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RESUMO MERCANTIL

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RESUMO DE MERCANTIL
DUPLICATA MERCANTIL
CONCEITO:
É o título de crédito criado a partir de uma compra e venda mercantil, sendo emitida pelo vendedor contra o comprador, que efetuará o pagamento. OBS: nada impede que seja de prestação de serviço.
Duplicata vem de duplo porque são emitidas duas vias do título de crédito uma com o devedor e uma com o credor.
Não temos três relações, somente, há tomador, credor e devedor. Não tem a figura intermediaria de um banco.
Existe a emissão do boleto bancário, porém boleto bancário não se confunde com título de crédito duplicata mercantil. 
Para fins de emissão de duplicate mercantil, considera-se “compra e venda mercantil” aquela celebrada entre empresários ou entre empresários e consumidores, NÃO é cabível a emissão de duplicata em compra e venda cível.
É titulo de credito limitado somente sendo emitido sobre o aspecto mercantil.
Duplicata = por duplicado, uma via para comprador e outra para vendedor.
Obs.: O credor pode ser um banco ou factoring.
REQUISITOS DA DUPLICATA:
1 – Expressão “Duplicata” na cártula;
2 – Valor;
3 – Vencimento;
4 – Número da Nota fiscal-fatura (dá lastro a emissão da duplicata, impede que lance duplicatas falsas que não originaram de compra e venda mercantil sendo tipificada como crime);
5 – Nome e domicílio do comprador e do vendedor;
6 – Assinatura do emitente;
7 – Cláusula à ordem é a regra. (não à ordem somente em caso de endosso)
Obs: Não há limite ao número de endossos.
Obs: No verso deve conter “pague-se ao banco tal..’’ ele hoje você não vai levar ao banco para pagar, junco com a duplicata geralmente emite boleto bancário que corporifica o pagamento da duplicata mercantil, mas nada impede que utilize da física.
O credor pode ser o próprio emitente da duplicata, ou seja, quem vendeu a mercadoria, mas ele pode quase sempre na pratica ser uma instituição financeira (banco ou factoring) porque muitas empresas vendem a prazo e trocam pelo recebimento do valor imediato pelo endosso.
REGIME JURÍDICO DA DUPLICATA: 
Lei n. 5.478-68, conhecida como Lei da Duplicata, aplicando-se a Lei Uniforme e demais princípios de Direito Cambiário de maneira suplementar;
A regra é que sempre deve ter a formação, exceto se perguntar sobre o artigo 1 da LD, define como obrigatória a extração/formação da fatura\nota fiscal que dá origem à duplicata nas vendas com prazo para pagamento superior a 30 dias, sendo facultativa nas vendas inferiores a 30 dias, tais prazos começam a contar da data de entrega ou despacho da mercadoria.
ACEITE NA DUPLICATA 
Na duplicata o aceite é obrigatório, devendo ser enviado ao comprador para que este assine-aceite na cártula;
É como se o devedor concordasse que recebeu a mercadoria e o valor esta correto reconheço a divida e comprometo-me a pagar.
É titulo de credito executivo então normalmente se tudo ocorrer corretamente é só entrar com ação de execução, caso não corre terá duplicata.
COMO EXECUTAR A DUPLICATA?
Poderá ocorrer o protesto do título tanto pela falta de pagamento, quanto pela falta de devolução do título ou falta de aceite;
A regra é que para protesto é necessário o título original para o ato, porém a lei permite na duplicata em caso de não devolução a figura do “protesto por indicação” bastando o credor provar que a mercadoria foi entregue dispensando a apresentação do título. Você prova que a mercadoria foi entregue com a nota fiscal normalmente porque elas possuem um protocolo com canhoto, ou assinatura de entrega pelos correios.
ACEITE EXPRESSO E PRESUMIDO:
Caso o comprador/devedor assine a duplicata e a devolva no prazo de dez dias após sua apresentação, ocorre o chamado aceite expresso, tornando a duplicata em um título de crédito exequível. 
