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Praguicidas - Parte I

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1 
 
PRAGUICIDAS 
PARTE I 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Ceará – UFC 
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - FFOE 
2 
PRAGUICIDAS 
• Definição: 
 
• “Qualquer substância ou mistura de substâncias 
utilizadas com a finalidade de prevenir, destruir, repelir 
ou mitigar qualquer tipo de praga (insetos, roedores, 
nematóides, fungos, ervas daninhas) ou outras formas 
de vida aquática ou terrestre” – Federal Environmental 
Pesticide Control Act. 
 
• “Qualquer substância ou mistura de substâncias 
utilizadas como reguladores de crescimento de plantas, 
desfolhantes e dessecantes” - Federal Environmental 
Pesticide Control Act. 
 
 
 
3 
PRAGUICIDAS 
• Definição: 
 
 
– Ausência de seletividade BIOCIDAS: 
 
• Vantagens: Único composto Várias pragas; 
 
• Desvantagens: Efeitos tóxicos paralelos; 
 
– Controle: Restrições na sua utilização (dosagem, frequência, 
etc); 
4 
PRAGUICIDAS 
• Classificação: 
 
– Uso; 
– Praga alvo; 
– Modo de penetração; 
– Forma de apresentação; 
– Toxicidade; 
– Persistência; 
– Estrutura química / origem; 
 
 
 
 
 
5 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto ao uso: 
 
• Agricultura / agropecuária: 
 
– Defensivos agrícolas ou Defensivos Químicos ou Agrotóxicos; 
– “Alimentos orgânicos”; 
 
• Na erradicação de vetores de doenças contagiosas: 
 
– Agentes fitossanitários; 
 
• No ambiente doméstico: 
 
– Praguicidas domésticos; 
 
6 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à praga alvo: 
 
 
 
 
 
 
Praga Alvo Classificação 
Animais invertebrados 
Insetos Inseticidas 
Ácaros Acaricidas 
Nematóides Nematicidas 
Moluscos Moluscocidas 
Animais vertebrados 
Roedores Rodenticidas (raticidas) 
Aves Avicidas 
Peixes Piscicidas 
7 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à praga alvo: 
 
 
 
 
 
 
Praga Alvo Classificação 
Vegetais superiores 
Ervas daninhas Herbicidas 
Culturas 
Reguladores de 
crescimento 
Desfolhantes 
Dessecantes 
Vegetais inferiores 
Fungos Fungicidas 
Algas Algicidas 
8 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto ao modo de penetração: 
 
• De contato: absorvido pela pele (tegumento) da praga. 
 
• De ingestão: penetra no organismo da praga por via oral. 
 
• Sistêmico: absorvido por uma planta e eliminam a praga que se alimenta da 
planta. 
 
• Fumigante: penetra na praga na forma de vapor através da via respiratória 
da mesma. 
 
 
A maioria dos praguicidas pode penetrar, simultaneamente, por 
diferentes vias no organismo da praga. 
Ex.: Lindano atua por contato, ingestão ou fumigação; 
 
 
 
 
 
9 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à forma de apresentação: 
 
 
 
 
 
– Brasil: ~ 200 compostos, milhares de formulações ( c/ 
ou s/ registro); 
 
 
 
Diversas espécies de 
organismos. 
Compostos com 
características físico-
químicas diferentes. 
Gama considerável de formulações. 
10 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à forma de apresentação: 
 
 
Pós / poeiras: 
 
– Mistura mecânica, partículas de 3 - 30m, diluentes geralmente minerais hidrofóbicos (talco e 
caolim). 
 
Granulados: 
 
– Aplicados junto com adubos ou fertilizantes. 
 
Pós molháveis: 
 
– Suspensões estáveis em água. 
– Mais efetiva das formulações para aplicação em spray; 
 
 
 
 
 
 
11 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à forma de apresentação: 
 
 
Soluções aquosas: 
 
– Altamente solúveis em água. 
 
