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Livro Eletrônico Aula 01 Arquivologia p/ Polícia Federal - 2018 (Escrivão) Com videoaulas Professor: Ronaldo Fonseca 03871546127 - thais naressi 1.Seja bem-vindo ................................................................................................... 2 2. Dica de Coach ʹ Como marcar seu material de forma eficiente .......................... 2 3.Panorama da Aula ............................................................................................... 4 4. Sobre a Terminologia ......................................................................................... 4 4.1. Minidicionário de Arquivologia (MDA) .......................................................................... 4 5. Teoria das 3 idades (Ciclo Vital dos Documentos) ............................................... 5 6. Gestão de Documentos .................................................................................... 22 7.Classificação dos Arquivos e dos Documentos ................................................... 27 7.1 Entidades Mantenedoras ..............................................................................................28 7.2 Abrangência (Extensão de sua atuação) ......................................................................28 7.3 Natureza dos Documentos ...........................................................................................28 7.4 Classificação dos Documentos ......................................................................................30 7.5 Elementos dos Documentos ..........................................................................................34 7.6 Classificação dos Documentos Públicos - Schellenberg ................................................37 8.Protocolo .......................................................................................................... 44 8.1. Setor de Protocolo .......................................................................................................45 9. Avaliação e Destinação de Documentos ........................................................... 50 9.1. Análise, Avaliação, Seleção e Eliminação ....................................................................50 9.2 Instrumentos de Destinação (Tabela de Temporalidade e Lista de Eliminação) .........51 9.3 Código de Classificação ................................................................................................55 10. Questões Comentadas.................................................................................... 57 11. Questões sem Comentários .......................................................................... 176 12. Gabarito ....................................................................................................... 229 13. Resumão Arquivístico ................................................................................... 232 14. Considerações Finais .................................................................................... 237 15. Bibliografia ................................................................................................... 238 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 2 238 1.SEJA BEM-VINDO Olá, amigo(a) do Estratégia Concursos, que bom que você se matriculou em nosso curso para a PF! Agora vamos começar a entrar na matéria e colocar você dentro da prova. Já vai se imaginando na Sede, fazendo o seu treinamento! Agradeço sua confiança em nosso trabalho e lembre-se de utilizar o Fórum de Dúvidas como mais uma ferramenta para engrandecer os seus estudos. A Serenna está disponível para ajudá-los nesse processo. - 2. DICA DE COACH ʹ COMO MARCAR SEU MATERIAL DE FORMA EFICIENTE Um dos erros mais comuns quando se estuda para concursos é sobre marcações do material. É normal que o aluno leia o material pela primeira vez e já comece a querer fazer resumos, ĂŶŽƚĂĕƁĞƐà?�ŵĂƉĂƐ�ŵĞŶƚĂŝƐ�ŽƵ�à“ƉŝŶƚĂƌà?�Ž�ŵĂƚĞƌŝĂů�ƚŽĚŽ�ĐŽŵ�Ă�ĐĂŶĞƚĂ�ŵĂƌĐĂ�texto. Porém, esse não é o melhor momento para fazer nada disso. Em uma primeira leitura você ainda não tem a real noção do que é mais importante (o que mais cai na prova) ou dos tópicos em que terá mais dificuldades para estudar. Note que nessa aula eu falarei sobre a Teoria das 3 idades. Pode ser que em uma primeira leitura você já aprenda bem sobre os principais pontos. E a sua marcação deverá refletir isso. Mas será uma marcação temporária, usando um lápis. Com ele você pode sublinhar, fazer setas, desenhos ou o que achar que chama mais sua atenção. E a razão de não usar o marca- texto, ainda, é simples. Vou usar um exemplo: imagine uma disciplina que você já tenha estudado. Eu costumo usar um exemplo de Direito Administrativo. Se você já estudou os princípios da Administração Pública, talvez hoje não tenha dificuldade em saber o que é o LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência). Mas da primeira vez que você leu a aula sobre esse tema (ou outro) já deve ter sentido uma vontade maluca de sair passando aquela caneta verde em tudo. Porém, se você analisar mais friamente, hoje já estaria dominando o LIMPE e nem precisaria revisá-lo com tanta frequência. E a função primordial das marcações é justamente facilitar suas revisões, poupando o seu tempo. Ou seja, se você esperar a hora certa para usar sua caneta marca texto ou fazer um resumo, terá muito menos assuntos para revisar e só vai reestudar o que realmente é importante para VOCÊ! 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 3 238 �ŽŵŽ�ĂƐƐŝŵ�Ž�ƋƵĞ�Ġ�ŝŵƉŽƌƚĂŶƚĞ�à“ƉĂƌĂ�ŵŝŵà?à?�ZŽŶĂůĚŽà?��Žŵà?�ĞƵ�ƉŽƐƐŽ�ƚer dificuldades em decorar o Princípio da Proveniência e você não. Talvez você já o conhecesse, logo, por que deveria marcá-lo ou fazer um resumo de algo que já foi para sua memória de longo prazo? - Opa, como vou saber se algo foi para minha memória de longo prazo? Bom, quando você ĐŽŵĞĕĂ�Ă�ĂĐŚĂƌ�Ƶŵ�ƚĞŵĂ�ŵƵŝƚŽ�ƐŝŵƉůĞƐà?�ŽƵ�ŵĞůŚŽƌà?�à“ƌŝĚşĐƵůŽà?�Ğ�ũĄ�ĐŽŶƐĞŐƵĞ�ĂĐĞƌƚĂƌ�ŵƵŝƚĂƐ� questões do assunto, é porque provavelmente o tema já foi para sua memória de longo prazo. Mas para isso acontecer, é necessário que você tenha um bom intervalo de revisões. E isso explicarei na próxima aula ;). x Bom, para fecharmos, lembre-se de: x Não usar marca textos durante a primeira leitura do material. x Não fazer resumos ou mapas mentais no primeiro contato com o tema. x Usar lápis para sinalizar os pontos mais importantes e que merecem revisão. x Fazer a revisão APENAS desses pontos que você marcou 24 horas depois do estudo inicial. x Reler o mesmo trecho marcado 7 dias depois. x Usar uma agenda para marcar os trechos estudados da aula. Antes de começarmos, um aviso importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 4 238 3.PANORAMA DA AULA Nessa aula vou elencar diversos conceitos que darão início ao nosso MDA, ou seja, nosso Minidicionário de Arquivologia. Lembre-se: sempre que ver essa corujinha ao lado é porque temos um novo conceito importante para os nossos estudos. Nós estamoscriando esse MDA juntos, portanto, caso surja alguma palavra que você julgue importante para seu aprendizado, inclua no seu MDA (seu miniresumo). E se quiser, pode me enviar para o Fórum. Talvez eu inclua sua sugestão no MDA da aula ૃ. Além de inserir termos no nosso MDA durante a aula, vamos estudar temas importantes: x Gestão da Informação e de Documentos x Protocolo x Classificação de documentos de arquivo x Tabela de Temporalidade de documentos de arquivo x Avaliação 4. SOBRE A TERMINOLOGIA Bom, se você nunca estudou a disciplina, pode estranhar alguns termos que parecem similares, mas que têm conceitos bem diferentes, como documentos e arquivos, dossiês e acervos, dentre outros. Além de montarmos nosso MDA, eu poderia passar uma dica: que tal estudar o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (DBTA)? Ele tem mais de 230 páginas! Bem grandinho, não é? Eu não vou reproduzi-lo aqui, mas trarei os termos mais importantes (no nosso MDA), para a compreensão das aulas e para a resolução das questões mais recorrentes. Se você tiver muito tempo sobrando, pode ler o dicionário de forma leve e descompromissada. Isso vai aumentar o seu conhecimento na matéria, mas, repito, sejamos objetivos, Arquivologia é uma das matérias a ser estudada, logo, ainda não é hora de se tornar um especialista. Sejamos cirúrgicos e vamos ao que interessa e naquilo que as bancas adoram. E é para isso que estou aqui -. Se você tiver interesse no DBTA, clique aqui. 4.1. MINIDICIONÁRIO DE ARQUIVOLOGIA (MDA) �ŶƚĞƐ�ĚĞ�ŝŶŝĐŝĂƌŵŽƐà?�ŐŽƐƚĂƌŝĂ�ĚĞ�ĂĚŝĐŝŽŶĂƌ�ƚĞƌŵŽƐ�ĂŽ�ŶŽƐƐŽ�à“D��à?à?� Portanto, esse tópico inteiro é uma corujinha (risos). 