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PROVA - SOCIOLOGIA DO TRABALHO E ÉTICA 1) A sociologia é uma ciência que encontra sua gênese no século XIX, podemos dizer que a modernidade inaugura um período de intensos processos de transformações, criando também um conjunto de instrumentos analíticos para compreender essas transformações. Esse aparato científico epistemológico – que é a sociologia – se preocupa com estudo desses processos, mas cada um dos clássicos elencou um objeto conceitual a ser desenvolvido, indique quais são esses objetos conceituais? Fato Social, Ação Social, Luta de Classes 2) A partir dos objetos conceituais de cada autor clássico, explique de que forma cada um destes objetos são instrumentalizados por Durkheim, Marx e Weber? Para Durkheim, os Fatos Sociais eram coisas e deviam ser estudados de forma científica, mas levando em consideração que não são necessariamente itens concretos. De acordo com ele, eles influenciam o modo de viver das pessoas e são externos a esses indivíduos, são particularidades da sociedade que influenciam as pessoas, como por exemplo, a religião. Além disso, ele falava que esses fatos exercem uma carga de pressão na sociedade, por meio da coerção, que molda algumas atitudes e dá origem a algumas “regras” morais, éticas e etc. Por fim, também aborda que esses fatos sociais atingem todas as pessoas, querendo ou não. Para Weber, a Ação Social era tudo aquilo que os seres humanos faziam, sendo que essas ações eram decididas pelos atores, ou seja, as pessoas faziam determinada coisa baseada nos seus ideais, valores e vontades ao invés de serem influenciados de alguma forma. A partir disso ele defendia que um fenômeno social pode ser explicado por várias causas e a sociologia deveria estudar essas motivações e significados. Para Marx, a Luta de Classes, é a relação na qual determinados grupos exercem dominação sobre outros. Ele defendia que as mudanças sociais eram baseadas em aspectos econômicos ao invés das ideias ou valores dos seres humanos e que o conflito entre os interesses dos trabalhadores e dos donos dos meios de produção (máquinas, fábricas e etc) deveriam gerar transformações e novos modos de produção. 3) Durkheim, no prefácio "Da Divisão Social do Trabalho", nos indica que pretendeu realizar também uma “ciência da moral”, tendo como parâmetro a elaboração do conceito de divisão social do trabalho desenvolvida por Durkheim, explique, de maneira articulada, o que Durkheim quer dizer com "moral" e qual sua relação com a solidariedade mecânica e solidariedade orgânica em sua teoria? Para Durkheim, na solidariedade mecânica, atribuída às comunidades pré-capitalistas, a coesão diz respeito a todos de uma sociedade se identificarem devido às tradições e costumes culturais, sem muita influência da divisão do trabalho (até porque, a maioria das pessoas faziam coisas semelhantes), e se alguém agir diferente do comum gera uma tensão. Já a solidariedade orgânica ocorre nas sociedades mais modernas e se dá devido a divisão social do trabalho, pois nesse contexto, cada um é responsável por uma parte pequena de uma tarefa maior, fazendo com que o trabalho de cada um seja importante e interdependente. Portanto, para sustentar as necessidades individuais é necessário o trabalho de todos da sociedade e se essa lógica não é cumprida, cria-se uma tensão, gerando uma falta de coesão social. E para ele, a moral está relacionada com a existência ou não dessas tensões sociais causadas pela exploração capitalista. Se há tensões, há um problema moral, pois significa que não está havendo coesão social, que as pessoas estão agindo de forma mais individualista e que as instituições sociais não estão regulando as relações entre os diversos setores da sociedade adequadamente. Não havendo tensões, há moral. 4) Marx e Engels, no Manifesto do Partido Comunista, apresentam alguns conceitos sobre a história, bem como nos indicam rudimentarmente a compreensão de Capital e de Propriedade privada burguesa, utilizando os argumentos apresentados pelos autores, explique no que consiste esses dois conceitos, levando em conta uma análise materialista dialética proposta por ambos. Para Marx e Engels, o Capital é qualquer recurso, incluindo dinheiro, máquinas ou mesmo fábricas, que pode ser usado para gerar mais dinheiro/recursos. É um poder social atrelado aos burgueses. Entretanto, vale ressaltar também que ele é um produto coletivo, tendo em vista que os novos recursos só se materializam se várias pessoas trabalharem para gerá-los. Ou seja, mesmo que uma pessoa burguesa tenha uma fábrica, ela não vai conseguir ganhar dinheiro expressivo se não tiverem centenas ou milhares de outras pessoas trabalhando (ou, sendo exploradas) em prol do lucro dela. Em relação à propriedade privada burguesa, eles referem-se às grandes propriedades de terras latifundiárias, às grandes porções de terras que os bancos e empresas possuem, que caracterizam-se por serem os meios de produção do trabalho, os locais que são explorados ou utilizados para produção de bens, que gerarão lucros ao serem vendidos, para enriquecer a classe burguesa (empresários, latifundiários, etc). 5) Max Weber, nos revela que a Ética Protestante – como categoria conceitual – foi constitutiva para o desenvolvimento de um etos capitalista que atravessa todos nós na modernidade, que cria sentido para a maneira de nos posicionar no mundo do trabalho. Isso só é possível através de um processo de racionalização do mundo. A partir do processo de desencantamento do mundo e da constituição da burocracia, no que consiste essa proposta de racionalização do mundo? Weber disse que as mudanças provocadas com o surgimento do protestantismo criou a ideia de que o trabalho era o modo de salvação da alma. Então a partir desse momento, o trabalho passou a ser tratado como algo voltado para a glorificação de Deus e como fonte de salvação. Diante disso, as pessoas deviam desenvolver uma vocação para o trabalho e uma prática metódica e racional de busca pelo desenvolvimento espiritual. Os indivíduos então passaram a ficar cada vez mais envolvidos em pensamentos, cálculos e atitudes racionais, sem muito tempo para fazer as coisas por querer ou por gostar, pois para tudo buscava-se mais eficiência e conhecimento técnico, que ele chamou de racionalização.
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