Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 1 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Oi, gente! E ai, como andam os estudos? Espero que estejam firmes! Força, coragem, foco! Se muitos conseguiram, vocês também irão conseguir. Hoje a nossa aula será sobre “Atos Administrativos”. AULA 02 Atos administrativos: Conceito, perfeição, requisitos, elementos, pressupostos, vinculação e discricionariedade. Revogação. Invalidade. O procedimento (ou processo) administrativo: conceito, requisitos, importância. Bons estudos! Conceito de Ato Administrativo O conceito de ato administrativo não deve ser confundido com o de fato administrativo. Embora sejam ambos provenientes da Administração, constituem manifestações distintas do Poder Público. O fato administrativo não tem por fim a produção de efeitos jurídicos, mas sim a realização material no exercício da função administrativa (por isso são também chamados de atos materiais). O fato administrativo é, portanto, uma mera realização material, de ordem prática, de execução, como a construção de uma ponte, a demolição de um prédio, a apreensão de mercadorias irregulares, a instalação de um serviço. Ou seja, é em si uma atividade pública material desprovida de conteúdo de direito. Em regra, o ato administrativo e o fato administrativo são institutos relacionados, pois o último é conseqüência do primeiro. Antes de realizar o fato administrativo (realização material) a Administração vai manifestar sua vontade por intermédio do ato administrativo (conteúdo jurídico). Partindo-se da idéia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado, pode-se dizer, em sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 2 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br função administrativa é ato da Administração. A expressão atos da Administração tem sentido mais amplo do que a expressão ato administrativo, abrangendo os atos de direito privado, atos materiais, atos de conhecimento, atos políticos, contratos, atos normativos e os atos administrativos propriamente ditos. ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Atos regidos pelo direito público Atos regidos pelo direito público ou privado Ato administrativo: declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito ao controle do Poder Judiciário. Ato da administração: todo ato raticado no exercício da função administrativa. Ato da Administração: gênero; Ato administrativo: espécie do gênero atos da Administração Assim, os atos da Administração (gênero) englobam todos os atos praticados pela Administração Pública, seja sob o regime de direito público ou sob o regime de direito privado. Já o ato administrativo (espécie do gênero atos da Administração) é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. Dentre os atos da Administração distinguem-se os que produzem e os que não produzem efeitos jurídicos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 3 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Aqueles que não produzem efeitos jurídicos não são considerados atos administrativos por não se enquadrar no respectivo conceito. OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ENGLOBAM: Atos de direito privado (ex. doação, permuta, compra e venda, locação); Atos materiais da Administração (ex. demolição de uma casa, apreensão de mercadoria, realização de um serviço); Atos de conhecimento (ex. atestados, certidões, pareceres, votos); Atos políticos; Contratos; Atos normativos (ex. decretos, portarias, resoluções, regimentos, de efeitos gerais e abstratos); Atos administrativos propriamente ditos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 4 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Elementos do Ato Administrativo Os elementos do ato administrativo estão presentes na Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular), art. 2º. São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. ELEMENTOS // REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO (Lei nº 4.717/65, art. 2º) Competência (sujeito) Conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo. Finalidade É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. Forma É o modo através do qual se exterioriza o ato administrativo, é seu revestimento. Motivo É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Objeto (conteúdo) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. Discricionariedade x Vinculação: a) Ato vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deve ser feito, quando, por quem etc, não deixando ao agente qualquer grau de liberdade. Cumpridos todos os requisitos legais, a Administração Pública não pode deixar de conceder a aposentadoria a quem de direito, ou a licença para construir; b) Ato discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a prática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, que poderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos. Há uma avaliação subjetiva prévia à edição do ato, como os que permitem o uso de bem público, permitindo a instalação de uma banca de revistas na calçada. Segundo o STF, “a autoridade administrativa está autorizada PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 5 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br a praticar atos discricionários apenas quando norma jurídica válida expressamente a ela atribuir essa livre atuação”. ATO VINCULADO ATO DISCRICIONÁRIO (# ato arbitrário) Não há liberdade para o administrador Há liberdade para o administrador Não há oportunidade e conveniência Há oportunidade e conveniência Pode ser anulado, mas não pode ser revogado Pode ser anulado e revogado Há controle do Poder Judiciário Há controle do Poder Judiciário, exceto quanto ao mérito Ex. aposentadoria compulsória, licença, admissão Ex. autorização Perfeição dos Atos Administrativos: a) Ato perfeito: é aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas de sua formação. b) Ato imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei. c) Ato pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data específica. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 6 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br d) Ato consumado: é o atoque já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue. - Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo cumprido; - Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei; - Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos; - Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos imediatamente. Extinção do Ato Administrativo O ato administrativo em vigor permanecerá no mundo jurídico até que algo capaz de alterar esta situação lhe aconteça. Uma vez publicado, esteja eivado de vícios ou não, terá vigência e deverá ser cumprido, em respeito ao atributo da presunção de legitimidade, até que ocorra formalmente o seu desfazimento. A extinção do ato administrativo poderá ser resultante do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios na sua formação, ou poderá simplesmente advir da desnecessidade de sua existência, isto é, mesmo legítimo o ato pode tornar-se desnecessário e pode ser declarada inoportuna ou inconveniente a sua manutenção. Dessa distinção surgem as noções de revogação e anulação, espécies do gênero extinção do ato administrativo. Anulação: A anulação deve ocorrer quando há vício no ato, relativo à legalidade ou legitimidade (ofensa à lei ou ao direito como um todo). É sempre um controle de legalidade, nunca um controle de mérito. A anulação retira do mundo jurídico atos com defeito de validade (atos inválidos), assim, seus efeitos retroagem ao momento da prática do ato (ex tunc). Dessa forma, todos os efeitos produzidos pelo ato devem ser desconstituídos. O ato inválido não gera direitos ou obrigações para as PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 7 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br partes e não cria situações jurídicas definitivas; ademais, caso se trate de um ato nulo (ato com vício insanável), não é possível sua convalidação. A anulação pode ser feita pela administração (autotutela), de ofício ou mediante provocação, ou pelo Poder Judiciário, mediante provocação. Na esfera federal, o art. 54, da Lei nº 9784/99 estabelece em cinco anos o prazo para a anulação de atos administrativos ilegais, seja qual for o vício, quando os efeitos do ato forem favoráveis aos administrados, salvo comprovada má-fé. Anulação do Ato Administrativo Quem? Quando? Efeitos? Prazo? A própria Administração Pública (Súmula 473, STF, Poder de Autotutela) ou o Poder Judiciário (desde que seja provocado) Quando o ato for ilegal (controle de legalidade) Ex Tunc (retroagem) Decadencial de 5 anos (a contar da data em que o ato foi praticado) Obs. Obs. Para o prof. Celso Antônio B. Mello podem ocorrer casos, em nome do princípio da boa-fé e da vedação do enriquecimento sem causa, que os efeitos da anulação serão ex nunc. Revogação: É a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno ou inconveniente. A revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela Administração – e somente por ela – por não mais lhe convir sua existência. EX TUNC PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 8 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br A revogação tem fundamento no poder discricionário. Ela somente se aplica aos atos discricionários. A revogação é, em si, um ato discricionário, uma vez que decorre exclusivamente de critério de oportunidade e conveniência. A revogação dos atos administrativos configura o denominado “controle de mérito”, que incide sobre atos válidos, sem quaisquer vícios, diferentemente do controle de legalidade ou de legitimidade, que incide sobre atos ilegais ou ilegítimos, anulando-os. A revogação somente produz efeitos prospectivos, para frente (ex nunc), porque o ato revogado era válido, não tinha vício nenhum. Além disso, devem ser respeitados os direitos adquiridos. A revogação é ato privativo da administração que praticou o ato que está sendo revogado. Obs. O Poder Judiciário jamais revogará um ato administrativo editado pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo. De forma mais ampla, é acertado asseverar que o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica jurisdicional, nunca revogará um ato administrativo. Por