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Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 57 Capítulo 4: Características das pessoas com AH/SD 1. Introdução Quando se trabalha com indivíduos que apresentam indicadores de AH/SD, pode- se observar que algumas características comuns vão sendo identificadas nesses indivíduos. Alguns autores citam a habilidade acima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade como características gerais, mas outras características são observáveis no sujeito como: • Precocidade, gosto e nível elevado de leitura; • Interesses variados e diferenciados ao dos seus pares; • Costumam associar-se com pessoas mais velhas ou mais novas; • Assincronismo; • Diferente às demais na sua forma de pensar, sentir ou agir; • Preferência por trabalhar, estudar sozinho; • Nível de exigência mais elevado, perfeccionismo; • Independência e autonomia; • Senso de humor desenvolvido; • Capacidade de observação elevada; • Liderança; • Gosto e preferência por jogos que exijam estratégias; Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 58 2. Algumas características das pessoas com AH/SD Dentro da área de AH/SD, um dos temas muito debatidos refere-se às características apresentadas por alguns indivíduos. Este fenômeno multidimensional abrange aspectos cognitivos, afetivos, de personalidade e neuropsicomotores, levando–se em conta ainda o contexto sóciocultural e econômico em que está inserido e como esta pessoa reage a ele. Os indivíduos com AH/SD apresentam muitas características em comum, porém nesta população, também encontramos uma enorme variação em termos de habilidades e competências nos mais variados níveis de suas manifestações. Para Winner (1998) O indivíduo superdotado é aquela pessoa que apresenta um desempenho superior à média em uma ou mais áreas, quando comparados à população da mesma faixa etária. Diferente, mas não distante dessa definição, Silverman (2002) define o superdotado como aquele indivíduo que possui um desenvolvimento assincrônico entre habilidades intelectuais, psicomotoras, características afetivas e aspectos do desenvolvimento cronológico. Segundo Ourofino e Guimarães (2007), indivíduos com mesma capacidade intelectual apresentam variações quanto aos interesses e temperamentos. A heterogeneidade nesses grupos aumenta a necessidade de discussões sobre sua identificação e para tal Winner (1998) destaca algumas dessas características: Características relacionadas ao desenvolvimento e comportamento Características relacionadas à escola Preferência por novos arranjos visuais; Superreatividade e sensibilidade; Leitura precoce, boa memória para informação verbal e/ou matemática; Desenvolvimento físico precoce (sentar, engatinhar e caminhar); Precocidade na aquisição da linguagem e conhecimento verbal; Assincronia entre as áreas intelectual, psicomotora, lingüística e perceptual. Psicomotora, lingüística e perceptual; Maior tempo de atenção e vigilância, reconhecendo desde cedo seus cuidadores; Preferência por brincadeiras individuais; Aprendizagem rápida com instrução mínima; Alto nível de energia que pode ser confundido com hipercinesia ou hiperatividade; Preferência por amigos mais velhos, próximos a ele em idade mental; Curiosidade intelectual, com elaboração de perguntas em nível mais avançado; Interesse por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais; Persistência para alcançar a informação desejada; Destaque em raciocínio lógico e abstrato; Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 59 Alguns autores como Tutle e Becker, Torrance, Davis e Rimm (citados por OUROFINO; GUIMARÃES, 2007), apresentam este tema de forma atualizada chamado a atenção e principalmente sensibilizando educadores a respeitos das necessidades do aluno com AH/SD. Destacam uma combinação de características que podem ser compreendidas como “expressão intelectual dos indivíduos altamente inteligentes”: Renzulli (2000) chama a atenção para duas categorias de habilidades superiores: a superdotação acadêmica (ou escolar) e a superdotação criativo-produtiva, vejamos resumidamente os aspectos que podem auxiliar na identificação de cada uma das categorias, a seguir: 1. Superdotação Acadêmica – Mais facilmente identificada pelos testes de QI. O aluno, além de boas notas, apresenta QI elevado. A ênfase nessa habilidade são os processos de aprendizagem dedutiva, treinamento estruturado nos processos de pensamento e aquisição, estoque e recuperação da informação: � Habilidades superiores de pensamento (como análise, síntese e avaliação); � Fluência de ideias (produção de muitas ideias); � Flexibilidade de ideias (vê relações entre ideias aparentemente diversas); � Reação positiva