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 5 238 ACESSO: Possibilidades de consulta aos documentos de arquivos, as quais poderão variar em função de cláusulas restritivas. Nem sempre todos poderão ter acesso aos documentos. DEPÓSITO: Local de guarda dos documentos. DOCUMENTO DE ARQUIVO: Aquele que, produzido e/ou recebido por uma instituição pública ou privada, no exercício de suas atividades, constitua elemento de prova ou de informação. Também pode ser classificado como documento de arquivo, aquele que for produzido e/ou recebido por pessoa física no decurso de sua existência. ITEM DOCUMENTAL: A menor unidade arquivística materialmente indivisível. É tipo um átomo da arquivologia -. UNIDADE DE ARQUIVAMENTO: O menor conjunto de documentos reunido de acordo com um critério de arranjo preestabelecido. Tais conjuntos, em geral, são denominados pastas, maços ou pacotilhas. JUNTADA: Junção de documentos a um processo. Ou seja, é quando um processo é juntado a outro ou quando documentos são incluídos em um processo. Essa junção pode ocorrer de modo temporário (apensação) ou definitivo (anexação). APENSAÇÃO: Juntada, em caráter provisório, com o objetivo de elucidar ou subsidiar a matéria tratada, conservando cada processo a sua identidade e independência. ANEXAÇÃO: Juntada, em caráter definitivo, de documento ou processo a outro processo, na qual prevalece, para referência, o número do processo mais antigo. Trata ainda do mesmo assunto e da mesma pessoa. Note alguns termos importantes para facilitar a resolução de questões. Cuidado: a banca CESPE, por exemplo, usa essas definições para Apensação e Anexação. São definições do DBTA (Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística). Por mais que haja outras definições e, no dia a dia elas não correspondam tanto à realidade, use esses conceitos. Observe que esses termos deverão ser compreendidos e decorados por você. Vou encadeá- los de forma que o seu estudo seja facilitado, equalizando quem já conhece a matéria e vai revisar com aqueles que estão entrando nesse mundo agora. Note que sempre aparecer uma terminologia nova, irei destacá-la no texto com a coruja e explicar em seguida. Vamos para a matéria propriamente dita! 5. TEORIA DAS 3 IDADES (CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS) Está distraído(a)? Concentre-se. É agora que a brincadeira vai começar! Esse é o assunto mais importante da sua aula. E sabe por 03871546127 - thais naressi ==b700b== Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 6 238 que é mais importante? Porque as bancas adoram, amam, são apaixonadas pelo tema. Portanto, apaixone-se também ;). As atividades clássicas da administração não se efetivam sem documentos que embasem as decisões. Quanto mais informados os administradores estiverem sobre determinado assunto, melhores poderão ser suas escolhas e decisões. Bom, nossa disciplina trata de arquivos. E as empresas/órgãos/instituições produzem muitos documentos. Todos os dias. Tanto faz se é uma empresa privada ou pública. O volume de informações é cada vez maior. Independente do suporte (papel, DVD, CD, HD...). E de que adiantam tantos dados ou informações sem que gerem conhecimento efetivo? Sem que os usuários e interessados consigam acesso a esses documentos? Não serviria de nada, certo? Mas, como tudo na vida, há fases na vida e cada uma delas tem sua importância. Quando uma menina acha que encontrou seu príncipe encantado, liga para ele todo dia, grava seu telefone e está sempre correndo para estar com ele. É a fase do conhecimento entre os dois, de um primeiro momento em que a menina quer o príncipe sempre por perto. Se ela pudesse, o amarraria em uma corrente para que o lindão nunca mais saísse do palácio. Essa é a primeira fase do relacionamento. Você quer estar sempre perto! Ou na mesma casa, ou o mais perto possível. Essa é a primeira fase do relacionamento. Na segunda fase, o príncipe já começa a arrotar depois do almoço, falar alto e liberar gases mortais. É a hora em que o desejo de ficar perto ainda existe, mas não é mais daquele mesmo jeito. Às vezes cria-se um vínculo para toda a vida, como um pequeno sapo, fruto do amor dos dois pombinhos. É uma fase intermediária da relação. Na terceira fase, o príncipe já não engana mais ninguém (a sogra sempre desconfiou), mas em função do pequeno Sapinho, fruto do amor, esse vínculo existirá para toda a vida, será permanenteà?�ŵĞƐŵŽ�ƋƵĞ�Ă�ƌĞůĂĕĆŽ�ƚĞŶŚĂ�ƚĞƌŵŝŶĂĚŽ�Ğ�ǀŝƌĂĚŽ�à“ŚŝƐƚſƌŝĂ͘͟ Veja que são fases complementares e da mesma forma funciona com nossos Arquivos. As 3 idades dos arquivos foram definidas em 1973 por Jean-Jacques Valette. E são essas aqui: Corrente (ou arquivo de primeira idade) Intermediária (ou arquivo de segunda idade) Permanente (ou arquivo de terceira idade) Em breve ficará fácil o entendimento, mas talvez no início você confunda as etapas, portanto, guarde a sigla C I P. Ela já está na ordem das fases. Depois do macete e da história, triste, da princesa, vamos às definições! Lembre-se das fases de um relacionamento (fracassado) e faça associações com nossa matéria ;). Para explicar as 3 idades, usarei um exemplo: o de uma pequena empresa que precisa guardar alguns documentos fiscais (relacionados à tributação que a empresa deve pagar). Você só precisa saber, no meu exemplo, que a empresa precisa ter os documentos à disposição do Fisco (Receita Federal, por exemplo) por 20 anos. Tomemos como exemplo a empresa SÓ NEGAÇÃO LTDA. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 7 238 Note que os prazos citados são fictícios e visam seu aprendizado em Arquivologia. Nesse momento, estou fechando os olhos ao Direito Tributário e a Tabela de Temporalidade, que estudaremos em outro momento -. Arquivos Correntes ou de Primeira Idade: São aqueles consultados frequentementee que são conservados nos escritórios ou nas repartições que os receberam ou os produziram ou em locais próximos e de fácil acesso. São necessários ao dia a dia. Em regra, sua utilização está ligada às razões pelas quais foram criados. Um escritório de advocacia que está defendendo uma empresa produz muitos documentos que precisam estar acessíveis rapidamente. O tempo inteiro e de forma organizada. Uma empresa de advocacia existe para defender clientes, a grosso modo, e dizemos que esses documentos produzidos para a defesa deles, tem valor primário, pois são fundamentais para atingir seu objetivo: salvar a pele do cliente. Note que estou me referindo aqui aos documentos produzidos ou recebidos pelo escritório. A lei 8159/91 (Lei ĚŽƐ��ƌƋƵŝǀŽƐà?à?�ĚĞĨŝŶĞ�ƋƵĞ�ŽƐ�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽƐ�ĐŽƌƌĞŶƚĞƐ�ƐĆŽ�à“ĂƋƵĞůĞƐ�Ğŵ�ĐƵƌƐŽ�ŽƵ�ƋƵĞà?�mesmo sem movimentaçãoà?�ĐŽŶƐƚŝƚƵĂŵ�ŽďũĞƚŽ�ĚĞ�ĐŽŶƐƵůƚĂƐ�ĨƌĞƋƵĞŶƚĞƐà?à?� A empresa SÓ NEGAÇÃO LTDA emite muitas (não todas /) as notas fiscais de vendas e precisa ter alguns livros sempre em dia para mostrar ao Fiscal, caso ele apareça. Veja que são documentos importantíssimos e precisam de fácil acesso. Nesse caso, a empresa pode optar por deixar todos os documentos dos últimos meses no próprio estabelecimento. Imagina deixar o fiscal esperando por horas enquanto ele vasculha tudo :). E além disso, a empresa precisará desses comprovantes e notas para fazer sua declaração de imposto de renda, por exemplo. Ou para fazer seu recolhimento/declaração mensal de tributos. Sempre imagine que nessa idade, os arquivos correntes estão bem próximos do órgão que os recebeu ou produziu. Para facilitar, imagine que o arquivo corrente são os documentos que se encontram nas mesas ou nos armários de uso frequente das pessoas que trabalham nessa empresa, ok? Isso vai facilitar e muito! Arquivos Intermediários ou de Segunda Idade: Esse tipo de arquivo é formado por documentos que deixaram de ser úteis no dia a dia. Não ƉƌĞĐŝƐĂŵ� à“ĞƐƚĂƌ� Ă� ŵĆŽà?à?