outro lado, os atos administrativos editados pelo próprio Poder Judiciário, no exercício de suas funções administrativas, somente poderão ser revogados por ele mesmo (Judiciário); cumpre ressaltar, todavia, que, ao revogar seus próprios atos administrativos, o Judiciário não estará exercendo função jurisdicional, mas sim administrativa, estará atuando na qualidade de administração pública, valorando a conveniência e oportunidade administrativas de um ato administrativo por ele mesmo editado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 9 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Revogação do Ato Administrativo Quem? Quando? Efeitos? Prazo? Somente a própria Administração Pública (Judiciário apenas os seus próprios atos na sua função atípica de administrar) Quando o ato for legal, porém inconveniente e inoportuno (controle de mérito) Ex nunc (não regroage) ------------------- ANULAÇÃO (invalidação) REVOGAÇÃO Retirada de atos inválidos, com vício, ilegais. Retirada de atos válidos, sem qualquer vício. Opera retroativamente, resguardados os efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé. Efeitos prospectivos: não é possível revogar os atos que já tenham gerado direito adquirido. Pode ser efetuada pela administração, de ofício ou provocada, ou pelo Judiciário, se provocado. Só pode ser efetuada pela própria administração que praticou o ato. A anulação de ato com vício insanável é um ato vinculado. A anulação de ato com vício sanável que fosse passível de convalidação é ato discricionário. A revogação é um ato discricionário. EX NUNC PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 10 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos” Súmula 473, STF: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Lei nº 9784/99 Lei do Processo Administrativo CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Atenção!! Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciárioda União, quando no desempenho PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 11 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br de função administrativa. Ex. Quando o Judiciário vai abrir uma licitação (função administrativa), deverá obedecer a Lei nº 8666/93, assim como os preceitos estabelecidos nesta Lei. Ex. Quando um servidor do Legislativo requer concessão de férias. Também deverá obedecer as regras do Processo Administrativo Federal aqui tratadas, além das regras da Lei nº 8112/90. Por outro lado, não se aplicam estas regras aos Estados e Municípios. § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Como nós já estudamos os princípios da Administração Pública na aula 01, farei aqui uma rápida revisão: Legalidade: a Administração só pode fazer aquilo que a Lei autoriza. Finalidade: é uma vertente do princípio da impessoalidade, que impõe que o administrador pratique o ato para seu fim legal, o interesse público. O princípio da impessoalidade pode ser visto sob dois aspectos: a) qualquer ato da Administração Pública deve zelar pelo interesse público nunca pelo PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 12 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br interesse pessoal do agente público; b) os atos são imputados à entidade a que se vincula o agente público, não a ele próprio. Motivação: exige que a Administração Pública fundamente todos seus atos adequadamente, sempre vinculando o ato aos motivos apresentados. Ainda que o ato discricionário esteja entre as exceções de obrigatoriedade de motivação, segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, o motivo alegado vincula-se ao ato: se aquele for falso ou inexistente, o ato será nulo. Razoabilidade e Proporcionalidade: a Administração na prática dos seus atos deve buscar sempre a adequação entre os meios e os fins, considerando-se todas as situações e circunstâncias que afetem a solução. Moralidade: diz respeito à moral interna da instituição, que deve pautar os atos dos agentes públicos, como complemento à lei. Os atos devem ser, além de legais, honestos e conformes aos bons costumes e à boa administração. Ampla defesa: o acusado pode usar todos os meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusive manter-se calado (art. 5º, LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si. Princípio do contraditório: com previsão no mesmo inciso LV do art. 5º da CF/88, traduz a garantia que todos têm de poder contradizer tudo que se alega em seu desfavor. Segurança jurídica: garante-se estabilidade nas relações jurídicas, não passíveis de alteração aleatória pela Administração Pública, mas apenas dentro das possibilidades e prazos legais de alterações. Veda novas interpretações por parte do Poder Público. Supremacia do interesse público: princípio basilar da Administração Pública, que deve ser observado tanto pelo legislador, no momento de produzir a lei, quanto pelo administrador, quando de sua execução. O interesse público é indisponível, tendo o agente público o poder-dever de agir de acordo com esse princípio. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 13 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Eficiência: busca a otimização dos procedimentos em qualquer ação da Administração Pública, que deve ser rápida, útil, econômica, voltada para o alcance dos melhores resultados possíveis. Qualidade x economicidade. Oficialidade: o processo administrativo pode ser instaurado de ofício, ou seja, por iniciativa da Administração, independentemente de provocação do administrado. Ademais, cumpre a Administração o impulso do processo (o chamado impulso oficial, previsto no art. 2º, parágrafo único, inciso XII). Informalismo: o processo administrativo não está sujeito a formas rígidas. Isso não significa, porém, ausência absoluta de forma, pois forma sempre há, até porque o processo é escrito. No processo administrativo, o formalismo somente deve existir quando seja necessário para atender ao interesse público e proteger os direitos dos particulares. Gratuidade: em regra, não existem os ônus característicos do processo judicial, tais como custas, ônus de sucumbência, honorários e outros. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa- fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 14 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 15 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvoquando obrigatória a representação, por força de lei. A possibilidade de atuar no processo sem advogado é decorrência do princípio do informalismo. Na Súmula Vinculante 5, o STF explicita a possibilidade de o interessado atuar sem advogado nos processos administrativos, mesmo nos processos que possam resultar em sanções. Segundo a orientação firmada no STF, o simples fato de não ser feita a defesa do administrado por um advogado (desde que não haja exigência legal) não ofende, por si só, os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. SV5 – A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 16 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO IV DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. O processo pode ser iniciado pela própria administração (de ofício) – decorrência do princípio da oficialidade, ou mediante provocação do interessado (a pedido). Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 17 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO V DOS INTERESSADOS Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 18 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 19 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br COMPETÊNCIA No Direito Administrativo não basta capacidade; é necessário também que o sujeito tenha competência; Decorre da lei; É inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros; Pode ser objeto de delegação ou avocação; Não é possível delegar: (Lei nº 9.784/99, art. 13) 1 – edição de atos de caráter normativo; 2 – decisão de recurso administrativo; 3 – matéria de competência exclusiva de órgão ou autoridade. O que é delegar? Corresponde ao repasse de atribuições administrativas de responsabilidade do superior para o subalterno (mantendo-se aquele competente), É Improrrogável, ou seja, o agente incompetente hoje continuará sendo sempre, exceto por previsão legal expressa em sentido contrário. É Imprescritível, ou seja, ela continua a existir, independente de seu não uso Esse Art. 13 não cai nas provas, despenca!! Decorar!! Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 20 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 21 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO VII DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se desta forma de atuar, sendo a omissão desta comunicação uma falta grave para efeitos disciplinares. A diferença fundamental entre impedimento e suspensão reside no fato de que, no primeiro caso, a autoridade não poderá atuar. Já no caso de suspeição, poderá a mesma não acatar os argumentosdo interessado de seguir atuando normalmente. Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO VIII DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 22 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização. CAPÍTULO IX DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 23 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 1o A intimação deverá conter: I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II - finalidade da intimação; III - data, hora e local em que deve comparecer; IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 24 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. CAPÍTULO X DA INSTRUÇÃO No âmbito administrativo, a instrução ocorre de ofício (princípio da oficialidade). No entanto, tal princípio não impede que o administrado proponha a prática de atos necessários ou úteis ao bom andamento da instrução. Assim, durante a instrução deverão ser enviados todos os esforços, por iniciativa oficial ou por provocação do interessado, necessários à elucidação dos fatos pertinentes ao processo, desde que, evidentemente, não se utilizem provas obtidas por meios ilícitos, inadmissíveis também nos processos administrativos. Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 25 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais. Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35. Quando necessária à instruçãodo processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 26 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 27 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 28 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO XI DO DEVER DE DECIDIR Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir. É possível a prorrogação por igual período, desde que expressamente motivada. Esse é um prazo dito impróprio, ou seja, aquele que não gera conseqüências processuais. Assim o julgamento fora do prazo não implica nulidade do processo. Não seria razoável anular todo o processo se a decisão fosse proferida após o decurso dos 30 (trinta) dias concedidos à autoridade. Será ele perfeito, porém o responsável pela demora poderá ser punido, se caracterizada alguma infração disciplinar, como a desídia. Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 29 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. Princípio da motivação: A Administração Pública deve motivar os seus atos, ou seja, demonstrar os motivos pelos quais está agindo de determinada maneira, para conhecimento e garantia dos administrados, que assim terão a possibilidade de contestar o motivo alegado pela Administração, caso discordem do mesmo. A Lei nº 9.784/99 trouxe de forma expressa o princípio da motivação em seu art. 2º, segundo o qual nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. A referida Lei em seu art. 50, § 1º, permitiu a denominada motivação aliunde ou per relationem, segundo a qual a concordância com fundamentos anteriores, informações, decisões ou propostas já é considerada motivação do ato administrativo. Opõe-se a chamada motivação contextual em que os fundamentos de fato e de direito estão indicados no próprio contexto do ato, não havendo remissão à motivação externa. Dessa forma, não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém decisão com base em parecer de consultoria jurídica, sem maiores considerações. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos deanteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 30 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO XIII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 31 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. Essa é a possibilidade de convalidação expressa, desde que não acarrete lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros. Assim, nos termos do art. 54 da mesma Lei, eventual ato administrativo viciado, de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, que não seja anulado no prazo decadencial de cinco anos, contados da data em que foram praticados, estará convalidado tacitamente, não podendo mais ser alterado, salvo comprovada má-fé. Quais são os requisitos pra convalidar? 1 – não acarretar lesão ao interesse público; 2 – não haver prejuízo a terceiros; 3 – ato com defeito sanável Quem convalida? A própria Administração Quais são os efeitos? Ex tunc, retroage. Quais elementos do ato podem ser convalidados? A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados. A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental à validade do ato. Se a lei estabelecia uma forma determinada, não há como tal elemento ser convalidado. Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que não sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegação ou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva, pode o superior ratificar o ato praticado por subordinado incompetente. Se o ato não for convalidado, o que acontecerá com ele? Será anulado! PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 32 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br CAPÍTULO XV DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. SV 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. No máximo haverá dois recursos hierárquicos (um contra a primeira decisão, que leva o processo para a segunda instância, e outro contra a decisão proferida nessa segunda instância, que remete o processo para a terceira instância). É chamado recurso hierárquico porque a autoridade competente para apreciá-lo é a autoridade hierarquicamente superior à que proferiu a decisão recorrida. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 33 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Somente possui, portanto, o denominado efeito devolutivo. Significa que a administração não fica impedida de praticar o ato que esteja sendo alvo de impugnação administrativa pelo particular, nem os efeitos desse ato são sustados pela instauração ou pelo curso do processo administrativo, vale dizer, as impugnações e recursos administrativos, como regra, não suspendem a executoriedade do ato contra o qual se dirigem. Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 34 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que,no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - após exaurida a esfera administrativa. § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 35 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Se o administrado entender que houve violação a enunciado de súmula vinculante, poderá ajuizar reclamação perante o STF, desde que, antes, tenha esgotado as vias administrativas. Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. ATENÇÃO!!! A Lei 9784/99 adotou regra distinta para a possibilidade de aplicação da chamada reformatio in pejus. Ela é permitida nos recursos administrativos em geral, mas é vedada especificamente na revisão dos processos de que resultem sanções. CAPÍTULO XVI DOS PRAZOS Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 36 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. CAPÍTULO XVII DAS SANÇÕES Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 37 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Como se denota do texto retro reproduzido, buscou o legislador aplicar as prerrogativas a que fazem jus os idosos, nos termos da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), que os define como sendo aqueles com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art. 1º), e da CF/88, art. 230. Fez incluir também os deficientes (Lei nº 7.853/1989) e as pessoas portadoras de doenças graves. § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 38 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Vamos treinar? Como fizemos na aula 1, seguiremos mesclando a nossa banca, VUNESP, com a FCC. “Ai, profa........só quero fazer questões VUNESP!” Gente, não dá... a VUNESP tem poucas questões, então eu sempre trago questões FCC (que tem um perfil muito parecido com a VUNESP) para que a gente possa treinar bem. Agora é com vocês! Lista de questões 1 – (VUNESP/TJ-MG/Juiz/2012) Analise as afirmativas a seguir: O Poder Judiciário pode exercer o controle dos atos administrativos, quer no que tange à conformidade dos elementos vinculados com a lei (controle de legalidade stricto sensu) quer no que toca à compatibilidade dos elementos discricionários com os princípios constitucionalmente expressos (controle da legalidade lato sensu), decretando sua nulidade, se necessário) PORQUE são elementos do ato administrativo o sujeito, a forma, o objeto, o motivo e a finalidade. Assinale a alternativa correta: a) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira b) A segunda afirmativa é falsa e a primeira é verdadeira. c) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP39 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br 2 – (VUNESP/TJ-SP/Notário/2011) A anulação dos atos administrativos pela própria administração pública representa a forma normal de invalidação de atividade ilegítima do poder público. Em que se funda essa faculdade? a) Em razão de conveniência e oportunidade. b) No poder de autotutela do Estado. c) No poder arbitrário da administração. d) No poder de fiscalização hierárquica. 3 – (VUNESP/MPE-SP/Analista/2010) A competência para o ato administrativo: a) Se presume. b) Pode, via de regra, ser delegada por lei. c) Pode ser objeto de renúncia. d) É o mesmo que capacidade. e) não é de exercício obrigatório. 4 – (VUNESP/TJ-SP/Juiz/2008) Em relação ao controle do ato administrativo, é correto afirmar que: a) a revogação do ato administrativo legal e eficaz compete apenas à Administração Pública e produzirá efeito ex nunc. b) a anulação do ato administrativo legal e eficaz compete apenas à Administração Pública e produzirá efeito ex tunc. c) a revogação pode ser declarada tanto pela Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário, quando provocado. d) a existência de ilegalidade sempre é pressuposto da revogação do ato administrativo. 5 – (VUNESP/OAB-SP/2007) Sobre os atos administrativos discricionários, é incorreto afirmar que: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 40 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br a) são resultados da liberdade de atuação do administrador nos limites traçados pela lei. b) são objetos de controle de legalidade pelo Poder Judiciário. c) são atos arbitrários, praticados pelo administrador com base em seu Poder de Polícia. d) têm no desvio de poder um dos limites a sua prática concreta. 6 - (FCC/TRT8/Analista/2010) A liberdade de escolha quanto à oportunidade e conveniência do ato administrativo praticado nos limites da lei insere-se no âmbito da (A) arbitrariedade. (B) discricionariedade. (C) vinculação. (D) imperatividade. (E) regulamentação. 7 - (FCC/TRT8/Analista/2010) Utilizando documentos falsos, um cidadão consegue autorização para desenvolver atividade comercial para a qual é obrigatória a autorização para o exercício de sua atividade. Constatada a irregularidade e, portanto, verificada a nulidade do ato administrativo de autorização, esse ato (A) pode ser anulado pela própria Administração independentemente de provocação. (B) não pode ser anulado pela Administração se não houver pedido de terceiros prejudicados. (C) pode ser revogado pelo Poder Judiciário se for provocado por qualquer cidadão. (D) pode ser revogado pela Administração se ficar provado dolo do funcionário responsável pela concessão da autorização. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 41 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br (E) não pode ser anulado por iniciativa da Administração, que deverá pleitear a anulação no Poder Judiciário. 