Soluções em solventes orgânicos: 
 
– Considerar ação fitotóxica e toxicidade do solvente para homem e animais, além de reatividade do mesmo. 
 
Concentrados emulsionáveis: 
 
– Emulsões estáveis em água. Uso posterior em spray. 
 
Aerossóis: 
 
– Combate a insetos em ambientes confinados. 
 
 
 
 
 
12 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à toxicidade: 
 
 
• CLASSE I - EXTREMAMENTE TÓXICOS: somente devem ser utilizados por 
operadores profissionais licenciados, que tenham um bom conhecimento da 
química, usos, perigos e precauções no uso. 
 
• CLASSE II - ALTAMENTE TÓXICOS: devem ser utilizados por operadores que 
aplicam, seguindo estritas condições controladas e supervisionadas por 
operadores treinados. 
 
• CLASSE III - MEDIANAMENTE TÓXICOS: seus operadores devem observar 
as normas rotineiras de segurança na aplicação. 
 
• CLASSE IV - POUCO TÓXICOS: utilizados por operadores treinados que 
observem medidas de proteção rotineiras. Esta categoria inclui praguicidas 
comercialmente liberados, excluído o uso pelo público em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à persistência: 
 
– Persistência: tempo necessário para que 75 a 100% do 
composto não seja mais encontrado no local de aplicação. 
14 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à persistência: 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação 
Tempo de 
persistência 
Exemplos 
Persistentes ou 
Altamente Residuais 
2 - 5 anos Inseticidas organoclorados 
Moderadamente 
Persistentes ou 
Moderadamente 
Residuais 
1 -18 meses Herbicidas derivados da uréia 
Não persistentes ou 
ligeiramente 
persistentes 
1 - 12 
semanas 
Inseticidas organofosforados, 
carbamatos e piretróides. 
15 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à estrutura / origem ( Inseticidas): 
 
 
– 1ª Geração: compostos inorgânicos ou de origem vegetal 
extrativa; 
 
– 2ª Geração: sintéticos por excelência 
 
• Organoclorados, IOFs, carbamatos, dentre outros; 
 
– 3ª Geração: Reguladores do crescimento de insetos: 
 
• Ação diversa dos demais compostos; 
• Vírus, fungos e bactérias isoladas e cultivadas; 
• Alta seletividade para insetos; 
• Ex.: Bacillus thuringiensis – esporos capazes de induzir morte de 
insetos. 
16 
PRAGUICIDAS 
• Classificação quanto à estrutura / origem (inseticidas): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inorgânicos Orgânicos 
Compostos que não 
apresentam carbono na 
estrutura 
Origem vegetal 
ou botânicos 
Sintéticos 
Fosfina Enxofre 
Piretro 
Rotenona 
Nicotina 
Piretróides 
Organoclorados 
Organofosforados 
Carbamatos 
Organossulfurados 
Organotinas 
Formamidinas 
17 
PRAGUICIDAS 
• Inseticidas inorgânicos: 
 
– Emprego bastante restrito; 
 
– Compostos à base de mercúrio, boro, tálio, arsênico, antimônio, 
selênio, flúor, enxofre, alumínio, dentre outros; 
 
– Uso no Brasil: enxofre coloidal e fosfetos de alumínio e de 
magnésio: 
 
AlPH3 + H2O AlOH3 + PH3 
 FOSFINA 
18 
PRAGUICIDAS 
• Inseticidas botânicos: 
 
– Conhecidos há vários séculos; 
 
– Importância histórica: nicotina ( extrato bruto de tabaco); 
 
– Piretro e piretrinas; 
 
– Rotenóides (Rotenona): ainda utilizados como paralisantes de 
peixes por indígenas sul-americanos – obtida a partir de raízes 
de diversas espécies; 
Rotenona 
19 
PRAGUICIDAS 
• Rotenona: inibição cadeia transportadora de elétrons 
( NADH-UQ-redutase): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
PRAGUICIDAS 
• Inseticidas orgânicos sintéticos: 
 