a elementos estranhos e novos; � Originalidade de ideias (forma original de resolver problemas); � Grande bagagem de informações sobre temas de interesse; � Paixão por aprender; � Concentração; � Facilidade para entender princípios gerais; � Habilidade para processar informação rapidamente; � Pensamento independente. Características Cognitivas - Tira boas notas na escola – (apresenta grande vocabulário); - Gosta de fazer perguntas – (necessita pouca repetição do conteúdo escolar); - Aprende com rapidez – (é perseverante); - Apresenta excelente raciocínio verbal e/ou numérico (é um consumidor de conhecimentos); - Lê por prazer (tende a agradar os professores); - Gosta de livros técnico-profissionais (tende a gostar do ambiente escolar); Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 60 2. Superdotação Criativo-produtiva – Desenvolvimento de materiais e produtos originais. A ênfase é dada no uso e aplicação da informação/conteúdo e processos de pensamento de forma integrada, indutiva e orientada para os problemas reais. Costuma ser visto como um “aprendiz em primeira mão”, no sentido de que ele trabalha nos problemas que tem relevância pra ele e são considerados desafiadores. O educando que apresenta superdotação desse tipo pode apresentar as seguintes características: Características Afetivo-emocionais - Tem necessidades de saber sempre mais e busca ativamente por aprendizagens; - Pode estabelecer metas irrealisticamente altas para si mesmo, muitas vezes reforçadas pelos pais, e sofrer por medo de não atingir essas metas. (demonstra perseverança nas atividades motivadoras a ele); - Apresenta grande necessidade de estimulação mental (apresenta grande intensidade emocional); - Tem paixão em aprender (revela intenso perfeccionismo); Características Cognitivas - Não necessariamente apresenta QI superior (pensa por analogia); - É criativo e original (usa o humor); - Demonstra diversidade de interesses (gosta de fantasiar); - Gosta de brincar com as idéias (não liga para convenções); - É inventivo constrói novas estruturas, (é sensível a detalhes); - Procura novas formas de fazer as coisas (é produtor de conhecimento); - Não gosta de rotina, (encontra ordem no caos). Características Afetivo-emocionais - Investe uma quantidade significativa de energia emocional naquilo que faz (apresenta preocupação moral em idades precoces); - Necessita de professores sensíveis aos seus intensos sentimentos de frustração, paixão, entusiasmo, raiva e exclusão (precisa de apoio dos adultos para persistir em suas tarefas ou canalizar sua energia de forma eficiente); - Frequentemente questiona regras/autoridade (demonstra sensibilidade, empatia); - Demonstra autoconsciência (demonstram perceptividade – insight); - Demonstra capacidade de reflexão (apresentam senso agudo de justiça);- Apresenta imaginação vívida. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 61 Exemplos de AH/SD no Brasil As AH/S podem ocorrer em indivíduos com inteligência acadêmica e/ou criativo produtivo. Um exemplo de pessoa que possui inteligência criativo-produtiva e também acadêmica acima da média é Jô Soares. Inteligência Acadêmica 1. Oswaldo Cruz 2. Mário Quintana 3. Jorge Amado 4. Jô Soares Lembrando que nada impede que uma pessoa tenha inteligência acadêmica e criativa produtiva. Jô Soares pode ser um exemplo, humorista, entrevistador, ator, diretor, dramaturgo, roteirista e escritor. Conhecido em todo o Brasil pelo seu famoso programa de entrevistas, fala diversas línguas e tem a reputação de uma grande inteligência. Inteligência Criativa Produtiva Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 62 Necessitamos categorizar tais características para que medidas educativas sejam tomadas e de modo adequado possamos fazer os encaminhamentos escolares. É importante lembrar que, emocionalmente, muitos alunos também precisam categorizar ou nomear o que sentem, pois percebem que são diferentes e necessitam de informações para compor seu autoconhecimento. Eles precisam de condições educacionais apropriadas e apoio psicológico. [...] todos os seres humanos são diferentes e únicos, com direitos e deveres que devem respeitar e celebrar a diversidade. Nesse contexto, a Educação [...] é um direito subjetivo de todo ser humano; deve ser pública, gratuita, de boa qualidade, para todos, e dever do estado, portanto, e necessariamente, tem que estar centrada nesses seres humanos diferentes e únicos que constituem seus objetos-sujeitos dialéticos em todas as suas etapas de vida (PÉREZ, 2006). Também Gardner (1995) com seu conceito de Inteligências Múltiplas, muito contribuiu para a compreensão das características desses indivíduos e podemos nos orientar sob a luz desta