Mas caso o comprador/devedor receba as mercadorias enviadas pelo credor sem recusa formal e a duplicata não seja aceita expressamente, presume-se que houve o aceite do título, que nesse caso fica comprovado pela entrega das mercadorias, através do canhoto assinado pelo representante da empresa ou funcionário.
RECUSA DE ACEITE NA DUPLICATA: 
o aceite poderá ser recusado, apresentando sua justificativa amparada no artigo 8º da Lei das duplicatas:
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I – avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
TRIPLICATA:
Ocorre quando a duplicata é extraviada, assim o vendedor é obrigado a emitir um cópia da duplicata, chamada de Triplicata, que terá os mesmo efeitos da duplicata.
PRAZO PRESCRIONAL: 
O prazo prescricional geral da duplicata como título executivo extrajudicial é de 3 anos contra o sacado e seu avalista e de 1 ano contra os demais coobrigados.
OBS: Passados esse prazo nada obsta que ao invés da execução seja proposta ação de cobrança e posteriormente ao prazo desse ação nulitória.
DUPLICATA VIRTUAL – BOLETO BANCÁRIO:
Há tempos, a duplicata desprendeu-se das regras ordinárias previstas na LD e adequando-se à realidade negocial, já que evoluímos do período de 1968.
Assim tivemos “desmaterialização da duplicata” sendo que a mesma não é mais emitida fisicamente, sendo emitida na sua forma eletrônica.
TRÂMITE DA DUPLICATA VIRTUAL:
Ao realizarem as vendas, os empresários não mais usualmente emite a duplicata fisicamente, emitem uma relação de duplicatas lançadas por meio eletrônico (conhecida como borderô) do qual constam os números das duplicatas, correspondendo tais números aos da respectivas notas fiscais-faturas.
O borderô é remetido (eletronicamente) ao banco via internet, o banco ao receber o borderô emite e encaminha aos sacados (devedores) para que efetuem o pagamento na rede bancária um documento de cobrança (boleto bancário) com os dados dos sacadores.
DUPLICATA VIRTUAL- EXECUÇÃO:
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL. 1. As duplicatas virtuais – emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação eletrônica – podem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é imprescindível para o ajuizamento da execução judicial. Lei 9.492/97. 2. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual, devidamente acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título cambiário eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos extrajudiciais. 3. Recurso especial a que se nega provimento.
RECURSO ESPECIAL Nº 1.024.691 - PR (2008/0015183-5) STJ.
LETRA DE CÂMBIO
CONCEITO:
Letra de câmbio é a espécie de título de crédito, classificada como “ordem de pagamento”, que se consubstancia numa declaração unilateral de vontade do Sacador que manda o Sacado pagar, pura e simplesmente, ao Tomador determinado valor constante do documento que o corporifica.
Trata-se de um título que será trocado por dinheiro!
Trata-se de ordem de pagamento assemelha-se ao cheque. O sacado (terceira pessoa que vai realizar o pagamento) não é instituição financeira, pode ser PJ ou uma PF.
Tem a figura do aceita que é o que difere.
Na letra de cambio temos 3 figuras: sacador (emitente), sacado (dará o aceite e efetivamente realiza o pagamento) e beneficiário/tomador. Porque o sacado haveria de pagar uma divida do sacador? Parte do pressuposto que existe um negócio jurídico entre eles, ou seja, que ele deve o sacador. Devedor principal é o sacado. O beneficiário tem que apresentar a letra de câmbio ao sacado para ele pagar, se ele confirma a divida e aceitar paga-la, ele passa a ser devedor principal.
Primeiro titulo de credito existente só que era para trajeto.
REGIME JURÍDICO:
Lei Uniforme em Matéria de Letras de Câmbio e NotasPromissórias, aprovada em Genebra nos anos de 1930, e promulgada no Brasil por meio do Decreto n° 57.663/1966. Supletivamente, aplicam-se à letra de câmbio as normas do Decreto n° 2.044/1908, que não conflitem com o Código Civil.
