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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 07
Competência tributária plena. Indelegabilidade da competência. Não exercício da competência. Competência residual e extraordinária. Limitações da competência. Princípios da legalidade e da tipicidade. Princípio da anualidade. Proibição de tributos interlocais. Imunidade e isenção. Uniformidade tributária. Tributação das concessionárias. Sociedades mistas e fundações. Imunidade recíproca. Extensão da imunidade às autarquias.
Partes alteradas ou acrescentadas em azul
Atualizado por Rodrigo Parente Paiva Bentemuller – agosto de 2012
7.1 Competência tributária plena
A competência tributária plena é aquela outorgada à pessoa política não só para cobrar (arrecadar) e fiscalizar o tributo (“função fiscal” ligada ao Poder Executivo), mas especialmente para criá-lo e legislar (“poder fiscal�” ligado ao Poder Legislativo) sobre ele (art. 6º, CTN) Segundo Aliomar Baleeiro, “a ênfase da adjetivação – ‘plena’ – quer significar que não há outras limitações ao legislador, senão aquelas de ordem constitucional”. Somente os entes federados possuem competência tributária. Somente a CF pode estabelecer competências tributárias.
	Limites para o exercício da competência: são apenas aqueles constantes na Constituição Federal, mas alguns autores entendem que Estados e Municípios podem criar restrições próprias (autolimitações), por meio de suas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. Tributo com receita distribuída: é o caso do IOF sobre o ouro como ativo financeiro, em que a União é competente para instituí-lo, mas a receita vai toda para Estados e municípios. Nesse caso, apesar do ente competente não ficar com a receita, ele mantém a competência plena.
	As regras constitucionais de repartição de receitas tributárias não têm nenhuma influência sobre a competência tributária, conforme art. 6º. parágrafo único, do CTN: “Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.”
	A competência tributária é mutável, podendo ser alterada por emenda constitucional, pois não configura, a priori, cláusula pétrea. Ela decorre, entretanto, de uma cláusula pétrea, qual seja, o princípio federativo. (Na ADI 2381, o STF reforçou a existência do referido princípio). Então, a competência pode ser modificada por emenda constitucional, desde que não prejudique a autonomia do ente federativo (financeira e de autogestão).
7.2 Indelegabilidade da competência
	Em sentido estrito, a competência tributária é política, referindo-se à possibilidade de editar lei instituindo o tributo, definido seus elementos essenciais (fatos geradores, contribuintes, alíquotas e bases de cálculo). 
A capacidade ativa decorre da competência tributária, mas possui natureza administrativa, referindo-se às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
	Nestes termos, conclui-se que, em sentido amplo, a competência seria a soma de quatro atribuições: instituir, arrecadar, fiscalizar e executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas relativas ao tributo.
	A indelegabilidade da competência tributária, contudo, refere-se apenas à primeira atribuição, a de instituir o tributo. As demais funções seriam delegáveis, portanto. Assim, utilizando-se a expressão em sentido estrito, pode-se afirmar que a competência tributária (política) é indelegável, seja expressa (CTN, art. 7º), seja tacitamente (CTN, art. 8º); já a capacidade ativa (administrativa) é delegável de uma pessoa jurídica de direito pública a outra.
	Pode-se citar como exemplo a delegação da capacidade ativa feita ao INSS de algumas contribuições previdenciárias instituídas pela União, detentora da competência tributária. Após tal delegação, foi editada a Lei 11.098/05 a qual a União retirou a capacidade ativa delegada do INSS autorizando a criação da Secretaria da Receita Previdenciária que, mais tarde, foi unificada com a Secretaria da Receita Federal criando-se a Receita Federal do Brasil.
As atribuições atinentes à capacidade tributária ativa só podem ser delegadas para pessoas jurídicas de direito público (art. 7º, caput, do CTN). Não confundir com o encargo ou função de mera arrecadação exercido por pessoas jurídicas de direito privado, como os bancos (art. 7º, §3º, do CTN), concessionária de energia elétrica (art. 149-A CF)
	Não obstante, vale registrar que alguns doutrinadores, como Paulo de Barros Carvalho, afirmam a imprestabilidade do texto literal do CTN, por conflitar com o sistema constitucional, onde se albergam, no campo da parafiscalidade (delegação da capacidade tributária ativa), entidades não públicas credenciadas à titularidade ativa de relações jurídico-tributárias.