– Organoclorados; 
 
 
– Organofosforados; 
 
 
– Carbamatos; 
 
21 
ORGANOCLORADOS 
22 
ORGANOCLORADOS 
• Histórico: 
 
– Uso - apogeu nas décadas de 40-60; 
 
– Efeitos tóxicos de caráter retardado; 
 
– DDT – Protótipo,mais conhecido e notório inseticida do Séc. XX; 
 
– Maioria de uso banido a partir de 1973: 
 
• Alto poder residual: alta persistência no ambiente; 
• Bioacumulação; 
• Biomagnificação; 
• Neurotoxicidade em vertebrados; 
23 
ORGANOCLORADOS 
• Características comuns dos organoclorados: 
 
– Derivados de hidrocarbonetos ( massa molecular 300 – 500 D); 
 
– Presença do cloro na sua estrutura; 
 
– Alta lipossolubilidade; 
 
– Alta resistência aos mecanismos de decomposição dos sistemas biológicos; 
 
– Neurotoxicidade para o homem e demais vertebrados; 
 
Sinônimo: inseticidas clorados ou simplesmente clorados; 
24 
ORGANOCLORADOS 
• Estrutura química dos organoclorados: 
 
 
 
– Derivados do cicloexano; 
 
– Derivados do difeniletano; 
 
– Derivados dos ciclodienos; 
 
– Derivados do policloroterpeno; 
 
25 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do cicloexano: 
 
– Inseticidas de contato, de ingestão, de ação 
fumegante. 
– Leve ação fungicida. 
– Insolúvel em água. 
– Não se decompõe sob temperatura ambiente. 
– Não se decompõe em meio alcalino. 
– Odor característico a bolor. 
26 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do cicloexano: 
 
– HCH ou “BHC”: mistura de estereoisômeros; 
– Conformação em cadeira (mais estável) ou barco; 
– Conformação segundo substituintes: posições equatorial ou 
axial: 13 possibilidades, 5 conhecidas: 
 
– Isômeros a, b, g, d e e: grande diferença na atividade inseticida, 
toxicidade e características físico-químicas; 
 
– Apenas composto gama-HCH apresenta atividade inseticida; 
27 
ORGANOCLORADOS 
• Composição do hexaclorocicloexano técnico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISÔMERO 
COMPOSIÇÃO 
PERCENTUAL 
a-hexaclorocicloexano 55 – 80 
b-hexaclorocicloexano 5 – 14 
g-hexaclorocicloexano 8 – 15 
d-hexaclorocicloexano 2 – 16 
e-hexaclorocicloexano 3 – 5 
28 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do cicloexano: 
 
– Lindano: 
 
• Formula comercial: 99 % g – hexaclorocicloexano; 
 
• Alto preço: uso inviável na lavoura; 
 
• Princípio ativo de formulações 
 farmacêuticas uso humano 
 (escabiose); 
29 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do difeniletano: 
 
– Diclorodifeniltricloroetano (DDT): 
 
 
– Inseticida - acaricida de contato e ingestão, altamente 
persistente; 
– Insolúvel em água; 
– Milhões de toneladas aplicadas a partir da década de 40 (80% 
na agricultura); 
– Inseticida mais barato já sintetizado; 
– Uso contra piolhos transmissores do tifo (II Guerra Mundial); 
– Biomagnificação; 
– Uso agrícola e doméstico banido; 
– Uso no controle da malária em áreas endêmicas (África do sul e 
México); 
30 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do difeniletano: 
 
– Síntese do DDT: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do difeniletano: 
 
– Diclorodifeniltricloroetano ( DDT): 
 
 
– Produto técnico - mistura de isômeros: 
 
– Apenas isômero p, p’ apresenta atividade inseticida; 
ISÔMERO 
COMPOSIÇÃO 
PERCENTUAL 
o, o’ DDT 0,01 
o, p’ DDT 20 
p, p’ DDT 75 - 76 
32 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados do difeniletano: 
 