REQUISITOS ESSENCIAIS: 
O artigo 1º da LEI UNIFORME impõe os seguintes requisitos essenciais à Letra de Câmbio:
1 - a palavra “letra” ou “letra de câmbio” escrita no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação do título; 
2 - o mandado puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3- nome daquele que deve pagar (sacado);
4- nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (tomador) 
5- época do pagamento;
6 - indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
7 - indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
8- assinatura de quem passa a letra (sacador);
Não é requisite essencial, mas deve acrescentar-se sempre no sacado da letra de câmbio sua identificação pelo número da Cédula de Identidade, inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), do Título de Eleitor ou da Carteira Profissional (Lei no. 6.268/75, art. 3º). Não consta no decreto de 1908 porque na época não havia CPF.
ACEITE NA LETRA DE CÂMBIO:
O aceite é a declaração cambial do sacado de que se compromete a pagar o título, no seu vencimento. Essa declaração, ao converte-lo em aceitante, torna-o o principal obrigado e, se não exonera os demais co- obrigados, deixa-os, contudo, numa posição subsidiária.
Aceite é o reconhecimento formal do sacado da divida comprometendo-se a pagar. A partir do momento que aceita passa a ser devedor principal e o emitente passa a ser coobrigado com possibilidade de pagamento de forma subsidiaria e não mais como devedor principal.
RECUSA PARCIAL DO ACEITE:
A LEI UNIFORME disciplina duas espécies de recusa parcial:
ACEITE LIMITATIVO: o sacado reduz o valor da obrigação que ele assume. O sacador havia lhe ordenado o pagamento de R$ 1.000,00 e ele, ao assinar a letra, escreve, “aceito até R$ 500,00”
 ACEITE MODIFICATIVO:o sacado introduz mudanças nas condições de pagamento da letra de câmbio, postergando o seu vencimento, por exemplo, ou alterando a prazo em que deve realiza-lo (essa última hipótese também denominada de aceite domiciliado). Não muda valor mais situações de pagamento como prazo.
POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE JUROS
O artigo 5º da LEI UNIFORME prevê, para as letras de câmbio “à vista” e “a um certo termo de vista”, a possibilidade do sacador estipular cláusula determinando que incidirão juros sobre a importância a ser paga pelo sacado.
A cláusula prevendo a taxa de juros deve constar da própria letra, sendo que a sua falta é considerada como inexistente a fixação de juros. Juros é diferente de correção monetária.
PRESCRIÇÃO NA LETRA DE CAMBIO:
O artigo 70 da LEI UNIFORME impõe os seguintes prazos prescricionais:
PRAZO GERAL: 3(três) anos, contados da data do vencimento da letra: para a ação de execução contra o sacado (aceitante);
PROTESTADO: 1(um) ano, contado da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se tratar-se de letra com cláusula “sem protesto”: para a ação de execução do portador do título contra o sacador ou endossantes;
AÇÃO REGRESSIVA: 6(seis) meses, contado do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado: para a ação de execução dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador quando pagar, não é ação de execução do título.
NOTA PROMISSÓRIA
CONCEITO:
A nota promissória é um título de crédito que documenta a existência de um crédito líquido e certo, que se torna exigível a partir de seu vencimento, quando não emitida à vista, sendo um instrumento autônomo e abstrato de confissão de dívida, emitido pelo devedor que, unilateral e desmotivadamente, promete o pagamento de quantia em dinheiro que especifica, no termo assinado na cártula.
Não há limites ao número de endosso.
Usada como promessa de pagamento, mas nada impede que seja usado a vista. 
Muito usado em complementação de dívida, por exemplo, em novação você corporifica ela nele. Também usada em trabalhos informais.
