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Profª. LUCIANE SIPPERT Professora Assistente de Língua Portuguesa, Uergs Graduada em Letras, UNIJUÍ Especialista em ensino e aprendizagem de línguas, UNIJUÍ Especialista em Atendimento Educacional Especializado, FAISA Mestre em Educação nas Ciências, UNIJUÍ Doutora em Letras- Teorias do Texto e do Discurso, UFRGS Algumas questões: ► Como se aprende a ler e a escrever? ► Como ensinamos a ler e a escrever? ► Será que a questão é método? ANALFABETO – que não conhece o alfabeto, que não sabe ler e escrever. ALFABETIZAR – tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. ALFABETIZAÇÃO – é a ação de alfabetizar, de tornar “alfabeto”. Sufixo -ação Alfabetização é o processo pelo qual as pessoas aprendem a LER e a ESCREVER. Entretanto, esse aprendizado vai muito além de transcrever a linguagem oral para a escrita. Alfabetizar-se é muito mais do que reconhecer as letras e saber decifrar palavras. Aprender a ler e a escrever é apropriar-se do código linguístico-gráfico e tornar-se, de fato, um usuário da leitura e da escrita”.(CAGLIARI, 1989) Processos de Alfabetização e Letramento • Quando começa o processo de aprendizagem da leitura? Há uma idade como pré-requisito? As crianças começam lendo seu corpo, seu mundo – ao olhar suas mãos, a expressão do rosto das pessoas, da mãe... • Crianças chegam na escola em diferentes momentos de letramento e os jovens e adultos? ► Os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, sobre a Psicogênese da Língua Escrita, vieram demonstrar que as crianças constroem hipóteses sobre a língua escrita, interagindo com este objeto de conhecimento, com os falantes de sua língua materna e com pessoas capazes de informá-las, desafiá-las no seu processo de construção do conhecimento. Vivências anteriores Psicogênese da Língua Escrita ► Os sintéticos - que partem das partes das palavras para o todo; Métodos de alfabetização - duas categorias ► Os analíticos - que fazem o inverso, partindo do todo para as partes. ► Os métodos tradicionais de alfabetização, tanto sintéticos quanto analíticos, constituíam sequências rígidas de apresentação da escrita sem levar em consideração o sujeito da aprendizagem. Era comum professores em suas conversas, perguntarem-se: “Você, já deu a vaca?” Refletindo... ► Quando se trata de alfabetização há um critério básico: aprendizagem de leitura e de escrita no sentido estrito do termo ► Duas premissas: - Leitura para além do decifrado (técnica) - Escrita para além da cópia • Emília Ferreiro: LER não é decifrar ESCREVER não é copiar • Paulo Freire: A leitura do mundo precede a leitura da palavra e essa se dá imbricada na leitura daquele, o que significaria leitura da palavra-mundo. Aspectos importantes a considerar Todas as crianças podem aprender, as criança são facilmente alfabetizáveis. Os alunos estão em momentos diferentes de suas aprendizagens. lusippert@hotmail.com É curioso que tenha ocorrido em um mesmo momento histórico, em sociedades distanciadas tanto geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente, a necessidade de reconhecer e nomear “ práticas sociais de leitura e de escrita” ....a população, embora alfabetizada, não dominava as habilidades de leitura e de escrita necessárias para uma participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais que envolvem a língua escrita. desenvolvimento de habilidades textuais de leitura e de escrita, convívio com tipos e gêneros variados de textos e de portadores de textos e compreensão das funções da escrita (SOARES, 2003) .... são processos indissociáveis e específicos: a alfabetização se desenvolve por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento. o letramento, por sua vez, só pode desenvolver-se por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização. Segundo Cope e Kalantzis, “os textos são diferentes porque fazem coisas diferentes. Assim, qualquer pedagogia de letramento tem que se preocupar não apenas com as formalidades do funcionamento dos textos, mas também com a realidade social viva dos textos em uso. O que um texto faz é resultado do fim para o qual ele é utilizado” (1993, p. 7). que estimulem os jovens e adultos a praticar a compreensão leitora, a oralidade e a escrita, a partir da diversidade textual e Literária estaremos desenvolvendo habilidades e competências necessárias para o desenvolvimento dos processos de ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Métodos de Ensino para ALFABETIZAÇÃO M sc . L u ci an e Si p p er t O método sintético consiste em trabalhar letra por letra e é composto em três etapas: 1. Alfábetico: o aluno aprende primeiro as letras, depois forma as sílabas simples, para depois formar as palavras. 