– Outros compostos importantes: 
 
• Diclorodifenildicloroetano (DDD): Alta persistência; 
 
• Metoxicloro; 
 
• Pertane; 
 
• Clorobenzilato; 
 
• Difeniltricloroetanol (Dicofol, keltane): ainda usado em culturas de 
algodão, uva e feijão; 
33 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados dos ciclodienos: 
 
– Clordano, heptacloro, aldrin, endrin, dieldrin, isodrin, 
endossulfam e mirex; 
 
34 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados dos ciclodienos: 
 
– Aldrin: 
 
 
 
 
 
– Insolúvel em água; 
– Estável em pH superior a 3; 
– Uso como inseticida – formicida; 
– Altamente persistente; 
– Uso restringido no Brasil. 
35 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados dos ciclodienos: 
 
– Dieldrin: 
 
 
 
 
 
– Insolúvel em água; 
– Estável em meio alcalino e ácido; 
– Decomposição lenta sob luz; 
– Alta persistência; 
36 
ORGANOCLORADOS 
• Derivados dos policloroterpenos: 
 
– Toxafeno, canfecloro ou canfeno clorado; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicocinética: HCH 
 
• Via de absorção: TGI, respiratória e dérmica. 
• 96% de absorção pelo TGI  beta-HCH. 
• 85% de absorção pelo TGI  gama-HCH. 
• beta-HCH  maior acúmulo  toxicidade crônica. 
• gama-HCH  menor acúmulo  toxicidade aguda. 
• Excreção na urina sob a forma conjugada. 
• Excreção no leite materno: 
 
• Lindano – 0,02 ppm no leite logo após a absorção e decai 
rapidamente quando cessa a absorção. 
• Beta-HCH – 0,20 ppm no leite logo após a absorção e 
persiste por muito tempo mesmo sem a exposição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicocinética: DDT 
 
• Via de absorção: gastrintestinal (lenta); 
 
• Distribuição em todos os tecidos ( no tecido adiposo); 
 
• Passagem barreira placentária (concentração no sangue e 
tecidos do feto sempre inferior à concentração materna); 
 
• Passagem barreira hematoencefálica: efeitos neurológicos; 
 
• Ciclo entero-hepático; 
39 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicocinética: DDT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicocinética: Ciclodienos 
 
• Via de absorção: gastrintestinal, dérmica; 
 
• Via dérmica importante para ciclodienos: DL50 dérmica 
próxima da DL50 oral; 
 
• Aldrin  dieldrin (no fígado e nos pulmões dos mamíferos); 
 
• Endrin: principal via de biotransformação é oxidativa 
(formação de ceto e hidroxicompostos mais tóxicos) com 
excreção sob a forma conjugada nas fezes e bile; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicodinâmica: 
 
• Lindano: 
 
 Inibe a Na+, K+, Ca++ ATPase  extrusão do íon cálcio no axônio  
  cálcio livre no terminal sináptico   neurotrasmissores  
hiperexcitabilidade, distúrbios no equilíbrio, tremores e convulsões. 
 
• DDT: 
 
 Altera o transporte de íons sódio e potássio através da membranas do 
axônio  hiperexcitabilidade, distúrbios no equilíbrio, tremores e 
convulsões. 
 
• Ciclodienos: 
 
 Interferência na remoção do íon cálcio no axônio e ligação com receptores 
GABA, interferindo na entrada de cloretos na função neuronal  
excitabilidade e convulsões. 
42 
ORGANOCLORADOS 
• Toxicodinâmica: 
 
• Potencial carcinogenicidade*: 
 
 DDT (tumores hepáticos), dodecacloro (tumores hepáticos) e 
toxafeno (tumores hepáticos e na tireóide), metoxicloro 
(carcinomas), aldrin e dieldrin (tumores hepáticos); 
 
• Na reprodução*: 
 