Apenas dois sujeitos promitente (emitente) e beneficiário.
CARACTERISTICA DA NOTA PROMISSORIA:
a) é uma promessa de pagamento: Vale lembrar que se entendem por “promessa de pagamento” os títulos que, quando de sua emissão, envolvem 2(dois) sujeitos: o promitente e o beneficiário. O promitente promete entregar ao beneficiário, em certa data, determinada importância. Veja que, nessa classe de títulos de crédito, quem entrega a importância ao beneficiário é o próprio promitente (que emitiu o título);
b) consubstancia-se num ato unilateral de promessa: para a emissão/saque de uma nota promissória basta a vontade unilateral do emitente (sacador, subscritor ou promitente), não sendo requisito essencial a “concordância” do beneficiário (tomador ou sacado) sacado quanto à intenção do emitente;
c) é uma promessa de pagamento, pura e simples, de pagamento de quantia em dinheiro que especifica, no termo assinado na cártula: a declaração feita pelo emitente de que pagará o valor constante do título não depende de “condição” (evento incerto), é incondicional;
d) gera 2(duas) figuras jurídicas: a do emitente (subscritor, sacador ou promitente) e a do beneficiário (tomador ou sacado);
OBS: Se você realiza pagamentos parciais dessa nota respeitando o principio da cartularidade faça as anotações dos pagamentos no próprio título no verso. Ao final do pagamento recolha a nota promissória.
REGIME JURIDICO DA NOTA PROMISSÓRIA:
A LEI UNIFORME Decreto n. 57.663/66 : é a principal fonte normativa da nota promissória, sendo que as suas normas, chocando-se com as do Código Civil e do Decreto 2.044/08, derrogam-nas em razão do princípio da especialidade (frente ao código civil) e frente ao princípio cronológico (frente ao Decreto 2.044/08); 
CÓDIGO CIVIL: traça normas gerais sobre títulos de crédito que, conforme artigo 903 do mesmo Código Civil, somente prevalecem na hipótese de inexistência de conflito com normas que especificamente tratem da nota promissória (Lei Uniforme e Decreto 2.044/08); SUBSIDIARIO.
DECRETO 2.044/08: impõe normas específicas para a “letra de câmbio” e para a “nota promissória” que, se tratarem do mesmo assunto, afastam a aplicabilidade;
REQUISITOS DA NOTA PROMISSÓRIA
O artigo 75 da LEI UNIFORME impõe os seguintes requisitos essenciais à Nota Promissória:
1- Denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação do título;
2- Promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3- A época do pagamento;
4- A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5- O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6- A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7- A indicação da pessoa que emite a nota promissória (subscritor);
ASPECTO MATERIAL
Segundo a classificação dos títulos de crédito quanto ao modelo, a nota promissória é um título “livre”, já que não possuem padrão de utilização obrigatória, bastando, para sua eficácia, que sejam atendidos os requisitos mínimos legais.
CONSEQUENCIAS DA FALTA DE REQUISITOS:
O artigo 76 da LEI UNIFORME é claro ao impor que a falta de qualquer dos requisitos essenciais da nota promissória leva à conseqüência de falta de efeitos (Nulidade), com algumas exceções:
a) Se não constar a época do pagamento, o título será considerado “à vista”;
b) Caso não seja indicado o local do pagamento, o lugar onde o título foi emitido considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar de domicílio do emitente da nota;
c) Caso a nota promissória não conste da indicação do lugar onde foi emitida, considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.
DIFERENÇA ENTRE NOTA PROMISSORIA E LETRA DE CAMBIO:
LETRA DE CAMBIO: 
ESTRUTURA: Ordem de pagamento.
ACEITE: Tem a figura jurídica do aceite.
DEVEDOR PRINCIPAL: sacado.
NÚMERO DE SITUAÇÕES JURÍDICAS GERADAS PELO SAQUE:3(três): a do sacador, a do sacado e a do tomador.
