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Energia Livre de Gibbs (G) Função de estado definida como: G = H – TS Para uma variação à T e P constantes ∆G = ∆H – T∆S ∆G < 0 (negativo) – reação espontânea (à T e P constantes) ∆G representa uma composição dos dois fatores que contribuem para a espontaneidade ∆H e ∆S. Assim, podemos fazer as seguintes observações: ∆H negativo (reação exotérmica) e ∆S positivo (> desordem): Ambos os fatores favorecem a espontaneidade e o processo ocorrerá espontaneamente a qualquer temperatura. ∆H positivo (reação endotérmica) e ∆S negativo (> ordem): Reação não espontânea independentemente da temperatura. ∆H positivo (reação endotérmica) e ∆S positivo (< ordem): Espontânea somente a altas temperaturas ∆H negativo (reação exotérmica) e ∆S negativo (> ordem): espontânea somente a baixas temperaturas Exemplo prático: Produção de diamantes sintéticos Diamante – forma alotrópica do carbono (1797) Experiência para conversão de grafite (forma alotrópica comum do carbono) em diamante (forma valiosa!) 1938 – Análise termodinâmica do problema: ∆G/T em função da temperatura (K) Reação: C(s, grafite) C (s, diamante) ∆G deve ser negativo para que a reação seja espontânea Pelo gráfico acima em que região isto ocorrerá? Esta análise nos permite definir os limites de temperatura e pressão que permitiriam a conversão ocorrer. Materiais apropriados tinham que ser encontrados para que pudéssemos efetuar a transformação em pressões e temperaturas elevadas. Isto somente ocorreu em 1955. Hoje os diamantes sintéticos são importantes abrasivos industriais, usados em ferramentas de afiar e de corte. Uso do bicarbonado como pó químico em extintor de incêndio Na aula anterior analisamos a reação abaixo e calculamos a variação de entropia da mesma: 2NaHCO3 (s) Na2CO3 (s) + CO2 (g) + H2O (g) Usamos a relação para calcular ∆S0reação e os valores de entropia padrão tabelados: ∆S0reação = [S0Na2CO3(g) + S0CO2(g) + S0H2O(g)] – [2S0NaHCO3(s)] = [1mol(136 J/K mol) + 1mol(213,6 J/k mol) + 1mol(188,7 J/k mol)] – [2mol(155 J/K mol)] = (538 J/K} – (310 J/K) = + 228 J/K Fazendo o cálculo do ∆H0 para esta reação………∆H0 = + 128 kJ Observaremos que o ∆H0 será positivo – consequentemente, para esta reação tanto ∆H0 quanto ∆S0 são positivos. Atenção as unidades: observe kJ e J/K!!!!!!!!!!!!!!! Lembre-se: ∆G = ∆H – T∆S ∆G = + 128 (kJ) – T * (+228 (J/K)) se considerarmos a reação a 25 0C (298 K) temos: ∆G = + 128 (kJ) – 298 (K) * (+ 0,228 (kJ/K)) ∆G = + 128 (kJ) – 67,95 (kJ) ∆G = + 60.05 kJ Reação não espontânea à 25 0C Em que temperatura esta reação ocorrerá espontaneamente? Resp.: quando ∆G for negativo ou seja: ∆H < T∆S 128 kJ < T * 0,228 (kJ/K) T > 561,4 K ou T > 288,4 0C!!!! Observação: utilizamos ∆H0 e ∆S0 para calcularmos ∆G à uma temperatura diferente de 298 K (25 0C). Fizemos desta forma uma aproximação considerando que ∆H e ∆S variam muito pouco com a temperatura. Conclusão: A decomposição do NaHCO3 não é espontânea a baixas temperaturas, mas torna-se espontânea a altas temperaturas . Aplicação – O NaHCO3 pode ser usado como extintor de incêndios! Energias livres padrões de formação – ∆G0f A partir dos calores padrões de formação e entropias padrões podemos calcular as energias livres padrões de formação. ∆G0f = ∆H0f + T∆S0f Ex. Formação de CO2 a partir dos elementos (Carbono e oxigênio) com todos os reagentes e