7.3 Não exercício da competência
CTN: Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
	O não-exercício tampouco implica decadência da competência.
	Com a LC 101/00, o não exercício da competência tributária passou a ter um ônus. Com efeito, o art. 11 da citada lei veda a realização de transferências voluntárias (entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira) para entes que não exerçam as competências tributárias que lhe foram atribuídas pela Constituição em relação aos impostos. Como já dito, há quem entenda por inconstitucional tal disposição, por trazer restrição não prevista na CF.
	O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, e, principalmente, econômica, sobre o exercício da competência tributária.
	Ante ao exposto, Ricardo Alexandre faz considerações acerca da Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê como requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente federado.
	Para o autor, a previsão tem caráter principiológico, estando dentre do contexto do equilíbrio das contas públicas, que é o maior objetivo da LRF. Todavia, para ele, a lei foi além, ao proibir a realização de transferências voluntárias para entes federados que deixem de instituir os impostos de sua competência. 
	Apesar de reconhecer a lógica do postulado, na qual se um ente possui competência para criar um imposto e não o faz, presume-se que não precise de receita proveniente de transferência voluntária, para Ricardo Alexandre trata-se a vedação legal de uma sanção institucional que parece caminhar em sentido contrário à lição de que o exercício da competência tributária é facultativo.
7.4 Competência residual e extraordinária
Competência residual (Constituição Federal) – é sempre da União Federal em matéria de impostos (art. 154, I, CF) e contribuições sociais (art. 195, §4º, CF):
Competência extraordinária (Constituição Federal): é atribuído à União (art. 154, II, CF)
	Competência extraordinária – regras gerais:
o	Guerra externa ou sua eminência: são circunstâncias que permitem a criação do imposto, mas jamais serão seus fatos geradores.
o	Terão a mesma hipótese de incidência, base de cálculo e fato gerador de imposto ordinário já instituído pela União, Estados, DF ou Municípios; ou seja, ele é repetitivo, é uma clonagem tributária, que vai conviver, simultaneamente, com o imposto ordinário ou residual já existente. Ou seja, poderá haver a bitributação (quando duas pessoas exigem tributo do mesmo sujeito passivo sobre o mesmo fato gerador) e o bis in idem (quando a mesma pessoa exige tributos sobre o mesmo fato gerador).
o	Não exige não-cumulatividade.
o	Devem ser transitórios, maspodem perdurar por 5 anos depois da celebração da paz (art. 76 do CTN).
o	Podem ser instituídos por lei ordinária ou MP.
o	Não se submetem ao princípio da anterioridade simples e nonagesimal.
	Competência residual – regras gerais:
o	Pode ser utilizada a qualquer tempo.
o	Exige lei complementar.
o	Exige não-cumulatividade
o	Exige inovação do fato gerador e base de cálculo (segundo o STF, só existe dentro da própria espécie tributária. Ex.: uma contribuição só pode ser criada se o seu fato gerador e a sua base de cálculo forem diferentes daqueles definidos para as contribuições já criadas)
o	São permanentes (não há exigência de natureza temporária)
o	Submetem-se ao princípio da anterioridade e à noventena.
	Entende-se que, em matéria de taxas, a competência residual pertence aos Estados, haja vista sua competência residual político-administrativa.
7.5 Limitações da competência
Várias das limitações já foram tratadas na parte dos princípios (ver ponto 06 – “limitações constitucionais ao poder de tributar):
1. Princípio da Legalidade Tributária
2. Princípio da Anterioridade da Lei Tributária
3. Princípio da Igualdade Jurídica Tributária
4. Princípio da Tributação Segundo a Capacidade Contributiva
5. Princípio da Indelegabilidade da Competência Tributária
6. Princípio da Vedação ao Efeito Confiscatório
7. Princípio da Liberdade de Tráfego
8. Princípio da Uniformidade Geográfica
9. Princípio da Não-Discriminação Tributária em Razão da Origem ou Destino dos Bens
Enfim, ao exercer sua competência o ente da Federação tem como limites todos os princípios acima. Além desses, há as limitações das imunidades, que serão vistas à frente.