NOTA PROMISSORIA:
ESTRUTURA: Promessa de pagamento.
ACEITE: Não tem a figura jurídica do aceite.
DEVEDOR PRINCIPAL: Emitente (sacador).
NÚMERO DE SITUAÇÕES JURÍDICAS GERADAS PELO SAQUE: 2(duas): a do subscritor e a do tomador.
TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS
CONCEITO: Está sujeito a uma disciplina legal que aproveita, parcialmente, os elementos do regime jurídico-cambial, não podem ser considerados títulos de crédito, apesar de disciplinados por um regime próximo aos dos cambiais. Isso porque não se empregam, totalmente, os elementos que caracterizam o regime jurídico-cambial em sua disciplina. 
Eles possuem algumas características que os assemelha aos títulos de credito próprio, mas se afastam deles no tocante à sua função jurídico-econômica e, por isso, quanto à característica de circulabilidade, sendo designados como impróprios. A maioria não possui previsão legal.
A sistemática dos títulos de crédito (celeridade e segurança) proporcionou o surgimento dos denominados títulos de crédito impróprios, isto é, títulos, cujo conteúdo não espelha uma verdadeira operação de crédito, mas que, revestidos de certos requisitos dos títulos de créditos próprios, circulam com as garantias que caracterizam esses papéis.
Um título de crédito em sentido estrito é mais que um papel assegurador de crédito ou um documento revelador de negócio creditício. Há papéis que asseguram créditos de diversas espécies, e que não reúnem em si todos os requisitos dos títulos de crédito.
Às vezes, sequer traduzem uma operação creditícia, representando bens, documentando financiamento ou legitimando seu portador ao exercício de determinados direitos. A expressão títulos impróprios é habitualmente utilizada, na doutrina e na jurisprudência, para designar tais documentos
SÃO CLASSIFICADOS EM: Títulos representativos, Títulos de financiamento, Títulos de legitimação, Títulos eletrônicos, e Títulos de investimento.
Tais instrumentos não podem ser considerados Títulos de Credito propriamente ditos, embora se encontrem disciplinados por um regime próximo ao das cambiais. Faltam a eles alguns elementos caracterizadores do regime cambial.
TÍTULOS DE LEGITIMAÇÃO:
 “os títulos de legitimação são aqueles que garantem ao seu portador a prestação de um serviço ou premiação em loterias oficiais ou promocionais. E possível constatar, nesses títulos de legitimação, a convergência dos princípios fundamentais dos títulos de credito (cartularidade, literalidade e autonomia), mas não são passiveis de execução”.
Asseguram ao portador a prestação de um SERVIÇO ou o acesso a um PRÊMIO. Podemos citar como exemplo: o passe de ônibus, VLT (RJ) ou metrô; o bilhete de loteria; o ingresso a um show; campo de futebol; parques de diversão.
Sendo o portador, o credor do título.
Não tem codevedor, não tem aceite, ou aval. Rege-se pelo princípio da tradição. Quem está de posse presume-se o possuidor. Porque segue em parte os princípios cambiários é um título impróprio. Têm por função conferir ao seu possuidor a legitimação, para o exercício de certos direitos e, consequentemente, também conferem à outra parte a cor respectiva legitimação passiva.
 “há papeis que conferem a seu portador direito à prestação de serviços, à participação em agremiações e eventualmente ao ingresso onde se realizam eventos reservados a pagantes”.
Reembolso no show você prova com o título.
TÍTULOS DE FINANCIAMENTO:
São os títulos representativos de credito oriundo de financiamento concedido por instituições financeiras. Podem ser rurais, comerciais ou industriais. 
Sua característica é a constituição de garantia no próprio título, vale dizer, no próprio documento em que é concedido o financiamento. 
QUAL A DIFERENÇA DAS CÉDULAS DE CRÉDITO PARA AS NOTAS DE CRÉDITO? As cédulas tem garantia real (hipoteca ou penhor), enquanto as notas de credito tem garantia fidejussória (pessoal, exemplo, aval).
