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DIREITO MERCANTIL TÍTULOS DE CRÉDITO Classificação dos títulos de crédito Quanto ao modelo: a) Vinculados: A lei define modelos a serem observados quanto ao formato Ex: Cheque. b) Livres: Estão à critério do emitente. Não possuem padrão estabelecido por lei, basta que cumpram os requisitos mínimos dela. Ex: Letra de câmbio e nota promissória. Quanto à estrutura: a) Ordem de pagamento: Existem três situações jurídicas. Existe uma ordem para que um terceiro pague. Quem dá a ordem de pagamento O credor ou beneficiário do título. SACADOR SACADO TOMADOR Aquele que recebe ordem e deverá pagar o título. Pode ser pessoa aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaafísica ou jurídica Ex: Cheque 1- Sacador dá a ordem de pagamento de um cheque 2- O banco recebe a ordem e faz o pagamento a 3 3- Recebe o crédito. OBS: Cheque em tese é ordem de pagamento à vista, mas as pessoas usam pré datado. b) Promessa de pagamento: Sacador e sacado são a mesma pessoa: Quem promete pagar. Aquele que faz a promessa PROMITENTE TOMADOR Aquele que será o credor. Ex\: Nota promissória. Quanto às hipóteses de emissão a) Causais: Somente pode ser emitido nas hipóteses (causas) autorizadas por lei. Ex: Duplicata: Você só pode emitir duplicata nas hipóteses autorizadas por lei ● Compra e venda mercantil ● Prestação de serviço. Obs: Circula por endosso. b) Limitados: Não podem ser emitidos em circunstâncias previstas em lei. Ex: A letra de câmbio é proibida em compra e venda mercantil. c) Não causais: Podem ser criados em qualquer hipótese, não depende de causa específica, serve para documentar diversos tipos de negócio. Ex: Cheque, nota promissória, letra de câmbio. Quanto à circulação: a) Ao portador: Não possuem o nome do credor. Não identifica o beneficiário. O credor é aquele que detém a posse, circula pela tradição Obs: Desde a lei 8.021/90, não se admite mais títulos ao portador, exceto se com previsão expressa em lei. Ex: A lei 9.069/95 no seu art. 69, diz que o cheque é obrigatório ser nominativo se for superior a 100 reais. b) Nominativos: Aquele que indica o beneficiário (credor) i) À ORDEM: Circula por meio de endosso ii) NÃO À ORDEM: Circulam por meio de cessão civil de crédito OBS: Presume-se que o título seja à ordem, para que ele seja não à ordem deve ter um ter a expressão “não à ordem”. Decreto 57.663-66 artigo 11 DIFERENÇA ENTRE ENDOSSO E CESSÃO DE CRÉDITo Endosso: É a forma de transmissão clássica dos títulos de crédito. ● Em geral, aquele que transmite o título responde pela insolvência do devedor (caso não pague) e pela existência do crédito (se o título é verdadeiro, não falsificado) Cessão de crédito: Serve para transferir qualquer título de crédito (decorrente de contrato para títulos nominativos não à ordem) ● Na cessão de crédito, o cedente (que transfere o crédito) responde apenas pela existência do título, mas não responde pela insolvência do devedor. Obs: Há permissão para estipular que o cedente responda por insolvência na cessão de crédito. A principal diferença está na ciência do devedor ● No endosso NÃO é necessário que o devedor seja comunicado sobre a transmissão, já na cessão de crédito, é necessário comprovar que o devedor está ciente do ato de transmissão Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão. ● No endosso aplica-se somente o princípio da autonomia e da inoponibilidade dos credores de boa-fé. ● Na cessão de crédito poderá alegar em sua defesa matéria da sua relação com o cedente, não se aplicando o princípio da autonomia. Saque Ato de circulação do título de crédito, emissão do título. Vincula o sacador ao pagamento do título de crédito. ENDOSSO Ato de transmitir o crédito, representado por título à ordem. ● O endosso transfere todos os direitos do título Endossante: quem efetua a transferência Endossatário: quem recebe a transferência Efeitos do endosso: ● Transferência do crédito, o endossante deixa de ser credor. ● Vinculação do endossante ao título (coobrigado, codevedor) Obs: Pode haver ação de regresso Obs 2: Não há limite ao número de endossos. ● O endossatário, como novo credor, poderá efetuar o protesto do título de crédito mas será aplicável a súmula 475 do STJ “Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. O endosso SOMENTE é