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Administração Orçamentária 2016 Professor Alexandre Marino Costa Universidade Federal de Santa Catarina Pró-Reitoria de Ensino de Graduação Departamento de Ensino de Graduação a Distância Centro Socioeconômico Departamento de Ciências da Administração C837a Costa, Alexandre Marino Administração orçamentária / Alexandre Marino Costa. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2016. 122p. Inclui bibliografia Curso de Graduação em Administração, modalidade a Distância ISBN: 978-85-7988-137-4 1.Finanças públicas - Estudo e ensino. 2. Orçamento. 3. Investimen- tos. 4. Administração financeira. 5. Educação a distância. I. Título. CDU: 336 Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071 Copyright 2016. Todos os direitos desta edição reservados ao DEPTO. DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO (CAD/CSE/UFSC). 1ª edição 2011 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – CAPES DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA REITOR – Luis Carlos Cancellier de Olivo VICE-REITOR – Alacoque Lorenzini Erdmann PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO – Felício Wessling Margotti COORDENADOR UAB – Rogério da Silva Nunes CENTRO SOCIOECONÔMICO DIRETORA – Elisete Dahmer Pfitscher VICE-DIRETOR – Rolf Hermann Erdmann DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO CHEFE DO DEPARTAMENTO – Eduardo Lobo COORDENADORA DE CURSO – Gabriela Gonçalves Silveira Fiates COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS – Denise Aparecida Bunn SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS – Érika Alessandra Salmeron Silva DESIGN INSTRUCIONAL – Denise Aparecida Bunn Patrícia Regina da Costa PROJETO GRÁFICO – Annye Cristiny Tessaro DIAGRAMAÇÃO – Annye Cristiny Tessaro ILUSTRAÇÃO – Adriano S. Reibnitz REVISÃO DE PORTUGUÊS – Patrícia Regina da Costa Claudia Leal Estevão ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO – Alexandre Marino Costa Apresentação Caro estudante, Seja bem-vindo à disciplina Administração Orçamentária! Depois de participar desta disciplina, você estará habilitado a utilizar os orçamentos e as demonstrações financeiras projetadas como instrumentos de gestão estratégica, de planejamento integrado e de controle econômico-financeiro da empresa. Para tanto, elaboramos quatro Unidades de ensino, destacan- do primeiramente o processo orçamentário, pois entendemos que essa parte representa um processo administrativo importante de gestão fi- nanceira integrada, em que todas as demandas financeiras da empre- sa deverão estar alinhadas aos objetivos organizacionais. Em segui- da, apresentaremos nas Unidades 2 e 3 as fases do Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro, destacando o conjunto de orçamentos que inte- gram cada um dos ciclos e demonstrando a dinâmica e o sequenciamento de tais orçamentos. Por fim, na Unidade 4 nos con- centraremos no Plano de Resultados, orientando a análise dos núme- ros alcançados. Para melhor contextualizar os conteúdos da disciplina, formu- lamos um exercício de simulação orçamentária desenvolvido em planilhas eletrônicas Excel. Esse exercício é um exemplo de como po- demos construir as planilhas financeiras que integram o processo or- çamentário. Você já está na fase final do curso e certamente identificará conceitos de outras disciplinas, em especial os conceitos das discipli- nas Administração Financeira I e II, por isso, desejamos que você ex- plore ao máximo todos eles, enriquecendo suas reflexões e suas pro- posições quando chegar ao momento de realizar as atividades de apren- dizagem. Entendemos, ainda, que a vivência e a experiência de todos podem também enriquecer nossos estudos. Desejamos bons estudos e que você participe ativamente de nossa disciplina! Cordialmente, Professor Alexandre Marino Costa Sumário Unidade 1 – O Processo Orçamentário A Empresa como Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Mas o que é Planejar?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Como Elaborar Orçamentos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Princípios do Orçamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Preparação do Orçamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Montagem do Orçamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Monitoração do Orçamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Resumindo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Atividades de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Unidade 2 – Ciclo Operacional Ciclo Operacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Planejamento e Controle de Vendas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Tributação das Operações de Vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Política de Estoque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Custos dos Produtos Fabricados e dos Produtos Vendidos . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Estudo de Caso – Cia. Café Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Unidade 3 – Ciclo Financeiro Ciclo Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Orçamento de Investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Orçamento de Disponibilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Unidade 4 – Plano de Resultados Conclusão do Plano de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Aplicando para a Cia. Café Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Classificação Genérica de Relatório de Desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Análise das Variações Orçamentárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 Minicurrículo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Objetivo Nesta Unidade, você conhecerá a dimensão do processo orçamentário entendendo sua relação com os objetivos da organização e identificando uma estrutura básica para elaboração, montagem e monitoração desse processo. 1 UNIDADE O Processo Orçamentário 10 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 11Período 8UN ID AD E 1 A Empresa como Sistema Caro estudante, É com satisfação que iniciamos a disciplina Admi- nistração Orçamentária. Nesta primeira Unidade apresentaremos o processo orçamentário. Dentre os diversos tipos de orçamentos, vamos abordar o orçamento empresarial, particularmente em orga- nizações com características operacionais de ma- nufatura, ou seja, que desenvolvem processos pro- dutivos. Para tanto, demonstraremos o desenvolvi- mento orçamentário empresarial por meio de um exercício de simulação, ou estudo de caso, da empresa fictícia Cia. Café Brasil. Neste momento, você será instigado a pensar e a refletir a partir da leitura deste conteúdo. Para fa- cilitar seus estudos, recomendamos que você re- gistre as suas análises, as conexões que puder es- tabelecer entre teoria e prática, suas reflexões e conclusões, pois elas poderão orientá-lo na reali- zação das atividades, nos contatos com o tutor e nos debates com seus colegas. Estamos à disposi- ção para qualquer ajuda que você precisar. Bons estudos! e acordo com Lacombe (2004), sistema pode se entendido como um conjunto de objetivos unidos por alguma forma de interação ou de interdependência, desenvolvendo uma atividade ou fun- ção, para atingir um ou mais objetivos comuns ao conjunto. As empresas impõem regras para o desenvolvimento de suas atividades, mas também precisam obedecer às regras do ambiente em que estão inseridas – ambiente econômico, político-legal, natural, so- cial, tecnológico etc. – (KOTLER, 2000). Ou seja, a empresa está situ- ada em um ambiente social e interage com todo o sistema – outras empresas, consumidores, reguladores socioeconômicos etc. D 12 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 Figura 1: Ambiente social empresarial Fonte: Adaptada de Oliveira (2002) Observe a Figura 1 e imagine que o grande triângulo represen- ta a organização que você administra. Imagine que sua organização apresenta características de uma pequena empresa industrial, ou seja, que desenvolve um processo produtivo, de manufatura. Entendendo suas características, é possível identificar no am- biente externo outras organizações que se relacionam com sua orga- nização, por exemplo, empresas que fornecem os insumos para sua empresa, órgãos setoriais e governamentais que orientam e regulam as atividades de sua empresa, ou até mesmo outras organizações não governamentais que podem estabelecer parcerias no desenvolvimento de projetos sociais apoiados por sua empresa. Agora, pare e pense na responsabilidade de bem administrar sua organização, pois se sua empresa não alcançar os objetivos traçados outras organi- zações serão impactadas, seja pelo não fornecimento de um produto ao cliente ou, até mesmo, pelo não pagamento de uma fatura de empresa fornecedora. Precisamos conhecer muito bem os objetivos de nossa organi- zação e desenvolver as atividades da melhor forma, entendendo que o processo deve ser eficiente e cada vez mais eficaz. Dessa forma, po- demos conhecer os objetivos em várias dimensões, os quais podem ser agrupados em objetivos estratégicos, táticos ou operacionais, no entanto, os objetivos estratégicos deverão ser mais abrangentes e os operacionais detalhados e pontuais. 