Buscar

Fisioterapia no Joelho: Lesões e Patologias

Prévia do material em texto

Fisioterapia nos acometimentos do 
joelho 
Prof.ª Alessandra Paiva de Castro Vidal 
Fisioterapia na Saúde do Adulto I 
UFES 
Joelho 
Joelho 
ALL: Ligamento anterolateral 
LCL: Ligamento colateral lateral 
POP: Ligamento poplíteo 
Meniscos 
 Funções: 
 
 Transmissão de força 
 Absorção de choque 
 Estabilização articular 
 Nutrição da cartilagem 
 Lubrificação articular 
Lesão meniscal 
 Lesão do menisco medial é 20x mais frequente 
que a do menisco lateral. 
 Mecanismos de lesão 
 Traumático: Força rotacional de grande magnitude com 
o joelho em flexão. 
 Degenerativo. 
 
Lesão meniscal 
Lesão vertical Lesão oblíqua 
Lesão horizontal Complexo degenerativo 
Lesão meniscal 
 Sintomas: 
 Dor ao agachar, ao se movimentar após um 
repouso prolongado, ou durante longas 
caminhadas. 
 Bloqueios articulares. 
 
 Exame clínico: 
 Palpação dolorosa da interlinha articular. 
 Pode haver atrofia do quadríceps e derrame 
articular. 
 
Lesão meniscal 
 Testes especiais 
 Teste de McMurray 
 Para menisco medial: extensão do joelho com RE, 
palpando-se a interlinha póstero-medial. (+) estalido. 
 Para menisco lateral: extensão do joelho com RI, 
palpando-se a interlinha póstero-lateral. (+) estalido. 
Lesão meniscal 
 Testes especiais 
 Teste de compressão de Apley 
 Compressão com RE e RI: dor na interlinha. 
 A dor alivia com a tração. Se persistir, a lesão está 
limitada às estruturas ligamentares. 
Lesão meniscal 
 Tratamento clínico 
 Conservador 
 Indicado nas lesões menores que 1cm e estáveis. 
 Cirúrgico 
 Sutura do menisco com ou sem uso de coágulo de 
fibrina (lesão periférica) 
 Indicação: área maior que 1cm, periferia do menisco. 
 Meniscectomia (lesão central): retirada do menisco. 
 Meniscoplastia: substituição completa do menisco. 
 
Menisco sintético 
 Diretrizes para a reabilitação pós-cirúrgica 
de reparo meniscal. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. Femoropatelar 
 
 Posição de repouso: extensão. 
 Posição de aproximação máxima: flexão. 
 
Art. Femoropatelar 
 Tensão femoropatelar durante 
movimentação ativa com carga: 
 
 Em cadeia cinética fechada (volta do 
agachamento): menor estresse femoropatelar 
de 30º a 0º. 
 
 Em cadeia cinética aberta (extensora): menor 
estresse femoropatelar de 90º a 60º. 
 
Instabilidade patelar 
Localização anormal da patela levando 
a um aumento da pressão no 
contato com o fêmur. 
 
 Patela alta: 
 Torção pélvica: ilíaco posterior 
 Rigidez dos IQS e do reto femoral 
 Entorses de tornozelo 
 Traumatismos 
 
 Patela lateralizada: 
 Rigidez do tensor da fáscia lata 
 Redução da função estabilizadora do vasto 
medial oblíquo e dos póstero-laterais do 
quadril 
 Valgismo 
 Alterações do ângulo Q do joelho 
Instabilidade patelar 
 Ângulo Q 
Normal: 
Em homens: até 10º 
Em mulheres: até 15º 
Linhas: 
EIAS à patela e 
tuberosidade tibial 
anterior à patela 
Instabilidade patelar 
 Lateralização da patela após lesão do joelho 
 
 ↑ Rigidez de TFL 
 Inibição muscular reflexa é mais intensa no VMO: são 
necessários 20 a 30 ml de líquido intra-articular para inibir o VMO 
enquanto são necessários 50 e 60 ml para inibir a atividade do vasto 
lateral. 
 Relação de força entre VMO e vasto lateral é de 1:1. Em 
joelhos com dor patelo-femoral: 
 Relação VMO / vasto lateral é menor do que 1:1 (VMO mais fraco). 
 Atividade do VMO adquire uma natureza fásica, ao invés de tônica. 
Instabilidade patelar 
 TESTE DE APREENSÃO PARA DESLOCAMENTO E 
SUBLUXAÇÃO DA PATELA 
 
 Compressão e deslocamento medial são dolorosos. 
 