�mas continuam necessários e eventualmente podem ser acessados. Os órgãos que os produziram ou receberam podem solicitá-los e eles não precisam estar próximos dos escritórios. Marilena Leite Paes ressalta que a permanência dos documentos nesses arquivos é transitória. O termo transitório vai ficar mais claro ao estudarmos a Terceira Idade (Permanente). Repare que os documentos Intermediários (ou de segunda idade) ainda precisam estar disponíveis para consulta. Por essa razão, também se diz que possuem valor Primário (igual aos arquivos correntes). Voltando à empresa malvadona, a SÓ NEGAÇÃO LTDA, imagine que ela guarde os documentos dos últimos 4 anos. Lembre-se que ela é obrigada pelo Fisco a ter tudo bem organizado. Mas como os dados são de 4 anos atrás, a empresa não precisa mostrar na mesma hora ao Fiscal. Certamente, bonzinho que é, vai dar um prazo de alguns dias para que os documentos sejam apresentados. Assim, o responsável pela empresa poderá pedir 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 8 238 todos os documentos à área responsável ou até mesmo a uma empresa que guarda todos os seus comprovantes e livros fiscais. Veja, apesar de importantes, esses documentos estão em uma fase em que não há tanta recorrência para usá-los. O Fiscal pode pedir alguma explicação ou pode nunca nem passar na porta da empresa. Esses são os arquivos Intermediários. O grande truque aqui é perceber que os documentos já não são mais responsabilidade das pessoas nos arquivos correntes, mas o acesso a eles será disponibilizado para elas quando for necessário. Veja a interessante observação de Paes: O arquivo intermediário deverá ser subordinado técnica e administrativamente ao arquivo permanente, a fim de evitar a proliferação de depósitos e manter uniforme a política arquivística. Para isso deve ser dirigido por profissionais de arquivo de alto nível, conhecedores dos métodos tradicionais de classificação e elaboração de instrumentos de pesquisa. Imagine um escritório de advocacia instalada em um dos metros quadrados mais caros de SP. Digamos que na Vila Olímpia. Esse escritório produz e recebe (acumulação, lembra?) muitos documentos. Imagine se ela decidisse armazenar todos os arquivos intermediários nesse local? Seria um custo enorme e desnecessário. Há uma questão econômica envolvida nessa escolha, percebe? Isso quer dizer que os arquivos intermediários foram pensados para manter os documentos em locais onde o custo de armazenamento é menor do que se fossem armazenados nas unidades operacionais da instituição (geralmente as empresas ficam em locais caros e com pouco espaço à? como na Vila Olímpia). O que você tem que ter em mente é que eles podem e devem ficar longe da instituição produtora, porque não são frequentemente usados e porque o custo é menor. Voltando para a teoria, nossa Lei 8.159/91 à? recomendo a leitura à? informa que os à“ĚŽĐƵŵĞŶƚŽƐ�intermediários são aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Vamos precisar incrementar nosso MDA (Minidicionário de Arquivologia). Recolhimento: Operação pela qual um conjunto de documentos passa do arquivo intermediário para o arquivo permanente. à“EŽ�ƉŽƉƵůĂƌà?àP�ŽƐ�ĂƌƋƵŝǀŽƐ�ŝŶƚĞƌŵĞĚŝĄƌŝŽƐ�ĂŝŶĚĂ�ŶĆŽ�ƐĂďĞŵ�Ž�ƋƵĞ�ƋƵĞrem da vida... (risos). Dependendo de seu valor, podem ser eliminados, ou podem ser recolhidos para o arquivo permanente. Simples assim. Arquivos Permanentes ou de Terceira Idade: Os arquivos permanentes já perderam o valor de natureza administrativa (valor primário). São conservados por fatores históricos ou documentais e acabam sendo utilizados para o conhecimento do passado e sua evolução. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 9 238 -i�RXYLX�D�PDUFKLQKD�GH�FDUQDYDO��´$�SLSD�GR�YRY{�QmR�VREH�PDLVµ" (QWmR��D�´SLSDµ�GR�YRY{�HVWi� Oi��WHP�YDORU�GRFXPHQWDO��PDV�SDUD�R�´GLD�D�GLDµ�� não serve para mais nada. Ele pode até contar suas histórias e tudo o que já fez FRP�VXD�´SLSDµ��0DV�DJRUD�HOD�HVWi�LPyYHO��permanentemente inerte. Note que o arquivo surge e fica ali perto de quem o recebeu ou o produziu (arquivo corrente). Em seguida, ele é transferido para um arquivo intermediário que é considerado transitório, pois é um estágio que fica entre o primeiro (corrente) e o último (permanente). Aos poucos vai ficar mais claro, mas já vá pensando nessas etapas. E para exemplificar com a SÓ NEGAÇÃO LTDA, imagine que o prazo de 5 anos se passou e que a o Fiscal tenha dormido no ponto e não tenha pedido as informações fiscais à empresa dentro do prazo de 5 anos. Nesse caso, todos os documentos da SÓ NEGAÇÃO LTDA perderam o valor legal. Agora ela não precisa mais se preocupar com o fisco ou em acessar os dados com frequência. Mas como ela sabe que é importante aprender com seu passado e as informações podem ter valor no futuro, ela decide guardar tudo em um arquivo permanente. O arquivo permanente (ou de terceira idade) é o conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. A nossa Lei dos Arquivos (8.159/91) ressalta que os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. (P� SURYDV� YRFr� SRGH� YHU� R� WHUPR� ´DUTXLYR� PRUWRµ�� e� R� PHVPR� TXH� DUTXLYR� permanente. Os autores já determinaram a morte do termo, mas se a banca gosta, quem somos nós para questionar! Queremos A vaga, certo ;)? Portanto arquivo morto = arquivo permanente = terceira idade Ronaldo, HX�HQWHQGL� WXGR�VREUH�DV� LGDGHVµ��PDV� WHQKR�UHFHLR�GH�HVTXHFHU�TXDO� deles é relacionadoà primeira idade, por exemplo... %RP��VH�YRFr�OHPEUDU�GD�RUGHP�GHOHV�� Mi�UHVROYH��6H�QRWDU��D�RUGHP�´UHVSHLWDµ�R� alfabeto. Primeiro, o C, depois o I e depois o P. Mas resolvendo exercícios você notará que tudo ficará mais claro. Corrente (ou arquivo de primeira idade) Intermediária (ou arquivo de segunda idade) Permanente (ou arquivo de terceira idade) Informações importantes sobre a Teoria das 3 Idades 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 10 238 Repare que os documentos Intermediários (ou de segunda idade) ainda precisam estar disponíveis para consulta. Da mesma forma, naturalmente os arquivos Correntes também precisam ser, ainda mais, acessíveis. Por essa razão, dizemos que os documentos dos arquivos correntes e intermediários possuem valor primário, ou seja, valor: Administrativo Fiscal Legal E em ambos os casos os documentos estão diretamente relacionados aos fins da organização. Lembra do exemplo da empresa de advocacia? Já os arquivos Permanentes (terceira idade) possuem valor secundário, ou seja, valor: Histórico; Cultural; Probatório; Informativo. Os arquivos correntes podem ser eliminados nessa mesma fase, podem ser transferidos ao arquivo intermediário, mas também podem passar diretamente para a última fase, a Permanente. Nesse último caso, os documentos serão diretamente recolhidos para o arquivo Permanente, quando não poderão ser eliminados. Tudo depende de seu valor para aquela instituição. 9DPRV� YROWDU� DR� ´0'$µ� FRP� Gefinições importantes! Já vimos o que é o recolhimento (passagem dos documentos para o arquivo permanente). Agora veremos o que é transferência. Transferência: Operação pela qual um conjunto de documentos passa do arquivo corrente para o arquivo intermediário. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 11 238 Como você pode ver na figura, a Transferência só acontece quando se está na fase Corrente e há migração para a fase Intermediária. Já o recolhimento pode acontecer de duas formas: da idade intermediária para a idade permanente, ou ainda, da fase corrente diretamente para a fase permanente. Não sei se você percebeu, mas o documento já pode nascer com valor secundário, ou seja, ele é primário momentaneamente (até cumprir as funções pelas quais foi criado) e o valor secundário já é inerente a ele, pois logo após será recolhido ao arquivo permanente. Nesse momento, aproveito para falar com você sobre uma dúvida recorrente no fórum. Vou explicar melhor! YƵĂŶĚŽ�ŽƐ�ĂůƵŶŽƐ�ůĞĞŵ�Ă�ĨƌĂƐĞ�à“Ž�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽ�ũĄ�ŶĂƐĐĞ�ĐŽŵ�ǀĂůŽƌ�ƐĞĐƵŶĚĄƌŝŽà?�ĞůĞƐ�ƉĞŶƐĂŵ� que ele nunca teve um valor primário e isso não é verdade. Vamos pensar em um Estatuto ĚĂ�/ŶƐƚŝƚƵŝĕĆŽ�à“�ŽůŝŶŚĂà?à?�hŵ�ĞƐƚĂƚƵƚŽ�Ġ�Ƶŵ�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽ�ƋƵĞ�ũĄ�ŶĂƐĐĞ�ĐŽŵ�ǀĂůŽƌ�ƐĞĐƵŶĚĄƌŝŽà?� pois é um documento que constitui a instituição Bolinha. Quando o dono da Bolinha cria o Estatuto, ele precisa registrá-lo em cartório e utilizá-lo para fazer a sua empresa começar a funcionar certo? Podemos pensar que esse Estatuto vai ser publicado no site, que pode ser instrumento de uma reunião para falar sobre a empresa, que pode servir de comprovação para que outras atividades possam ser abertas na empresa (...) e isso tudo é o valor primário dele. Quando terminar de ser utilizado para o fim pelo qual foi criado, vai direto para o arquivo permanente. Então, não é que o documento que já nasce com valor secundário deve Corrente Permanente Intermediário Recolhimento Recolhimento Transferência Eliminação 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 12 238 ir diretamente para o arquivo permanente. Esse documento pode e deve fazer parte das atividades primárias da Bolinha, ainda que não tenha prazo definido no arquivo corrente. Veja bem: essa foi uma dúvida que surgiu no fórum. Os alunos me viram fazendo a afirmação no vídeo, procuraram o fórum e agora a dúvida deles está sendo compartilhada com você. Por isso, utilize o fórum. É importante para a sua preparação! PRAZOS DE GUARDA Os documentos de arquivo não cumprem um prazo de guarda único, este período de retenção varia de acordo com o documento, de acordo com a função que aquele documento representa e de acordo com a respectiva tabela de temporalidade. Por isso, não se pode afirmar que todos os documentos de arquivo ficam X anos na fase corrente, ou que se tornarão de guarda permanente após Y anos de sua produção. Os prazos vão variar de instituição para instituição. É só pensar que cada uma exerce um tipo de atividade, mais ou menos importantes e, claro, os prazos de guarda e a destinação final (eliminação ou guarda permanente) terão que refletir essas diferenças. Entretanto, a doutrina passa algumas referências sobre os prazos (aproximados) para guarda dos documentos nos arquivos. Mas não cabe falarmos sobre eles porque não caem em prova e o que você tem que ter em mente é que os prazos vão variar de acordo com a instituição, com as atividades que desenvolvem, com os documentos que produzem e com as diversas peculiaridades que cada instituição possui. Fique tranquilo(a): a banca não cobrará os prazos de vigência dos documentos (a menos que o edital fale para você estudar a tabela de temporalidade específica do órgão à? o que não costuma acontecer em provas para nível médio ou nível superior para áreas que não sejam de arquivistas). ^ŽďƌĞ�ĞƐƐĞ�ĂƐƐƵŶƚŽà?