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* * CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA Rio de Janeiro- 2011 O ESPAÇO ESTÁ AÍ... HÁ QUE COMPREENDÊ-LO. * * * TEMA DA AULA Tópico 1- Localização e orientação: relações espaciais Tópico 2- Representação do espaço: uso de mapas e outros instrumentos Tópico 3- A Estruturação do espaço: organização * * * * De alguma forma, a questão de espaço sempre esteve presente em nossas vidas. O espaço integrado às primeiras sensações do ser humano, é o elemento material do qual ele experimenta o calor, o frio, a luz, o som, o afeto etc. É no espaço que, ao estender as mãos em busca do objeto, homens e mulheres adquirem a noção de distância. É nele que exercitamos o corpo e o seu domínio, equilibrando-nos, caminhando, correndo. * * * O espaço não é um elemento vazio, nem de matéria, nem de significado. É estudado por diferentes áreas do conhecimento como a Filosofia, a Matemática, a Arquitetura, a Engenharia . Nas Ciências Humanas, o espaço é um conceito fundamental e pode ser visto sob vários aspectos: psicológico, sociológico, etnológico, geográfico e histórico. É preciso compreendê-lo para poder nele viver. * * * Compreender o espaço é saber localizar-se, entender a sua organização e principalmente saber usar instrumentos que nos permitam um posicionamento correto nos lugares Portanto o assunto dessa aula a é a construção do conceito de espaço a partir: localização e orientação, formas de representação e organização. * * Para o domínio de diferentes tipos de localização e orientação espacial, há um longo caminho a ser percorrido pela criança. Nesse processo há dois aspectos essenciais: o esquema corporal e a lateralidade. Localização e orientação: relações espaciais * * * * Esquema corporal- deve-se entender a exploração do espaço que depende tanto de funções motoras quanto da percepção do espaço imediato: é a consciência do próprio corpo e de seus movimentos, que se constrói aos poucos, ao partir do nascimento até atingir a adolescência. Lateralidade - significa a percepção pela criança, que seu corpo tem dois lados, e que eles se relacionam de forma diferenciada com o espaço. Várias atividades são recomendadas para fazê-la tomar consciência dessas habilidades e de sua predominância para a direita ou para a esquerda. * * * Ao entrar na escola ela já dispõe de algum modo, de um conhecimento sobre localização espacial. Utiliza e expressa através do tato e de várias formas de linguagem, noções espaciais como, por exemplo, as de vizinhança: dentro, fora, interior, exterior, entre, fechado, aberto, ao lado. * * “ * O que a escola vai fazer é criar situações através das quais a criança possa ampliar e aprofundar essas noções, sempre a partir de experiências concretas e da livre expressão do aluno. As relações espaciais são, portanto, formas de contato e posicionamento da criança com o espaço. Elas foram divididas em três tipos: topológicas, projetivas e euclidianas. TOPOLÓGICAS PROJETIVAS EUCLIDIANAS * * RELAÇÕES ESPACIAIS TOPOLÓGICAS “ * São aquelas usadas para localizar pessoas e objetos, em qualquer tipo de espaço (independente da forma) e sem considerar as distâncias: dentro, fora, perto, longe, ao lado, vizinho, entre. Essas relações são a base para o trabalho com o espaço geográfico. A partir delas se desenvolverão as noções de limites político- administrativos entre municípios, estados, países e suas fronteiras. * * RELAÇÕES ESPACIAIS PROJETIVAS * AUGUSTO COMTE São aquelas que variam conforme o ponto de referência do observador. Nesse momento, a criança passa a usar um outro tipo de relação de acordo com o ponto de vista de quem vê: em cima, embaixo, na frente, atrás, direita, esquerda, norte, sul, leste, oeste, nordeste, sudeste, sudoeste, noroeste. Nas relações projetivas iniciais, o ponto de referência é a própria criança; aos poucos, esse ponto de referência se desloca para outras pessoas e objetos, conseguindo situar uns em relação aos outro. * * * A mudança das centrações permite à criança operar tanto com a orientação corporal como posteriormente, com as orientações através dos pontos cardeais e colaterais. Para que isso ocorra o professor deverá desenvolver várias atividades, principalmente jogos, onde a criança terá oportunidade de usar o conceito de direita/esquerda a partir do seu ponto de vista, do ponto de vista do outro e entre os objetos e as pessoas ao mesmo tempo. Encontra-se aí, também, o trabalho com as direções cardeais e colaterais e que deverão ser aplicadas em várias situações concretas: primeiro em trajetos e depois nos mapas. * * * RELAÇÕES ESPACIAIS EUCLIDIANAS São aquelas em que a criança localiza