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Prova Sociologia para Nutrição

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
INSTITUTO DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE SOCIOLGIA/IFCS
Avaliação (Prova)
Disciplina: Introdução à Sociologia
Cursos: Nutrição e Psicologia 
Docente: 
Discente: 
Data: 
ATENÇÃO: escolha apenas DUAS questões para responder (cada questão vale dois pontos).
Texto 1
Bancos investem R$ 20 bilhões para demitir 16 mil
Tecnologia gera redução de vagas e de agências, mas as tarifas não param de subir
Jornal do Brasil
GABRIEL VASCONCELOS gabriel.vasconcelos@jb.com.br
“A julgar pelos resultados do primeiro trimestre, os cinco maiores bancos do país devem repetir a dose e ostentar, novamente, lucros recordes este ano. Em 2017, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Santander levaram, juntos, R$ 77,4 bilhões para os cofres, 33,5% a mais do que em 2016. A estratégia é bem antiga: cortar gastos a partir de demissões, fechamento de agências e digitalização das operações, sem repassar a economia ao consumidor final, que continua a pagar tarifas de serviço cada vez mais altas e abusivas, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) (...) Os cortes na folha de pagamento são ainda maiores devido à rotatividade de empregados e a depreciação de salários. ‘Além da informatização, os bancos demitem para contratar pessoas mais jovens com um salário até um terço menor’, lembra  Juvandia Moreira Leite, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). De fato, no primeiro trimestre, a média salarial dos novos funcionários foi de R$ 4.053, contra uma remuneração média de R$ 6.614 dos dispensados, uma redução salarial de 38,7%, aponta o Dieese”. 
Para ler a reportagem completa:
http://www.jb.com.br/economia/noticias/2018/05/07/bancos-investem-r-20-bilhoes-para-demitir-16-mil/
Questão 1
Após a leitura da reportagem e, a partir de seus conhecimentos acerca das análises sobre a sociedade capitalista como proposto por Karl Marx (1818-1883), desenvolva argumentos que levem em conta a relação dialética entre trabalho assalariado e capital no modo de produção capitalista, retomando alguns dos conceitos-chave propostos por esse autor. 
De acordo com as análises de Marx, existe uma diferença histórica nas relações de produção capitalistas e nas relações de produção pré-capitalistas, sendo que a primeira caracterizada pela impessoalidade do trabalhador com o que produz, e a segunda o produto do trabalho estava intimamente associado ao trabalhador. Essa diferença, segundo Marx, é a que rege as relações de trabalho dentro de uma sociedade capitalista, na qual o trabalhador que não dispõem dos meios de produção para produzir o que necessita para sobreviver passa a vender a única “mercadoria” que tem: sua força de trabalho. No Capitalismo, o trabalhador assalariado trabalha em função de uma moeda, para só então poder ter contato com seu sustento e é visto como uma engrenagem da linha de produção, e mesmo quando seus valores não são respeitados, o foco principal é o produto a estar sendo gerado em questão, que acaba tendo mais valor que o próprio trabalhador. Isso gera um dos quadros apresentados na reportagem, a rotatividade de empregados em suas empresas e na desvalorização salarial de cada um. Marx afirma que a “coisificação” da força de trabalho (transformação do trabalho em um objeto que passa a ter valor monetário agregado) é o que possibilita a exploração, ou a alienação, do trabalhador e de sua força de trabalho pelo capitalista detentor dos meios de produção. 
 “[...] A necessidade permanente de renovação e avanço técnico é também uma das oposições dialéticas que constituem a sociedade capitalista [...]”. As prestações de serviço são hoje a maioria esmagadora de forma de trabalho e de movimento de capital, enquanto que o trabalho de produção que necessita de trabalhadores humanos está em declínio, o que está relacionado aos avanços tecnológicos que diminuem a necessidade de força de trabalho humana, diminuindo o custo de produção de bens materiais e aumentando lucros, conforme pode ser visto na reportagem, onde está relatado que há uma crescente dos desempregos nos bancos com a chegada dos aplicativos que permitem ao cliente fazer transações online e outras operações. Os posicionamentos contrários provem de uma relação dialética onde toda ordem social nasce com uma ideia contrária. Os conflitos de ideologias formadas trazem transformações, responsáveis pela organização social, refletindo na luta de classes propostas por Karl Marx. 