�ǀŽƵ�ƚƌĂnjĞƌ�ŵĂŝƐ�ƵŵĂ�ĚƷǀŝĚĂ�ĚŽ�ĨſƌƵŵàP�à“ĂŚà?�ƉƌŽĨĞƐƐŽƌà?�ŵĂƐ�ŶŽ�ŵĞƵ�ĞĚŝƚĂů� ƚĞŵ�Ž�ƚĞŵĂ�à“ƚĂďĞůĂ�ĚĞ�ƚĞŵƉŽƌĂůŝĚĂĚĞ�ĚĞ�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽƐà?�Ğ�ǀŽĐġ�ĞƐƚĄ�ĨĂůĂŶĚŽ�ƋƵĞ�ŶĆŽ�ƚĞŶŚŽ� que estudar esse tema? Não, não estou falando isso. O que estou dizendo é que há diferença na cobrança. A banca pode pedir: Tabela de temporalidade de documentos: estamos estudando tudo o que é necessário aqui e os prazos de vigência não importam. Tabela de temporalidade de documentos do órgão x: nesse caso, o aluno terá que saber os prazos de vigência da tabela. Mas isso nunca aconteceu, ok? Só para arquivistas! O que já vi acontecer em provas de nível médio e em provas de nível superior para áreas diferentes de arquivologia é o bom senso. Como assim, professor? A banca pode pedir que você diga, pelo senso comum, se um documento deverá ser eliminado ou guardado permanentemente. Esse é um tipo de cobrança muito errada, pois como já dissemos, o valor dos documentos depende de inúmeras características que variam de instituição para instituição, sendo impossível fazer essa mensuração sem os dados. Mas caso venha a acontecer, o seu raciocínio deve seguir os seguintes passos: 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 13 238 Vamos supor que a banca peça para você apontar qual desses dois documentos à? regimento interno e folha de ponto à? possui valor secundário (não podem ser eliminados) e valor primário (podem ser eliminados). Nesse caso você deve pensar: O Regimento interno é um documento que estrutura a instituição, que rege suas atividades, seus procedimentos, expõe direitos e deveres, certo? Um documento desse tipo serve para que as atividades primárias sejam cumpridas, mas também serve como valor histórico, pois marcou o caminho da instituição em dado momento. Por isso ele é um documento que deverá ser guardado permanentemente. Já a folha de pontoé um documento que possui o registro de entradas e saídas de determinada pessoa em um período de tempo. Esse registro possui valor até um certo momento e os prazos que ele ficará no arquivo corrente e intermediário com certeza abarcarão todas as possíveis necessidades de acessá-lo. Entretanto, a folha de ponto não deve ser guardada permanentemente, pois é um registro transitório. É dificílimo cair em prova, mas já caiu e não está correto que caia. Por mais que tenhamos a possibilidade de recurso, não custa entender como proceder para evitar o pânico na prova, certo? Vamos seguir em frente. Note algumas das diferenças mais importantes entre as 3 idades dos arquivos: Arquivo Corrente Arquivo Intermediário Arquivo Permanente Valor Primário Primário Secundário Acesso Restrito a quem acumula os documentos Restrito a quem acumula e aos que são autorizados Aberto Localização Física Próxima a quem acumula os documentos Geralmente fora do setor que gerou a acumulação de documentos, em local economicamente mais barato Instituição arquivística Vamos aprofundar mais um pouco sobre os arquivos correntes, intermediários e permanentes. O ciclo vital dos documentos é o principal tema para entender a 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 14 238 sistematização de gestão de documentos, então não podemos deixar passar nenhum ponto passível de cair em prova. ARQUIVOS CORRENTES (aprofundando) �ŽĐƵŵĞŶƚŽƐ� ĐŽƌƌĞŶƚĞƐ� ƐĆŽ� à“ĂƋƵĞůĞƐ� Ğŵ� ĐƵƌƐŽ� ŽƵ� ƋƵĞà?�mesmo sem movimentação, ĐŽŶƐƚŝƚƵĂŵ�ŽďũĞƚŽ�ĚĞ�ĐŽŶƐƵůƚĂƐ�ĨƌĞƋƵĞŶƚĞƐà?à?�KƐ�ĂƌƋƵŝǀŽƐ�ĐŽƌƌĞŶƚĞƐ�ƚĂŵďĠŵ�ƐĆŽ�ĐŚĂŵĂĚŽƐ� de arquivos de primeira idade ou de fase ativa. O valor de um documento que acaba de ser criado, será sempre um valor primário, ou seja, administrativo, fiscal ou legal (ainda que ele já nasça com valor secundário inerente, como já estudamos). O acesso a documentos da fase corrente é restrito ao produtor desses documentos! A frequência de uso de um documento da fase corrente é alta e, em regra, o arquivo corrente tem a localização no local de trabalho do produtor, nas mesas mesmo, geralmente no arquivo setorial. Há questões que pedem quais são as atividades dos arquivos correntes. Vejamos essas atividades: PROTOCOLO O protocolo é um conjunto de atividades que envolve o recebimento, registro/autuação, classificação, expedição/distribuição e controle/movimentação. Vamos estudar todos esses pontos de forma aprofundada mais adiante. O que você precisa saber nesse momento é que todas as atividades de protocolo são realizadas no arquivo corrente das instituições. Atenção: acabei de dizer que as atividades de protocolo são realizadas nos arquivos correntes, mas guarde essa informação adicional para quando estivermos estudando as fases de gestão de documentos: as atividades de protocolo são desenvolvidas na fase de utilização do programa de gestão de documentos e não na fase de produção, como muita gente acha. Mas, calma! Veremos isso mais para frente. É só para você ir digerindo a informação. EXPEDIÇÃO Expedir um documento nada mais é do que fazer a sua movimentação de acordo com o destinatário. A expedição é sempre externa. Portanto, se eu trabalho na unidade protocolizadora e alguém da minha instituição pede para enviar um documento para um ator externo, devo expedi-lo para o destinatário correspondente, que necessariamente não faz parte da instituição. Grave: expedição = externo Marilena Leite Paes cita as rotinas que devem ser adotadas nessa etapa: Receber a correspondência (original, envelope e cópias em quantidades a serem determinadas*) 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 15 238 Verificar se não faltam folhas ou anexos Numerar e completar a data, no original e nas cópias Separar o original das cópias Expedir o original, com os anexos se for o caso, pela ECT**, malotes ou em mãos Encaminhar as cópias, acompanhadas dosa antecedentes que lhes deram origem, ao setor de arquivamento, isto é, ao Arquivo propriamente dito *os órgãos que desejarem manter uma coleção de cópias para consulta imediata deverão prepará-las em papel de cor diferente. Estas cópias lhes serão restituídas após a expedição **Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos As rotinas não costumam ser muito cobradas em provas, mas veja só essa questão da banca BIO-RIO para o concurso da Prefeitura de Mesquisa, no Rio de Janeiro, para arquivistas, em 2012. Ano: 2012 Banca: BIO-RIO Cargo: Arquivista Prova: Prefeitura de Mesquita - RJ O arquivo corrente pode ser definido como constituído de documentos em curso ou frequentemente consultados como ponto de partida ou prosseguimento de planos, para fins de controle, para a tomada de decisões das administrações etc. Alguns autores apresentam cinco setores componentes do arquivo corrente: protocolo, expedição, arquivo, empréstimo e consulta e destinação. Uma das rotinas da Expedição é: a) classificar documentos sigilosos; b) expedir originais com anexos; c) eliminar as cópias dos documentos; d) juntar cópias e originais; e) abrir a correspondência antes do envio. A resposta para essa questão é o item 5 das rotinas de expedição de documentos. Bancas como a ESAF, FUNDEP e UFMT já cobraram essas rotinas. Não precisa sair decorando, mas se sobrar um tempo, dê uma atenção a elas. ARQUIVAMENTO O arquivamento é o ato de armazenar um documento em um mobiliário quando esse documento já não precisa ser mais consultado com tanta frequência. O modo de 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 16 238 armazenamento vai depender do método de arquivamento escolhido. Quais são eles? Isso é assunto para a nossa aula 2. Mas, Professor, para que servem esses métodos? Ora, o objetivo dos documentos é fornecer as informações que neles estão contidas, certo? Se essas informações não estiverem organizadas, elas não permitirão que o acesso seja feito de maneira rápida e fácil, por isso utilizamos métodos para a guarda de documentos. Mas isso é assunto para outra aula. EMPRÉSTIMO E CONSULTA É importante destacar que estamos falando do empréstimo e consulta nos arquivos correntes e não nos permanentes. Os documentos que tratamos aqui só podem ser emprestados aos setores que os produziram ou receberam. Existe a possibilidade outros setores requisitarem documentos que não são objetos de suas atividades. O que deve ser feito nesse momento é pedir