teoria. Segundo ele indivíduos “altamente capazes” poderão exibir uma ou mais inteligências conforme o quadro: (a) linguística - habilidades envolvidas na leitura e na escrita; (b) musical - habilidades inerentes a atividades de tocar um instrumento, cantar, compor, dirigir uma orquestra; (c) lógico-matemática - habilidade de raciocínio, computação numérica, resolução de problemas, pensamento científico; (d) espacial - habilidade de representar e manipular configurações espaciais; (e) corporal-cinestésica - habilidade de usar o corpo inteiro ou parte dele em desempenho de tarefas; (f) interpessoal - habilidade de compreender outras pessoas e contextos sociais; (g) intrapessoal - capacidade de compreender a si mesmo, tanto sentimentos e emoções, quanto estilos cognitivos e inteligência; (h) naturalística - habilidade de perceber padrões complexos no ambiente natural. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 63 3. Escala de características 3.1. Joseph Renzulli A observância dos indivíduos e suas características podem ajudar professores e pais quanto a sua identificação. Estes podem apresentar grande potencial em uma ou mais áreas de conhecimentos e habilidades. Estas características devem ser levadas em conta para o processo de identificação e avaliação. Observemos tais características apontadas por Renzulli (RENZULLI; CALLAHAN; WESTBERG, 2000): Criatividade ◊ Senso de humor; ◊Habilidade de pensamento imaginativo; ◊Atitude não conformista; ◊ Pensamento divergente; ◊ Espírito de aventura; ◊Disposição para correr riscos; ◊Habilidade de adaptar, melhorar ou modificar ideias; ◊Habilidade para produzir respostas incomuns, únicas ou inteligentes; ◊Disposição para fantasiar, brincar e manipular ideias; ◊Habilidade de gerar um grande número de ideias ou soluções para problemas ou questões. Habilidade Intelectual - Habilidade de lidar com abstrações; - Facilidade para lembrar informações; - Vocabulário avançado para idade ou série; - Facilidade em perceber relações de causa e efeito; - Habilidade de fazer observações perspicazes e sutis; - Grande bagagem sobre um tópico específico; - Habilidade de entender princípios não diretamente observados; - Grande bagagem de informações sobre uma variedade de tópicos; - Habilidade para transferir aprendizagens de uma situação para a outra; - Habilidade de fazer generalizações sobre eventos, pessoas e coisas. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 64 Liderança ⇒Tendência a ser respeitado pelos colegas; ⇒Autoconfiança quando interage com colegas da sua idade; ⇒Comportamento cooperativo ao trabalhar com os outros; habilidade de articular ideias e de se comunicar bem com os outros; ⇒Habilidade de organizar e trazer estrutura a coisas, pessoas e situações; ⇒Tendência a dirigir as atividades quando está envolvido com outras pessoas responsabilidade. Motivação - Persistência quando se busca atingir um objetivo ou na realização de tarefas - Interesse constante por certos tópicos ou problemas; - Comportamento que requer pouca orientação dos professores; - Envolvimento intenso quando trabalho certos temas ou problemas; - Obstinação em procurar informações sobre tópicos de seu interesse; - Compromisso com projetos de longa duração; - Preferência por situações nas quais possa ter responsabilidade pessoal sobre o produto de seus esforços; - Pouca necessidade de motivação externa para finalizar um trabalho que inicialmente se mostrou estimulante. 3.2. Zenita Cunha Guenther Para fins educacionais, são identificados como dotados e talentosos os alunos que apresentarem regular e consistentemente, no correr de atividades informais ou planejadas, pelo menos a metade dos sinais indicadores naquele domínio. Alguns sinais são os mesmos para mais de um domínio e podem ser recontados na análise independente de cada domínio. (GUENTHER, 2012, p.54) Segundo Guenther (2012) existem quatro áreas de Domínios de Capacidade a serem observados em sala de aula: Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 65 1 - Domínio da Inteligência Inteligência geral: Observação acurada; Facilidade em aprender; Sintonia, capta tudo; capacidade de pensar e concluir; curiosidade, interesse em saber; boa memória; Iniciativa e persistência; Ter muitas informações; rapidez em pensar e agir. Inteligência – capacidade verbal: Produção em expressão verbal; participação nas atividades; interesse por atividades extracurriculares; interesse em literatura e livros; boa linguagem e vocabulário; participa das atividades na comunidade; bom humor, é engraçado; vivacidade, energia mental; observação, perspicácia. Inteligência – pensamento abstrato: Produção matemática e de ciências; organização mental, visão do todo; persistência e compromisso; independência, autonomia; segurança e autoconfiança; capacidade de concentração e atenção; capacidade de pensar concluir; pensar com esquemas, desenhos; preferência por trabalhar sozinho. 