 Lindano (alterações no ciclo ovulatório); 
 
• Potencial teratogênico*: toxafeno 
 
* Estudos em animais e microorganismos. 
43 
ORGANOCLORADOS 
• Sinais e sintomas: 
 
• Intoxicação aguda: 
 
– Cefaléia (não cede a analgésicos comuns), náuseas, vômitos, vertigem, 
hiperexcitabilidade, tremores e convulsões; 
 
– Convulsões com confusões, incoordenação, cianose e coma (em 
alguns casos, envenenamento por endrin); 
 
– Convulsões súbitas: envenenamento por lindano ou ciclodienos; 
 
– Hipertermia  moderada (HCH), acentuada (42o C, ciclodienos); 
44 
ORGANOCLORADOS 
• Sinais e sintomas: 
 
• Intoxicação crônica:– Perda de peso; 
– Cefaléia; 
– Tremores (braços); 
– Fraqueza muscular; 
– Ataxia; 
– Dificuldade na fala e no aprendizado; 
– Dor torácica; 
– Erupções cutâneas; 
 
• Podem variar conforme o composto em questão; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
ORGANOCLORADOS 
• Primeiros socorros: 
 
• Retirar a vítima de intoxicação do local de exposição. 
 
• Banhar a vítima com água fria e sabão alcalino e trocar sua 
roupa em caso de acidente por exposição dérmica. 
 
• Em caso de ingestão, observar se a pessoa está consciente, 
lúcida, com capacidade para deglutir, e promover lavagem 
gástrica com solução de bicarbonato de sódio a 5% (p/v) 
adicionada de carvão ativo. 
 
• Na ingestão simultânea de solventes evitar vômitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
ORGANOCLORADOS 
• Primeiros socorros: 
 
• Desobstrução vias aéreas superiores; 
 
• Não fazer fricções ou massagens, pode aumentar absorção 
cutânea do produto; 
 
• Todo sistema sensorial do intoxicado está ativo: evitar tapas 
na face ou chamados. Local não claro, evitar ruídos e 
movimentações desnecessárias do intoxicado. 
 
• Não administrar leite: absorção dos organoclorados; 
 
47 
ORGANOFOSFORADOS 
48 
ORGANOFOSFORADOS 
• Histórico: 
 
• Ação inseticida desde 1937 (Alemanha): Sarin e Tabun; 
 
• Substituintes dos organoclorados; 
 
• Vantagens: alta atividade inseticida, largo espectro de ação, ação sistêmica 
para a maioria dos insetos, baixa ação residual, não persistentes, rápida 
biotransformação sem acúmulo nos organismos. 
 
• Desvantagem: importante toxicidade aguda; 
 
• Terapêutica: metrifonato (antihelmíntico); 
49 
ORGANOFOSFORADOS 
• Considerações: 
 
• Compostos com fósforo pentavalente na estrutura; 
 
• Ésteres dos ácido fosfórico, tiofosfórico, ditiofosfórico, fosfônico, etc; 
 
• Insolúveis ou pouco solúveis em água  elevada lipossolubilidade; 
 
• Decomposição lenta em meio aquoso; 
 
• Decomposição rápida em meio alcalino; 
 
• Ex.: Malation, paration, fention, etc. 
 
 
 
 
50 
ORGANOFOSFORADOS 
51 
ORGANOFOSFORADOS 
• Toxicocinética: 
 
– Absorção: 
 
• Todas as vias, incluindo membranas mucosas (alta lipossolubilidade); 
 
• Via Oral: intoxicações acidentais (crianças), intencionais (adultos) e 
acidentais ocupacionais; 
 
• Via dérmica: intoxicações ocupacionais (durante ou após a pulverização)  
envenenamentos sérios  difícil remoção com banho normal e sabões 
neutros; 
 
•  temperatura e presença de dermatites   absorção dérmica; 
 
• Via respiratória: exposição ocupacional (indústrias de formulação, 
aplicação por pulverização e uso doméstico de aerossóis); 
52 
ORGANOFOSFORADOS 
• Toxicocinética: 
 
– Distribuição: 
 
• Alta lipossolubilidade: distribuição por todo o organismo; 
 
• Concentração: nos tecidos adiposos, fígado, rins, glândulas 
salivares, tireóide, pâncreas, pulmões paredes do estômago 
e intestinos. 
 