produtos em seus estados padrões: C (s, grafite) + O2 (g) CO2 (g) Pelos dados tabelados temos: ∆Hof CO2 (g) = -394 kJ/mol ∆S0f = S0 CO2 – (S0 C (s, grafite) + S0 (O2 (g)) = 213,6 – (5,7 + 205,0) J/K mol = + 2,9 J/K mol a 25 0C (298 K) e 1 atm temos: ∆G0f = -394 kJ/mol – (298 K) (2,9 J/K mol) = = -394 kJ/mol – 860 J/mol convertemos tudo para kJ/mol e temos: ∆G0f = (- 394 – 0,86) = - 394,86 kJ/mol Assim, podemos agora tabelar valores de Energia Livre Padrão de formação a 25 0C e 1 atm para muitas substâncias Substância ∆G0f (kJ/mol) Substância ∆G0f (kJ/mol) Al2O3 (s) - 1577 H2O (l) -53,1 C (s, diamante) + 2,9 H2O (g) + 1,30 CO (g) -137 H2SO4 (l) -689,9 CO2 (g) -395 SiO2 (s) -805 CH4 (g) -50,6 PbO2 (s) -219 C2H5OH (l) -175 PbSO4 (s) - 811,3 Fe2O3 (s) -741,0 SO2 (g) - 300 CaSO4 (s) -1320 SO3 (g) -370 NH3 (g) -17 NO2 (g) + 51,9 Assim como ∆H0 pode ser calculado a partir dos calores de formação, ∆G0 para qualquer reação pode ser calculado usando-se as energias padrões de formação: ∆G0f= (soma dos ∆G0f produtos) – (soma dos ∆G0f reagentes) Ex. O silano, SiH4 é um composto de silício análogo ao principal constituínte do gás natural, o metano, CH4. Assim cmo o metano, o silano queima ao ar. O produto desta queima é a sólica, um sólido muito diferente do dióxido de carbono (produzido na combustão do metano). Calcule o ∆G0 para a reação de queima do silano. Reação: SiH4 (g) + 2O2 (g) SiO2 (s) + 2H2O (g) ∆G0 = soma dos ∆G0f produtos – soma dos ∆G0f reagentes = (∆G0fSiO2 + 2 ∆G0fH2O) - (∆G0fSiH4 + 2 ∆G0fO2) Assim como para ∆H0f, tomamos como zero o valor de ∆G0f de um elemento livre em seu estado natural (O2 = 0) = [1mol (-805 kJ/mol) + 2mol (-228 kJ/mol)] – [ 1 mol (-39 kJ/mol + 0] = - 1222 kJ Para pensar: O que significa este valor, o que significa ∆G0 negativo e ∆G0 positivo para reações e formações………….. Poluição térmica – termelétricas! Consequência da segunda lei da termodinâmica (qualquer máquina térmica projetada para converter calor em trabalho útil deve absorver calor de uma fonte a alta temperatura. Somente parte deste calor pode ser convertido em trabalho – outra parte é transferida para o ambiente ou para reservatórios de mais baixa temperatura – descarrega calor ao ambiente!!!!! Automóvel – queima gasolina ou óleo diesel, converte parte da energia térmica resultante em trabalho enquanto o resto é descarregado no radiador. Aumento de temperatura da água diminuí a quantidade de oxigênio dissolvido (solubilidade). Energia Livre e Trabalho Útil Reações químicas – produção de energia sob a forma de trabalho útil. G é chamada de Energia Livre porque ∆G representa a quantidade máxima de energia liberada em um processo a temperatura e pressão constantes que está livre ou disponível para realizar trabalho útil. A quantidade de trabalho em qualquer processo real espontâneo é sempre menor que o máximo previsto pelo ∆G. Porque? Processos reais são sempre irreversíveis………..o trabalho máximo só pode ser extraído de uma transformação verdadeiramente reversível. Quanto mais próximo um processo estiver da reversibilidade, maior será a quantidade de trabalho disponível que pode ser usada. Ex. Sistemas vivos – convertem 40% da energia livre disponível na oxidação da glicose para outras formas de energia química armazenada. Exemplo prático: Produção de diamantes sintéticos Substância
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