7.6. Princípios da Legalidade e da Tipicidade. Princípio da anualidade. Proibição de tributos interlocais.
a)	Princípio da legalidade: a criação e majoração de tributos só pode ser feita por lei. Exceção para a majoração de alíquotas: II, IE, IOF, IPI (alíquotas fixadas por decreto, dentro dos limites fixados em lei), CIDE-combustíveis (o Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas - art. 177, § 4º, I, b, CF) e ICMS monofásico sobre combustíveis (alíquotas fixadas por convênio celebrado entre Estados e DF – CONFAZ - art. 155, § 4º, IV, CF) Não há mais ressalva para a CPMF, cuja alíquota, fixada diretamente pela CF, podia ser alterada pelo Executivo.
o	A EC 32/2001 veio constitucionalizar a medida provisória como meio adequado para criar ou aumentar tributo. No entanto, antes mesmo da EC, o STF entendia ser a MP veículo normativo hábil a criar ou majorar tributos.
o	O princípio restringe-se aos elementos do tributo previstos no art. 97 do CTN (fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeitos, penalidades, disciplina relativa ao crédito tributário e à obrigação tributária), salvo exceções constitucionais acima mencionadas.
o	Segundo o STF, não estão sujeitas à reserva legal as seguintes matérias: a) obrigações acessórias; b) prazos para pagamento de tributos; c) correção monetária da base de cálculo.
o	Alguns tributos devem ser instituídos por lei complementar: imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais residuais da União.
- Legalidade e delegação legislativa: nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária. Contudo, a grande liberdade na edição de medidas provisórias acaba inutilizando o instrumento.
Legalidade e regulamentos: STF: “os decretos regulamentadores, ao tratarem da atividade econômica preponderante e do grau de risco acidentário, delimitaram conceitos necessários à aplicação concreta da Lei 8.212/91, não exorbitando o poder regulamentar conferido pela norma ... (STF, RE 343.446-2/SC, j. 20.3.2003). Assim é possível que o legislador atribua ao regulamento a incumbência de complementar conceitos jurídicos indeterminados, sem que com isto se fira o princípio da legalidade.
b)	Princípio da tipicidade: a tipicidade tributaria é análoga à penal e significa que o tributo somente será devido se o fato concreto se enquadrar na previsão da lei tributaria, assim como o fato criminoso tem que se enquadrar na lei penal. A doutrina tem afirmado categoricamente que a reserva incondicionada de lei formal na definição in abstrato dos elementos necessários à tributação é condição sine qua non para a exigibilidade de um tributo. Isto viabiliza a identificação de quem vem a ser o sujeito obrigado ao pagamento do tributo, qual o seu valor devido, e principalmente, se o sujeito praticou, in concreto, o fato previsto, in abstrato, na norma. Pode ser considerado um detalhamento do princípio da legalidade previsto no art. 97 do CTN, significando que todos os elementos do tributo devem estar previstos em lei.
c)	Princípio da anualidade: se refere à necessidade de estar o tributo previsto no orçamento para que sua cobrança seja possível, ou seja, para que o tributo seja exigido no ano seguinte tem que ter sido incluído no orçamento como receita. Entretanto, esta limitação temporal que existia na CR/46 não existe mais. Isso significa que mesmo que o tributo não esteja previsto no orçamento, ele poderá ser exigido.
d)	Princípio da proibição de tributos interlocais ou liberdade de tráfego (art. 150, V, CF): O trânsito de pessoas e mercadorias não pode ser restringido por meio da imposição de tributos. 
A regra possui exceções: a) ICMS interestadual; b) pedágio.
A ressalva feita ao pedágio no dispositivo constitucional parece indicar que, para o constituinte, o pedágio se afigura como tributo. O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço (RE 181.475-6). Entretanto, é cediço que o pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização. Nestes casos, terá natureza de tarifa ou preço público.