autorização para quem produziu ou recebeu esses documentos e, posteriormente, fazer o empréstimo. Todo esse controle busca evitar lacunas no patrimônio arquivístico da instituição. A tramitação dos documentos nas instituições é intensa e controlar esse movimento é a melhor forma de manter toda a documentação acessível a quem de fato tenha motivos para acessá-la, sem perdas. Quando um documento é retirado do local onde está armazenado, utiliza-se a guia-fora para indicar que algum documento foi retirado e não foi devolvido. Guia-fora: indicador colocado no lugar de uma unidade de arquivamento ou item documental para assinalar a sua remoção temporária. Também chamado fantasma ou ficha-fantasma. A professora Marilena Leite Paes também operacional as rotinas de empréstimo: Atender às requisições oriundas dos vários órgãos Preencher em duas vias o formulário Recibo de Dossiê Colocar a segunda via no lugar da pasta retiradapara empréstimo Arquivar a primeira via assinada pelo requisitante no fichário de lembretes à? follow up -, em ordem cronológica para efeito de controle de prazos Preencher e encaminhar o formulário Cobrança de Dossiê quando a pasta não tiver sido restituída no prazo estipulado Arquivar a pasta e eliminar a segunda via do recibo Apor o carimbo Restituído na primeira via assinada pelo requisitante e devolvê-la. DESTINAÇÃO Nos arquivos correntes, a destinação pode acontecer de três formas: 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 17 238 1) o documento pode ter o seu prazo encerrado e ser transferido para o arquivo intermediário para aguardar a sua destinação final (eliminação ou guarda permanente); 2) o documento pode ser recolhido diretamente ao arquivo permanente; 3) o documento pode ser eliminado imediatamente (de acordo com o trâmite permitido em Lei); Essa três formas de destinação dos arquivos correntes vão depender da frequência de uso dos documentos e serão estabelecidas a partir da avaliação prévia desses documentos pela Comissão Permanente de Avaliação de Documentos. ARQUIVOS INTERMEDIÁRIOS (aprofundando) Os arquivos intermediários são fruto da transferência dos documentos da fase corrente para a intermediária. Também pode aparecer em sua prova como fase intermediária ou semi- ativa. O valor desse tipo de documento é sempre primário. Geralmente, as razões mais relevantes para a criação do arquivo intermediário são o pouco espaço nos setores de trabalho e para evitar a movimentação precoce (recolhimento) para a fase permanente. Mas, de todas as razões, a mais importante tende a ser a economia que decorre desse processo. O acesso aos documentos dessa fase é restrito aos produtores, mas outras pessoas interessadas podem conseguir autorização para acesso. a frequência de uso é baixa. Geralmente a localização não é no mesmo local de quem produziu os documentos, pois locais mais afastados costumam ter um custo menor por metro quadrado. Geralmente os arquivos intermediários são chamados de Arquivos Centrais. Outro ponto importante é que os documentos dos arquivos intermediários possuem valor primário decrescente, ou seja, eles nascem com valor primário alto e quando finalmente cumprem os objetivos pelos quais foram criados, vão para o arquivo intermediário e o seu valor primário diminui até que ele adquira valor permanente ou seja eliminado. ARQUIVOS PERMANENTES (aprofundando) Os arquivos permanentes também podem ser chamados de terceira idade ou fase inativa. Ao contrário das outras duas idades, o valor de um documento permanente é secundário e o acesso é livre. A não ser que o documento seja protegido por sigilo definido na Lei de Acesso à Informação. Se você tem documentos que já nascem com características específicas, como por exemplo, o regimento interno de um Tribunal de Justiça, ele poderá ser classificado como de valor secundário, ou seja, ele já nasceu permanente ainda que não esteja fisicamente no arquivo permanente e sim no arquivo corrente. É a explicação que dei sobre a instituição Bolinha, lembra? Se não lembra, volte um pouco na aula. Os documentos que dizem respeito à organização de uma instituição, origem/criação, funcionamento/organização, objetivos e 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 18 238 evolução da instituição são de guarda permanente, mas esse julgamento do que possui e do que não possui valor secundário cabe a cada instituição analisar, afinal, cada instituição é uma instituição e possui características muito específicas para poder utilizar da generalização. E agora, veja as principais atividades dos arquivos permanentes: x Arranjo x Descrição/publicação x Referência x Conservação QUESTÃO PARA FIXAÇÃO Os documentos públicos podem ser identificados como: a) inativos, permanentes e elimináveis. b) correntes, de gestão e ativos. c) intermediários, de pré-arquivo e semi-ativo. d) correntes, intermediários e permanentes. e) inativos, permanente e arquivo. Comentários Como já estudamos, há 3 idades para os documentos públicos: Corrente (ou arquivo de primeira idade) Intermediária (ou arquivo de segunda idade) Permanente (ou arquivo de terceira idade) É interessante saber que algumas bancas gostam de dar outros nomes às fases do Ciclo Vital dos Documentos. É comum você encontrar os seguintes sinônimos: Idade Corrente: arquivos ativos Idade Intermediária: arquivos semi-ativos Idade Permanente: arquivos inativos WŽƌƚĂŶƚŽà?�Ă�ůĞƚƌĂ���ĐŝƚĂ�Ž�ƚĞƌŵŽ�à“ĞůŝŵŝŶĄǀĞŝƐà?à?�/ƐƐŽ�ŶĆŽ�ĞdžŝƐƚĞà?���ƌĞƉĞƚĞ�ƐŝŶƀŶŝŵŽƐ�ĐŽŵŽ� inativos e permanentes. ��ůĞƚƌĂ���ĐŝƚĂ�Ž�ƚĞƌŵŽ�à“ŐĞƐƚĆŽà?à?���ǀŝĂŐĞŵà?���ƌĞƉĞƚĞ�ƐŝŶƀŶŝŵŽƐ�ĐŽŵŽ�ĐŽƌƌĞŶƚĞƐ�Ğ�ĂƚŝǀŽƐà? 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 19 238 A letra C repete sinônimos como intermediários e semi-ĂƚŝǀŽƐ�Ğ�ĐŝƚĂ�à“ƉƌĠ-ĂƌƋƵŝǀŽà?à?�ƋƵĞ� não tem nenhuma relação com Teoria das 3 Idades. A letra E, fala em arquivo, que não é uma idade documental e mais uma vez usa dois sinônimos (inativos e permanente 03871546127 - thais naressi b Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 20 238 Assim, a única alternativa que traz as 3 idades documentais é a letra D. Gabarito: D QUESTÃO PARA FIXAÇÃO Os documentos podem passar pelas três idades documentais, mas, obrigatoriamente, apenas pelos arquivos correntes. Comentários As 3 idades (corrente, intermediária e permanente) não são obrigatórias. Não é porque existem 3 idades que os documentos terão que passar por todas elas. Você pode produzir algum documento hoje e a tabela de temporalidade pode dizer que ele não terá serventia no futuro, portanto, não faria sentido transferi-lo da fase corrente para a intermediária, concorda? Reforçando: o documento pode nascer e no mesmo dia e ser eliminado. Ou seja, foi produzido (primeira idade ou corrente), mas foi descartado. Nem foi para a fase intermediária (segunda idade). De forma similar, um documento pode migrar da ƉƌŝŵĞŝƌĂ� ŝĚĂĚĞ� ĚŝƌĞƚĂŵĞŶƚĞ� ƉĂƌĂ� Ă� ƚĞƌĐĞŝƌĂ� ĨĂƐĞ� à?ƉĞƌŵĂŶĞŶƚĞà?à?� �ƐƐĂ� à“ŵŝŐƌĂĕĆŽà?� Ġ� chamada de recolhimento. O que não muda é que um documento sempre passará pela primeira idade (fase corrente), ainda que já tenha nascido com valor secundário (caso da instituição Bolinha). Gabarito: Certo. QUESTÃO PARA FIXAÇÃO A ênfase ao valor primário é característica marcante dos documentos de um arquivo corrente, condição não verificada nas outras idades documentais. Comentários Há duas idades em que há primazia do valor primário. A primeira e segunda fases, ou seja, os arquivos correntes e intermediários. Gabarito: Errada 03871546127 - thais naressi 7 Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 21 238 03871546127 - thais naressi 0 Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 22 238 QUESTÃO PARA FIXAÇÃO O ciclo de vida dos documentos divide-se em duas idades: a primeira delas, denominada arquivo de gestão, abrange a fase de produção e uso do documento, até o encerramento do fato que motivou a sua criação; a segunda idade, chamada de arquivo morto,compreende a fase de guarda dos documentos que contêm informações sobre a história da instituição. Comentários Como já vimos, a Teoria das três idades divide-se em 3 fases. Daí você já poderia cravar o gabarito porque a questão fala em somente duas idades. Não se esqueça do CIP. A primeira idade é a corrente, a segunda, Intermediária. E arquivo morto poderia estar relacionado à terceira idade (permanente) e não à segunda idade. Não é aconselhável usar o termo arquivo morto. Mas ainda aparece em provas. Se aparecer arquivo morto, associe à terceira idade. Gabarito: Errada Agora que já aprendemos alguns conceitos e estudamos a Teoria das Três idades estamos ƉƌŽŶƚŽƐ�ƉĂƌĂ�ĂǀĂŶĕĂƌà?�à“�Śà?�ƉƌŽĨĞƐƐŽƌà?�ŵĂƐ�ĞƵ�ĞƐƚŽƵ�ĐŽŵ�ƉƌĞŐƵŝĕĂà?à?�EĞƐƐĞ�ŵŽŵĞŶƚŽ�ĞƵ�ĚŝŐŽ� para você olhar para a sua carteira, abestado! Vamos embora! Força! 