• Concentração em menor proporção: SNC e músculos. 
53 
ORGANOFOSFORADOS 
• Toxicocinética: 
 
– Biotransformação (organismo e ambiente): 
 
• Oxidação; 
 
• Redução; 
 
• Clivagem hidrolítica; 
 
 
 
 
 
 
54 
ORGANOFOSFORADOS 
• Biotransformação: 
 
– Oxidação: 
 
• Dessulfuração oxidativa (principal); 
• Oxidação do grupo tioéter; 
 
 
• O-desalquilação; 
• Oxidação de substituintes alifáticos; 
Bioativação 
55 
ORGANOFOSFORADOS 
• Biotransformação: 
 
– Dessulfuração oxidativa: 
 
 P=S  P=O 
 
• Forma oxon: 
 
Maior afinidade com colinesterases (maior toxicidade), 
 
Menor lipossolubilidade: maior eliminação; 
Forma tion Forma oxon 
56 
ORGANOFOSFORADOS 
• Biotransformação: 
 
– Redução: 
 
• Complexos enzimáticos microssomais; 
• Após oxidação ou não; 
• Nitro-redução; 
• Sistema NAPH-citocromo C-redutase; 
 
57 
ORGANOFOSFORADOS 
• Biotransformação: 
 
– Hidrólise: 
 
Na ligação aril-fosfato 
 
ácido dietil ou dimetilfosfórico + composto hidroxilado 
 
 fácil excreção na urina 
a partir de conjugação com substratos endógenos 
58 
ORGANOFOSFORADOS 
• Toxicocinética: 
 
– Excreção: 
 
• Principal via: urinária (maior 
parte nas primeiras 48 horas 
após absorção, na forma 
conjugada); 
 
• Fezes em menor grau; 
 
59 
ORGANOFOSFORADOS 
• Toxicodinâmica: 
 
– Mecanismo de ação tóxica: 
 
• Atividade agonista e/ou antagonista colinérgica; 
 
• Inibição das colinesterases: 
 
– Ligação ao centro esterásico; 
– Ligação considerada irreversível: envelhecimento da 
enzima; 
 
 
60 
ORGANOFOSFORADOS 
61 
ORGANOFOSFORADOS 
Regeneração espontânea da acetilcolinesterase: 
62 
ORGANOFOSFORADOS 
• Colinesterases: 
 
– 2 Enzimas: 
 
• Acetilcolinesterase, colinesterase verdadeira, 
eritrocitária ou específica; 
 
• Butirilcolinesterase, pseudocolinesterase, plasmática ou 
inespecífica; 
 
63 
ORGANOFOSFORADOS 
• Colinesterases: 
 
– Função fisiológica: 
 
• Clivagem hidrolítica da acetilcolina a colina e ácido 
acético; 
 
• Mecanismo de controle da neurotransmissão colinérgica; 
 
– Inibição: acúmulo de Acetilcolina; 
64 
ORGANOFOSFORADOS 
65 
ORGANOFOSFORADOS 
• Acetilcolina: 
 
– Neurotransmissor extremamente difundido 
no organismo, liberado: 
 
– Diversos neurônios centrais; 
– Neurônios relacionados aos movimentos voluntários; 
– Todos os neurônios pré-ganglionares autônomos; 
– Todos os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos; 
– Alguns neurônios pós-ganglionares simpáticos; 
66 
Intoxicação aguda - sinais e sintomas: 
 
 
 
 
 