7.7 Imunidade e isenção
A imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar, é uma limitação da competência legislativa. Já a isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo, por limitação de um dos critérios da hipótese de incidência. Ou, como mais comumente se diz: é a dispensa de recolhimento de tributo que o Estado concede a determinadas pessoas e em determinadas situações, através de leis infraconstitucionais. A norma isentiva constitui norma de estrutura, de modo que alterará a matriz de incidência tributária (PAULO DE BARROS CARVALHO). A competência para isentar é consequência lógica da competência para tributar (Sainz de Bujanda e José Souto Maior Borges)
	Imunidade
	Isenção
	* prevista na Constituição Federal
* é vedação ao poder de legislar sobre o tributo em determinados casos e em relação a determinadas pessoas
* é ausência de competência
	* prevista nas leis de cada ente da Federação
* é a dispensa legal do pagamento do tributo
* é causa de exclusão do crédito tributário
	O CTN enumera a isenção ao lado da anistia, como formas de exclusão do crédito tributário. Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Ou seja, não obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento. O STF perfilha a literalidade do CTN, entendendo que há a incidência da norma, ocorre o fato gerador e surge a obrigação tributária, com posterior dispensa do pagamento do tributo em razão da isenção. (visão clássica de Rubens Gomes de Souza).
	A isenção está submetida à reserva legal (lei específica). A lei deve especificar as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Frise-se que, em relação ao ICMS, há a necessidade, para a concessão de qualquer benefício fiscal (incluindo isenção), de prévia autorização em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ (conselho composto pelos secretários de fazendo dos estados e do DF, sob a presidência do Ministro da Fazenda). 
	A isenção pode ser restrita a determinada regiãodo território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. Tal regra deve ser aplicada em harmonia com o art. 151, I da CF, que permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Não há previsão de que ela possa ser restrita a “determinada classe ou categoria de sujeitos passivos”, como há em relação à moratória.
	Salvo disposição legal em contrário, a isenção genérica não se aplica às taxas e contribuições de melhoria, que têm caráter contraprestacional, e aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão (art. 177 do CTN)
	As isenções onerosas ou condicionais (em que é exigida alguma contrapartida do beneficiário) concedidas por prazo certo geram direito adquirido à fruição do benefício, pelo prazo estipulado, para os que cumpram as condições (vide súmula 544/ STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas). A lei que concede tal isenção pode ser revogada, mas a isenção, não. Em outros termos, ainda que revogada a lei, o beneficiário continuará fruindo da isenção até o prazo final.
A isenção pode ser concedida em caráter geral (objetivo) ou em caráter individual (subjetivo ou pessoal). Há isenção em caráter individual quando a lei restringir a abrangência do benefício às pessoas que preencham determinados requisitos, de forma que o gozo dependerá de requerimento formulado à Administração Tributária no qual se comprove o cumprimento dos pressupostos legais (STJ – Resp 196.473). São aplicáveis à isenção concedida em caráter individual as regras constantes do art. 155 do CTN:; a) a concessão de isenção em caráter individual não gera direito adquirido e será “revogada” (rectius, anulada) de ofício, quando se apure que o beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão; b) no caso de “revogação”, sempre será cobrado o tributo + juros de mora; c) se o benefício foi obtido com dolo ou simulação, haverá cobrança de penalidade e o tempo decorrido não será computado para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; d) se não houve dolo ou simulação, não haverá cobrança de penalidade pecuniária e a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o direito à cobrança.