13Período 8 UN ID AD E 1Após a definição de seus objetivos, a organização deve se pre-ocupar com a resolutividade, ou seja, deve se preocupar em buscar resultados que podem ser alcançados de diversas maneiras, mas de forma organizada. Para tanto, devemos ter bem claro o desenho de todos os processos a serem desenvolvidos pela organização. Entendemos por processo um conjunto de atividades organiza- das com um ou mais tipos de entradas; essas atividades organizadas, após seu processamento, resultam em um produto ou em serviços que satisfazem a necessidade do cliente ou, ainda, em um conjunto de ações relacionadas que trazem resultados úteis para a organização. Observe a Figura 2: Figura 2: Elementos componentes do sistema Fonte: Adaptada de Oliveira (2002) De acordo com a Figura 2, podemos observar que, com os ob- jetivos da organização, serão traçadas as metas e elaborado o plane- jamento. O sucesso de um empreendimento dependerá do processo de planejamento, da retroalimentação dos dados consolidados no pe- ríodo de atividade empresarial e do controle realizado sobre esses dados. Tendo em vista que as empresas têm objetivos traçados e espe- ram alcançá-los, tornam-se fundamentais e imprescindíveis o plane- jamento e o controle de cada etapa que envolve a atividade da empre- sa. Segundo Welsch (2007, p. 30), “[...] as decisões de última hora padecem da falta de estudos, análises, avaliações e consultas prelimi- nares em termos adequados”. Supondo, por exemplo, que o cenário no ambiente econômico é de restrição generalizada de recursos: a definição prévia de despe- sas e investimentos evita gastos desordenados e sem critérios, assegu- rando, assim, o emprego mais eficiente desses recursos. Para Lunkes (2003), essa definição prévia de gastos é consubstanciada no orça- 14 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 mento empresarial, fornecendo subsídios para o efetivo alcance dos objetivos da empresa. Observe que esta Unidade focará o orçamento como instrumento de planejamento e controle, o que per- mite melhor desempenho às empresas e, consequentemente, o alcance de seus objetivos. A linha de raciocínio a ser seguida é a de Brookson (2000), seguida de complementos de conceitua- dos autores na área, como Lunkes (2003), Welsch (2007) e Sanvicente e Santos (1983). Mas o que é Planejar? Planejar é decidir antecipadamente uma rota de ação futura de acordo com o ambiente, ou seja, é estimar um acontecimento e providenciar as ações para realizá-lo. De acordo com Pereira (2010), planejar é pensar, criar ou moldar; pode até ser tentar controlar o fu- turo de uma organização, desde que vislumbremos um Horizonte Es- tratégico. O autor ainda salienta que planejar é diferente de improvi- sar, já que o primeiro conceito tem como objetivo organizar-se e se- guir um plano pré-determinado, e o segundo trata-se de uma organi- zação às pressas sem nenhuma preparação. No entanto, Pereira (2010) alerta que não devemos elaborar um planejamento que seja rígido de- mais, pois, assim, a organização não terá possibilidade de fazer ade- quações necessárias. Para Sanvicente e Santos (1983, p. 16), [...] planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em rela- ção a um período futuro determinado para que sejam alcan- çados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades. Para alcançar o planejamento, uma das ferramentas a ser utili- zada é o orçamento, então, vamos a algumas definições. 15Período 8 UN ID AD E 1Para Lunkes (2003), o orçamento é um plano de ação detalha-do, desenvolvido e distribuído como um guia para as operações e como base parcial para a subsequente avaliação de desempenho. Segundo Brookson (2000), o orçamento é um plano de atividades futuras, nor- malmente realizado para um ano, e reflete os departamentos e o con- junto da empresa em termos financeiros, fornecendo as bases para o bom desempenho da organização. Ainda, segundo Padoveze e Taranto (2009), duas vertentes re- presentam a evolução dos conceitos e dos tipos de orçamentos nas organizações. A primeira vertente considera o modelo de orçamento estático, o qual é chamado, pelas empresas de origem norte-america- na, de budget. Já a segunda vertente busca a flexibilização do orça- mento, essa vertente adota o conceito de rolling forecast e está de acordo com a utilização de indicadores não financeiros para avaliar o desempenhoda empresa. Observe no quadro a seguir os tipos e os conceitos de orça- mento apresentados por Padoveze e Taranto (2009): TIPO Orçamento estático, ou budget Orçamento ajustado, ou forecast Orçamento flexível Orçamento contínuo, ou flexível Orçamento base zero CONCEITO “Podemos dizer que o primeiro conceito de orçamento foi o de orçamento estático, também chamado de orçamento ori- ginal ou budget. Esse tipo de orçamento é o mais comum e o mais utilizado”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 33) “A primeira derivação do conceito de orçamento estático é a de orçamento ajustado, também chamado de forecast. Ele tem como objetivo oferecer ao orçamento uma alternativa de flexibilização e se dá quando se faz necessária uma altera- ção no orçamento original em razão de uma mudança signi- ficativa na expectativa de uma variável fundamental”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 33) “O orçamento flexível foi desenvolvido para tentar solucionar o problema dos ajustes do orçamento estático e está na ver- tente dos conceitos de simplificação do processo orçamentá- rio. Ele parte da premissa de que o fator principal do orça- mento – o orçamento de vendas – depende da previsão de quantidade e esta variável não deve ser fixada, uma vez que alterações no volume das operações são consideradas nor- mais”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 34) “O conceito de orçamento contínuo (ou previsão contínua) é aplicado a dois tipos de modelo de processo orçamentário: o rolling budget e o rolling forecast, que são caracterizados por tornar o orçamento mais flexível, eliminando sua carac- terística estática [...]”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 36). “O orçamento base zero (OBZ) segue a vertente dos concei- tos que buscam manter o orçamento mais rígido, bem como utilizar essa ferramenta gerencial como o principal instru- mento de controle e avaliação do desempenho dos gestores”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 36) vLeia mais sobre budgete rolling forecast em: <http:/ / t inyurl.com/ 3oo6rkv>. Acesso em: 30 jun. 2016. 16 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 Quadro 1: Tipos e conceitos de orçamento Fonte: Padoveze e Taranto (2009, p. 33-40) Ainda, segundo Sá e Moraes (2005), o orçamento de empresas pode ser dividido em duas partes: Orçamento setorial: que é a expressão dos planos setoriais. Orçamento empresarial: que é a tradução em termos monetários do planejamento de todas as atividades da em- presa, sendo retratada de forma integrada sob os aspectos econômicos. Em termos setoriais, serão colhidas todas as informações pos- síveis com os departamentos e, logo em seguida, será consolidado o orçamento empresarial. Desse modo, o orçamento poderá ser utilizado para planejar o desempenho futuro por: áreas de responsabilidade administrativa; e períodos específicos. Observe que em nossa disciplina trataremos do orça- mento empresarial, ou seja, uma proposta de planeja- mento e controle de resultados focados nas operações de uma empresa com característica de manufatura, ou seja, que desenvolve um processo produtivo. TIPO Orçamento de tendências Orçamento e custo- padrão CONCEITO “O conceito de orçamento de tendências é utilizado no pro- cesso de elaboração das peças orçamentárias como método para calcular os valores orçados. Ele é baseado na utilização dos valores obtidos no passado como referência para