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Crimes falimentares são os crimes previstos na lei que regula a recuperação judicial

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Crimes falimentares são os crimes previstos na lei que regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
Crimes falimentares são os crimes previstos na Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Eles podem ocorrer antes ou depois da decretação da falência, da homologação da recuperação extrajudicial ou da concessão da recuperação judicial.
Porém, para que o crime falimentar ocorra, é preciso que já exista a sentença que decreta ou concede a falência ou a recuperação. Sem essa decisão, as condutas podem caracterizar crimes de outra natureza.
A Lei de Falências e Recuperação Judicial lista quais são os crimes falimentares, mas antes é preciso saber quem pode cometê-los. Confira!
Quem pode cometer os crimes falimentares?
Os crimes falimentares podem ser cometidos pelos sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros de uma sociedade empresária. O vínculo com a empresa pode ser apenas de fato, e não de direito.
Também pode ser sujeito dos crimes o administrador judicial do processo de falência ou recuperação.
Quais as punições para quem comete tais crimes?
Conforme o crime cometido, existe uma punição penal prevista na Lei de Recuperação Judicial, que pode ser multa, detenção (pode ser cumprida no regime semiaberto ou aberto) ou reclusão (deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto).
Entretanto, o artigo 181 lista alguns efeitos da condenação por crimes falimentares que não são essas sanções penais. São três possíveis:
· Inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
· Impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas à Lei de Falência e Recuperação Judicial;
· Impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
Para que esses efeitos sejam atribuídos aos autores de crimes falimentares, o juiz deve declarar expressa e motivadamente na sentença, já que eles não são automáticos. A duração dessa inabilitação ou impedimento perdura no máximo por 5 anos após a extinção da punibilidade. A reabilitação penal pode diminuir esse prazo.
Mas como garantir que esses efeitos sejam aplicados? Como é possível não deixar que uma pessoa exerça cargo ou função de gerência em uma sociedade empresária? Assim que a sentença penal condenatória transita em julgado, o Registro Público de Empresas é notificado para que adote medidas necessárias que impeçam novo registro em nome dos inabilitados.
Quais são os crimes falimentares?
Na Lei nº 11.101/2005, existem 11 crimes falimentares, dispostos nos artigos 168 a 178.
Fraude a Credores
A fraude a credores ocorre quando um indivíduo, para conseguir uma vantagem para si ou para terceiros, pratica um ato que causa ou pode causar prejuízo aos credores.
A pena é a reclusão de 3 a 6 anos, e multa, mas ela pode ser aumentada 1/6 a 1/3 nos seguintes casos:
· Elaboração de escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;
· Omissão de lançamento ou alteração na escrituração contábil ou no balanço;
· Destruição ou corrupção de dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado;
· Simulação de composição do capital social;
· Destruição, ocultação ou inutilização de documentos de escrituração contábil obrigatórios.
Existe uma pena mais dura, em que se aumenta de 1/3 até metade, se houver contabilidade paralela. Isso ocorre quando o devedor “manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação”.
Em contrapartida, há redução de pena quando o juiz não constata prática habitual de condutas fraudulentas do empresário de microempresa ou empresa de pequeno porte que se encontra em situação de falência. Nesses casos, pode ocorrer redução da pena de reclusão de 1/3 a 2/3, ou o juiz poderá substituí-la por penas restritivas de direitos, perda de bens e valores ou prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas.
Violação de sigilo empresarial
A violação de sigilo empresarial é um dos crimes falimentares comuns, que consiste em “violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre operações ou serviços, contribuindo para a condução do devedor a estado de inviabilidade econômica ou financeira”. A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Divulgação de informações falsas
Aquele que divulga informação falsa sobre devedor em recuperação judicial para obter vantagem ou levá-lo à falência está sujeito à pena de reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Indução a erro
Indução a erro é o crime falimentar por meio do qual o agente sonega, falsifica ou omite informações no processo de falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, para induzir a erro o juiz, o Ministério Público, o administrador judicial, os credores, a assembléia-geral de credores ou o Comitê.
A pena é de reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Favorecimento de credores
O agente que pratica ato para favorecer um ou mais credores, em detrimento dos demais, comete o crime de favorecimento de credores. Nesse ato, ele pode gerar obrigações ou dispor/onerar o patrimônio. Incorre no mesmo crime o credor que, em conluio, se beneficia do ato.
A pena é de reclusão de 2 a 5 anos, e multa.
Desvio, ocultação ou apropriação de bens
De acordo com o artigo 173, é crime falimentar “apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor sob recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da aquisição por interposta pessoa”. A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens
Aquele que, conscientemente, adquire, recebe ou usa ilicitamente um bem pertencente à massa falida, ou colabora para que um terceiro de boa-fé o faça, comete um crime falimentar, cuja pena é a reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Habilitação ilegal de crédito
Habilitação ilegal de crédito é um crime pelo qual o agente apresentar, durante o processo de falência, recuperação judicial ou extrajudicial, uma falsa relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação, ou junta a elas um título simulado ou falso. A pena é a mesma de outros crimes falimentares: reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Exercício ilegal de atividade
Lembra-se dos efeitos da condenação por crimes falimentares, que pode incapacitar ou inabilitar um indivíduo a exercer alguma atividade na sociedade empresária? Caso ele não obedeça à determinação, pratica um crime falimentar, que é o exercício ilegal de atividade.
A pena é reclusão de 1  a 4 anos, e multa.
Violação de impedimento
De acordo com o artigo 177 da Lei de Falências, se juiz, administrador judicial, representante do Ministério Público, perito, gestor judicial, avaliador, oficial de justiça, escrivão ou leiloeiro adquirir bens de massa falida ou de devedor em recuperação judicial, ou entrar em alguma especulação de lucro em relação a estes, quando tenham atuado nos respectivos processos, cometerá o crime de violação de impedimento.
A pena é reclusão de 2 a 4 anos, e multa.
Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
O último crime falimentar citado na lei é a omissão de documentos contábeis obrigatórios. Ele consiste em “deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios”.
A pena é detenção de 1 a 2 anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
O empresário em dificuldades financeiras que faz uso dos institutos da recuperação judicial ou extrajudicial, ou que está em processo de falência, deve se atentar para seguir à risca a legislação para não cometer crimes falimentares. O auxílio profissional nesses processos é fundamental para garantir a lisura da sociedade empresária.

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