	Revogação de isenção e anterioridade: segundo o art. 104, III do CTN, lei que extinga ou reduza isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou a renda entra em vigor apenas no exercício seguinte. O STF, no entanto, tem precedentes no sentido de que a revogação de isenção não se submete à anterioridade tributária. Revogada a isenção, o tributo pode ser imediatamente exigível. Cabe ressaltar, porém, que esses precedentes versavam, no caso concreto, sobre o antigo ICM (atual ICMS), que é imposto sobre a produção e circulação, enquanto que o CTN trata de imposto sobre patrimônio e renda. (“A referência, no texto do art. 104, III, c, do CTN, apenas aos tributos sobre o patrimônio ou a renda e à anterioridade de exercício não deve impressionar, pois tais restrições não foram recepcionadas pelas normas constitucionais posteriores.”LEANDRO PAULSEN. Curso de Direito Tributário. 2008, p. 181”)
	na questão das isenções heterônomas há que ser diferenciada a posição da União, ora como integrante da federação, ora como representante dessa mesma federação nas relações internacionais:
o	no primeiro caso, as isenções heterônomas não podem ser concedidas, por atingir a autonomia dos demais entes, salvo as exceções expressamente previstas no texto constitucional (Ex: Art. 155, § 2º, XII, e, CF e Art. 156, § 3º, II, CF);
o	no segundo, tem a União plena liberdade de, por meio de acordos internacionais, conceder isenções de tributos pertencentes aos demais entes federados, pois, aqui, atua como representante destes perante os demais Estados soberanos (posição do STF).
Obs.: A CF/67 autorizava a União a, mediante lei complementar e atendendo a relevante interesse social ou econômico nacional, conceder isenções de impostos estaduais e municipais, o que enfraquecia o princípio federativo e as autonomias estadual e municipal.
Cumpre, por fim, deixar ressaltado que, no tocante ao ICMS, o STF entendeu possível a concessão de isenção fiscal sem necessidade de convênio autorizativo, no caso de isenção do ICMS nas contas de água, luz, telefone e gás utilizados por templo de qualquer culto (não abrangido pela imunidade religiosa, haja vista o contribuinte de direito serem as concessionárias). Entendeu-se que, na situação, não geraria guerra fiscal ou gerar risco ao pacto federativo (ADI 3.421)
- Espécies de imunidades 
OBS: O ponto 7 só especifica a imunidade recíproca - parece que as outras espécies de imunidade estão incluídas nas limitações constitucionais ao poder de tributar (ponto 6). Por questões de garantia, foi resolvido deixar no resumo as outras espécies também. Por tradição, hei por bem mantê-las também.
a)	Imunidade recíproca
É cláusula pétrea, eis que visa à proteção do pacto federativo (ADI 939).
	Imunidade subjetiva.
	Somente impostos.
	Abrange patrimônio, renda ou serviços (jurisprudência: também aplicações financeiras).
	Não há imunidade: se o ente, direta ou indiretamente, explora atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis aos empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. (art. 150, §3º, CF)
	Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista: para o STF, a imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, I, a, CF abrange as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos (RE407.099 e AC 1.550-2)
	Concessionárias de serviços públicos: se forem remuneradas apenas pelo Estado (ex: PPP, na modalidade concessão administrativa), há imunidade. Se forem remuneradas também pelo usuário, não há imunidade.
	Autarquias e fundações: há imunidade, mas apenas no que for vinculado às finalidade essenciais.
Obs: serviço notarial e de registro é uma atividade estatal delegada, mas, por ser exercido em caráter privado, não é imune à incidência do ISS (STF, ADI 3.089)
O entendimento da Corte Excelsa somente abrange as entidades quando a mesma se encontra na posição de contribuinte de direito, e não contribuinte de fato. Com base nesse entendimento, o STF negou o pedido de um município que invocava direito a imunidade quanto ao ICMS incidente no fornecimento de energia elétrica para iluminação pública, por estar o município na posição de contribuinte de fato, logo a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI-AgR 671.412/SP, 2ª Turma, 1º/04/2008)
Pode-se concluir, conforme entendimento de Sasha Calmon Navarro Coelho, que a Corte, quanto ao alcance da imunidade tributária recíproca, já assentou que não é restrita aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou o serviço, senão que alcança todo e qualquer imposto que possa comprometer o funcionamento do ente imune. 