2 - Domínio da Criatividade Produção superior nas artes; originalidade, autenticidade; fluência em ideias e ações; acuidade de percepção; sensível a cores, sons e formas; respostas inesperadas, pertinentes; senso crítico e autocrítica; distração, tédio nas aulas comuns; pensamentoglobal, holístico; pouca atenção a detalhes. 3 - Domínio da Capacidade Socioafetiva Boa presença, participa em tudo; interesse, sucesso em atividades extras; presença ativa na escola; liderança, persuasão e comunicação; capacidade de organizar o grupo; força de vontade, motiva o grupo; capacidade de passar energia aos outros; segurança, autoconfiança no grupo; sensibilidade, bondade com os colegas; preocupação com o bem- estar dos outros. 4 – Domínio da Capacidade Física Superiores em esportes e exercícios físicos; habilidades manuais e motoras; notável dança, expressão rítmica; boa coordenação motora; traços firmes, bem coordenados; velocidade, força, destreza. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 66 3.3. Maria Lúcia Sabatela Sabatela (2005) aponta que pessoas com AH/SD não são nem melhores nem piores que outras, são diferentes, pois aprendem, raciocinam e reagem de maneira singular. Para demonstrar isso a autora apresenta traços comuns que considera indicador de alto potencial (citados por OUROFINO; GUIMARÃES, 2007): • Memória: presença de componentes mnemônicos em idade precoce, lembranças remotas de pessoas, lugares e situações, facilidade para reproduzir histórias, relatos, músicas, capacidade para reter e recuperar direções, endereços e localizações. • Alto nível de pensamento: facilidade e rapidez para processar o pensamento, habilidade de raciocínio com utilização da lógica pura, percepção de soluções óbvias e ambivalência em informações ou comandos (por exemplo, em provas escolares). A curiosidade é a expressão mais concreta desse alto nível de pensamento e a fase dos “porquês” é uma constante entre indivíduos superdotados. • Vocabulário: habilidade para contra-argumentar pensamentos e ideias, utilização de um vocabulário estruturado não usual no meio em que vive. Ao iniciarem o processo de fala, já utilizam tempos verbais e concordância corretamente, bem como o plural. 3.4. PCN’s Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`s) - Adaptações Curriculares, Saberes e Práticas da Inclusão (BRASIL, 2004), publicada pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, atribui os seguintes traços comuns aos superdotados: • Alto grau de curiosidade; • Boa memória; • Atenção concentrada; • Persistência; • Independência e autonomia; • Interesse por áreas e tópicos diversos; • Facilidade de aprendizagem; • Criatividade e imaginação; • Iniciativa; • Liderança; • Vocabulário avançado para sua idade cronológica; Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 67 • Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de ideias); • Habilidades para considerar pontos de vistas de outras pessoas; • Facilidade para interagir com crianças mais velhas ou com adultos; • Habilidade para lidar com ideias abstratas; • Habilidade para perceber discrepâncias entre ideias e pontos de vista; • Interesse por livros e outras fontes de conhecimento; • Alto nível de energia; • Preferência por situações/objetos novos; • Senso de humor; • Originalidade para resolver problemas. 4. Características emocionais e sociais de alunos com AH/SD Segundo alguns autores (NEIHART, REIS, ROBINSON & MOON, 2002; SILVERMAN, 1993) quando se trata de crianças superdotadas, um desenvolvimento cognitivo avançado não necessariamente implica desenvolvimento afetivo maduro. A relação entre cognição e emoção são assuntos discutidos na perspectiva da assincronia do desenvolvimento que os superdotados revelam. Segundo Alencar e Fleith (2003), quanto ao desenvolvimento afetivo do superdotado, o autoconceito deve ser destacado, ele diz respeito à imagem subjetiva que cada indivíduo possui de si mesmo e que passa a vida tentando manter e melhorar, está relacionado à autoestima e à ideia que o indivíduo tem de si mesmo. Quanto à afetividade, Sabatella (2005) enfatiza três características que se mostram mais frequentes (citados por OUROFINO; GUIMARÃES, 2007): • Humor: senso de humor aguçado, maduro e sofisticado. Gostam de piadas, uso de metáforas, jogos de palavras e rimas; • Preocupação: apreensão e inquietação em áreas que vão desde ecologia, relações sociais a habilidades intrapessoais e interpessoais; • Capricho: planejamento e organização geralmente não são atributos de alunos com altas AH/SD. A letra quase sempre ilegível e desfigurada é expressão dessa inabilidade. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 68 Ainda quanto às características afetivas, Davis e Rimm (1994) chamam atenção para: • Dificuldades nos relacionamentos sociais; • Dificuldade em aceitar críticas; • Não conformismo e resistência a autoridades • Recusa em realizar tarefas rotineiras e repetitivas; • Excesso de competitividade; • Intensidade de emoções; • Preocupações éticas e estéticas; • Ansiedade; • Persistência; • Autoconsciência elevada. 4.1. Reações comuns do indivíduo com AH/SD No intuito de evitar situações estressantes, muitas vezes o aluno com AH/SD se afasta de seu grupo social, e, as vezes, até mesmo de seu grupo familiar quando as exigências pela excelência e as expectativas de sucesso acabam por gerar conflitos insuportáveis para um indivíduo tão sensível, que “prefere” se afastar. Ourofino e Guimarães (2007) apresentam um conjunto de características que, esse modo peculiar de ser e estar no mundo, intensificado pela sensibilidade, curiosidade e assincronia de desenvolvimento, trazem: • Dificuldade de relacionamento com colegas de mesma idade que não compartilham dos mesmos interesses; • Perfeccionismo; • Vulnerabilidade a críticas dos outros e de si mesmo; • Problemas de conduta (por exemplo, indisciplina), especialmente durante a realização de tarefas pouco desafiadoras; • Grande empatia em relação ao outro como resultado de sua sensibilidade exacerbada; • Interesse por problemas filosóficos, morais, políticos e sociais; • Tédio em relação às atividades curriculares regulares; • Tendência a questionar regras. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 69 As características mencionadas anteriormente não encerram problemas propriamente ditos, o que ocorre é que no processo de desenvolvimento do indivíduo e de acordo com o contexto social e experiências afetivas vivenciadas, as características que inicialmente têm um caráter positivo que qualificam a superdotação, podem sofrer uma ruptura e serem vivenciadas ou entendidas como uma manifestação problemática [grifo nosso] (OUROFINO; GUIMARÃES, 2007. p.49). Para Silverman (1993), o superdotado pode encontrar-se em risco psicossocial se estiver, ao mesmo tempo (citados por OUROFINO; GUIMARÃES, 2007): • Fora do estágio - ao lidar com conceitos e metas bem além do esperado para sua idade; • Fora de fase - ao se sentir alienado, distante do grupo de pares ou sem amigos com quem possa interagir; • Fora de sincronia – ao se sentir diferente e inadaptado ao seu contexto social. Por isso, é essencial que a escola promova as necessárias modificações ao atendimento das necessidades especiais da criança com AH/SD, oferecendo a ela o apoio necessário. 4.2. Características da superdotação e possíveis problemas Ao contrário do que supõe o senso comum, ser superdotado não significa ter uma vida de sucesso garantido. De acordo com Saunders e Espeland (1991), alguns traços valorizados socialmente podem desencadear problemas comportamentais no dia-a-dia das relações de um aluno superdotado e seus contextos dedesenvolvimento, conforme descritos no quadro: (adaptado por ASPESI, 2007) Traços Admirados em Alunos com AH/S e Respectivos Problemas Comportamentais Associados TRAÇOS ADMIRADOS PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS Proficiência verbal Fala em demasia sobre assuntos que seus pares não acompanham ou se interessam. Longos ciclos de atenção Hiperfoco de atenção, com muita resistência de interrupção. Aprendizagem rápida Negligência com o conteúdo acadêmico. Criatividade Fuga para a fantasia; rejeição à norma. Aprendizagem independente Inabilidade para aceitar ajuda; estabelecimento de padrões elevados e não razoáveis de desempenho. Pensamento crítico Atitude crítica em relação aos outros; perfeccionismo. Preferência por complexidade Resistência para soluções simples. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 70 Segundo Pardo e Fernández (2002, p. 126): � Perfeccionismo: expectativas pouco realistas e muitas horas de trabalho com baixa produtividade. � Hipersensibilidade do sistema nervoso: hiperatividade e distração que levam à déficits de atenção. � Iniciativa e autossuficiência: tendência em dominar as discussões e atividades. � Poder de concentração e comportamento dirigido para metas: resistência à interrupções e obstinação. � Avançadas estratégias de análise e resolução de problemas, percepção de relações complexas entre ideias e fatos: impaciência com os detalhes, resistência com a rotina. � Originalidade e criatividade: pensamento divergente, a percepção dos pares quanto a esses aspectos provoca a discriminação