os valo- res futuros e é muito usado pelas empresas, pois parte da premissa de que os eventos passados são decorrentes de es- truturas organizacionais já em operação e há uma grande tendência de que esses eventos ocorram novamente”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 39) “Há uma forte ligação entre o conceito de orçamento e o estabelecimento de padrões para custos e receitas, afinal ambos trabalham com o futuro e com metas. Em linhas gerais, a diferença entre eles pode ser resumida da seguinte forma: a base referencial dos valores orçados é o que deverá aconte- cer, enquanto a base referencial para o estabelecimento de padrões é o que deveria acontecer”. (PADOVEZE; TARANTO, 2009, p. 40) 17Período 8 UN ID AD E 1 Como Elaborar Orçamentos? elaboração de um orçamento deverá respeitar a especificidade da atividade de cada empresa. Brookson (2000) fornece uma estrutura básica, apresentada na Figura 3: Figura 3: Estrutura básica para elaboração de um orçamento Fonte: Elaborada pelo autor deste livro Como podemos observar, a estrutura básica do orçamento é formada por partes, isto é, definimos os princípios, preparamos, mon- tamos, monitoramos e então obtemos os resultados, mas tudo isso com planejamento e controle. A seguir, vamos acompanhar cada uma das partes, ou melhor, cada uma das etapas da elaboração de um orçamento. Primeiro, vamos observar a importância dos orça- mentos e, depois, estudaremos cada uma das eta- pas do processo mencionadas anteriormente. Princípios do Orçamento Sobre os princípios do orçamento, podemos dizer que: o pro- cesso de preparar, montar e monitorar orçamentos é de vital im- A 18 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 portância para as empresas, pois eles constituem uma ferramenta bá- sica de planejamento e controle (BROOKSON, 2000). Importância dos orçamentos: a importância dos orça- mentos está caracterizada em Brookson (2000) da seguin- te forma: são essenciais para o planejamento e o controle da empresa; ajudam a coordenar as ações dos líderes de diferen- tes áreas; estabelecem um compromisso com os objetivos da organização; conferem autoridade ao gerente de cada área para fazer despesas; e fornecem metas claras de receitas. Destacamos ainda que o autor chama a atenção para a utili- dade do orçamento: Orçamentos ajudam um gerente, um departamento ou toda a empresa a atingir objetivos traçados. Servem ainda para de- monstrar a situação financeira da empresa a terceiros, como bancos, fornecedores, funcionários, clientes e sócios. (BROOKSON, 2000, p. 8) Observe que as empresas partem de objetivos pré-estabeleci- dos que são traduzidos em metas. Essas metas podem ser quantificadas e englobadas no orçamento. A realização do orçamento indicará a realização das metas, que, por sua vez, consolidará o alcance dos objetivos da empresa. A seguir, você acompanhará os principais objeti- vos que nos levam à elaboração de um orçamento. Fique atento! Principais objetivos do orçamento: os orçamentos es- timulam as pessoas a pensarem no futuro, a planejarem com antecedência e, assim, a prepararem estratégias para 19Período 8 UN ID AD E 1 Quadro 2: Descrição dos principais objetivos do orçamento Fonte: Brookson (2000, p. 9) Embora o orçamento seja um instrumento para au- xiliar no alcance de metas e, consequentemente, de objetivos das empresas, alguns pontos de des- vantagens devem ser esclarecidos. Desvantagens: vamos conferir, agora, algumas desvan- tagens atribuídas por Brookson (2000, p. 9) ao processo de elaboração de um orçamento. orçamentos aumentam a papelada e podem drenar muita força de trabalho, sobretudo em seus estágios iniciais; os resultados de um orçamento emergem lentamente, já que os benefícios somente serão vistos no ano seguinte; orçamentos exigem certa padronização, o que pode levar à falta de flexibilidade; e orçamentos podem encontrar resistência por parte de gerentes relutantes em adotar novos procedimentos. OBJETIVOS Planejamento Coordenação Comunicação Motivação Controle Avaliação DESCRIÇÃO Auxiliar a programar atividades de um modo lógico e sistemáti- co que corresponda à estratégia. Ajudar a coordenar as atividades das diversas partes da organi- zação e garantir a consistência dessas ações. Informar mais facilmente os objetivos, as oportunidadese os planos da empresa aos diversos gerentes de equipes. Fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam me- tas pessoais e da empresa. Controlar as atividades da empresa por comparação com os planos originais, fazendo ajustes quando necessário. Fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista suas metas pessoais e as de seu departamento. os cenários que não estiverem de acordo com os objetivos da empresa. Os principais objetivos de um orçamento po- dem ser verificados no Quadro 2, observe: 20 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 É importante você considerar que, embora existam desvantagens, o orçamento ainda se mostra um ins- trumento eficaz de planejamento. O Administrador que está à frente do processo de orçamento deverá equalizar as vantagens e as desvantagens de forma a propiciar benefícios à empresa. Orçamentos e Estratégia Corporativa No desenvolvimento das atividades da empresa são aplicadas táticas diversas e em todos os setores para alcançar metas. Os orça- mentos podem ser idealizados como uma arma tática para os negócios da empresa. Observe o que nos diz Brookson (2000 p. 10): a) O processo de criação de orçamentos corresponde a uma parte importante da estratégia global da empresa; b) Eles constituem uma arma tática para a implementação de atividades e programas planejados pela cúpula da organiza- ção; e c) O orçamento é a implementação tática dos planos de negó- cios da empresa. Dessa forma, a empresa que utiliza o orçamento como ferra- menta de trabalho está dispondo de uma arma a favor da correção de possíveis falhas durante o desenvolvimento das atividades empresari- ais e na busca de resultados melhores para a empresa. Como Gerenciar o Processo Orçamentário Duas colocações são necessárias para entender o processo or- çamentário. Primeiro, o orçamento faz parte do modelo empresarial de planejamento e controle. Segundo, existe um modelo estruturado de gerenciamento do próprio processo orçamentário. Entender o mo- delo e aplicá-lo é importante para garantir qualidade ao processo. O sucesso do orçamento empresarial dependerá da boa gestão do processo orçamentário. 21Período 8 UN ID AD E 1 Veremos agora o que Brookson (2000) coloca sobre esse mo- delo. No processo de preparação do orçamento é bom lembrar-se de que você precisa levar em conta que o orçamento deverá ser útil à sua empresa, ou seja, precisa atender às necessidades das estratégias em- presariais. Nesta etapa pode ser elaborado um manual que torne as regras acessíveis a todos os agentes envolvidos no processo orçamen- tário. No processo de elaboração, a receita básica é: reunir informações sobre os objetivos da empresa, suas li- mitações e as influências internas e externas; focar os tipos, valores e épocas das receitas e das despesas para poder estimar com maior precisão as entradas e as saídas; analisar o comportamento dos custos; e associar a estimativa de gastos de capital à estimativa de receitas e de despesas dará uma direção mais clara da vi- abilidade do orçamento. O modelo compreende as etapas de preparação, elaboração e monitoração, conforme descritas na Figura 4: Figura 4: Aplicação do modelo orçamentário Fonte: Adaptada de Brookson (2000) , 22 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 No processo de monitoração é necessário comparar o que foi planejado com o que realmente está sendo efetivado. Caso haja divergências, torna-se necessário investigá-las e empreender medi- das corretivas para que não nos desviemos das metas e dos objeti- vos da empresa. Para um melhor entendimento sobre esse assunto, observe as “dicas” de Brookson (2000, p. 15): 1. planeje seu modelo orçamentário; 2. escolha as pessoas que deseja incluir no processo; 3. comunique seu plano às pessoas-chave; e 4. aloque recursos suficientes. Muito bem, como está o seu entendimento até ago- ra? Se você tiver alguma dúvida, volte e releia o texto, pois é muito importante que você obtenha total compreensão do assunto para poder seguir adiante com seus estudos. Como Identificar Problemas Potenciais Para algumas empresas, o orçamento é visto como algo a ser temido e, assim, não percebem que o orçamento pode ser utilizado como uma ferramenta para melhorar seu