6. GESTÃO DE DOCUMENTOS Vamos começar a falar do assunto relembrando a definição de Documento, para então, estudarmos a Gestão deles. Documento: Registro de uma informação independentemente da natureza do suporte que a contém. Dessa forma, qualquer informação registrada em um suporte material que possibilite consultas, provas, estudos, pesquisa é um documento, pois comprova fatos, fenômenos e pensamentos do homem em determinado momento histórico. O documento pode ser um livro, um pendrive, um CD, uma planta (não, a samambaia não, aquelas plantas de edificações), etc. Vamos direto à Lei nº 8.159/91, para não ter chance de erro. 03871546127 - thais naressi 0 Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 23 238 Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Então, de acordo com a Lei nº 8.159/91, as fases de um programa de gestão de documentos são: produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento. Vamos estuda-los? Antes, um alerta: não confunda as fases de um programa de gestão de documentos com a Teoria das 3 idades. Elas são similares, estão diretamente ligadas e o examinador vai tentar puxar seu tapete se você não ficar atento(a)! De acordo com a Professora Marilena Leite Paes: Produção de Documentos (Primeira fase): Nome bem intuitivo. Busque sempre associar o nome, quando possível, a sua realidade. A produção de documentos trata da elaboração de documentos em função das atividades de um órgão ou setor. Nesta fase, o arquivista deve priorizar apenas os documentos fundamentais para a atividade e administração da instituição e deve impedir que haja duplicação e emissão de vias desnecessárias. O arquivista tem função importante pois deve propor criação ou extinção de formulários e modelos; contribuir para a difusão de normas e informações necessárias ao bom desempenho organizacional e até propor consolidação de atos normativos ou atualizados com certa frequência. Deve ainda, apresentar estudos sobre a adequação e o melhor aproveitamento de recursos reprográficos e informáticos, ou seja, o objetivo é evitar perda de tempo no futuro com documentos duplicados ou que nem deveriam ser arquivados. Utilização de Documentos (Segunda fase) Aqui partimos para as atividades de Protocolo (recebimento, classificação, registro, distribuição, tramitação), de Expedição e de Organização e Arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, bem como a elaboração de normas de acesso à documentação (empréstimo e consulta) e à recuperação de informações, indispensáveis ao desenvolvimento de funções administrativas, técnicas ou cientificas das instituições. Ah, professor, mas você não disse que isso tudo aí é feito nos arquivos correntes e agora está falando que é nessa fase de utilização também? Como assim? Calma, fulaninho(a)! Sim, todas essas atividades ocorrem no arquivo corrente e, concomitantemente, são desenvolvidas na fase de utilização do programa de gestão de documentos. Estudaremos algumas dessas etapas ainda nessa aula ;). 03871546127 - thais naressi b Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 24 238 Avaliação e Destinação de Documentos (Terceira fase) Costuma ser considerada a fase mais complexa, pois depende de capacidade analítica, já que é necessária a avaliação e análise dos documentos acumulados nos arquivos, com fins de determinar seus prazos de guarda, em razão de seus valores administrativo, fiscal, jurídico-legal, técnico, histórico e definindo: Quais documentos serão arquivados permanentemente Quais documentos devem ser eliminados por terem perdido valor de prova e de informação para a instituição. Segundo o DBTA (Dicionário), Avaliação é o processo de análise de documentos de arquivo, que estabelece os prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores que lhes são atribuídos. E por isso, está diretamente ligada à Tabela de Temporalidade (a ser estudada). Destinação é a decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento de documentos para guarda permanente, descarte ou eliminação. Se você vir na prova algo que se refira às fases da Gestão de Documentos ou de um Programa de Gestão de Documentos, busque decorar essas etapas. Use o mnemônico PUAD. Nele, você vê as 3 fases com facilidade Produção Utilização Avaliação Destinação Veja as 3 fases e sua sequência, de forma resumida. Sobre o PUAD, há dois pontos importantes que você tem que saber. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 25 238 Podemos ter um programa geral de gestão de documentos, que é o PUAD (produção, utilização, avaliação e destinação). O PUAD também pode ser encontrado em provas e em algumas obras de arquivologia como PUD (produção, utilização e destinação). Você deve estar pensando: mas e a avaliação, professor? Eu respondo: a avaliação está intimamente ligada à destinação. Não há destinação sem avaliação. O que você tem que entender é: se vier somente o PUD não estará errado! Podemos ter um programa completo de gestão de documentos, que é o PUTAA à? com todo o respeito, tá? à? (produção, utilização, tramitação, avaliação e arquivamento). Mas professor Ronaldo! PUAD/PUD, PUTAA. Não estou entendendo nada! Calma, cabeção/cabeçona! Quando você estiver resolvendo as questões e o examinador perguntar para você se a classificação faz parte de um programa de gestão de documentos você vai lembrar dessas três palavrinhas, vai tentar encaixar a classificação e não vai conseguir! Ah, Ronaldo, por que não vou conseguir? Tá vendo algum C de classificação em PUAD/PUD e PUTAA? Não, né? Pois é... bingo! - QUESTÃO PARA FIXAÇÃO Acerca da gestão de documentos, julgue o item que se segue. O desenvolvimento do programa de gestão de documentos na ANATEL passa pela implantação de três fases: a fase ativa, a fase de desenvolvimento e a fase de destinação. Comentários Uma questão direta e objetiva sobre Gestão de Documentos e que não traz as 3 fases corretas da Gestão de Documentos. Lembre-se do PUAD e você será feliz. Lembre-se do artigo 3º da Lei 8.159 e você será feliz -. As fases são: As 3 fases são: Produção, Utilização, Avaliação e Destinação (juntas). A questão só ĂĐĞƌƚŽƵ�ŶĂ�à“�ĞƐƚŝŶĂĕĆŽà?à?� Se viesse apenas: Produção, Utilização e Destinação, estaria correta. Lembra do PUD? Anota aí: PUD/PUAD/PUTAA! Releia a lei, é assim que se decorĂà?�EĆŽ�ƉĞŶƐĞ�ĂƐƐŝŵàP�à“ũĄ�ůŝ�ĞƐƐĂ�ůĞŝ�ĂƋƵŝ�ŶĂ�ĂƵůĂà?�ǀŽƵ� ƉƵůĂƌà?à?�EĆŽ�ƉƵůĞà?�>ĞŝĂ�ĂƚĞŶƚĂŵĞŶƚĞ�ƚŽĚĂƐ�ĂƐ�ǀĞnjĞƐ�ƋƵĞ�ƐĞ�ĚĞƉĂƌĂƌ�ĐŽŵ�ĞůĂà?���ĂƐƐŝŵ�ƋƵĞ�se memoriza ;). 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 26 238 Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Produção / Utilização / Tramitação/Avaliação/Arquivamento (programa completo de gestão de documentos) -> PUTAA Gabarito: Errado QUESTÃO PARA FIXAÇÃO No que diz respeito à gestão de documentos, julgue o próximo item. O acesso à informação independe, para sua eficácia, da aplicação do programa de gestão de documentos. Comentário É exatamente o oposto. Imagine que na terceira fase da gestão de documentos, que depende de muita sensibilidade do arquivista, ele decida errado. É nessa fase que ele ĚĞĨŝŶŝƌĄ�ƐĞ�Ž�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽ�ĚĞǀĞ�ƐĞ�ŵĂŶƚĞƌ�à“ǀŝǀŽà?�ŽƵ�ŶĆŽà?�sĂŝ�ƋƵĞ�ĞůĞ�ŝŵĂŐŝŶĂ�ƋƵĞ�ĂůŐŽ� de elevado valor científico não é importante e o destina à eliminação?! Já pensou? Como as pessoas teriam acesso a essa informação se ela fosse eliminada? Logo, o acesso à informação depende, para sua eficácia, da aplicação do programa de gestão de documentos. Gabarito: Errada QUESTÃO PARA FIXAÇÃO Um campo da gestão responsável pelo controle eficiente e sistemático da produção, recepção, manutenção, uso e eliminação de documentos, incluindo os processos de captação e manutenção de provas e informações sobre as atividades de negócios e transações em forma de documentos, é uma definição apresentada pela norma ISO 15.489-1 a respeito de qual aspecto da gestão das organizações? a) Gestão da informação. b) Gestão documental. c) Gestão de arquivos. d) Gestão da comunicação. e) Gestão operacional. Comentários Você nem precisa se preocupar com a norma ISO citada se entendeu bem a Gestão de Documentos. Você vê que o enunciado traz suas fases (a PUAD à? Produção, Utilização, 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 27 238 Avaliação e Destinação). Em outras palavras, o enunciado trouxe a definição do que já estudamos até aqui. Veja: à“Ž�ĐĂŵƉŽ�ĚĂ�ŐĞƐƚĆŽ�ƌĞƐƉŽŶƐĄǀĞů�ƉĞůŽ�ĐŽŶƚƌŽůĞ�ĞĨŝĐŝĞŶƚĞ�Ğ�ƐŝƐƚĞŵĄƚŝĐŽ�ĚĂ�ƉƌŽĚƵĕĆŽà?