e sentimentos de inconformismo. � Aprendizagem eficiente, boa memória, extensa base de conhecimentos e capacidade de observação: desenvolvimento de hábitos improdutivos de trabalho, pouca dedicação e interesse pela busca de novas estratégias de resolução de problemas e baixo rendimento acadêmico. � Independência e inconformismo: repulsa por uma estrutura rígida de aula, rebeldia e oposição às pressões sociais dos adultos, incompreensão por parte de pais, educadores e pares. � Grande senso de humor: podem revelar-se indivíduos sarcásticos e ofender aos que os rodeiam. Saber reconhecer as características do aluno com AH/SD é fundamental para estabelecer estratégias de identificação e inclusão deles no atendimento educacional especializado, para a implementação de mecanismos que garantam a qualidade e continuidade de apoio aos alunos superdotados, por meio da capacitação de professores, adaptações curriculares significativas e a criação de novos espaços inclusivos que abarquem os mais variados estilos de aprendizagem (OUROFINO; GUIMARÃES, 2007). Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 71 4.3. Características de superdotação e suas implicações em sala de aula O Quadro A (Características - Implicações Negativas - Implicações Positivas) exibe as características comuns a serem observadas pelo professor em sala de aula e as implicações negativas e positivas advindas quando a elas [características] não estamos atentos. Quadro A: Características Implicações Negativas Implicações Positivas Habilidade Cognitiva Avançada Sente-se entediado com as tarefas acadêmicas curriculares. Aprende a ler mais cedo com melhor compreensão da linguagem. Curiosidade Intelectual Pode ser considerado exibido. Procura constantemente os “comos” e os “porquês”. Sensibilidade e Criatividade Apresenta não-conformismo. Capacidade percebida como comportamento disruptivo [que causa ruptura]. Tem habilidade para produzir muitas idéias e visualizar conseqüências. Intensa Motivação Envolve-se em muitas atividades. Ressente-se de ser interrompido. Exibe motivação intrínseca para aprender, explorar e é persistente. Grande Capacidade para Demonstrar Emoções É vulnerável a críticas feitas por outros e ele mesmo. Pode vivenciar sentimentos de rejeição e isolamento. Reage de forma intensa a questões morais e sociais. Tem empatia. Habilidade para Processar Informações Rapidamente Sente-se entediado com as tarefas acadêmicas curriculares. Não gosta de tarefas que envolvem reprodução do conhecimento. Adquire habilidades básicas de aprendizagem mais rapidamente e com menos prática. Preocupações Éticas e Estéticas em Tenra Idade Apresenta dificuldade de relacionamento com pares de mesma idade que não possuem os mesmos interesses. É cético, crítico e avaliador, rápido em detectar inconsistência e injustiça. Pensamento Independente Ressente-se da rotina. Parece ser rebelde. Tem grande prazer na atividade intelectual. Gosta de realizar tarefas de modos diferentes. Habilidade de Auto- avaliação Busca a perfeição. Pode ser visto como compulsivo. Tem habilidade para integrar impulsos opostos como comportamento construtivo e destrutivo. (ALI, 2001). Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 72 5. Alguns mitos da superdotação Alguns mitos que fazem parte do senso comum e permeiam o fenômeno da superdotação dificultam a identificação desses sujeitos porque as expectativas depositadas neles são muito elevadas: � Todo superdotado é um gênio. � Todo superdotado tem o físico pouco desenvolvido, usa óculos, possui gostos eruditos. � A superdotação intelectual garantirá uma vida bem sucedida. � O superdotado sempre apresentará inteligência e habilidades acima da média em todas as fases da sua vida independente das condições ambientais a que estiver inserido. � Todo superdotado deverá apresentar resultados acima da média em tudo que fizer, deverá ter bom êxito em todas as disciplinas escolares. � Os familiares não devem ser comunicados que a criança tem superdotação. � Os superdotados não devem saber que possui habilidades superiores. � O superdotado sempre apresentará bom desempenho na escola. � A superdotação é um fenômeno que ocorre com pouquíssima frequência � O superdotado não necessita de educação especial. � QI alto é suficiente para determinar a superdotação. � Todo “criativo produtivo” possui menos inteligência que os “acadêmicos”. � Confusão entre superdotação e transtornos. � Pessoas com superdotação provêm de classes socioeconômicas privilegiadas. � Afirmar que a superdotação é somente inata ou somente um produto do ambiente social. Existem muitos mitos que permeiam a temática das AH/SD, um deles é acreditar que todo superdotado terá necessariamente sucesso profissional. Nem todos os alunos com AH/SD tornam-se adultos produtivos, muitos apresentam até mesmo um baixo desempenho. Neste sentido, é necessário salientar a importância de se propiciar um ambiente favorável ao desenvolvimento do aluno com AH/SD, a par de atender às suas necessidades educacionais. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 73 6. Assincronia A assincronia ou dissincronia é a uma característica apontada nos estudos sobre AH/SD. Dissincronia é um termo instituído pelo psicólogo francês Jean-Charles Terrassier (1979) que a classifica como interna e externa. Doravante, adotaremos o termo assincronia. A interna se refere à discrepância na sincronização dos ritmos de desenvolvimento afetivo, intelectual e motor do indivíduo; e a externa ocorre quando a falta de sincronicidade não ocorre somente internamente, mas pode ser percebida em relação ao meio em que ele vive. 5.1. Assincronia interna À primeira vista, algumas crianças consideradas superdotadas/talentosas não nos parecem brilhantes, mas se destacam jogando bola, por exemplo. Outras têmraciocínio muito rápido, mas são lentas ao expressá-lo. Há aquelas que apresentam dificuldades na alfabetização, contudo são rápidas e fluentes em raciocínio lógico. Isso se dá devido à assincronia. Ela aparece quando alguma das capacidades humanas se desenvolve mais que outras (TERRASSIER, 1979). Terrassier (1979) distingue os seguintes tipos de assincronia: • Linguagem e Pensamento: ocorre quando a velocidade do pensamento é maior que a capacidade de articulação da fala. • Intelectual-psicomotora: acontece quando crianças talentosas possuem mais facilidade em aprender a ler do que a escrever. Acontece nos casos em que o intelecto da criança evolui mais rápido do que suas habilidades motoras, causando disparidade. • Afetivo-intelectual: dá-se quando a maturação cognitiva e a afetiva não seguem o mesmo ritmo em relação à “norma” prevista como ideal para o desenvolvimento. Pode ocorrer que a criança se utilize do seu domínio cognitivo para suprir ou disfarçar sua imaturidade emocional. Daí o cuidado que se deve ter quando se pensa em aceleração escolar. Em alguns casos é necessário que isso aconteça, todavia, deve-se levar em conta se o aluno possui condições de acompanhar a turma, apesar de intelectualmente nivelado. O acompanhamento psicopedagógico nesse caso é fundamental a fim de se avaliar a maturidade ou não da criança. Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 74 Sabemos, no caso de crianças superdotadas, que o desenvolvimento cognitivo avançado não, necessariamente, implica desenvolvimento afetivo maduro (NEIHART, 2002; SILVERMAN, 1993). Às vezes, são pessoas que, mesmo adultas, desenvolveram seu potencial intelectual e/ou motor, mas com desenvolvimento emocional que parece não ter seguido no mesmo ritmo. Ou seja, exceto os raríssimos casos de pessoas com múltiplas capacidades, a assincronia significa que o sujeito possui uma habilidade predominante a qual se destaca das demais, no sentido positivo. Assim: a pessoa faz coisas de um modo muito melhor que o melhor que os outros fazem, e melhor que as outras coisas que ela mesma já fez. As pessoas com algum tipo de assincronia, caso não tenham um bom suporte ou orientação adequada, podem sofrer com seus sentimentos, pensamentos e ações afetados porque, muitas vezes, são incompreendidas. Linda Silverman (1993), em seu livro Counseling the gifted and talented (Aconselhando os superdotados e talentosos), exemplifica bem a assincronia quando apresenta o caso de Kate: Em termos de desenvolvimento cronológico, a idade talvez seja a informação mais irrelevante para se levar em consideração. Kate, com um QI de 170, tem 6 anos de idade, mas apresenta uma idade mental de 10 anos e meio... Como toda criança altamente superdotada, Kate é um amálgama de muitas idades desenvolvimentais. Ela talvez tenha seis anos quando anda de bicicleta, 13 quando joga xadrez ou toca piano, nove quando debate regras, oito quando escolhe seus hobbies e livros, cinco (ou três) quando exigem que fique quieta no lugar. Como se pode esperar que uma criança como esta tenha comportamentos adequados em uma sala de aula cujas normas foram feitas para crianças de seis anos? (SILVERMAN, 1993, p. 4-5). 