8 - (FCC/TRT9/Analista/2010) Analise as seguintes assertivas acerca dos atos administrativos: I. A competência administrativa, sendo requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável pela vontade dos interessados. Pode, entretanto, ser delegada e avocada, desde que o permitam as normas reguladoras da Administração. II. A forma é o revestimento que exterioriza o ato administrativo e consiste, portanto, em requisito vinculado. Logo, a inexistência da forma, vicia substancialmente o ato, tornando-o passível de nulidade. III. Convalidação consiste no suprimento da invalidade de um ato administrativo e pode derivar de ato da Administração ou de ato do particular afetado pelo provimento viciado, sendo que, nesta hipótese, não terá efeitos retroativos. IV. Caso a Administração revogue várias autorizações de porte de arma, invocando como motivo o fato de um dos autorizados ter se envolvido em brigas, referida revogação só será válida em relação àquele que perpetrou a situação fática geradora do resultado do ato. Está correto o que consta APENAS em (A) I e IV. (B) I, III e IV. (C) II e III. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 42 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br (D) I, II e III. (E) II e IV. 9 - (FCC/TRT22/Analista/2010) No que diz respeito ao elemento motivo dos atos administrativos, é INCORRETO afirmar: (A) O motivo, sempre está expresso na lei, não podendo ser deixado ao critério do administrador. (B) No ato de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele praticou. (C) A ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo. (D) Motivação é a exposição ou indicação dos motivos, ou seja, demonstração por escrito dos fatos e fundamentos jurídicos do ato. (E) Quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros. 10 - (FCC/TRT22/Analista/2010) Sobre a revogação e anulação dos atos administrativos, é correto afirmar que: (A) a revogação pode ser feita pelo Judiciário e pela própria Administração, mas a anulação compete apenas ao Poder Judiciário. (B) a revogação atinge um ato administrativo não editado em conformidade com a lei. (C) a revogação opera efeitos ex tunc, enquanto a anulação produz efeitos ex nunc. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 43 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br (D) a revogação poderá ocorrer mesmo se o ato administrativo já produziu seus efeitos. (E) não podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos. 11 - (FCC/TJ-PI/Analista/2009) Quanto aos requisitos de validade do ato administrativo, considere: I. O conteúdo do ato corresponde ao seu efeito jurídico. II. O objeto do ato deve ser formal, motivado, lícito ou ilícito, possível e determinado. III. Motivo é o pressuposto de fato e de direito que autoriza a Administração a praticar um ato administrativo. IV. Sujeito é o agente público ou particular que possui competência para praticar o ato de administração. É correto o que consta APENAS em (A) I e IV. (B) III e IV. (C) I e III. (D) II e III. (E) II e IV. 12 - (FCC/TCE-AL/Procurador/2008) Dizer que determinado ato administrativo é discricionário equivale a afirmar que se PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 44 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br (A) trata de ato praticado conforme juízo de oportunidade e conveniência do administrador, inadmitindo controle de legalidade pelo Poder Judiciário. (B) trata de ato praticado em decorrência de escolha de oportunidade e conveniência do administrador diante de duas ou mais soluções possíveis dentro do contexto de legalidade. (C) trata de ato praticado em decorrência de determinação legal, não havendo possibilidade de escolha por parte do administrador, o que possibilita o controle judicial em relação a todos os aspectos. (D) está diante de opção do administrador de praticar ou não o ato, o que autoriza, como garantia ao administrado, controle de mérito da opção pelo Poder Judiciário. (E) está diante de ato praticado conforme juízode oportunidade e conveniência do administrador apenas diante das opções expressamente previstas em lei, o que, portanto, possibilita controle de legalidade pelo Poder Judiciário. 13 - (FCC/SEFAZ-SP/Fiscal/2009) Sobre validade dos atos administrativos, considere: I. Nos atos discricionários, será razão de invalidade a falta de correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do ato, tendo em vista sua finalidade. II. A indicação de motivos falsos para a prática do ato, mesmo para os casos em que a lei não exija sua motivação, implica a invalidade do ato. III. A Administração poderá convalidar seus atos inválidos quando a invalidade decorrer de vício de competência, desde que a convalidação seja feita pela autoridade titulada para a prática do ato e não se trate de competência indelegável. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 45 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) I e III, apenas. (D) I, II e III. (E) I e II, apenas. 