possível nos títulos decorrentes do título “À ORDEM”, se for “não à ordem” deverá ocorrer a cessão de crédito. Espécies de endosso: ● Endosso translativo: Vem de transferência ● Endosso em preto: É aquele endosso que identifica o endossatário (que recebe o crédito). Indica um novo nome. = Nominativo ● Endosso em branco (ao portador): Não identifica o endossatário, torna-se um título ao portador, o credor torna-se aquele que tiver a posse. Ausência de assinatura = Ao portador ● Endosso-Caução (pignoratício): O título é dado em garantia, como em caso de penhor. Nessa hipótese não se transfere a titularidade definitiva do crédito ao endossatário, salvo se não cumprir a obrigação ● Endosso mandato (ou procuração ou impróprio): é aquele em que não transfere a titularidade do crédito, apenas dá legitimidade ao seu possuidor (mandatário ou procurador) para que efetue o recebimento do crédito é apenas a representação. ● Escritórios de advocacia fazem isso, só cobram o valor mas não ficam com ele. ● Não é tido como translativo: Não pode transferir, senão na condição de procurador Só pode ser endossado novamente por meio de novo endosso mandato~. ● Endosso sem garantia: cuida-se daquele que proíbe outros endossos após ele, o que desobriga o endossante quanto ao pagamento a outras pessoas caso haja transferência subjacente. ● Endosso póstumo(após vencimento): é aquele realizado depois da data do vencimento do título, tendo os mesmos efeitos do endosso realizado anteriormente ao vencimento, mas se o endosso se der posteriormente ao protesto por falta de pagamento ele produzirá apenas efeitos de uma cessão de crédito Não há endosso parcial. AVAL fiduciária: de confiança Garantia pessoal, dada por terceiro (avalista), que recai sobre os títulos de crédito e garante o pagamento do título, caso o devedor não cumpra. Momento: antes ou depois do vencimento do título. ● O avalista é tão responsável quanto seu avalizado. = ao endosso ● É cabível ação regressiva. ● Quando não tem campo próprio para aval, se escreve: “por aval” Aval versus fiança ● Ambos são garantias fidejussórias, ou seja, garantias com vínculo subjetivo, de natureza pessoal, realizadas tendo como base a confiança. Aval: garantia cambial e autônoma com relação à obrigação do avalizado, isto é, a invalidade da obrigação principal não invalida a obrigação do avalista ● O avalista NÃO tem direito ao “benefício de ordem” (de pagamento) = responde de forma solidária. Fiança: garantia não cambial e acessória com relação à obrigação do afiançado, ou seja, se houver a invalidade da obrigação principal a obrigação do fiador, que é acessória ficará invalidada. ● O fiador tem direito ao benefício de ordem: cobra do devedor e analista. OBS: É possível renúncia ao aval. comum em todos os contratos. O fiador, quando demandado judicialmente para pagamento de dívida pelo mesmo garantida, poderá exigir do credor que primeiramente sejam perseguidos os bens do devedor afiançado. Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Espécies de aval Aval parcial: Aquele que se restringe a garantir apenas uma parte do valor do título. ● O Código civil veda o aval parcial, mas há leis específicas que autorizam para algunstítulos. superior. - Letra de câmbio, nota promissória, cheque ou cédula de crédito podem ser aval parcial. - Duplicata só total. Aval total: Aquele que abrange de modo integral o valor do título de crédito. Via de regra só cabe o parcial. Aval em preto: identifica quem está sendo avalizado. Aval em branco: não identifica o avalizado, considera o sacador. PROTESTO Ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. é uma cobrança indireta. Pode ser: ● Falta de aceite do título: Somente poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação ● A falta de devolução do título ● A falta de pagamento do título Podem ser protestados títulos de crédito (sentença não quitada por advogados), e outros documentos decorrentes de dívidas (contratos, como de aluguel) A relevância do protesto reside no fato de que ele prova que o título foi apresentado ao devedor, que no entanto não pagou. A função é demonstrar a impontualidade do devedor. informar que é um ddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddpagador ruim ● é eletrônico mas sai no jornal. Protesto facultativo: O protesto será