5.2. Assincronia interna e seus extremos Em alguns casos, além da assincronia a que nos referimos acima, ocorre a assincronia atingindo extremos: alguém com desempenho excepcional apesar de apresentar déficits de algumas funções. São os casos que denominamos como dupla excepcionalidade (já apresentado no capítulo 1). Isso quer dizer que uma pessoa pode ser surda, por exemplo, e muito inteligente e talentosa como Beethoven (TERRASSIER, 1979). Ludwig van Beethoven Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 75 Importante considerar que muitos professores confundem a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) com a criança com AH/SD pelo fato de a criança com TEA memorizar muitas informações. Entretanto, nem sempre ela tem compreensão acerca daquilo que memorizou. Por isso, não podemos considerar a memória, por si só, como sinônimo de superdotação. Isso não significa que uma criança com TEA não possa ser superdotada; para isso, outras características pertinentes à superdotação devem ser observadas nela e não somente a memorização de fatos, de datas e a facilidade que tem para o raciocínio lógico (TERRASSIER, 1979). Vejamos outro exemplo de dupla excepcionalidade. Caso de Adam Young – um cantor extremamente introvertido, muito talentoso e com excelente desempenho acadêmico. As letras de suas músicas têm um vasto vocabulário e nem todos as compreendem com facilidade. Todas as suas composições são produzidas em seu estúdio que fica no porão de sua casa, porque apresenta sérias dificuldades na área social. • Você poderá assistir ao vídeo do cantor Adam clicando no link abaixo, ou copiando o link para o navegador de sua preferência. <http://www.youtube.com/watch?v=psuRGfAaju4> • Você pode conhecer mais sobre a história dele em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Young> Crianças superdotadas apresentam, em geral, sensibilidade bem aguçada. Isso é proveniente da acumulação de maior quantidade de informações e emoções. A dúvida é se elas possuem capacidade de processar ou não esses estímulos. O desenvolvimento emocional, como sabemos, tem origem em processos internos e externos que, para esse tipo de criança, são facilitados pela alta capacidade e excelente percepção que possuem. Elas utilizam alto grau de energia psíquica e, se não compatíveis com sua idade cronológica, algumas se apresentam ansiosas, frustradas ou resilientes (OUROFINO; GUIMARÃES, 2007). O indivíduo com AH/SD pode apresentar uma tendência a mascarar ou esconder suas potencialidades a fim de se ajustar às expectativas sociais. Esse mecanismo geralmente tem origem no processo de rejeição que enfrenta desde a infância com as primeiras manifestações de comportamentos superdotados. Por outro lado, o desenvolvimento afetivo adequado, que propicie respostas coerentes com a natureza da superdotação, implicará acréscimo em termos de desenvolvimento social (OUROFINO; GUIMARÃES, 2007). Capacitação em Altas Habilidades/Superdotação – Rompendo as Barreiras do Anonimato 76 5.3. Assincronia externa A assincronia externa pode ser observada quando um indivíduo com AH/SD necessita de condições adequadas em seu ambiente escolar, mas não as encontra no currículo, por exemplo. Sem atendimento especializado enfrentará muita dificuldade para ter acesso a conteúdos e a procedimentos mais abrangentes e com mais profundidade, condizentes com seus interesses. Por consequência, isso gera frustrações e problemas de ordem emocional e social (TERRASSIER, 1979). Esse indivíduo não agirá conforme sua idade cronológica, mas de acordo com sua idade mental, o que lhe acarretará cobranças por parte da sociedade que, geralmente, tende a enquadrar todos nós e, também, promoverá o distanciamento de colegas em sala de aula em virtude dos interesses dele serem bem diferenciados e, ainda, por causa dos traços de personalidade bem acentuados que, muitas vezes, geram conflitos levando-o a ser rejeitado por parte da maioria de seus colegas, gerando, assim, revolta e isolamento. Essas e outras situações similares podem ter repercussão negativa prejudicando o crescimento saudável e a inclusão desse indivíduo na sociedade (TERRASSIER, 1979). Caros cursistas, todos esses apontamentos nos alertam para as características pertinentes à alta habilidade quando não tão evidente. Como por exemplo, diagnosticar uma criança com TDAH como superdotado e vice-versa. Ao aumentarmos nosso saber, estaremos mais preparados para olhar nossos alunosde modo diferenciado, mais abertos às possibilidades que cada um traz consigo. Referências ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. (2003). Criatividade: múltiplas perspectivas (3ª ed.). Brasília: EdUnB. ALI, A.S. (2001). Issues involved in the evaluation of gifted programmes. Gisted Education Internatinal, v.16, p. 79 – 91. ASPESI C. de C. (2007). A Família do Aluno com Altas Habilidades/Superdotação. Fleith, D. de S. (Org.) (2007). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 3: o aluno e a família / organização: Denise de Souza Fleith. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. BRASIL. (2004). 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