Decisões correlatas:
* proibição de cobrança do IOF nas operações financeiras realizadas pelos Municípios ou Estados (RE 196.415 – STF)
* vedação da incidência do imposto de renda sobre os rendimentos auferidos pelas pessoas públicas que gozam da imunidade recíproca (ADIMC 1758)
* declaração da inconstitucionalidade do art. 2º, §2º, da EC nº 3/93, que, entre outras coisas, pretendeu excluir o IPMF da vedação ora tratada (ADI 939) 
b)	Imunidade religiosa :é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto, regra que abrange apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais das entidades. Fundada na liberdade religiosa. O STF tem uma visão ampla, reconhecendo imunidade de imóveis alugados, desde que o produto seja revertido em prol das atividades essenciais (STF, RE 325.822/SP). No caso de ICMS, havia acirrada controvérsia, mas o STF entendeu pela não incidênciado imposto nas vendas de mercadorias, desde que o lucro fosse destinado às finalidades do templo. Incluem-se também, na regra de imunidade, os cemitérios que funcionem como extensão de entidades religiosas, sem fins lucrativos, e dedicado exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários.
c)	Imunidade “da alínea ‘c’”
	Imunidade subjetiva.
	Só impostos.
	São imunes a impostos o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (lei complementar - STF ADI-MC 1.802/DF)
	As entidades sindicais patronais não são imunes (ex.: FIESP).
	Requisitos da lei (art. 14 do CTN):
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
	O STF já concedeu imunidade de ICMS (mercadorias destinadas ao ativo fixo), II (importação de bolsas de sangue) e IPI (idem).
	Venda de bens por entidades imunes: STF reconhece a imunidade.
	Receita de serviços não relativos às atividades essenciais, mas revertidas ao financiamento destas: STF reconhece a imunidade.
	Entidades fechadas de previdência social privada: só são imunes se não houver contribuição dos beneficiários (STF, Súmula 730)
	Receita de aluguel de imóveis da entidade, revertida para suas finalidades essenciais: há imunidade (STF, Súmula 724)
Seguindo a mesma linha de raciocínio, o STF entendeu aplicável a imunidade a livraria de entidade beneficente (RE 345.830) e nos casos de venda de ingressos de cinema ao público em geral, realizada por serviço social autônomo (AI 155.822-AgR). 
d)	Imunidade cultural: é vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Das imunidades previstas no inciso VI do art. 150, é única puramente objetiva. Conforme STF, não alcança o serviço de composição gráfica, nem a renda da entidade. Alcança, todavia, os serviços prestados pela empresa jornalística na veiculação de anúncios e propagandas, desde que estejam impressos no corpo do jornal ou do periódico (folheto separado, não). A extensão da imunidade a publicações em meios eletrônicos, a softwares, CD´s, DVD´s ou qualquer outro meio que não seja o papel não é aceita pelo STF. 
Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
	ALCANÇA
	NÃO ALCANÇA
	As operações de importação, produção e circulação de bens enunciados como imunes (IPI, II e ICMS)
	Os rendimentos decorrentes das atividades das empresas que produzem ou comercializam os bens imunes
	Papel fotográfico, inclusive para a fotocomposição por laser, e papel para telefoto (STF, RE 273.308/SP)
	Publicações em meio diferente de papel (softwares, CD, DVD)
	Filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas
	Tinta, solução de base alcalina concentrada e quaisquer máquinas, utilizados na impressão ou fabricação dos bens imunes
	Películas de polímero de propileno utilizadas em capas de livros, integrando-se ao produto final
	Tiras de plástico para amarrar jornais
	Listas telefônicas, ainda que veiculem anúncios e publicidade (STF, RE 199.183/SP)
	Encartes ou folhetos de propaganda comercial separados do corpo do jornal e distribuídos com ele (STF, RE 213.094/ES)
	Serviço de veiculação de anúncios e propaganda em jornais e revistas, impressos em seu corpo
	Calendários, manuais ou papéis impressos de propaganda mercantil, industrial ou profissional
	Apostilas didáticas (STF, RE 183.403/SP) e álbuns de figurinha
	Agenda de anotações
e)	Contribuições previdenciárias
	São isentas (imunes) de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 55, Lei 8.212/91):
Art. 55. Fica isenta (imune) das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: 
I - seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal;
II - seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos;
III - promova, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência;
 IV - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título;
V - aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades.
 f)	Outras imunidades:
Imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII)
Imunidade de emolumentos referentes ao registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres (art. 5º LXXVI, CF)
Imunidade das receitas decorrentes de exportação a contribuições sociais e de CIDE (Art. 149, § 2º, I, CF). Tal imunidade não se estende à CSLL e à CPMF. Neste sentido, recente decisão proferida pelo pleno do STF nos RE 474.132/SC e RE 564.413/SC (Info STF 565).