desempenho. Por causa do exposto, podem ocorrer conflitos durante a implementação de um pro- cesso orçamentário, portanto, prever esses conflitos pode ajudar a pro- duzir orçamentos mais realistas, observe: um orçamento demasiadamente exigente pode levar a va- lores pouco realistas, com o risco de desmotivação; e o ambiente de negócios pode alterar-se tão rapidamente que o orçamento, como ferramenta de previsão, talvez não consiga acompanhar o ritmo dos eventos. A partir da previsão desses conflitos é necessário saber lidar com eles; assim, deixe claro aos gerentes que eles devem agir não apenas segundo seus próprios interesses, mas também respeitando o 23Período 8 UN ID AD E 1 que é importante para os departamentos. Adote um cronograma cur- to. Essas são dicas de Brookson (2000). As próximas seções discutirão um pouco mais as etapas do modelo de processo orçamentário. En- tão, se ficou alguma dúvida com relação ao assun- to anterior, releia o texto ou entre em contato com o seu tutor. Preparação do Orçamento A primeira etapa do processo orçamentário é a preparação. “Quanto melhor você preparar seu orçamento, menos problemas terá no futuro. Associe-o aos objetivos da empresa e estabeleça um proce- dimento que todos possam seguir” (BROOKSON, 2000, p. 20). Nesta etapa é necessário adequar o orçamento, definir objetivos, padronizar o orçamento, lançar um manual desse orçamento com planilhas de coleta das informações e montar um comitê de acompanhamento do orçamento. Vamos conferir! Adequação do orçamento: devemos criar um sistema de gestão que contribua ativamente para o sucesso da em- presa. Para isso, é preciso preparar um orçamento adequa- do ao departamento e que corresponda às ambições da organização. Evite orçamentos rígidos que possam chegar apenas a resultados de total sucesso ou total fracasso, mas que possam ser adaptados caso necessário. Definição de objetivos: no momento de definir objeti- vos de um determinado departamento em termos financei- ros, pode ser útil o conhecimento dos seguintes passos. P1 – Analisar o departamento: levar em conta os aspectos comerciais que afetem sua capacidade de satisfazer o cliente. Pode ser utilizada a Análise SWOT. v Para saber mais sobre a Anál ise SWOT, acesse: <http:/ /www.marketing teacher.com/lesson-store/ #swot-analysis-examples>. Acesso em: 4 jul. 2016. 24 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 P2 – Planejar o futuro: evitar medidas voltadaspara o passado. Aproveitar o planejamento estraté- gico da empresa que estabelece os principais planos comerciais e financeiros de longo prazo. P3 – Definir os objetivos comerciais: conside- rar todos os departamentos da empresa. P4 – Estabelecer metas financeiras: converter os objetivos do departamento em orçamento finan- ceiro formal. Considerar itens, como a produção, as vendas, o marketing, as aquisições, o pessoal e a ad- ministração. Padronização: Brookson (2000) chama a atenção para os orçamentos dos diversos departamentos que devem se- guir formato padronizado, pois isso permite não apenas compará-los, mas também organizá-los num sistema inte- grado e coerente que facilite a administração da empresa. Como Fazer um Manual Para a coleta das informações de cada departamento torna-se bastante eficiente a construção e a aplicação de um manual que deve- rá, basicamente, incluir: introdução, destacandoa importância; cronograma do processo orçamentário; regras básicas a serem seguidas por todos os gerentes em seus orçamentos; cópias de planilhas orçamentárias em branco, com explica- ções sobre como preenchê-las; organograma com os nomes dos responsáveis por cada or- çamento; e códigos das contas departamentais e nomes de pessoas que podem ajudar a resolver problemas relativos aos orçamentos. 25Período 8 UN ID AD E 1Criação de Planilha A planilha-padrão serve para a coleta de todas as informações que entrarão no orçamento. Embora muitas empresas exijam formu- lários padronizados, algumas permitem certo grau de flexibilidade para a adequação a circunstâncias específicas. As planilhas devem ser claras e objetivas, facilitando o enten- dimento dos números apresentados. Os recursos disponíveis mo aplicativo Excel representam um exemplo de como é possível organi- zar as informações financeiras e simular resultados, os quais, se apro- vados, tornam-se metas a serem alcançadas. Comitê de Orçamento Ainda, para completar a fase de preparação, é recomendável a criação de um comitê para monitorar o progresso das atividades or- çamentárias. Esse comitê poderá ser formado com representantes de diversos departamentos e deve estabelecer as linhas gerais do manual, revisar os orçamentos departamentais mediante análise de previsões orçamentárias, preparar um orçamento geral, solucionar conflitos e assegurar que o processo seja executado de maneira eficiente e den- tro dos prazos. Checagem do Sistema Feita a preparação, é necessário começar a coletar os dados para a montagem do orçamento. Antes disso, porém, convém checar o sistema para garantir que ele forneça informações corretas e rele- vantes. Antes de enviar a planilha para os departamentos, lembre-se de testá-la para ver se ela é autoexplicativa e se os conteúdos são claros. 26 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 Montagem do Orçamento Na segunda etapa temos a preparação ou a montagem do or- çamento. Para montar um bom orçamento é preciso coletar informa- ções, estimar criteriosamente receitas e despesas, e então reu- nir tudo num documento abrangente e aceito por consenso. (BROOKSON, 2000, p. 31) As informações a serem coletadas estão relacionadas com o ambiente interno e externo à empresa. Observe o que Brookson (2000) coloca sobre as possíveis influências externas no orçamento. Muito bem, lembre-se do início desta Unidade, ten- do claro os objetivos da empresa, devemos conhe- cer as possíveis influências externas e internas. Possíveis Influências Externas no Orçamento A empresa, ao interagir com todo o ambiente social, estará suscetível às influências de todos os ambientes com os quais se relaci- ona, como ambiente econômico, político-legal e concorrencial. Veja- mos: Economia, População, Comunidade e Mão de obra: Economia: estrutura, ciclo, taxas de juros, tributação, in- fluência mundial, mercados de ações. População: tipos, quantidade, localização, modalidade, taxas de natalidade e mortalidade, tendências futuras. Comunidade: vizinhos, grupos de pressão, questões ambientais, diferenças locais, tendências sociais, tendên- cias culturais. Mão de obra: tipos, quantidade, disponibilidade, respos- ta ao treinamento, exigências, expectativas, aptidões. 27Período 8 UN ID AD E 1Governo e Legislação, os Acordos Comerciais Internacionais eos Órgãos Fiscais e Normativos: Governo: tipo, política monetária e fiscal, política indus- trial, política sobre concorrência, incentivos. Legislação: legislação trabalhista, proteção ao consumi- dor, saúde e segurança, leis sobre concorrência. Acordos Comerciais Internacionais: exportação e im- portação, tarifas comerciais, harmonização de impostos em mercados comuns, cotas comerciais, taxas de câmbio. Órgãos Fiscais e Normativos: imposto de renda, tribu- tos alfandegários, impostos sobre produção e consumo, in- centivos, financiamentos. Relações com Clientes, Concorrentes e Fornecedores: Clientes: tipos, quantidade, nível de demanda, viabilida- de financeira, crescimento provável, exigências, necessi- dades. Concorrentes: localização, produtos, atividades, pontos fortes e fracos, grau de atrito, agressividade, índices de cres- cimento. Fornecedores: tipos, quantidade, custos e níveis de forne- cimento, parcerias, confiabilidade, viabilidade financeira, localização. Agora, observe o que Brookson (2000) coloca sobre as possí- veis influências internas no orçamento. Possíveis Influências Internas no Orçamento Fatores Comerciais: Produtos e Serviços: tipos, quantidade, métodos de pro- dução, preços, política de preços, níveis de estoque. Unidades Comerciais: vendas, produção, compras, marketing, finanças, administração pessoal. Fatores de Alto Nível: Pessoas: diretores, acionistas, sindicatos, funcionários. 