As cédulas de crédito rural vem estabelecida no Decreto-lei n°167/67, e vem dividas na seguinte modalidade: Cédula rural pignoratícia; Cédula rural hipotecária; Cédula rural pignoratícia e hipotecaria; Nota de credito rural.
Temos ainda as vendas feitas diretamente pelos produtores rurais ou por cooperativas, que são vendas de bens de natureza agrícola, a Lei contempla ainda mais dois títulos de credito, que são a nota promissória rural e a duplicata rural.
O crédito industrial nos temos dois títulos de financiamento, trazidos pelo Decreto-lei n°413/69, quais sejam: Cédula de credito industrial; e Nota de credito industrial.
A cédula de credito industrial é promessa de pagamento em dinheiro com garantia real, que consiste em: penhor cedular, alienação fiduciária ou hipoteca cedular.
Podem ser objeto de penhor cedular maquinas e aparelhos industrias, matérias-primas, produtos industrializados, embalagens, animais destinados a industrialização, veículos aviões, títulos de credito, os bens adquiridos ou pagos com o financiamento, etc. 
Por força da Lei n°6.840/80, no âmbito comercial os empréstimos podem ser concedidos por instituições financeira a empresários, sendo representados por cédula de credito comercial ou nota de credito comercial.
Segundo Fazzio Junior (2012) em linhas gerais, os títulos de credito comercial são disciplinados, no que for compatível, pelas regras atinentes as cédulas de credito industrial, embora não se vinculem a aplicação dos valores financiados a orçamento.
Normalmente fazem o empréstimo e esse documento, não só o contrato, porque eventualmente com o inadimplemento ocorre a execução desse titulo que é executivo. 
TÍTULOS DE INVESTIMENTO:
São os instrumentos que se destinam a capitação de recursos pelo emitente. Representam a groso modo, a parcela de um contrato de mútuo que o sacador do título celebra com os seus prestadores.
O negócio jurídico tem um sentido de investimento de certa atividade econômica com a finalidade de obter lucros. 
As debentures e o valor mobiliário, tem seu próprio regime jurídico próprio, tem um mesmo perfil, mas não podemos confundir com títulos de investimento.
ENTRE OS TÍTULOS DE INVESTIMENTO TEMOS: Letra de cambio financeira (Lei 4.728/65); Certificados de depósitos bancários (Lei 4.728/65); Certificado de recebíveis imobiliários (Lei 9.514/97, art.6°); e Letra de credito imobiliário (Lei 10.193/04, art.12).
Letra de cambio financeira: emitida ou aceita por sociedades de fins econômicos, inclusive as instituições financeiras.
Certificados de depósitos bancários: emitidos pelos bancos de investimento de natureza privada, para os depósitos com prazo superior a 18 meses.
Certificado de recebíveis imobiliários: emitido pelas companhias securitizadoras de credito.
Letra de credito imobiliário: emitida por bancos com lastro em créditos imobiliários.
Somente aos títulos de créditos de investimento aplica-se a vedação constante do artigo 2°, II, da Lei n° 8.021/90, pela qual não se admite a emissão nas formas ao portador e nominativo-endossável, de sorte a possibilitar ao fisco a identificação do titular do investimento. 
Ex: legal cape, telesena eles são títulos de capitalização com possibilidade de sorteio.
TÍTULOS REPRESENTATIVOS/ TRADIÇÃO:
Seria basicamente a designação de um instrumento jurídico que representa na literalidade mercadorias custodiado, ou em outras palavras que se encontra com terceiros não proprietários da mercadoria. 
Essa espécie de título além de exercer a função de documento, pode também exercer a função de título de credito, representado pelo valor que a mercadoria possui, sem prejuízo do local em que se encontra a mercadoria, ela ainda permaneceria no local.