14 - (FCC/TJ-AP/Analista/2009) Nos termos da legislação federal aplicável à matéria dos atos administrativos, (A) a Administração deve revogar seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode anulá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. (B) apenas ao Judiciário compete anular atos da Administração, quando eivados de vício de legalidade, cabendo à própria Administração revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. (C) a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, posto que deles não decorrem direitos adquiridos. (D) a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. (E) a própria Administração ou o Judiciário devem revogar atos da Administração, por motivo de conveniência ou oportunidade, competindo PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 46 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br apenas ao Judiciário anulá-los por vício de legalidade, situação em que deles não decorrem direitos adquiridos. 15 - (FCC/TJ-AP/Analista/2009) A situação na qual a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato administrativo, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido caracteriza o vício dito pela Lei (A) ilegalidade do objeto. (B) desvio de finalidade. (C) desvio de poder. (D) inexistência dos motivos. (E) ausência de motivação. 16 - (FCC/TJ-AP/Técnico/2009) Suponha que um servidor público pratique um ato, de boa-fé, fundamentando tal ato na ocorrência de um fato, fato esse que, posteriormente, se comprove não ter existido. Essa situação caracteriza o que a lei chama de (A) desvio de finalidade, que constitui um vício do ato administrativo. (B) inexistência dos motivos, que constitui um vício do ato administrativo. (C) ilegalidade do objeto, que constitui um vício do ato administrativo. (D) incompetência, que não necessariamente constitui um vício do ato administrativo. (E) falta de motivação, que não necessariamente constitui um vício do ato administrativo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 47 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br 17 - (FCC/TJ-PA/Técnico/2009) A anulação e a revogação do ato administrativo sujeitam-se às seguintes regras: (A) A anulação do ato administrativo não pode ser decretada se o ato for vinculado. (B) A revogação do ato administrativo produz efeito ex tunc; a anulação efeito ex nunc. (C) Revogação é a supressão de um ato administrativo por ser ilegítimo e ilegal. (D) Todo e qualquer ato administrativo pode ser revogado. (E) Ato administrativo emanado do Poder Executivo pode ser anulado pela própria Administração, de ofício ou a requerimento do interessado, ou pelo Poder Judiciário, nesta última hipótese. 18 - (FCC/TJ-SE/Técnico/2009) A anulação do ato administrativo emanado do Poder Executivo pode ser feita (A) unicamente por provocação do interessado. (B) pelo Ministério Público. (C) pelo Poder Legislativo. (D) quando não for mais conveniente ou oportuna a sua manutenção. (E) pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. 19 - (FCC/TRE-PI/Técnico/2009) A competência, como um dos requisitos do ato administrativo, é PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 48 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br (A) transferível. (B) renunciável. (C) de exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos. (D) modificável por vontade do agente. (E) prescritível. 20 - (FCC/TRT-20/Analista/2011) Os atos administrativos a) discricionários não podem ser objeto de anulação. b) vinculados podem ser objeto de revogação. c) ilegais não podem ser objeto de convalidação. d) ilegais não podem ser objeto de revogação. e) vinculados não podem ser objeto de anulação. 21 - (FCC/TRT-20/Técnico/2011) Sobre os atos administrativos analise as seguintes assertivas: I. Convalidação é o ato jurídico que sana vício de ato administrativo antecedente de tal modo que este passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento. II. A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivos de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciação judicial. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 49 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br III. Revogação é o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência, e terá efeitos ex tunc. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II. d) II e III. e) III. 22 - (FCC/TRE-AP/Analista/2011) Analise as seguintes assertivas sobre os requisitos dos atos administrativos: I. O objeto do ato administrativo é o efeito jurídico imediato que o ato produz. II. Quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só será válido, se os motivos forem verdadeiros. III. O requisito finalidade antecede à prática do ato. Está correto o que se afirma em a) III, somente. b) I e II, somente. c) I e III, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO DO DETRAN/SP 50 Profa. Patrícia Carla www.pontodosconcursos.com.br 23 - (FCC/TRE-AP/Técnico/2011) Considere a seguinte hipótese: o município desapropria um imóvel de propriedade de desafeto do Chefe do Executivo com o fim predeterminado de prejudicá-lo. O exemplo narrado a) caracteriza hipótese de vício no objeto do ato administrativo. b) corresponde a vício de forma do ato administrativo. c) corresponde a vício no motivo do ato administrativo. d) corresponde a desvio de finalidade. e) não caracteriza
Compartilhar