28 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 Objetivos Comerciais: de curto prazo, de médio prazo, de longo prazo. Disponibilidade de Recursos: Recursos Disponíveis : capital, lucros, terrenos, edificações, fábricas e equipamento industrial, maquinário. Orçamentos Departamentais: vendas, produção, com- pras, marketing, finanças, administração, pessoal. Observe que coletar e organizar essas informações referentes às influências externas e internas per- mite ao administrador elaborar melhores previsões de receitas e de despesas para constar no orça- mento. Previsão de Receitas Na maioria dos orçamentos, a previsão de receitas orienta-se pelo nível geral de vendas da empresa (BROOKSON, 2000). Assim, é preciso considerar criteriosamente: os tipos de receita: detalhar os bens ou serviços disponí- veis; os valores das receitas: em geral esses valores se baseiam no que ocorreu no ano anterior; e as épocas das receitas: por meio de monitoramento do fluxo de caixa deve-se ajustar a época das despesas com a época das receitas. Previsão de Despesas A despesa efetiva é habitualmente maior do que a prevista; as empresas costumam ser surpreendidas por isso, mesmo que ocorra todo ano. Assim, é necessário estimar criteriosamente: os tipos de despesas: considerar os quatro tipos princi- pais de despesa: custos correntes específicos, custos cor- 29Período 8 UN ID AD E 1 rentes compartilhados, custos pré-operacionais e custos de capital; os valores das despesas: estimar as despesas em termos de quantidade, quanto de valores pagos; e as épocas das despesas: constitui um fator crucial para a previsão do fluxo de caixa, pois pode-se prever maiores necessidades de receitas para determinados períodos do que para outros. Como está o seu entendimento sobre o assunto? Se você tem alguma dúvida, releia o texto ou entre em contato com o seu tutor. Você pode, ainda, conversar com seus colegas de curso, socializar as dúvidas pode ser bastante interessante. A seguir, veremos uma melhor especificação das despesas. Tipos de Despesas Custos correntes específicos: matéria-prima e insumos, serviços de terceiros, bens para revenda, mão de obra, su- porte e serviços de pós-venda. Custos correntes compartilhados: aluguel, taxas, ser- viços, seguros, consertos, infraestrutura, encargos financei- ros, postagem, impressos, publicidade, telefone, transporte e honorários profissionais. Categoria de Custos É importante classificar criteriosamente os custos para se fazer orçamentos que constituam uma base sólida para análises e decisões administrativas. Avaliar segundo duas grandes divisões: Custos Fixos (não se alteram quando o volume de vendas cresce) e Variáveis (se alteram segundo o vo- lume de vendas). 30 Curso de Graduação em Administração, modalidadea distância UN ID AD E 1 Custos Diretos (incidem apenas sobre um produtoou serviço) e Indiretos (incidem sobre vários). Importância do Orçamento de Capital Gastos de capital são aqueles feitos com bens que produzirão resultados econômicos, como instalações, equipamento e maquinário (BROOKSON, 2000). Esses gastos não são incluídos nos orçamentos departamentais, mas analisá-los é essencial para o sucesso da empre- sa. As empresas costumam adotar sofisticados procedimentos para liberar capital. É importante frisar que a decisão de liberar capital terá impacto sobre outros orçamentos e afetará fortemente o fluxo de caixa. Fase de Consolidação Depois de preparar o orçamento, é necessário submetê-lo ao comitê para posterior preparação do orçamento geral. Antes de apresentá-lo ao comitê, é preciso fazer sua revisão, testar os valores nele incluídos e fazer as correções necessárias. Se ele não atender às expectativas da direção da empresa, terá de ser analisado (BROOKSON, 2000). Monitoração do Orçamento Sobre a etapa de monitoração, Brookson (2000, p. 52) coloca que “[...] uma vez aprovado o orçamento, as receitas devem ser atin- gidas e as despesas não podem ultrapassar o previsto. Para isso, revi- se-o constantemente e faça os ajustes necessários”. Análise das Divergências É importante compreender por que existem divergências entre o orçamento e o desempenho real. O que pode parecer uma discre- pância insignificante talvez seja crucial para a empresa, especialmen- te se os demais departamentos também não estão conseguindo cum- prir o orçamento. 31Período 8 UN ID AD E 1Como Monitorar Variações Estabelecer procedimentos: monitorar continuamente as divergências e tentar entender como surgiram; uma monitoração constante ajuda na compreensão do com- portamento geral dos custos, o que permite preparar orça- mentos mais precisos da próxima vez; e identificar variações significativas, de modo a garantir que o orçamento seja cumprido da melhor maneira possível. Como Analisar Erros do Orçamento Os erros surgem como resultado de uma elaboração inadequa- da do orçamento. O faturamento fica abaixo do esperado e/ou as des- pesas fogem do controle. Assim, é essencial entender o que não deu certo para não repetir os mesmos erros. Para tal, é preciso: analisar os valores; analisar as despesas; e analisar as receitas. Como Avaliar Variações Inesperadas São muito comuns os casos de variações que não poderiam ter sido previstas ou evitadas, portanto, deve-se: Evitar críticas: um dos problemas da análise de variações é a tendência de procurar um bode expiatório para explicar resultados aquém dos esperados. Analisar os custos controláveis: custo controlável é aquele que pode ser influenciado pelo detentor do orçamento. Como Fazer Ajustes Os ajustes podem ser feitos das seguintes maneiras: 32 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 Reexaminar o orçamento: à medida que ocorrem mu- danças nas condições internas e externas os resultados ob- tidos começam a se afastar do orçamento. Orçamentos flexíveis: um orçamento flexível considera a atividade real e suas constantes alterações. Revisão do orçamento: após corrigir o orçamento, é necessário certificar-se de que seja tão bem controlável e estruturado quanto o original. Atualização periódica: orçamento contínuo. Importância da Motivação da Equipe Uma excelente tática para o sucesso do orçamento está na co- operação de todos os envolvidos no processo, para tanto: os funcionários são essenciais, e as imprecisões orçamen- tárias podem causar falta de motivação; e é importante adaptar os sistemas de controle administrati- vo, segundo a personalidade dos funcionários. Muito bem! Nesta Unidade foram abordados aspectos básicos do orçamento. A seguir, serão trabalhadas ques- tões práticas no processo orçamentário. 33Período 8 UN ID AD E 1rRRRRResumindoesumindoesumindoesumindoesumindoNesta Unidade pudemos rever conceitos já abordados em outras disciplinas e entender como o processo orçamentário está inserido na gestão de uma organização. É importante destacar que devemos inicialmente conhecer a organização que estuda- mos e identificar seus objetivos. Após a identificação desses objetivos é possível estabelecer os diversos processos necessá- rios na busca dos resultados desejados. Em especial, conhecemos o processo orçamentário, fun- damental no auxílio da tomada de decisão financeira como im- portante ferramenta de planejamento e controle de resultados. Dentre os diversos tipos de orçamento, pudemos observar que em nossa disciplina abordamos o orçamento empresarial, apli- cado particularmente em empresas com características de ma- nufatura. Após identificar os princípios do orçamento, percebemos que o orçamento é a ferramenta tática de gestão em uma orga- nização. Conhecemos, ainda, a estrutura básica para elabora- ção do orçamento, na qual foram apresentados os principais conceitos e ações relacionados às etapas de preparação, mon- tagem e monitoração dos orçamentos. 34 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 1 AAAAAtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprendizagemendizagemendizagemendizagemendizagem Chegamos ao final da Unidade 1, este é o momen- to de você verificar se entendeu o que foi aborda- do aqui. Para tanto, responda às questões propos- tas a seguir. É importante que você realize as ativi- dades e, caso haja dúvida em alguma questão, volte e releia o texto ou, ainda, entre em contato com o seu tutor que ele irá auxiliá-lo. Bons estudos! 1. O que é orçamento? Qual sua importância? Quais são as principais etapas da elaboração de um orçamento? Destaque a utilidade do or- çamento para a organização. 2. Seguindo o modelo proposto por Brookson (2000), como cada de- partamento pode definir seus objetivos em termos financeiros? 3. O que a organização deve fazer no momento de montagem do orça- mento? Quais os principais cuidados? Apresente um exemplo de pos- síveis influências externas e internas. 4. Como uma organização deve agir para envolver seus colaboradores na preparação e na montagem da proposta orçamentária? Após a de- finição da proposta, o que a organização deve fazer? 