os objetos, pessoas ou lugares, considerando um esquema de referência fixa (eixos: vertical/horizontal) e usa medida de distância ( linear, área, angular) ou seja, leva em conta duas referência. Dá-se quando a criança é capaz de localizar um objeto dizendo que o mesmo está a três passos a leste e cinco ao norte. É uma forma de habilidade que a leva ao entendimento das coordenadas Geográficas. * * * * * * REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO: USO DE MAPAS E OUTROS INSTRUMENTOS “Por aqui ou por ali”? “Como faço para sair desse lugar”? Perguntas como estas nos surgem no dia a dia. Quando exploramos um espaço, a melhor orientação é fazer desenhos sobre o local que estamos. * * * As populações primitivas já usavam esta norma. Na exploração do ambiente, registravam os caminhos percorridos e os pontos de referência usados em seus deslocamentos. Desenhos gravados em pedras e cascas de árvores foram os primeiros mapas. Hoje, há técnicas modernas para elaborá-los. O sensoriamento remoto, as imagens por satélite e o uso de computadores são recursos utilizados * * * Sensoriamento remoto Pintura rupestre * * * Em seus primeiros desenhos, ela escolhe ou convenciona os símbolos, através dos quais representará a realidade. Ela tem o seu próprio ponto de vista e é a partir dele que fará o desenho. Um longo trabalho deverá ser feito até que a criança chegue a ser um decodificador, ou seja, um leitor de mapas feitos pelos outros. Mas quando pensamos em representação do espaço com a criança, a leitura e interpretação de mapas é uma das últimas etapas. * * * Karl Marx Friedrich Engels Para começar, é necessário estimular a observação e a exploração dos espaços vividos. Na escola os alunos poderão observar a sala de aula. O professor deve propor que circulem pela sala, parem em um lugar onde sintam-se bem e deste, desenhem o que estão vendo. Outra atividade fundamental é a representação de objetos a partir de diferentes pontos de vista. Ainda explorando o ambiente interno da escola, as crianças poderão criar maquetes. * * * A maquete é uma atividade importante no processo de representação espacial. Ao observá-la de cima, a criança estará dando os primeiros passos para entender a planificação, elemento fundamental na feitura de plantas e mapas. * * * O trabalho com medidas não padronizadas - cabos de vassoura, barbantes, passos - introduzirá a criança na questão da escala. O estudo do itinerário casa-escola e arredores permitirá a observação das ruas próximas, dos espaços circunvizinhos, quarteirões e principais pontos de referência. Os aspectos naturais também podem ser observados. No momento da representação criarão símbolos que comporão a legenda do desenho feito. * * * Quando o aluno já vivenciou diversas atividades como mapeador, o trabalho com mapas elaborados pelos outros torna-se um recurso significativo. Oferecer a planta dos arredores da escola para que analisem, identificando o trajeto casa escolaque fizeram anteriormente, é uma oportunidade de aprofundar a representação espacial. Os mapas de relevo (topográficos) não serão estranhos para a criança, se trabalharmos com ela as curvas de nível. * * * A ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO: ORGANIZAÇÃO “Brasília é uma cidade boa de morar. Embora esteja crescendo muito e já apresente problemas de violência, ainda é ampla, larga dando a sensação de liberdade.” Célia 20 anos “Falar de Salvador é falar do mar, do vento constante e do Brasil Colonial. Sua gente, as construções e o ritmo de vida nos levam a uma viagem através do tempo.” * * * A ideia de organização está associada à de arrumação, engrenagem, estrutura, totalidade. Organizar significa dispor de uma determinada maneira, elementos e partes de um todo. O trabalho com a organização espacial é iniciada pela escola, para que a criança comece a ver além daquilo que ela enxerga física e concretamente. As primeiras análises devem ser bem simples e devem ter como objeto os espaços cotidianos, como: a sala de aula, a escola, os estabelecimentos comerciais, a rua, o bairro, a cidade. * * Conclusão * O tema estruturação do espaço- organização espacial deve estar presente nos programas de Geografia pois é um item importante para a criança pode perceber que à divisão do espaço corresponde uma divisão social do trabalho. Isso significa que existe uma relação entre a construção física, sua disposição espacial e sua finalidade. Assim, ela poderá descobrir porque a sala da direção fica em tal posição na escola, ou então para que servem portões tão grandes, corredores e outras construções. * * * * * * * * * * * * * * * *
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