� recepção, manutenção, uso e eliminação de documentos, incluindo os processos de captação e manutenção de provas e informações sobre as atividades de negócios e ƚƌĂŶƐĂĕƁĞƐ�Ğŵ�ĨŽƌŵĂ�ĚĞ�ĚŽĐƵŵĞŶƚŽƐà? Mas, vamos lá, o que é essa norma ISO? Ah, ISO é uma Organização Internacional de Normatização. Quem já trabalhou em indústrias certamente já ouviu falar do termo. Mas o que importa é que essa norma ISO citada na questão é mais focada em provas para Arquivistas. Não se preocupe. E note que era possível acertar a questão sem ser um arquivista ;). O que importa é você decorar esse artigo 3º da Lei 8.159. Art. 3º - Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Gabarito: B 7.CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS E DOS DOCUMENTOS1 Nesse momento iremos estudar diversos conceitos importantes e que nos farão conhecer os documentos arquivísticos em sua essência. Fique atento (a)! Podemos classificar os arquivos em função de: x Entidades mantenedoras x Estágios de sua evolução (são as 3 idades) x Extensão de sua atuação (abrangência) x Natureza dos documentos Detalhe importante e cobrado em provas: De acordo com a entidade produtora (não é entidade mantenedora), os arquivos são classificados em: 1 Esse tema pode aparecer com o nome de Tipologia Documental. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 28 238 x Públicos x Privados É só lembrar que quem produz XP�DUTXLYR��SRGH� VHU� XP� ´produtorµ�S~EOLFR�RX� privado. Um exemplo de arquivo público é o Arquivo Nacional (o mais citado em provas). Exemplos de arquivos privados são ainda mais fáceis, pois uma empresa privada pode ter um arquivo, pessoas físicas podem possuir arquivos, universidades, entre outros. 7.1 ENTIDADES MANTENEDORAS As instituições possuem características próprias. A Petrobras é bem diferente da Coca-Cola, por exemplo. E isso se reflete nos arquivos. E em função dessas características individuais, seus arquivos gerados podem ser: x Públicos (federal, estadual, municipal) x Institucionais (igrejas, escolas...) x Comerciais (empresas, firmas) x Familiares ou pessoais 7.2 ABRANGÊNCIA (EXTENSÃO DE SUA ATUAÇÃO) O mais importante aqui é que saiba que existem arquivos centralizados e descentralizados. Os arquivos descentralizados realizam suas atividades de forma distribuída nos setores de trabalho, ou seja, cada setor é responsável por sua documentação corrente. Esses arquivos podem até descartar documentos sem valor administrativo ou jurídico. Um exemplo é o arquivo setorial. Os arquivos Centralizados (centrais ou gerais) centralizam as atividades dos arquivos correntes. Eles recebem a produção de várias áreas dentro de uma organização. Exemplo: arquivo central ou arquivo intermediário. 7.3 NATUREZA DOS DOCUMENTOS A natureza dos documentos divide-se em duas: arquivos especiais e arquivos especializados É chamado de Arquivo Especial, aquele que tem sob sua guarda documentos de formatos físicos diversos. Em um mesmo local você pode ter CD-ROM, disquete, discos, fitas, microformas (microfilme), slides e etc. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 29 238 Pense: é ou não especial um arquivo que possui documentos em formatos físicos tão diferentes? Certamente que sim. Já o Arquivo Especializado QmR�ID]�HVVD�´PLVWXUHEDµ�WRGD��(OH�SRVVXL�GRFXPHQWRV� GHFRUUHQWHV� ´GD� H[SHULrQFLD� KXPDQD� QXP� FDPSR� HVSHFtILFRµ�� independentemente da forma física que apresentem. São arquivos de engenharia, arquivos médicos ou de imprensa, por exemplo. Dúvida muito frequente no fórum: Quando falamos que a forma física do documento especializado não importa, estamos falando que podemos ter documentos especializados e especiais ao mesmo tempo. Por exemplo: um conjunto de arquivos especializados em engenharia fixados suportes variados: &'·V��GLVTXHWHV��SHQGULYHV�H�SDSHLV� A Classificação dos documentos é cobrada com relativa frequência e é meramente conceitual. Se você entender a classificação esquematizada, já mata a maior parte das questões. Vamos ao esquema: Atenção! Há uma diferença entre a natureza dos documentos e a natureza do assunto dos documentos. A natureza dos documentos pode ser dividida em arquivos especiais e especializados, como já falamos. Agora, a natureza do assunto dos documentos é dividida em documentos ostensivos ou sigilosos. Essa distinção cai muito em prova e é importante que esteja bem clara na sua cabeça, ok? Vamos falar mais a fundo da questão dos documentos ostensivos e sigilosos mais à frente, mas coloquei aqui para que vocês façam a comparação entre os dois e saibam distinguir porque é isso que cai em prova. Vamos continuar! N at u re za do s D oc u m en to s Arquivos Especiais Formas físicas diversas (fotos, discos, fitas, CD-ROM...) Arquivos EspecializadosDocumentos de uma área de conhecimento específica (arquivos médicos, de imprensa...) 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 30 238 7.4 CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS Vejamos as definições: Quanto ao Gênero Escritos ou textuais: documentos, manuscritos, impressos ou datilografados, como contratos, certidões, tabelas, correspondência, folhas de pagamento, atas (e não atos!), dentre outros. Cartográficos: documentos em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia (mapas, plantas, perfis); Iconográficos: Fotografias, gravuras, diapositivos*, desenhos. São documentos em suportes sintéticos, em papel emulsionado ou não, com imagens fixas. �ƋƵŝ�ǀŽĐġ�ǀġ�Ž�ĚŝĂƉŽƐŝƚŝǀŽà?�hŵĂ�ĞƐƉĠĐŝĞ�ĚĞ�à“^ůŝĚĞ�ĚŽ� ƉŽǁĞƌƉŽŝŶƚà?�ĚŽ�ƉĂƐƐĂĚŽà?�EĆŽ� ƐĞ�ƉƌĞŽĐƵƉĞ� ĐŽŵ�ƐƵĂ� história ou funcionamento. As bancas, quando o citam, não entram em detalhes, mas querem saber se você identifica que o diapositivo está classificado quanto ao gênero (sim) e se é um exemplo de documento iconográfico (sim). Bingo! Mais um ponto na prova. Lembre-se: estamos estudando a classificação quanto ao gênero dos documentos. Não perca isso de vista. Filmográficos: Filmes e fitas videomagnéticas à? são documentos em películas cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjugados ou não a trilhas sonoras, Classificação dos documentos Quanto ao Gênero Escrito(textual), cartográfico, iconográfico,sonoro, filmográfico, informático e micrográfico Quanto à Espécie Atos normativos, enunciativos, de assentamento, comprobatório, de correspondência e de ajuste. Quanto à Natureza do Assunto Ostensivos ou Sigilosos 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 31 238 com bitolas e dimensões variáveis, contendo imagens em movimento. Esse é bem fácil de visualizar. Sonoros: discos e fitas áudio magnéticas à? são documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. Observe que fono está relacionado a som e você não terá problemas. Micrográficos: Rolo, microficha, jaqueta, cartão-janela à? são documentos em suporte fílmico resultantes da microrreprodução de imagens, mediante utilização de técnicas ĞƐƉĞĐşĨŝĐĂƐà?�ZŽŶĂůĚŽà?�à“ƉĞƌĂşà?à?�:ĂƋƵĞƚĂà?�:ĂƋƵĞƚĂ�ŶĂĚĂ�ŵĂŝƐ�Ġ�ĚŽ�ƋƵĞ�Ƶŵ�ŵĂƚĞƌŝĂů�ĚĞ�ƉůĄƐƚŝĐŽ� ou similar que envolve as microformas. Não se preocupe tanto com o aprofundamento desses termos. Veja as questões, note como o tema é cobrado e você saberá exatamente o que deve priorizar. É assim que devemos estudar ;). Informáticos: esse aqui é o que você mais conhece! São documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador: disquete, disco rígido, memória flash ou disco ótico (CD, DVD), por exemplo. Quanto à Espécie Vamos listar os documentos classificados quanto à espécie para que isso não fique solto, sem que você entenda. De novo: não decore! Procure ter uma visão geral sobre cada uma das classificações e tudo ficará mais fácil na hora da prova. Vamos lá: Atos Normativos: documentos relacionados à normatização das atividades. Exemplos: leis, decretos, estatutos, portarias. Atos de Correspondência: diretamente ligados aos atos normativos, pois os atos de correspondência é que viabilizam a execução deles. Imagine que no seu futuro trabalho como servidor, você veja que uma nova lei foi editada. Se você é o responsável por divulgar essa informação, poderá fazer essa comunicação por meio de um ato de correspondência, usando uma circular, por exemplo, para divulgar essa lei para toda a equipe. Outros exemplos: carta, ofício, memorando, notificação, alvará, telegrama, edital. Atos Enunciativos/opinativos: são os que esclarecem os assuntos visando fundamentar uma solução. Ex.: parecer, relatório, voto. Atos de assentamento (registro de fatos): trata-se do registro de fatos e ocorrências, usando-se: atas, termo, auto de infração, apostila. Então quando o Fiscal Ronaldo vê que ĞdžŝƐƚĞ�ƵŵĂ� ĨƌĂƵĚĞ�Ğŵ�ƵŵĂ�ĞŵƉƌĞƐĂà?� Ă� ŐƌŽƐƐŽ�ŵŽĚŽà?�ĞůĞ� à“ĂƐƐĞŶƚĂà?�ƵŵĂ�ŵƵůƚĂ� à?ĂƵƚŽ�ĚĞ� ŝŶĨƌĂĕĆŽà?à?� ŽƵ� ƐĞũĂà?� ĞůĞ� ƌĞŐŝƐƚƌĂ� Ƶŵ� ĨĂƚŽà?� �� ĞƐƐĞ� ƚĞƌŵŽ� à“ĂƉŽƐƚŝůĂà?à?� �� Ƶŵ� ƚĞƌŵŽ� ŵĂŝƐ� administrativo, ligado a uma informação que é acrescentada a um documento para alterá- lo oficialmente. Atos comprobatórios: são os atos que comprovam os assentamentos, como as certidões, atestados e traslados, por exemplo. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 32 238 Atos de Ajuste: representados por acordo de vontade em que a Administração federal, estadual ou municipal é uma das partes. Exemplo: tratado, convênio, contrato. Quanto à Natureza do Assunto Lembra dessa classificação quando estudamos a diferença entre a natureza do documento e a natureza do assunto do documento? Agora que vocês já sabem que devem fazer esse cŽŵƉĂƌĂƚŝǀŽà?