35Período 8 UN ID AD E 1 Objetivo Nesta Unidade, você compreenderá a lógica do Ciclo Operacional de uma empresa de manufatura, ou seja, uma empresa que desenvolve um processo produtivo; e entenderá a repercussão orçamentária de cada um dos orçamentos que integram essa etapa do processo orçamentário. 2 UNIDADE Ciclo Operacional 36 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 37Período 8 UN ID AD E 2 Ciclo Operacional Olá estudante, Nesta Unidade veremos a primeira etapa do pro- cesso orçamentário, desde o plano de vendas até a def inição dos custos de fabricação e, consequentemente, do resultado operacional. Mas, antes de entrarmos diretamente no assunto, gosta- ríamos de dizer que estamos à sua disposição para orientá-lo no que for necessário. Leia atentamente o conteúdo desta Unidade para compreender bem o assunto. Bons estudos! Observando a Figura 5, que ilustra as diversas etapas do pro- cesso orçamentário, podemos identificar a dinâmica dos ciclos operacional e financeiro. Figura 5: Ciclos operacional e financeiro – representativos de um processo orçamentário Fonte: Adaptada de Costa, Moritz e Vital (2008) 38 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 ! No ciclo operacional estarão definidos os quantitativos relaci- onados ao esforço operacional da organização,neste caso, uma em- presa de manufaturas que processa insumos e os transforma em pro- duto acabado. Observe que a dimensão do ciclo operacional depen- derá do tipo de atividade desenvolvida pela empresa. Agora apresentaremos os vários orçamentos que integram o Ciclo Operacional e que obedecem a uma hierarquia, conforme Figu- ra 6, a seguir. Plano de Vendas Política de Estoques Plano de Produção Orçamento de Mão de Obra Direta Orçamento de Matérias-Primas Despesas Operacionais Orçamento de Custos Indiretos de produção Figura 6: Hierarquia do processo orçamentário na fase operacional Fonte: Adaptada de Welsch (2007) Planejamento e Controle de Vendas A realização do processo orçamentário inicia com o plano de vendas, também denominado plano de marketing, ou orçamento de vendas, que, segundo Wesch (2007), representa os componentes de receitas e despesas de vendas no plano global de resultados. Vendas: fonte básica de entradas de recursos monetários em uma empresa Como vendas é o primeiro item no processo orçamentário, auto- maticamente os valores referentes aos demais itens, mostrados a seguir, tornam-se dependentes das vendas. Wesch (2007, p. 95) coloca que 39Período 8 UN ID AD E 2 ! “[...] o plano de vendas é o alicerce do planejamento periódico numa empresa, pois, praticamente, todo o restante do planejamento da em- presa baseia-se na estimativa de vendas”. Isso significa que uma boa previsão orçamentária depende de um orçamento de vendas realista. O realismo do plano de vendas possibilitará maior precisão de outras informações importantes, como: investimentos adicionais em ativo imobilizado; volume de despesas a ser planejado; necessidades de mão de obra; nível de produção; e outros aspectos operacionais. Fator Crucial no Planejamento de Vendas O comprometimento por parte da administração em encarar o plano de vendas como um objetivo a ser efetivamente atingido, formu- lando estratégias e empregando os recursos necessários para o seu alcance, é fator crucial. Sá e Moraes (2005, p. 40) chamam a atenção para o compro- metimento da diretoria, uma vez que o “[...] orçamento exige planeja- mento, cria compromissos, exige disciplina, limita poderes”. Realizar o orçamento significa que cortes podem ser feitos, por exemplo, estadas em hotel cinco estrelas por membros da diretoria. Normalmente, essas pes- soas ficarão descontentes e podem não colaborar com o processo de orçamento. Assim, é necessário conscientizá-las de que se não houver empenho da alta administração, o orçamento pode até ser feito, porém, ele não será implementado. Welsch (2007) corrobora com Sá e Moraes (2005) afirmando que há muitas dificuldades de ordem técnica e prática, por exemplo, no planejamento das quantidades e receitas de vendas, e que o apoio da alta administração no processo de planejamento é crucial para alcançar um nível de precisão relativamente elevado. 40 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Partindo para o plano de vendas em si, podemos observar que ele pode ser feito a: longo prazo: modelo de previsão da economia, volume total de vendas da indústria, potencial de mercado da em- presa; e curto prazo: mudanças no mercado (concorrência), mu- danças demográficas. Os planos de vendas de longo prazo normalmente são apresen- tados em bases anuais, enquanto os de curto prazo são apresentados em bases trimestrais (WELSCH, 2007). No caso do plano de vendas a curto prazo, o autor diz que [...] uma abordagem muito comum em termos de prazos é aquela em que uma empresa planeja as vendas para doze meses futuros, inicialmente detalhando o plano por trimestre e por mês apenas no caso do primeiro trimestre. (WELSCH, 2007, p. 97) Ainda, ao final de cada mês ou trimestre, o plano de vendas é reestudado e novamente projetado, considerando o acréscimo de mais um trimestre. No momento de preparar o plano de vendas, Welsch (2007) afirma que o orçamento de vendas e os métodos de previsão de ven- das devem ser considerados. Certamente, você deve estar lembrado dos conteú- dos discutidos na disciplina Marketing. Agora, va- mos abordar alguns deles, necessários para a com- preensão da elaboração do orçamento de vendas. Orçamento de Vendas A projeção das vendas é a base de todo orçamento empresarial (SÁ; MORAES, 2005). As projeções contidas no orçamento de ven- das deverão ser expressas em termos de quantidades e de valores mo- netários. É importante ter bem claras as características que definem a segmentação, a análise de alternativas na gestão de marketing, a to- 41Período 8 UN ID AD E 2 mada de decisão relacionada às linhas de produtos e a política de preços a ser empregada pela organização. Veja, a seguir, alguns itens de destaque: Segmentado por: produto ou linha de produtos; cliente ou categoria de clientes; região geográfica; e canal de distribuição. Análise de alternativas: introdução ou não de novos produtos; abandono de produtos já existentes; limites de despesas; e novas praças. Linhas de produtos: Quais produtos receberão maior ênfase? Que alternativas de qualidade e estilo serão realiza- das? Que produtos serão abandonados e quando? Fator mais importante: coordenação. Política de Preços: relação preço x volume de vendas; relação custo x volume de produção; e variáveis a serem consideradas: custos, preço dos concorrentes e da indústria, condições de mercado, e opinião do pessoal de vendas. Muito bem, você está acompanhando o assunto? Lembre-se de que se tiver alguma dúvida, você pode entrar em contato com o seu tutor, ele está à sua disposição para auxiliá-lo no que for preciso. 42 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Métodos de Previsão de Vendas Podemos observar que vários autores destacam uma série de possibilidades nas previsões de vendas. Vamos conhecer alguns dos métodos, acompanhe: DIMENSÃO O que se diz: métodos de julga- mento (não estatís- ticos). O que se fez: métodos estatísti- cos. O que se faz: métodos de finali- dades específicas. MÉTODOS combinação das opiniões da equipe de vendas; combinação das opiniões dos supervisores da divisão de ven- das; e combinação das opiniões dos executivos. métodos do ritmo econômico (análise de tendências); métodos de sequências cíclicas (análise de correlação); e analogias históricas especiais. análises da indústria; análises de linhas de produtos; e análises de usos finais de produtos. Quadro 3: Tipo de métodos de previsão de vendas Fonte: Adaptado de Sanvicente (1995) e Welsch (2007) Qual o método mais adequado? Podemos dizer que a defini- ção de método, ou combinação de métodos, se dá mediante o acesso às informações e nível de complexidade da referida análise. Limitações da Empresa sobre o Plano de Ven- das Segundo Welsch (2007), durante a preparação do plano de ven- das, o administrador pode se deparar com algumas dificuldades em razão de limitações estruturais da empresa, como: capacidade de produção em termos econômicos; disponibilidade de recursos humanos; adequação de matérias-primas e materiais indiretos; e disponibilidade de fundos. 