 Deslocamento lateral gera apreensão do paciente e 
contração protetora do quadríceps. 
Instabilidade patelar 
 Princípios na intervenção fisioterápica 
 
 Redução da rigidez de TFL, Reto femoral e IQS 
 Recrutamento do vasto medial oblíquo. 
 Desestabilização em CCF. 
 Ext de joelho associada à RI da tíbia, ou adução do quadril 
ou RE do quadril. (Falta evidência científica!) 
 Atentar para o tipo de treinamento: movimento e força versus 
estabilização! 
 Recrutamento dos póstero-laterais 
 Abd + extensão +RE. 
 Desestabilização em CCF. 
 
 
Instabilidade patelar 
 Princípios na intervenção fisioterápica 
 
 Precauções: 
 Em cadeia cinética aberta é mais seguro de 90° a 50° e de 
10º a 0°. 
 Em cadeia cinética fechada, mais seguro de 50° a 0°. 
 Normalização da mobilidade patelar 
 Massagem transversa no retináculo lateral. 
 Liberação miofascial do TIT. 
 Mobilização articular / taping. 
Condromalácia femoropatelar 
 Patologia crônica degenerativa da 
cartilagem articular da superfície posterior 
da patela e dos côndilos femorais. 
Condromalácia femoropatelar 
 Graus 
 
I - amolecimento da cartilagem e 
edema. 
II - fragmentação de cartilagem 
ou fissuras com diâmetro 
<1,3cm. 
III - fragmentação ou fissuras com 
diâmetro >1,3cm. 
IV - erosão ou perda completa da 
cartilagem articular, com 
exposição do osso subcondral. 
Condromalácia femoropatelar 
 Causas 
 Aumento do ângulo Q 
 Desequilíbrio muscular 
 Overuse 
 Patela alta 
 Rotação externa da tíbia 
 Falta de flexibilidade dos IQS, Gastrocnêmio, 
Sóleo, Trato Íliotibial, quadríceps. 
 Pé varo ou pé valgo. 
 Displasia de tróclea e displasia de patela. 
Condromalácia femoropatelar 
 Sinal de Zohler 
 Joelho fl 30º. Patela empurrada para cima. 
Contração isométrica de quadríceps. 
 (+) dor 
 
Condromalácia femoropatelar 
 Sinal de Clarke 
 Joelho estendido. Pressão sobre a borda da patela. O 
paciente é solicitado a contrair o quadríceps. 
 Positivo: dor retropatelar. 
Condromalácia femoropatelar 
 Fisioterapia 
 
 Tratamento dos sintomas. 
 
 Correção do desalinhamento da patela 
 Fortalecimento e ativação do VMO 
 Correção dos desequilíbrios musculares 
 Bandagem funcional da patela 
 Estimulação elétrica seletiva (?) 
Síndrome do coxim adiposo 
 “Síndrome de Hoffa” 
 Inflamação e hipertrofia do coxim adiposo infrapatelar 
secundárias ao impacto entre os côndilos femorais e os 
platôs tibiais durante a extensão. 
Síndrome do coxim adiposo 
Normal Hipertrofia do 
coxim adiposo 
Síndrome do coxim adiposo 
 Causas: trauma direto, overuse. 
 Sintomas: 
 Dor anterior no joelho abaixo do pólo inferior 
da patela, exacerbada na hiperextensão. 
 Edema e sensibilidade à palpação. 
 Testes 
 Palpação em ambos os lados do tendão patelar 
durante a extensão do joelho: (+) dor. 
 Hiperextensão passiva. 
Síndrome do coxim adiposo 
 Fisioterapia 
 Medidas antiinflamatórias: repouso, gelo, ionto 
ou fonoforese. 
 Taping 
 Órteses: elevação do calcanhar. 
Tendinopatia patelar 
 Frequente em esportes com saltos (volei, basquete, atletismo) 
 Dor à palpação e déficit funcional. 
 Testes: 
 Squat test: Dor no agachamento em plano inclinado 
descendente (30º). 
 Teste do joelho de saltador: dor durante a contração 
isométrica do quadríceps. 
 
Tendinopatia patelar 
 Peritendinite: inflamação do peritendão. Causa de dor na 
fase aguda. 
 Alterações histológicas da Tendinopatia: degeneração do 
colágeno, com desorientação das fibras, aumento de 
substância mucóide e ausência de células inflamatórias dentro 
do tendão (= Tendinose: degeneração do tendão sem sinais 
clínicos ou histológicos de processo inflamatório). Sinais: hipotrofia da coxa (pp. Vasto medial oblíquo) e, às 
vezes, da perna. 
Tendinopatia patelar 
 Fisioterapia: 
 Repouso (interrupção de esporte, sem imobilização). 
 Crioterapia (?) 
 Laser: aumenta a produção de colágeno. 
 Fortalecimento excêntrico e exercícios pliométricos: 
melhoram função musculotendínea. 
 Treino de flexibilidade, padrão motor, 
propriocepção, resistência e progressão gradual. 
 Orientação: aterrissagem com maior dissipação de 
energia. 
Tendinopatia patelar 
 
Tendinopatia patelar 
 Dor tolerável durante exercícios. 
ENADE 2010 
Um menino de 8 anos de idade apresenta dor na região da epífise de 
crescimento do joelho direito e aumento do volume do tubérculo 
tibial. O exame radiológico demonstra uma epifisite em toda a 
região, com irregularidade no contorno ósseo. 
 