EXPLICAÇÃO DO QUE É: nos títulos de créditos impropriamente ditos, ou títulos representativos, não ocorre nenhuma operação de credito. Simplesmente, utilizando-se da técnica jurídica elaborada pela doutrina dos títulos de créditos, incorpora-se ao documento um direito sobre a coisa. A coisa vem a ser um bem móvel corpóreo, geralmente mercadoria: os direitos sobre essa mercadoria– ficam transposto e incorporados ao títulos, como ocorre no conhecimento de deposito ou no conhecimento do transporte. Assim, quem tem o documento é o dono da mercadoria descrita no título, porque o título é a mercadoria. E pode vende-la negociando o título e entregando-a (ou seja, fazendo o título circular). Quem compra o título compra a mercadoria que, juridicamente, está impregnada no papel.
EXISTEM DUAS ESPÉCIES DE TÍTULOS REPRESENTATIVOS: títulos representativos de mercadorias depositadas; e títulos representativos de mercadorias transportadas.
Os títulos representativos de mercadoria depositados é um título emitido por um armazém geral a requerimento do depositante que vem junto o título chamado warrant.
O armazéns gerais é um local onde se deposita as mercadorias, local este que é apropriado para receber esse tipo de mercadoria onde obtém um local todo preparado para a conserva do produto com especialista na área para que a mercadoria não pereça, sendo que a responsabilidade civil quanto a conservação do produto fica todo a cargo do armazém.
Um dos motivos para que se deposite essas mercadorias nesse deposito e pelo fato que o dono da mercadoria fica esperando que aconteça uma alta no preço do produto, mas também tem o risco de ele perder com a queda do preço, porem essas mercadorias depositadas tem outra vantagem que seria a emissão de título de deposito junto com o warrant que seria basicamente um título de credito, onde esses títulos representa o valor da mercadoria depositada.
No momento que o dono repassa o comprovante de deposito se equipararia a venda do produto, com isso pode se notar a fácil circulação que esse título obtém, mas como foi dito os armazéns emitem dois títulos, o comprovante de deposito que representa a propriedade da mercadoria e o warrant sendo eles títulos a ordem emitidos conjuntamente, por empresa de armazém.
O warrant é uma espécie de nota promissória com garantia pignoratícia, em que o subscritor promete pagar determinada importância ao tomador, garantindo o pagamento como o penhor sobre mercadorias depositadas no armazém geral.
 Sendo causal, pois tanto o conhecimento de deposito como o warrant deverão ser a ordem e extraídos do livro de talão, devidamente numerado, conterão: Designação (conhecimento de depósito ou warrant, conforme o caso); Nome e qualificação do depositante ou de terceiro por ele indicado; Lugar e prazo do depósito; Natureza e quantidade das mercadorias; Qualidade da mercadoria; Indicação do segurador e do valor do seguro; Declaração dos tributos, encargos e despesas a que a mercadoria está sujeita; Data em que começa a correr a armazenagem; Data de emissão dos títulos; Assinatura do empresário ou pessoa por ele habilitada.
O warrant e o conhecimento de deposito circularão por endosso. Ambos (conhecimento e warrant) podem circular separadamente, mas a propriedade plena das mercadorias será sempre do portador que estiver na posse dos dois títulos. 
IMPORTANTE: Quem possuir o título warrant sozinho tem condição de credor pignoratício, ou seja, pode reclamar o pagamento da dívida garantida pelas mercadorias. Assim o portador do conhecimento de deposito (depositante ou endossatário) só poderá retirar as mercadorias depositadas mediante o pagamento do warrant.