43Período 8 UN ID AD E 2Baseados no que estudamos até aqui, faremos umexercício de simulação orçamentária para contextualizar os assuntos abordados em cada um dos orçamentos que integram o processo orçamen- tário por meio da empresa fictícia Cia. Café Brasil. Assim, os itens que necessitam de previsão orça- mentária serão apresentados de acordo com o te- cer dos conteúdos, com a inserção da planilha re- lacionada ao tópico. O conjunto das planilhas po- derá ser baixado no AmbienteVirtual de Ensino- Aprendizagem (AVEA). Algumas planilhas não es- tarão neste livro, porém serão indicadas para com- plementar o estudo. Para melhor entendimento do exercício de simula- ção orçamentária, recomendamos a leitura do Es- tudo de Caso, na página 67, que apresenta as características da empresa Cia. Café Brasil, neces- sárias para a elaboração de cada um dos orçamen- tos da empresa. Em caso de dúvidas, procure seu tutor. Aplicando para a Cia. Café Brasil Para melhor entendimento, podemos observar parte da Planilha 1 da Cia. Café Brasil que destaca as quantidades e os valores monetá- rios de um de seus produtos comercializados, neste caso, o Café Solo. 44 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Planilha 1: Planejamento de vendas Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) A Planilha 1 apresenta o planejamento de vendas da Cia Café Brasil com a projeção de vendas para o primeiro trimestre de 20X1, demonstrando os valores em termos de receitas totais para a empresa. Conforme pode ser observado, a empresa planejou o primeiro trimestre do ano de 20X1 considerando: quantidades previstas versus o preço de venda – vendas líquidas; uma linha de produto – Café Solo; duas praças – Santa Catarina e Paraná; e para a receita total acrescentou-se os impostos relaciona- dos à operação de vendas. 45Período 8 UN ID AD E 2 Tributação das Operações de Vendas Após a definição da receita líquida, é importante identificar o imposto relacionado às operações de vendas. De acordo com o tipo de atividade desenvolvida e as características estruturantes da orga- nização, a empresa deverá identificar quais impostos deverão ser re- colhidos para o governo federal, estadual e, até mesmo, o municipal. O recolhimento deverá obedecer à legislação tributária em vi- gor, podendo a empresa optar pela tributação simplificada (simples), desde que esteja enquadrada nas especificações que tratam as legis- lações federal, estadual e municipal. Para fins pedagógicos, no exercício de simulação orçamentária Cia. Café Brasil, vamos inserir o Im- posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – imposto estadual – e o Imposto sobre pro- dutos Industrializados (IPI) – imposto federal. Em virtude de possíveis atualizações, consulte os sites do governo de seu Estado e da União para conhe- cer as alíquotas em vigor. Veja como podemos calcular o ICMS de uma operação de ven- das, em especial o ICMS gerado no mês de janeiro nas vendas em Santa Catarina, conforme apresentado na Planilha 1. O cálculo obe- dece à seguinte razão: Vendas com , ou seja, considerando as vendas do produto Café Solo, no Estado de Santa Catarina, no mês de janeiro, teremos a seguinte equação: Vendas com ICMS (jan./SC) = Concluindo, podemos observar neste caso que o imposto gera- do nas operações de vendas do produto Café Solo, no mês de janeiro, com destino a Santa Catarina, cuja alíquota é de 17%, é o seguinte: ICMS = vendas com ICMS – vendas líquidas ICMS = R$ 1.024,00 vConheça a tabela em:< h t t p : / / www.receita.fazenda.gov.br/ a l i q u o t a s / TabIncidIPITIPI .htm>. Acesso em: 30 jun. 2016. 46 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 A partir dessa previsão de vendas, outras programações orça-mentárias serão derivadas, e a próxima a ser apresentada é o planeja- mento da produção, fundamental para a definição do orçamento de matérias-primas, orçamento de mão de obra direta e orçamento de custos indiretos da produção. Planejamento de Produção O planejamento de produção é definido com base no plano de vendas e na política de estoques de produtos acabados. O plano de vendas aponta o volume planejado de venda de cada produto por cada período; assim, a empresa pode estabelecer as políticas em relação aos níveis de produção desejáveis. Observe o que apresenta Welsch (2007): O plano de produção pode ser entendido como a conversão do volume de vendas planejado no volume previsto de produção, ou seja, representa o ponto de partida para o planejamento (e orçamento) de aspectos, como: necessidades de capacidade de produção; exigências de matérias-primas; programação de compras; necessidades e custos de mão de obra; e custos indiretos de produção. Segundo Welsch (2007), as dimensões temporais do planeja- mento de produção são: Planos de longo prazo: são baseados nas estimativas globais de níveis de produção projetar as exigências de capacidade de produção, de estruturas de custos de produ- ção, fluxos de caixa e necessidades de mão de obra. 47Período 8 UN ID AD E 2 Plano de produção de curto prazo: as dimensões detempo devem ser compatíveis com as usadas no plano de resultados a curto prazo. Na medida do possível, o orça- mento de produção também deverá ser detalhado por pro- duto. O autor chama a atenção para a preparação do pla- no de produção: a conversão das quantidades exigidas pelo orçamen- to de vendas no número de unidades a serem produ- zidas no período do plano de produção deve levar em conta as políticas de estoques. Em síntese: Plano de produção: é elaborado antes do final do ano em curso estoque inicial do exercício deve ser estimado. Produção: é distribuída em subperíodos do ano referente ao orçamento – períodos intermediários – e deve haver quantidade suficiente para atender às vendas dos subperíodos, mantida em limites razoáveis. Ainda, a produção de uma empresa industrial destina-se: à entrega direta (especificidade do cliente); ao estoque; e em parte, à entrega imediata e, em parte, ao estoque. Estoques Na maioria das empresas, os estoques representam um investi- mento bastante substancial e podem exercer efeitos significativos so- bre suas principais funções. Observe: Vendas: vultuosos estoques são necessários para atender às exigências do mercado com rapidez. Produção: estoques substanciais de matéria-prima são ne- cessários para assegurar disponibilidade para atividades de fabricação, além de ser exigido um estoque elevado de produtos acabados para facilitar a obtenção de níveis ge- rais de aquisição. 48 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Compras: compras em grande quantidade minimizam os custos por unidade e as despesas gerais de aquisição (WELSCH, 2007). Todavia, você já pode observar, em outras disciplinas de Ad- ministração Financeira, que parte do capital de giro é comprometido com o investimento em estoques; o administrador deve saber qual é o limite que não compromete a liquidez da empresa. De acordo com Welsch (2007), os objetivos das políticas de estoque devem ser: planejar o nível ótimo dos investimentos em estoques; e por meio do controle, manter os níveis ideais planejados tanto quanto for possível. TIPOS Matérias-primas Produtos em elaboração Produtos acabados Materiais de consumo INFLUÊNCIAS NOS NÍVEIS DE ESTOQUES prazo de entrega; nível de requisição; natureza física. extensão do ciclo de produção; nível de desenvolvimento tecnológico. demanda; natureza; economia de escala; investimento necessário. peculiaridades operacionais administrativas. Quadro 4: Tipos de estoques e suas influências nos níveis de estoque Fonte: Adaptado de Sanvicente (1995) Você deve estar se perguntando: mas afinal de con- tas, o que é Política de Estoque? Não se preocupe, pois vamos entender melhor esse assunto a seguir, fique atento! 