrópica), correspondendo à totalidade de unidades em funcionamento e que atendiam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Recife.
OBSERVACIONAL
MÉTODOS
Recrutadas:
 Mulheres elegíveis após o resultado do exame VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) sob qualquer titulação, admitidas nesses serviços em trabalho de parto, pós-parto, aborto e qualquer outra intercorrência clínico-cirúrgica do ciclo gravídico puerperal. 
Excluídas: 
 Mulheres internadas em unidade de terapia intensiva (UTI) e as que não demonstravam condições clínicas ou cognitivas de responder a entrevista.
VDRL: identifica moléculas que são produtos da infecção do Treponema (cardiolipina, lecitina e colesterol). Mais relacionadas a sífilis (mais pronunciado), porém outras doenças também estimulam a produção dessa moléculas.
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MÉTODOS
Os casos e controles residiam no município do Recife. 
A classificação entre casos e controles foi estabelecida após a realização do diagnóstico sorológico pelo método ELISA, exame confirmatório treponêmico, independentemente do resultado do VDRL. 
Isso foi necessário porque o VDRL não é um teste treponêmico e vários fatores podem interferir no seu resultado (FALSO POSITIVO).
MÉTODOS
A estimativa do tamanho da amostra foi realizada no programa Stalcalc do pacote estatístico EpiInfo, versão 6.04.
Considerou-se o nível de confiança de 95% e poder de 80%.
TAMANHO ADEQUADO DA AMOSTRA
MÉTODOS
A razão foi de um caso para dois controles e ponderou-se a possibilidade de 10% de perdas ou recusas.
Estimou-se que seriam necessárias 480 mulheres, sendo 160 casos e 320 controles.
As informações foram obtidas por meio de entrevista, durante o internamento, por meio de um questionário estruturado aplicado por profissionais de saúde e estudantes universitários da área de saúde e ciências sociais. 
MÉTODOS
Ao final, coletava-se 2 ml de sangue para realização da sorologia para sífilis pelo método ELISA, escolhido devido à sua elevada sensibilidade e especificidade frente a outros testes treponêmicos (TPHA, FTA-ABS) e por não sofrer interferências na análise, dado que amostras hemolisadas ou com relativa concentração de lipídeos podem ser processadas. 
PARÂMETRO DO DESFECHO 
MÉTODOS
No programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 13, foram realizadas as análises bivariadas entre os fatores associados e o desfecho para as estimativas de odds ratio (OR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). 
Coeficiente de correlação de Pearson: mede o grau de colinearidade de duas variáveis.
P=0 
P=1 (colinearidade perfeita)
P=-1 (colinearidade negativa perfeita, se uma aumenta a outra sempre diminui 
A Análise Bivariada permite a análise simultânea de duas (ou mais) variáveis. Permite estabelecer relações entre variáveis, ou seja, determinar se as diferenças entre a distribuição de duas variáveis são estatisticamente significativas,com o objetivo de pesquisar influências, causalidades ou coincidências. O significado das questões que se comparam guiam a sua escolha e a análise estatística permite indicar se os dados confirmam ou não as idéias que deflagraram as comparações. Isso é o que se chama testar hipóteses.
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MÉTODOS
As variáveis que apresentaram valor de p ≤ 0,20 foram incluídas no modelo de análise multivariada. 
Nessa etapa, adotou-se como estratégia para introdução das variáveis o processo de modelagem hierarquizada por blocos, considerando os possíveis fatores de risco para sífilis gestacional. 
Análise Multivariada (J.M. Neto): Quando um fenômeno depende de muitas variáveis, geralmente este tipo de análise falha, pois não basta conhecer informações estatísticas isoladas, mas é necessário também conhecer a totalidade destas informações fornecida pelo conjunto das variáveis. As relações existentes entre as variáveis não são percebidas e assim efeitos antagônicos ou sinergéticos de efeito mútuo entre variáveis complicam a interpretação do fenômeno a partir das variáveis consideradas. 
Modelo hierarquizado: indica a ordem em que deve entrar em variáveis. 
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MÉTODOS
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco.
Todos os cuidados foram adotados visando a garantir o sigilo e a confidencialidade das informações. 
Antes da realização de cada entrevista, foi obtido o aceite por escrito da participante após leitura do termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS (tabela 1)
 