facultativo quando o ato não é obrigatório para cobrança do crédito, quando derivado de um título exigível contra o devedor principal, basta o seu vencimento para que o mesmo se torna exigível em face deste. Protesto obrigatório: Será necessário o protesto para a efetivação da cobrança em face dos demais coobrigados (endossatário, aval). Sendo necessário comprovar a recusa do pagamento pelo devedor principal. ● O protesto é condição de exigibilidade para a cobrança de títulos dos coobrigados. Cláusula “sem protesto” ou “sem despesa” Art. 50 - O emitente, o endossante e o avalista podem, pela cláusula “sem despesa” “sem protesto”, ou outra equivalente, lançada no título e assinada, dispensar o portador, para promover a execução do título, do protesto, ou da declaração equivalente. ● Dispensa a expressa necessidade de protesto fazia sentido antigamente, que era sssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssnecessário pagar para protestar (hoje é aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaagratuito, mas ainda é possível realizar Prazo para protesto de duplicata: 30 dias DESCONTO É a operação de recebimento antecipado dos valores de títulos de créditos não vencidos, muito utilizada pelos comerciantes que vendem crédito ● A antecipação dos valores é feita por um banco, para o qual o comerciante transferiu os créditos. A transmissão é efetivada por endosso ou cessão de crédito. ● Os valores antecipados ficam sujeitos a um deságio, a fim de remunerar a instituição financeira por ter antecipado o valor. AÇÕES CAMBIAIS Execução dos títulos extrajudiciais Principal ação cambial, segundo a qual o credor efetua a cobrança do seu crédito contra o devedor (ou codevedores) por não ter efetuado o pagamento do título de crédito. ● Sumária: sem necessidade de processo de conhecimento ● na execução de título de crédito, existe a cobrança de uma dívida líquida e certa. Podem ser incluídos na ação cambial apenas as despesas, correção monetária(mantém o valor de compra) e juros (remuneração cambial no tempo) + as custas processuais. Eventual condenação deverá ser apreciada em ação de conhecimento própria. ● Multa apenas em contrato. O prazo prescricional para ajuizamento de execução judicial será variável de acordo com cada título de crédito: ● cheque: 6 meses ● duplicata, nota promissória e letra de câmbio: 3 anos Ação de regresso Cabivél quando um coobrigado efettua o pagamento tendo o direito de reaver o valor de outro coobrigado ou do devedor principal. Prazos: ● Cheque: 6 meses ● Duplicata: 1 ano ● Nota promissória e letra de câmbio: 6 meses Ação de anulação ou Substituição cambial A ação de anulação cambial é proposta pelo credor do título, sendo cabível em caso de extrato; destruição parcial ou total, furto, roubo ou apropriação indébita do título. Visa a substituição do título de crédito por uma sentença judicial. 1. incomum 2. precisa de prova AÇÃO MONITÓRIA Faz com que um credor de um bem ou uma quantia de dinheiro possa cobrar essa dívida sem ter que passar por todo o trâmite de uma ação de execução judicial. ● A ação monitória é um procedimento especial de cobrança. A partir da ação monitória, o autor pede para que a outra parte pague a quantia de dinheiro devida, entregue o bem devido ou cumpra uma ação específica a qual tenha se comprometido (por meio de contrato, por exemplo). E esse pedido passa por um trâmite jurídico diferenciado, mais ágil. É cabível quando seu autor quiser cobrar o pagamento de uma quantia em dinheiro com base em prova escrita, mas que, no entanto, não tem eficácia de um título executivo: CPC ART. 700 A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I- o pagamento de quantia em dinheiro. Prazo: 5 anos (divergência quanto ao início do prazo) Ação monitória, ação de cobrança e ação de execução Uma vez que esses três tipos de ação tem como objetivo principal a declaração de algum tipo de crédito entre um credor e um devedor, com o objetivo de que o mesmo seja pago, é comum que essa dúvida exista. A ação de cobrança é uma ação de conhecimento, que tem como propósito reconhecer a existência de algum tipo de dívida ou compromisso entre o réu e o autor da ação. Ela passa por todos os trâmites jurídicos comuns, com audiências e obtenção de provas, permitindo o contraditório. A ação monitória