A outra modalidade seria o conhecimento de transporte é nominativo, transmissível por endosso, serve para provar o recebimento da mercadoria e a obrigação de entregá-la no lugar de destino. Representa a mercadoria, de modo que seu portador é o presumível proprietário daquela. Deve conter: Nome da empresa emissora; Número de ordem; Data (dia, mês e ano); Nome do remetente, por extenso; Nome do consignatário, por extenso; Lugar de partida e o destino; Espécie e quantidade ou peso da mercadoria; Marcas sinais exteriores dos volumes de embalagem; Valor do frete, com declaração de que é pago ou a pagar, lugar e forma do pagamento; Assinatura do empresário ou seu representante.
TÍTULOS DE CREDITO ELETRÔNICOS:
O impacto tecnológico tem sido mais acentuado nas relações comerciais, sendo os bancos os pioneiros nessa revolução. 
Os títulos de crédito tem a possibilidade de emissão de títulos virtuais ou eletrônicos. O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 889, § 3º, agasalhou tais instrumentos que na prática já vinham sendo utilizados. No entanto, alguma dificuldade prática, e considerável, tem surgido quando o devedor não paga voluntariamente o título, sendo necessária a execução.
Para viabilizar completamente a execução, há a facilidade do protesto por indicações, conferida às duplicatas pela lei 5.478/68, e por outro lado, a relativização do princípio da cartularidade, para autorizar que a execução seja proposta à vista de boleto ou outro documento similar, emitido pelo credor a partir de informações relativas ao título obtidas em seu livro de registro. Segundo estabelece o dispositivo, é inteiramente dispensável a exibição da duplicata, para possibilitar a execução, quando o protesto é feito por indicação do credor.
Se você não tem titulo deve fazer protesto por indicação você deve provar que entregou a mercadoria com o canhoto da nota fiscal ou comprovante de entrega da transportadora, faz o protesto por indicação junto com o protesto você precisa do titulo que pode ser o próprio boleto bancário para executar.
Se você tem o titulo de crédito físico e precisa executar em meio eletrônico o procedimento é digitalizar nas regras do PJE e deposita o titulo físico na secretaria porque se for questionado estará lá.
 “Com a desmaterialização do título de crédito, tornaram-se as indicações a forma mais comum de protesto. Hoje, a duplicata, não é documentada em meio papel. O registro dos elementos que a caracterizam é feito exclusivamente em meio magnético e assim são enviados ao banco, para fins de desconto, caução ou cobrança. (Duplicata escritural)”.
A assinatura digital, associada a um certificado digital, gerado dentro dos parâmetros da ICP-Brasil, confere ao documento eletrônico a presunção jurídica e técnica de autenticidade e integridade, caracterizando-o como prova legal, circunstância esta que o juiz não pode desconsiderar na valoração da prova.
O certificado digital, por conter informações sobre o titular da assinatura digital, é um instrumento hábil a comprovar a identidade física dos contratantes, uma vez que vincula a chave pública ao detentor de determinada chave privada.
Por conseguinte, os contratos eletrônicos celebrados com assinatura digital permitem a identificação das partes contratantes; a autenticação, a qual confirma a identidade das partes; o impedimento de rejeição (“não-repúdio”), impossibilitando às partes alegar a invalidade do contrato celebrado por meios eletrônicos; a verificação, uma vez que os contratos eletrônicos são armazenados, permanecendo disponíveis e acessíveis para consulta futura; a garantia da integridade do documento, ao possibilitar que o destinatário reconheça qualquer alteração nele produzida; e a privacidade, ao garantir uma comunicação sigilosa.
Da mesma forma, o título de crédito pode ser emitido eletronicamente e assinado digitalmente, visto que as novas tecnologias de certificação digital garantem as funcionalidades do princípio da cartularidade, assegurando a identidade do emitente, bem como a integridade e a perenidade do conteúdo do negócio jurídico que lhe dá origem.
Os fornecedores podem combinar com seus clientes que o recebimento das mercadorias será atestado mediante o processo criptográfico da “assinatura eletrônica”, assim, completa-se o ciclo de formação do título de crédito eletrônico.
O título de crédito eletrônico é emitido por meio de caracteres magnéticos e registrado em livro próprio do credor.

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