2. Fônico: o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal. 3. Silábico: o aluno aprende primeiro as sílabas para depois formar as palavras que constroem o texto. Métodos de alfabetização Sintético Este método é visto pelos críticos cansativo e estressante, pois trabalha apenas com a repetição, não estimula criatividade nas crianças. Métodos de alfabetização Analítico O método analítico é dividido em três etapas: 1. Palavração: 1º existe o contato com vocábulos, com todos os sons da língua. 2. Setenciação: Inicia-se pela frase, que é dividida em palavras e depois em sílabas. 3. Global: Também conhecido como conto e estória, composto com começo, meio e fim sendo ligadas por frases com contexto formando um enredo. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, ela apenas decora. Métodos de alfabetização Alfabético O método alfabético também é conhecido como Soletração. A criança soletra as sílabas até decodificar a palavra. Exemplo: c, a, ca, m, a, ma, cama O método alfabético permite a utilização de cartilhas. Apesar de não ser indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, é muito utilizado por professores leigos do Norte e Nordeste pela facilidade de aplicação. Métodos de alfabetização– Linguagem Total O método segue a tese que se aprende lendo. O professor apresenta textos aos alunos e lê em voz alta, fazendo com que os alunos acompanhem. A partir daí a criança começa a conhecer a linguagem escrita, aprendendo as palavras, as sílabas e as letras. Sem utilizar apostilas, esse método foi bastante disseminado nos EUA, teve como principal crítica a falta de questões relacionadas à compreensão da natureza alfabética. Profª Msc. Luciane Sippert - FAISA 28 Professora Msc. Luciane Sippert 30 • BARALHO (26 partes com tamanhos iguais) • PODEM SOBRAR PEÇAS, MAS NÃO PODEM FALTAR • PIF/PAF • Ordem crescente • Ordem decrescente •A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z É preciso: • Economizar o ponto de ! • Abusar do ponto de ? • “Não existe nada mais fatal para o pensamento, que o ensino das respostas certas. Para isto existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente asperguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido”. (RUBEM ALVES, 2004). Para ser feliz, sabe como é Você tem que bater o pé, bate o pé Isto é para ser feliz Para ser feliz, sabe como é Você tem que bater palmas, Bate palmas, bate o pé Isto é para ser feliz Para ser feliz, sabe como é Você tem que rebolar Rebolando, bate palmas, bate o pé Isto é para ser feliz Para ser feliz, sabe como é Você tem que saltitar %Saltitando, rebolando, bate palmas, bate o pé% Isto é para ser feliz Isto é para ser feliz Como aprendemos? PIAGET (estágios de desenvolvimento/aprende) VYGOSTKY (social/aprende e se desenvolve) Propiciar o protagonismo Abrir as competências Exaltar a linguagem Vamos analisar as seguintes situações: • Situação 1: um aluno pega lápis e papel pela primeira vez. Alguém lhe pede para copiar uma palavra ou texto. • Onde estará concentrada a atenção do aluno? Vamos analisar as seguintes situações: • Situação 2: um aluno sabe escrever todas as letras. O professor dita uma palavra para o aluno escrever. • Onde estará concentrada a atenção do aluno? Nesta atividade, o professor dá aos alunos um texto onde todas as palavras aparecem emendadas, como uma corrente de letras. Caberá aos alunos separar as palavras e pontuar as frases. porfavorsabeondeeupegoumônibus parachegaràestaçãoepegarumtrem nóscánãochamamosônibusmasauto busokvocêsabeondeeupegoumauto busparairatéaestaçãoepegarumtre mnóscánãochamamosestaçãomasg arevamosláentãovocêsabeondeeup egoumautobusparachegaratéagare epegarumtremnóscánãochamamost remmascomboiotábomvocêsabeond eeupegoumautobusparachegaràgar eparapegarumcomboioéaquimesmo SOUPERFEITOALEGREEFORTETENHOAMOREMU ITASORTESOUFELIZEINTELIGENTEVIVOPOSITIV AMENTETENHOPAZSOUUMSUCESSOTENHOTU DOQUEEUPEÇOACREDITOFIRMEMENTENOPOD ERDAMINHAMENTEPORQUEÉDEUSNOMEUSUB CONSCIENTE. AMENINACHEGOUCEDONAESCOLA OGATOÉMALANDROEESPERTO QUEMVIUOMEUCACHORROPELOPAR QUE Vamos analisar as seguintes situações: • Situação 3: O aluno sabe escrever todas as palavras com correção ortográfica, sem muita dificuldade, exceto quando encontra palavras muito irregulares. O professor pede para ele reescrever um texto, transformando um personagem bom em mau e mantendo a mesma estrutura das frases. • Onde estará concentrada a atenção do aluno? 