também é uma ação de conhecimento, mas ela trata exclusivamente do reconhecimento de que existe uma dívida do réu com o autor. Esse reconhecimento é realizado através da prova escrita (cheque, nota promissória) entregue na petição inicial. Uma vez que o objetivo é atestar que o crédito existe, ela possibilita que certos trâmites sejam encurtados, já que a prova escrita já existe e já pode ser verificada pelo juiz, no que diz a autenticidade da mesma. Ação de execução é o processo de cobrança devidamente dito. Não se discute, em uma ação de execução, o direito do autor de cobrar o réu, pois o mesmo já é compreendido como justo (o réu possui um título de execução judicial ou extrajudicial). Assim, na ação de execução se é discutido o valor a ser pago ou o bem a ser entregue, e como essa transferência será realizada. MEIOS DE DEFESA NAS AÇÕES CAMBIAIS Em sua defesa (resposta) na execução judicial, ao devedor ou ao coobrigado, não cabe alegar matéria de fato, como um desentendimento pessoal com o credor que o teria motivado a não pagar. Será cabível a alegação de matéria de direito, como fraude ou falsificação do título, prescrição (perda do direito de cobrança do crédito.) CHEQUE Ordem de pagamento à vista, contra um banco, considerando a provisão de fundos suficientes, que pagará um terceiro. cdepositados pelo emissor em uma conta bancária ou decorrente de abertura de crédito do banco ao cliente emissor. ● Estrutura: Ordem de pagamento - à vista (Apesar do hábito de se utilizar o cheque para pagamentos à prazo. Aplicável a figura pré datado para compensação posterior do título, sendo aplicável a súmula 370 do STJ na hipótese de descumprimento: caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pre datado. ● Emissão: Título não caual Cria três figuras distintas: ● Emitente (sacador) ● Sacado (banco que recebe a ordem de pagamento ● Portador (beneficiário, tomador, credor. O emitente da uma ordem ao banco para efetuar o pagamento ao beneficiário. Disposição legal: Lei 7.357 de 1985 CIRCULAÇÃO Cheque ao portador: sem identificação do beneficiário = tradição ou entrega Cheque nominativo: indica o beneficiário ● Transmissão não à ordem: mediante cessão de crédito ● Transmissão à ordem: por endosso 1. Em branco: não identifica o endossatário 2. Em preto: identifica o endossatário Pagamentoou compensação do cheque O cheque pode ser apresentado para pagamento (à vista) ou levado para câmara de compensação (depósito) ● Valor inferior - até 299,99: 2 dias úteis para compensação ● Valor superior - acima de 300,00: 1 dia útil para compensação Prazo para apresentação do cheque Se da mesma praça (mesmo local de emissão e pagamento): 30 dias Se de outra praça (local de emissão e pagamento DIFERENTES): 60 dias OBS: O prazo prescricional para execução começa após o prazo de apresentação Aceitação A aceitação do cheque como forma de pagamento é facultativa, não obrigatória ● Entendimento do PROCON Efeito Pró solvendo: O negócio jurídico que originou sua emissão fica condicionado à sua compensação, se a compensação do cheque não ocorrer, o negócio será desfeito. Pró soluto: A não compensação não desfaz o negócio originário, devendo o credor ajuizar ação cambiária. Requisitos do cheque O art. 1º da Lei n.º 7.357/85, expõe os requisitos essenciais que o cheque deve conter, a saber I) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido (literalidade); II) a ordem incondicional de pagar quantia determinada (autonomia); III) o nome do banco (sacado) ou da instituição financeira que deve pagar (cartularidade); IV) a indicação do lugar do pagamento; V) a indicação da data e do lugar de emissão; VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como poderes especiais (cartularidade). Revogação do cheque Contra ordem para não pagamento ou compensação do título, que deve ter razões motivadas, ocorre após o período de apresentação Art. 35. O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. Sustentação Oposição ao pagamento do cheque que deve ser fundada em relevante razão de direito, ocorre mesmo no período de apresentação. art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. § 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. § 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.
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