 
Local Sinais e sintomas nas intoxicações por IOF 
1. SNC 1.1. Distúrbios do sono, dificuldade de concentração, 
comprometimento da memória, ansiedade, agitação, 
convulsões, tremores, depressão respiratória, torpor e coma. 
2. Sistema 
nervoso 
autônomo 
(Efeitos 
muscarínicos) 
2.1. Aparelho digestivo: perda de apetite, náuseas, vômitos, 
dores abdominais, diarréia, defecação involuntária. 
2.2. Aparelho respiratório: rinorréia, secreção bronquiolar, 
dispnéia, opressão torácica, edema pulmonar. 
2.3. Sistema circulatório: bradicardia, bloqueio aurículo-
ventricular. 
2.4. Sistema ocular: visão enfraquecida, miose, pupilas 
puntiformes sem reação. 
2.5. Aparelho urinário: diurese freqüente e involuntária 
2.6. Glândulas exócrinas: transpiração excessiva 
2. Sistema 
somático (Efeitos 
nicotínicos) 
3.1. Contração involuntária dos músculos, câimbras, 
fasciculações e enfraquecimento muscular generalizado. 
67 
ORGANOFOSFORADOS 
Sistema Nervoso Central: 
68 
ORGANOFOSFORADOS 
Sintomas nicotínicos: 
69 
ORGANOFOSFORADOS 
Sintomas muscarínicos: 
70 
ORGANOFOSFORADOS 
• Sinais e sintomas – Intoxicação aguda: 
 
– Envenenamento severo: inconsciência, ausência dos 
reflexos pupilares, secreção bronquiolar excessiva, 
dificuldade respiratória e cianose; 
 
– Óbito: insuficiência respiratória (broncoconstricção, 
secreção brônquica, fraqueza dos músculos 
respiratórios e depressão do centro respiratório 
SNC); 
71 
ORGANOFOSFORADOS 
• Primeiros socorros: 
 
• Retirar a vítima de intoxicação do local de exposição. 
 
• Banhar a vítima com água fria e sabão alcalino e trocarsua 
roupa em caso de acidente por exposição dérmica. 
 
• Em caso de ingestão, observar se a pessoa está consciente, 
lúcida, com capacidade para deglutir, e provocar vômito ou 
fazer a lavagem gástrica com solução de bicarbonato de 
sódio a 5% (p/v) adicionada de carvão ativo. 
 
• Na ingestão simultânea de solventes evitar vômitos (produtos 
formulados com solventes orgânicos). 
72 
ORGANOFOSFORADOS 
• Primeiros socorros: 
 
• Não administrar laxativos oleosos, leite, alimentos e produtos gordurosos. 
 
• Remoção de muco de vômitos da cavidade oral e eliminar obstruções 
mecânicas. 
 
• Pacientes em choque: afrouxar as roupas, elevar as pernas e aquecê-los. 
 
• Não fazer fricções ou massagens, pode vir a agravar o quadro clínico 
facilitando a absorção do produto pela pele. 
 
• Todo sistema sensorial do intoxicado está ativo, evitar despertar o paciente 
com tapas na face ou com chamados. Mantê-lo em local não claro, evitar 
ruídos, evitar movimentações desnecessárias do intoxicado. 
73 
ORGANOFOSFORADOS 
• Síndrome Neurotóxica Intermediária (SNI): 
 
– 24-96 horas depois dos sinais e sintomas agudos; 
– Mais comum com agentes mais lipofílicos; 
– Não há correlação com inibição das colinesterases; 
– Fraqueza muscular; 
– Acentuada debilidade da musculatura inervada 
pelos nervos cranianos, dos músculos flexores do 
pescoço, da respiração e dos membros; 
– Sem fasciculações; 
– Tratamento: medidas de suporte em UTI ( 
mortalidade); 
– Em geral, morte precedida por coma e cianose; 
 
 
 