Imunidade ao ITR das pequenas glebas rurais definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II, CF).
Imunidade ao IPI das exportações de produtos industrializados (art. 153, § 3º, III, CF)
Imunidade do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, que se sujeita apenas ao IOF e à extinta CPMF (art. 153, § 5º, CF).
Imunidade ao ICMS de operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior (art. 155, § 2º, X).
Imunidade ao ICMS nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, § 2º, X).
Imunidade a todos os impostos nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, § 5º).
Relativas a taxas (inciso XXXIV do art. 5º da CF) : 	“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
7.8 Uniformidade tributária
Trata-se de vedação específica à União, inserta no art. 151, I da CR que visa à proteção do pacto federativo. É regra protegida por cláusula pétrea. O mesmo dispositivo traz uma exceção que se refere à possibilidade de concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Essa possibilidade está em harmonia com o art. 3º da Constituição que inclui entre os objetivos da República a redução das desigualdades sociais e regionais. 
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
7.9 Tributação das concessionárias
É absolutamente pacífico que concessionárias ou permissionáriasde serviços públicos, remuneradas por preços públicos ou tarifas, não gozam de qualquer privilégio tributário. Tanto isso é verdade que, mesmo a prestação direta de serviços públicos pelo Estado, quando remunerada por preço ou tarifa pagos pelo usuário, estaria excluída da imunidade tributária recíproca (art. 150, §3º, CF), salvo se tratar de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, como é o caso da ECT.
7.10 Sociedades Mistas e Fundações
As sociedades de economia mista apresentam regime tributário definido pela CF/88, equiparando-as às empresas privadas, inclusive quanto às obrigações tributárias. Dispõe, ainda, o texto constitucional que tais entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não extensíveis às do setor privado.
Entretanto, quando prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, tais entidades são abrangidas pela imunidade recíproca. Entendimento jurisprudencial sedimentado pelo STF no RE 407.099/RS (ECT) e na AC 1.550-2 (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia).
Manteve-se a vedação de extensão de vantagens para empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
Em relação às fundações, o artigo 150, §2º CF dispõe que a imunidade tributária relativa aos impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, estaduais e municipais é extensiva às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, não diferenciando qual tipo de fundação pública. Ou seja, ambas as modalidades de fundações públicas fazem jus à referida imunidade, desde que a atividade esteja relacionada às suas atividades essenciais.
7.11 Extensão da imunidade às autarquias
A imunidade recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas federais, estaduais, distritais e municípios (art. 150, §2º, CF). TODAVIA, há uma diferença importante: enquanto no caso da imunidade recíproca das pessoas políticas não há restrição quanto à destinação de seu patrimônio, renda ou serviços, a imunidade das autarquias e fundações públicas alcança somente patrimônio, renda ou serviços vinculados às finalidades essenciais, ou às delas decorrentes, dessas pessoas administrativas.
O STF já afastou a incidência de IPTU sobre prédio ocupado por autarquia estadual, evidentemente, portanto, vinculado a suas finalidades essenciais (RE 203.839).
Fontes:
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 16 ed. 2006.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 16 ed. 2004.
CASTRO, Aldemario Araújo. Direito Tributário. 3 ed. 2007.
PAULO, Vicente & ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Tributário na Consituição e no STF. 12 ed. 2007.
PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário. 2008.
�	 Termos “função fiscal”e “poder fiscal” colhidos de Leandro Paulsen. Curso de Direito Tributário. Porto Algre: Livraria do Advogado, 2008.
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