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RESULTADOS (tabela 2)
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RESULTADOS (tabela 3)
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RESULTADOS (tabela 4)
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DISCUSSÃO
Neste estudo, identificamos que a pobreza e suas decorrentes condições vulnerabilizantes – sejam comportamentais ou de acesso e qualidade da assistência pré-natal ofertada nos serviços de saúde – encontram-se significativamente associadas à sífilis em gestantes. 
DISCUSSÃO
O presente estudo tem limitações que devem ser apontadas.
 Ex.: Como as informações foram captadas por entrevista face a face, existe a possibilidade de erros de classificação, principalmente nas variáveis comportamentais, como o uso do preservativo, o uso de álcool e número de parceiros sexuais. 
Por outro lado, não há evidência de que tenha havido erro de classificação diferencial entre casos e controles. 
DISCUSSÃO
As variáveis que mostraram maior força de associação para a sífilis gestacional, neste estudo, foram:
1º História anterior de infecção sexualmente transmissível (p<0,001; OR= 9,70 (5,46-17,24);
2º Número inadequado de consultas no pré-natal (1-3 consultas) (p<0,001; OR= 3,53 (1,86-6,69)) 
DISCUSSÃO
O número de parceiros sexuais no último ano apresentou associação com o desfecho estudado (se ≥ 3: OR= 3,15 (1,51- 6,53). 
 Obs.: idade da 1ª relação
Entre as mulheres brasileiras, a média de parceiros(as) sexuais nos últimos 12 meses diminui quanto mais aumenta a escolaridade, condição considerada como processo de autoproteção.
O uso de drogas ilícitas mostrou associação à ocorrência de sífilis nas mulheres (Em menores de 17 anos: OR= 3,04 (1,45-6,40)
DISCUSSÃO
O não acesso ao telefone (OR=2,45; 1,28-4,70) e o baixo nível de escolaridade (OR=2,02; 1,17-3,47) mostraram associação com a presença da sífilis, condição amplamente explorada em diversos estudos. 
Entretanto, reconhecidamente a adoção de comportamentos sexuais seguros mostra-se complexa, não dependendo unicamente do nível educacional, renda, acesso a informações e insumos como preservativos, mas também dos significados atribuídos à sexualidade e ao cuidado com a própria saúde.
DISCUSSÃO
A afiliação à religião católica mostrou-se associada à sífilis (OR=1,70; IC1,07-2,78). 
Obs.: religiosidade tende a retardar o início da vida sexual
A faixa etária não se mostrou associada à sífilis (p=0,365), embora pesquisas nacionais e regionais realizadas nos últimos 10 anos encontraram maior ocorrência da infecção entre mulheres com média de idade de 23 anos e as adolescentes. 
DISCUSSÃO
Embora não tenha sido detectado nesta amostra, outros estudos encontraram associação da não utilização de preservativos e o crescimento de infecção sexualmente transmissível. 
A elevada frequência de relacionamentos estáveis nessa população pode ter contribuído para realização do sexo desprotegido, provavelmente devido à maior afetividade e confiança no parceiro, relativizando as medidas de prevenção às infecções e gravidez. 
 Obs.: Classe média baixa
VIÉS DE INFORMAÇÃO
DIFICULDADE PARA VALIDAÇÃO EXTERNA
DISCUSSÃO
Cabe ressaltar ainda que é grande a proporção de mulheres que finalizam o curso da gestação e que não são submetidas ao tratamento recomendado para o controle e prevenção da transmissão vertical da sífilis. 
 
A assistência pré-natal adequada poderia não só reduzir casos de sífilis incidentes durante a gravidez por meio de aconselhamento e estímulo ao uso de preservativo, mas também se tratado corretamente os casos prevalentes em futuras gestações.
DISCUSSÃO
As associações encontradas indicam a necessidade de reorganização das ações, priorizando mulheres com as características de risco identificadas.
Estratégias direcionadas para essas populações podem ser consideradas o ponto inicial do processo e fundamental para redução da transmissão vertical da sífilis.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
INFLUÊNCIA NA PRÁTICA CLÍNICA

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