 
74 
ORGANOFOSFORADOS 
• Síndrome Neurotóxica Tardia (SNT): 
 
– IOF com flúor ligado ao fósforo. 
– Inibição da carboxiesterase neuronal inespecífica. 
– Manifestações iniciais: fraqueza muscular nos membros e 
depressão dos reflexos tendinosos. 
– Manifestações posteriores: hipertonia, hiperreflexia e 
anormalidades nos reflexos. 
– Lesão nos nervos periféricos (radial, tibial superior e ciático) 
com degeneração da bainha mielina. 
– Polineuropatia motora, em geral  quadriplegia. 
– Músculos enervados pelos nervos cranianos e respiratórios 
 poupados em geral. 
– Tratamento: medidas de suporte em UTI ( mortalidade). 
– Em geral, morte precedida por coma e cianose. 
 
 
 
75 
CARBAMATOS 
76 
CARBAMATOS 
• Considerações: 
 
• Estrutura fundamental: ácido N-metilcarbâmico. 
 
• Características: 
 
 1) Alta atividade inseticida; 
 2) Baixa ação residual, devido à instabilidade química das moléculas; 
 3) Comparativamente menos tóxicos que compostos Organofosforados; 
 
• Principais representantes: benfuracarb, carbaril, carcofuran, carbosulfan, 
pyrolan, aldicarb, propoxur (Baygon), etc. 
 
• Intoxicações ocupacionais; 
 
• O Aldicarb, tem sido usado ilegalmente (como raticida), sendo 
responsável por um grande número de intoxicações humanas  na forma 
ilegal de “Chumbinho”; 
 
• O Aldicarb é legalizado para uso agrícola; 
77 
CARBAMATOS 
Propoxur Carbaril 
78 
CARBAMATOS 
• Toxicocinética: Absorção e distribuição 
 
– Podem ser absorvidos por via oral, respiratória e dérmica; 
 
–  absorção dérmica pelo organismo humano  pó ou pó 
molhado; 
 
–  absorção através do TGI; 
 
– Toxicidade influenciada pelo veículo e via de exposição; 
 
– Rápida distribuição pelos tecidos e órgãos; 
 
79 
CARBAMATOS 
• Toxicocinética: Biotransformação 
 
 
– Hidrólise  ácido N-metilcarbâmico + fenol. 
 
– Hidroxilação do grupamento N-metil  compostos menos 
tóxicos. 
 
– Hidroxilação do anel aromático  produtos inibidores da 
AChE mais tóxicos, em geral BIOATIVAÇÃO 
 
– N-desalquilação  importância secundária; 
 
– Conjugação com ácido glucurônico e sulfato, especialmente 
dos compostos hidroxilados; 
80 
CARBAMATOS 
• Toxicocinética: Biotransformação e excreção 
 
• Biotransformação do carbaril: 
 
 
Carbaril  hidroxilação do anel aromático  5-hidroxi-carbaril 
 
DL50 aguda oral = 500-850/kg  DL50 aguda oral = 300mg/kg 
 
 
• Excreção: 
 
– Urinária (principal) e nas fezes, em menor grau; 
 
– Rápida – Ex.: 70-80% de uma única dose de carbaril em ratos é 
excretada nas primeiras 24 horas na urina. 
 
 
81 
CARBAMATOS 
• Toxicodinâmica: 
 
– Mecanismo de ação tóxica: 
 
 
• Atividade agonista / antagonista colinérgica; 
 
• Inibição das colinesterases; 
 
– Maior semelhança com Acetilcolina; 
– Ligação reversível com colinesterases; 
– Regeneração da enzima carbamilada  regeneração da 
enzima fosforilada. 
 
 
 
 
 
 
 
82 
CARBAMATOS 
• Sinais e sintomas: 
 
 
• Sem síndrome intermediária ou tardia; 
 
• Diminuição da atividade hepática; 
 
• Diminuição da atividade tireoideana; 
 
• Sintomas centrais, nicotínicos e muscarínicos semelhantes 
aos IOFs; 
 
• Crianças: sintomas centrais mais comuns – diagnóstico;

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