Texto 2
Depressão e desânimo atingem 59% dos desempregados, diz pesquisa
Por G1 - 18/03/2017 11h09  Atualizado 18/03/2017 11h09
Mais da metade dos entrevistados teve alterações no sono devido ao desemprego; seis em cada dez têm menos vontade de sair.
Pesquisa “Impactos do Desemprego: saúde, relacionamentos e estado emocional”, conduzida pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostra que, além de trazer complicações à vida financeira, o desemprego afeta também o estado físico e emocional das pessoas. De acordo com o estudo, 59% dos entrevistados se sentem deprimidos ou desanimados, 63% estão estressados ou nervosos e 62% dizem ter estado angustiados. Também foram citados sentimentos de privação de consumo que tinha anteriormente (75%), ansiedade (70%) e insegurança de não conseguir um novo emprego (68%). Em menor proporção foram mencionados sentimentos de medo (57%), baixa autoestima (55%), perda de valor perante as pessoas (39%), vergonha diante de amigos ou parentes (37%) e culpa (26%). Por outro lado, 54% das pessoas passaram a sentir-se esperançosas com a vida após perder o emprego e três em cada dez (30%) estão mais otimistas do que era antes e confiam que coisas boas irão acontecer.
Reportagem completa em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/depressao-e-desanimo-atingem-59-dos-desempregados-diz-pesquisa.ghtml 
“(...) De fato, se, em lugar de ver nele (o suicídio) se não eventos particulares isolados uns dos outros e que devem ser examinados cada um por vez, se considera o conjunto de suicídios cometidos numa certa sociedade durante uma certa unidade de tempo, constata-se que o total assim obtido não é apenas a soma de situações individuais mas constitui por si mesmo um fato novo e sui generis (...) essa natureza é eminentemente social. (Durkheim, 1969. Suicídio: definição do problema, p. 104. In: Émile Durkheim, RODRIGUES, José Albertino (org). Coleção Grandes Cientistas Sociais. Ed: Ática, 2000).
Questão 2
Sob a perspectiva de Émile Durkheim (1858-1917), os acontecimentos tidos, em geral, como exclusivamente individuais têm uma base fundamentalmente social, a parir dos critérios de regularidade e generalidade. Explique de que modo a abordagem estatística contribui para entender essa relação entre o individual e o coletivo, levando em consideração a relevância dada à Divisão do Trabalho e às profissões modernas, como aparece na obra desse autor. 
Através das análises de Durkheim, existem algumas características dentro dos fatos sociais que podemos analisar e classificar como: generalidade, exteriorização e a coerção. A generalidade é uma das características dos fatos sociais comum a todos os membros de um grupo (ou a maioria) e está presente em boa parte da sociedade ou do processo histórico, como no desemprego. Outra característica dos fatos sociais é que são exteriores ao individuo e existem independentemente da vontade das pessoas, ou seja, não dependem da consciência individual para existir, como educação e escola. A coerção se caracteriza quando os indivíduos se sentem obrigados a seguir um comportamento estabelecido, querendo ou não. 
Durkheim vai dizer que os fatos sociais são maneiras de sentir, agir e pensar e possuem existência própria, sendo capazes de obrigar o indivíduo a se comportar de uma determinada maneira. Os hábitos e regras geralmente estão internalizados dentro nós e se escondem atrásda “liberdade” que temos de nos comportar da nossa maneira. Essas regras são aceitas como válidas e nos induzem a seguir um costume geral que, quando não seguido, gera punições como ridicularização perante um grupo ou isolamento social. O desemprego pode gerar no indivíduo a sensação de vergonha diante da família e dos amigos, pois dentro dele existe a obrigatoriedade de estar empregado e sustentar sua família. 
 A divisão do trabalho social influencia todo o conjunto das atividades sociais porque tem uma função social. Por um lado, sendo uma marca de progresso da sociedade, permite uma maior especialização e qualificação dos indivíduos no trabalho, o que se traduz numa via de realização pessoal. Por outro lado, a divisão do trabalho conduz a uma diminuição da consciência coletiva, a uma excessiva especialização e à desagregação através do enfraquecimento dos laços sociais. Durkheim analisaria estas estatísticas como uma coesão social afetada, o que impede que seja analisado com um fato isolado, já que atinge um todo e à medida que a divisão do trabalho aumenta, os elementos da sociedade tornam-se cada vez mais dependentes uns dos outros, pois cada elemento fornece bens e serviços diferentes.

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