�ǀĂŵŽƐ�ƐĂďĞƌ�Ž�ƋƵĞ�ƐŝŐŶŝĨŝĐĂ�ŽƐ�ƚĞƌŵŽƐ�à“ŽƐƚĞŶƐŝǀŽƐà?�Ğ�à“ƐŝŐŝůŽƐŽƐà?à? Quanto à natureza do assunto, temos como referência a Lei de Acesso a Informação (Lei 12.527/2011) que entrou em vigor em 16/05/2012. Essa lei é um marco em termos de acesso à informação no Brasil, mas o que você precisa aprender agora é isso aqui: Ostensivos: são documentos cuja divulgação não prejudica a administração. Não há restrição de acesso aos documentos. Sigilosos: como o nome indica, são documentos que possuem informações sensíveis e que não podem ser divulgadas antes de respeitados os prazos máximos de restrição de acesso. Só para você já ficar sabendo, são três os graus de sigilo: Reservado (até 5 anos), Secreto (até 15 anos) e Ultrassecreto (até 25 anos). Muito cuidado com a palavra Confidencial! Essa classificação não existe mais! Em relação à Lei de Acesso à Informação, vamos nos ater aos seguintes pontos: Principais Aspectos da LAI, extraídas da CGU2: 2 Controladoria Geral da União. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 33 238 ͻ Acesso é a regra, o sigilo, a exceção (divulgação máxima); ͻ Requerente não precisa dizer por que e para que deseja a informação (não exigência de motivação); ͻ Hipóteses de sigilo são limitadas e legalmente estabelecidas (limitação de exceções); ͻ Fornecimento gratuito de informação, salvo custo de reprodução (gratuidade da informação); ͻ Divulgação proativa de informações de interesse coletivo e geral (transparência ativa); ͻ Criação de procedimentos e prazos que facilitam o acesso à informação (transparência passiva). A informação em poder dos órgãos e entidades públicas poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta e reservada, com os seguintes prazos máximos de restrição abaixo: ͻhůƚƌĂƐƐĞĐƌĞƚĂ͗ prazo de segredo - 25 anos (renovável uma única vez) à?Secreta: prazo de segredo - 15 anos à? Reservada: prazo de segredo - 5 anos Note que apenas os documentos classificados no grau ultrassecreto podem ser prorrogados. E apenas uma única vez (25 anos + 25 anos, logo, prazo máximo de 50 anos) Os prazos determinados pelo artigo 24 § 1º da LAI (12.527/2011) podem ser menores do que os estabelecidos. Cuidado com esse detalhe. Base legal: Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secretaou reservada. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. (...) § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso à ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. Por ora, é o que você precisa saber sobre Documentos Ostensivos e Sigilosos e sobre a LAI. O tema ainda ficou um pouco enrolado e está pensando em como memorizar as diferenças principais da Classificação dos Documentos? Então toma um macetinho! 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 34 238 Se você lembrar de dois ou três exemplos de cada uma das classificações, as outras virão a sua memória por associação. Vamos a um exemplo fictício de Classificação de Documentos? A meta aqui é só clarear as informações. Esse humilde PDF é a soma de Suporte + Informações. Lembra disso? Essa soma gera um documento. E esse documento é classificado, certo? Pode ser classificado quanto ao Gênero, quanto à espécie ou quanto à natureza do assunto e quanto à natureza do documento. Mas, Ronaldo, como ficaria aplicado no exemplo da nossa aula? Assim: Gênero: textual Espécie: Aula Natureza do assunto do documento: ostensivo Natureza do documento: especializado Está vendo como é tranquilo? O ideal é que você tente aplicar, para que aprenda ao invés de decorar. Vamos seguir! 7.5 ELEMENTOS DOS DOCUMENTOS Agora veremos os Elementos dos Documentos. Muito cuidado com alguns termos, pois você vai ver que alguns aparecem em mais de um momento do estudo de Arquivologia, mas em contextos e definições diferentes, portanto cuidado para não se confundir. Veja que alguns deles já estudamos, como Suporte, Gênero e Espécie. E por que estamos vendo de novo? Porque se uma questão pedir quais são os elementos dos documentos você saberá se à“ůŽĐĂůŝnjĂƌà?à? CARACTERÍSTICAS DEFINIÇÃO TÉCNICA EXEMPLOS SUPORTE Material sobre o qual as informações são registradas. Papel, Fita magnética, filme de nitrato. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 35 238 FORMA Estágio de preparação e tramitação de documentos. Original, cópia, minuta, rascunho. FORMATO Configuração física de um suporte, de acordo com a sua natureza e com o modo como foi confeccionado. Folha, caderno, cartaz, livro, mapa, planta, rolo de filme, códice (=livro de registro), diapositivo (=imagem translúcida) GÊNERO Como é configurado um documento de acordo com o sistema de signos (sinais) utilizado na comunicação de seu conteúdo. Documentação audiovisual, documentação fonográfica, documentação icnográfica, documentação textual. ESPÉCIE Como é configurado um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas. Boletim, certidão, declaração, relatório. TIPO É a configuração relacionada à espécie documental, de acordo com a atividade que A gerou. Boletim de ocorrência, boletim de frequência e rendimento escolar, certidão de óbito, declaração de imposto de renda, relatório de atividades, relatório de fiscalização, declaração de bens. Fonte: Gonçalves, 1998 ZŽŶĂůĚŽà?� ŽƐ� à“�ůĞŵĞŶƚŽƐ� ĚŽƐ� �ŽĐƵŵĞŶƚŽƐà?� ƐĆŽ� ŵƵŝƚŽ� ĐŽďƌĂĚŽƐ� Ğŵ� ƉƌŽǀĂƐ� ĚĞ� ŶĆŽ- arquivistas? 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 36 238 Sim. Esses elementos são muito cobrados e, geralmente, as bancas procuram cobrá-los trocando os conceitos de um com o outro para confundir vocês. O que recomendo? Entenda os conceitos ao invés de decorá-los. Tente aplicar em exemplos reais, como os da terceira coluna. Garanto que com o tempo isso vai ser mamão com açúcar para você. Destaco, da tabela acima, os elementos espécie e tipo. É muito importante você saber que o tipo, ou tipologia, é um detalhamento da espécie! Isso é muito cobrado em prova. Observe os exemplos de Espécie e Tipo e vai perceber facilmente: Espécie Tipo Boletim Boletim de Ocorrência, Boletim Escolar Certidão Certidão de nascimento, certidão de óbito Ah, Ronaldo! Isso é fácil, já peguei esse esquema na internet! Se tiver uma palavra é espécie e se forem duas, tipo, certo? NÃO. Cuidado com isso! Você vai ver logo abaixo que existe uma Classificação dos Documentos quanto à Espécie (continuação do que começamos a ver). Pois bem, existem os atos de assentamento (registro de fatos). E um dos exemplos de ato de assentamento é o auto de infração. Se você fosse usar esse esquema furado na prova, iria errar. Auto de infração, apesar de ter duas palavras é exemplo de Espécie e não de Tipo! Sabendo que o esquema é marmelada e para que você realmente entenda essa questão do tipo documental e da espécie, vamos ao golpe de misericórdia: O tipo documental é a união da espécie + função do documento. Vamos fazer igual ao Bart Simpson? 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 37 238 Se você não entendeu a piada, tem que assistir Os Simpsons urgentemente. Mas só depois de terminar de estudar, ok? - Vamos aplicar a lição do Bart em alguns exemplos para que fique bem consolidado: Ata de abertura Ata (espécie) de abertura (função) = tipo documental Termo de posse Termo (espécie) de posse (função) = tipo documental Edital de abertura Edital (espécie) de abertura (função) = tipo documental E olha como o esquema não funciona: ofício recebido é uma espécie documental e possui duas palavras! Cadê a função para que possamos chamar de tipo? Não está aí, correto? Então não é tipo documental porque tipo é espécie + função. Certinho? Vamos seguindo! 7.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS - SCHELLENBERG De acordo com Schellenberg, os documentos públicos podem ser classificados em três tipos: Funcional: classificação segundo as atividades desenvolvidas na instituição. Organizacional: classificação segundo a estrutura da instituição. Por assuntos: classificação segundo assuntos que se originam de determinado campo do conhecimento. 03871546127 - thais naressi Prof. Ronaldo Fonseca Aula 01 Arquivologia p/ PF (Escrivão) ʹ 2018 ʹ Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 38 238 QUESTÕES DE FIXAÇÃO QUESTÃO PARA FIXAÇÃO A anexação e a apensação dizem respeito à juntada de documento ou processo a outro processo. Aquela se dá em caráter definitivo e esta, em caráter temporário. Comentários Vamos relembrar esses conceitos, pois como você vê, caem em prova! Direto ao assunto? Anexação tem caráter definitivo e Apensação, caráter temporário. Agora sim, os conceitos para fixação: APENSAÇÃO: Juntada, em caráter temporário/provisório, com o objetivo de elucidar ou subsidiar a matéria tratada, conservando cada processo a sua identidade e independência. ANEXAÇÃO: Juntada, em caráter definitivo, de documento ou processo a outro processo, na qual prevalece, para referência, o número do processo mais antigo.
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