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SEGUNDA PROVA DE ESTUDOS CR TICO TE RICOS DE LITERATURA I PROFESSORA L VILA

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Universidade Católica de Brasília
Curso de Letras
Estudos Crítico-Teóricos de Literatura I
Professora Lívila Pereira Maciel (livila@ucb.br ; livilamaciel@gmail.com )
Aluna: Bruna Cristina da Silva Miquetti
Matricula: UC13200902
Turma: 3ª feira/ Noturno
SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM
VALOR: 3,0
Conteúdo: Leitura das obras literárias: Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Sonhos de uma noite de verão, de William Shakespeare. Conceitos críticos da Teoria da Literatura.
Escreva um texto dissertativo (mínimo 20 linhas) que apresente suas reflexões a respeito da poeticidade  de uma (01) das duas obras supracitadas. Lembre-se de que para falar dos aspectos poéticos da obra e da sua relação com a realidade / sociedade, você deve usar os conceitos teóricos de “clássico”, “estranhamento”, “função poética”, “mimesis”, “poiesis”, “singularização”, advindos da Poética Clássica e do Formalismo Russo e correntes críticas que o desdobraram. Não se esqueça de dar um título ao seu texto.
A “4ª pessoa” criada por Graciliano Ramos
A obra Vidas Secas de Graciliano Ramos, leva o leitor a conhecer a seca que aflige o nordeste do país por um olhar diferente. Ao invés de fazer um relato detalhado da seca e seus efeitos nos personagens o autor optou por fazer justamente o oposto: ele leva o leitor ao interior da mente dos personagens e é a partir daí que a história é contada. Eis aí o motivo do título. O livro não é narrado em 1º pessoa, pois segundo Graciliano Ramos o pronome “eu” é um “pronomezinho irritante”. Também não é narrada em 3ª pessoa, pois em nenhum momento o ponto de vista do autor é colocado na história. É então criada uma 4ª pessoa, ou seja, uma voz interna de cada personagem que leva o leitor a conhecer seus pensamentos e sonhos. 
Com isso, Graciliano Ramos rompe com o censo comum e cria uma nova narrativa, dando voz aos personagens e consequentemente aos leitores que com eles se identificam. 
Graciliano Ramos torna o leitor próximo dos personagens, de forma que se sentem dentro da história e “íntimos” dos personagens, uma vez que é possível conhecer seus pensamentos e sentimentos, trazendo aí o conceito de verossimilhança.
A impressão passada no livro é de que os personagens “fazem” o livro e o autor torna-se um espectador de sua própria obra.
Trata-se de uma clássico da literatura brasileira por usa inovação, a identificação do leitor e por ser um livro que, mesmo escrito a muitos anos ainda hoje é totalmente atual. 
Podemos perceber também, que os personagens não se prendem ao presente ou ao passado em nenhum momento, eles estão sempre pensando no futuro, em uma vida melhor, e na realização dos seus desejos, assim como no conceito de poiesis que se importa com o realizável e não com o passado.
Ao sair do senso comum e apresentar uma nova narrativa, é possível identificar o conceito de estranhamento, ou seja, aquilo que convida a pensar de uma forma diferente através da arte.

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