Com base na situação e na análise 
radiográfica apresentada, a tarefa para a 
qual existe restrição de movimentos 
desse menino é: 
 
A) subir e descer escadas. 
B) andar de bicicleta em superfície plana. 
C) nadar (modalidade crawl). 
D) deambular em superfície plana. 
E) permanecer sentado em frente ao 
computador. 
Síndrome anserina 
 Dor na região ínferomedial do joelho. 
Vista medial do joelho 
Origem: 
 
•Tendinose da Pata 
de ganso (tendões do 
semitendinoso, grácil e 
sartório). 
e/ou 
•Bursite anserina. 
 
Síndrome anserina 
 Etiologia 
 
 Trauma. 
 Encurtamento de IQS. 
 Exostose óssea. 
 Lesão do menisco 
medial. 
 Joelho valgo. 
 Pé plano. 
 
 
 
 Predisposição 
 
 Mulheres com 
sobrepeso. 
 Atletas corredores de 
longa distância. 
 Diabetes Mellitus. 
 Artrite reumatóide. 
 Osteoartrite. 
Síndrome anserina 
 Diagnóstico clínico 
 
 Dor na face medial do joelho (± 5cm abaixo da 
interlinha articular) ao subir e descer escadas. 
 
 Sensibilidade à palpação. 
 
 Ocasionalmente, edema. 
 
Síndrome anserina 
 Fisioterapia 
 
 Medidas analgésicas e antiinflamatórias 
 TENS, Crioterapia, Laser, kinesio taping... 
 
 Reduzir rigidez do mm. da pata de ganso (↓ 
pressão sobre a bursa). 
 
 Fortalecimento dos mm. da pata de ganso e VMO. 
 Identificar desequilíbrios e déficits musculares e corrigi-los. 
 
 Evitar formação de aderências 
 Massagem transversa, US, alongamento e contração 
muscular. 
 
 Evitar recidivas 
 Perda de peso, tto de diabetes, correção postural (pé plano, 
joelho valgo). 
Síndrome do trato iliotibial 
 Lesão por sobrecarga, causada pela fricção do 
trato iliotibial (fáscia lata) no epicôndilo femoral 
lateral (30º fl joelho). 
Síndrome do trato iliotibial 
 Fatores associados: 
 
 Maratonistas, ciclistas 
 Discrepância de MMII (+ no lado 
mais curto). 
 Fadiga 
 Epicôndilo lateral do fêmur 
proeminente 
 Joelho varo 
 Torção tibial interna 
 Pé cavo 
 Fisioterapia 
 
 Correção de atividades desencadeantes 
 Fortalecimento dos abdutores de quadril 
 Inibição muscular do TFL 
 Alongamento do trato iliotibial 
 Medidas analgésicas e antiinflamatórias 
Síndrome do trato iliotibial 
Caso clínico 2 
 Marcelo, 17 anos, atleta, sofreu uma luxação traumática 
externa da patela durante uma partida de futebol (lesão em 
flexão e RI do joelho). A redução da luxação foi feita 
espontaneamente com a extensão do joelho, poucos 
minutos depois. O atleta permaneceu com dor desde o 
trauma e um derrame articular se instalou em poucas 
horas. Consultou um médico que optou por tratamento 
conservador e fisioterapia. Foi encaminhado para a 
reabilitação no 4º dia com diagnóstico de lesão parcial do 
retináculo patelar medial e órtese de contensão patelar (7 
dias). 
 Ao exame: dor durante compressão patelar, agachamento 
(>45º fl) e palpação medial da patela. Edema periarticular 
(sinal da tecla) e calor local. 
 
Caso clínico 3 
 José Augusto, 68 anos, engenheiro aposentado. Vem 
sentido dor insidiosa na região medial do joelho há 2 
meses. Há 3 dias, passou um final de semana no sítio, 
onde executou algumas “tarefas pesadas”, como 
transporte de madeira. No dia seguinte, a dor piorou 
e ele procurou um médico. Com o exame clínico, o 
médico o diagnosticou com lesão meniscal, sem 
instabilidade articular e o encaminhou à fisioterapia 
para tratamento conservador. 
 Ao exame: dor à palpação na interlinha articular 
medial e aumento de temperatura. O paciente relata 
piora da dor ao ficar de pé, após um longo período 
sem descarga de peso.

Continue navegando