47 Dinâmica das 3 cores: • Papel amarelo – escrever um nome de uma pessoa.(substantivo) • Papel rosa– escrever um lugar. • (advérbio) • Papel verde– escrever um verbo que expresse uma ação que está ocorrendo no momento ou uma ação que o aluno goste de realizar. Vamos analisar as seguintes situações: • Situação 4: o aluno já superou as situações de 1 a 3. O professor pede para ele fazer um cartaz ou convite. • Onde o aluno vai concentrar sua atenção? Vamos analisar as seguintes situações: • Situação 5: Agora suponha que o aluno na situação 3 ainda não domine as competências das situações 1 e 2. • Onde o aluno vai concentrar sua atenção? O termo ESCREVER comporta pelo menos 4 dimensões ou níveis • O nível da letra (caligrafia) • O nível da palavra (ortografia, mas também morfologia) • O nível da frase (sintática, mas também semântica) • O nível do texto (pragmática) Segundo Cope e Kalantzis, “os textos são diferentes porque fazem coisas diferentes. Assim, qualquer pedagogia de letramento tem que se preocupar não apenas com as formalidades do funcionamento dos textos, mas também com a realidade social viva dos textos em uso. O que um texto faz é resultado do fim para o qual ele é utilizado” (1993, p. 7). Conversa do terceiro milênio Essa atividade procura estabelecer um contraste entre a linguagem informal (coloquial) e a linguagem escrita, mais formal. Você, que é um habitante do terceiro milênio, um mIRCnauta, com certeza poderá nos ajudar a transpor o diálogo abaixo para a linguagem padrão. Convide um colega para agilizar o trabalho, e mãos à obra. OooooooooIiiiiiiiiIIIIIiiiiiEEEeeeeEEEEeeeeeeee!!! ¡¡¡¡ e ae, blz? uhum,..i cum c? td blz tb.. q anda fazendu? nada di mais i c? tb num.. tipo,..vai te festa nessi findi? ah, sei lah,..axu q vo fica na baia do meu parceru,..eh q vai te uma festa mt bala..se vai ih na dah santah monica? um..nem tava ligada,..vo fala cum minhas migas ai veju si nóis vamu.. vai se quandu? axu q vai se sexta, vai tah mt show,..todus meu parça vaum tah lah,..mt bala..vai q tah garantidu.. se vc falah assim vo pensa melhor na proposta... vo te qui larga agente se fala otro dia.. flow tchau..bjuss As letras K, W e Y são consideradas consoantes ou vogais? REVISTA ESCOLA Beatriz Santomauro (bsantomauro@fvc.org.br). Com reportagem de Rita Trevisan Conforme o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y foram incluídas no alfabeto e obedecem às regras gerais que caracterizam consoantes e vogais. Do ponto de vista fonético- fonológico, consoante é um fonema pronunciado com a interrupção do ar feita por dentes, língua ou lábios. Já a vogal é um fonema pronunciado com a passagem livre do ar pela boca. Outra distinção entre um grupo e outro de letras recai sobre a pronúncia: a consoante precisa de uma vogal para formar sílabas e ser pronunciada, e a vogal, não. Ela se basta. Seguindo essas regras, o Y é uma vogal, já que foi traduzido do alfabeto grego como I e mantém esse som nas palavras em que é usado, como em ioga. Quando aportuguesada, a palavra originalmente grafada com Y passa a ser grafada com I - como em iene, moeda japonesa. O K corresponde, em português, ao som do C ou QU - como vemos em Kuait -, sendo considerado consoante. Já o W deve ser empregado de acordo com sua pronúncia na língua original, isto é, ora com som de V, quando proveniente do alemão (como Wagner), ora com som de U, quando de origem inglesa (caso de web). Com isso, a letra W é considerada consoante ou vogal, conforme o uso. Vamos ESCREVER JO G O S IN TE R A TI V O S "YOU TELL ME, I FORGET YOU TEACH ME, I REMEMBER YOU INVOLVE ME, I LEARN" VOCÊ ME DIZ, EU ESQUEÇO VOCÊ ME ENSINA EU LEMBRO VOCÊ ME ENVOLVE, EU APRENDO. Vale a pena insistir: o importante é o processo de mexer com livros, lidar com eles, folhear, tomar posse. Aprender a ler vem depois! 59 Flamingos Alianças Xícara Onça Balões Flor Borboleta Rosa Cavalo Sanduíche Vela Teclas Cobra Peixe “A educação é do tamanho da vida! Não há começo. Não há fim. Só há a travessia. E se queremos descobrir a verdade da educação, ela terá que ser descoberta no meio da travessia”. (RODRIGUES, 1992, p.23) 90 MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMM Todos têm que se sentir “atendidos” pelo professor. O olhar serve para estabelecer este contato. 91 “Algum dia, quando tivermos dominado os ventos, as ondas, as marés, a gravidade... Utilizaremos a energia do AMOR... Então, pela segunda vez na história do mundo o homem descobrirá o fogo.” (Teilhard de Chardin)
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