49Período 8 UN ID AD E 2 Figura 7: Setores que sofrem influência direta da política de estoque Fonte: Elaborada pelo autor deste livro Os setores de compras, finanças, produção e vendas precisam da informação da política de estoque para, caso necessário, adequa- rem-se àsnecessidades específicas de cada setor. Por exemplo, se a política da empresa é manter estoques baixos, como o setor de vendas vai promover suas campanhas de marketing? Caso uma campanha seja bem aceita pelo consumidor, os baixos estoques não poderão levar à falta do produto para atender à demanda? Ou serão limitadas as uni- dades a serem adquiridas, visando adequar a campanha de marketing com a política de manutenção de baixos estoques pela empresa? E se a política da empresa for manter estoques altos, será que as finanças es- tão preparadas para o desembolso na aquisição das matérias-primas? Segundo Welsch (2007), a definição da política de estoque de- verá considerar: as quantidades necessárias para atender ao setor de ven- das; a sazonalidade/perecibilidade; Política de Estoque A política de estoque deve prever o planejamento do nível de estoque que influencia em outras funções da empresa, como compras, finanças, produção e vendas. Para visualizar melhor o que acabamos de dizer, observe a Fi- gura 7: 50 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 a duração do período de produção; as instalações/custos (armazenagem); e a proteção contra faltas (matéria-prima (MP)/mão de obra (MO))/aumento de preços. Podemos acrescentar, também, os riscos atrelados à manuten- ção de estoques (quedas de preços, obsolescência, perdas e furtos, insuficiência de procura). Aplicando para a Cia. Café Brasil: antes de elaborar o orçamento de produção, faz-se necessária a elaboração do orçamen- to de estoques de produtos acabados. Acesse o AVEA e identifique, em nosso exercício, as informações que integram o orçamento de es- toques dos produtos Café Solo e Capuccino. A seguir, veremos as in- formações relacionadas à produção do Café Solo: Planilha 2: Orçamento de produção Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) A Planilha 2 apresentou a necessidade de produção em termos de quantidades físicas. Após a especificação e o orçamento das ma- térias-primas necessárias para esse volume de produção, projetamos os valores monetários. Com as quantidades necessárias estabelecidas, partimos para o orçamento de matérias-primas, que será o indicador das compras do período. 51Período 8 UN ID AD E 2 Orçamento de Matérias-Primas (MPs) Após a definição das quantidades a serem produzidas, é im- portante estabelecer as necessidades de MP, MO e outros materiais e serviços indiretos. No que se refere à MP, podemos destacar que essa definição exige a elaboração de outros orçamentos, normalmente exigidos pelo planejamento de MP. Assim, ilustramos os quatro suborçamentos de acordo com a Figura 8: vObserve quenas planilhas, a seguir, você verá as iniciais MP e MPs, que significam ma- téria-prima/matérias-pri- mas; e MO, que signifi- ca mão de obra. Figura 8: Orçamentos de MP Fonte: Elaborada pelo autor deste livro A seguir, apresentaremos cada um dos suborçamentos. Fique atento e, se precisar de au- xílio, entre em contato com seu tutor, ele está à sua disposição para auxiliá-lo no que for necessário. Determinação das Quantidades de MPs Exigidas para o Atendimento da Produção Para a definição das exigências de MPs da fábrica, são neces- sários os dados básicos para a preparação do orçamento de unidades necessárias de MPs. volume de atividades (produção) planejado; taxas-padrão de consumo de cada tipo de MP por produto; e informações técnicas ou estatísticas sobre o consumo pas- sado. Custos 52 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Estabelecimento das Políticas de MP Conforme observamos, no momento do planejamento de pro- dução, o estabelecimento das políticas de estoque se faz necessário para o planejamento do nível ótimo dos investimentos em estoques e para manter os níveis ideais de estoques. No que se refere ao orçamento de estoques de MP, esse orçamento indica os níveis planejados de es- toques de MPs em termos de qualidades e custo. Vale lembrar que os níveis de estocagem de MP podem ser influenciados pelo prazo de entrega, nível de requisição e natureza física. Como pode ser obtida a taxa-padrão? Essa taxa pode ser obtida das seguintes formas: durante o desenvolvimento original do produto; a partir de estudos de engenharia; baseados em registros de consumo e notas de compras de materiais; e por observação direta. Planilha 3: Orçamento de unidades necessárias de MPs para a produção Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) Taxa-padrão A taxa-padrão de MP representa a quan- tidade de insumos necessária para pro- dução de uma unidade. Fonte: Elabora- do pelo autor deste livro. Tô a fim de saber 53Período 8 UN ID AD E 2 Planilha 4: Orçamento de estoques de MP Fonte: Elaborada pelo autor deste livro Após as orientações da política de estoque de MP, é possível estabelecer as quantidades do estoque final programado para os pró- ximos meses. Elaboração do Orçamento de Compras de MP Como você pode observar, a definição das quantidades de MP a serem adquiridas se dá mediante aplicação da política de estoque da empresa. Para tanto, podemos destacar que a definição da política de estoque de um tipo de MP deve levar em consideração suas caracte- rísticas. Exemplificando, podemos observar a Planilha 4, a seguir, a qual apresenta o orçamento de estoques de MPs, café em grão e de emba- lagem. Conforme informações do exercício, a política de estoque para o café em grão é manter, ao fim de cada mês, estoque equiva- lente a 50% do consumo previsto para o próprio mês. Já para embalagem, a orientação é manter, ao fim de cada mês, esto- que equivalente ao consumo previsto para o próprio mês. 54 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Planilha 5: Orçamento de compras de MPs Fonte: Adaptada de Mello Jr e Costa (2005) Estimativa dos Custos Unitários de MPs Do ponto de vista do planejamento, os custos unitários de MP devem ser estimados com base nas práticas de contabilidade de custos adotadas pela empresa para registrar os custos ocorridos efetivamente: Se o custo unitário for constante: número de unida- des de MP x custo unitário de MP = CUSTO PREVISTO. Se o custo unitário variar: os orçamentos do custo das MPs consumidas e dos estoques de MPs serão elaborados a partir de métodos de avaliação de estoques, como: LIFO, FIFO ou média ponderada. De acordo com Welsch (2007), a política de estoque da admi- nistração deve ser especificada de maneira a permitir uma determina- ção realista de níveis-padrão de estoques. Nesse contexto, o autor apresenta dois fatores básicos: Quanto comprar de cada vez e o que pode ser definido utilizando a metodologia do lote econômico de compra. Quando comprar, identificado mediante o ponto de enco- menda, alcançado quando o nível do estoque é igual ao necessário para sustentar a produção por um período igual ao tempo exigido para fazer uma nova encomenda e rece- ber as quantidades pedidas. Exemplificando, vamos observar o orçamento de unidades ne- cessárias de MPs para a produção: v Para saber mais sobre LIFO e FIFO, acesse: < h t t p : / / contabilista.pt>. Acesso em: 1º jul. 2016. 55Período 8 UN ID AD E 2 Observe que a Planilha 6 apresenta o orçamento das MPs dos produtos Café Solo e Cappuccino para o primeiro trimestre de 20X1. Seguindo no processo orçamentário, é necessário levantar os demais custos envolvidos no processo de elaboração do produto, como o custo de MO direta, os custos indiretos da produção e das despesas operacionais. Vejamos na sequência do que trata cada item e a apli- cação para a Cia. Café Brasil. Planejamento e Controle de Custo de MO Outro item a ser considerado neste orçamento éo planejamen- to de Recursos Humanos (RH), ou seja, os gastos relacionados à MO que envolvem áreas importantes, como: necessidade de RH; recrutamento; treinamento; avaliação de desempenho; e Planilha 6: Movimentação projetada da MP Fonte: Adaptada de Mello Jr e Costa (2005) A Planilha 6 apresenta a movimentação projetada da MP, con- siderando a saída do produto para os meses projetados. A partir des- sa saída, projetamos o orçamento do custo da MP por produto acaba- do, acompanhe: 56 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 administração salarial. Os custos de MO podem ser classificados em: Diretos: remuneração e respectivos encargos do pessoal que elabora o produto. Exemplo: soldador, operador de máquina etc. Indiretos: outros custos de pessoal alocado na área fabril, exceto da mão de obra direta (MOD). Exemplo: pessoal do almoxarifado da fábrica, do PCP, da manutenção de má- quinas etc. Acompanhe os passos necessários para definir o orçamento dos custos de MOD: estimar os tempos-padrão de trabalho; estimar o volume necessário para cumprir o programa de produção; projetar as taxas médias de remuneração; calcular o custo total; e estimar outro procedimento: custo-padrão por unidade de produto. Planejamento dos Tempos-Padrão de Trabalho da MOD Segundo Welsch (2007), a engenharia industrial estabelece tem- pos-padrão de trabalho para alguns produtos e operações. No entanto, em determinados departamentos, esses padrões precisos são possíveis, em outros não. O autor destaca que existem quatro métodos que po- dem ser utilizados para planejar o tempo-padrão de trabalho, observe: Quadro 5: Métodos para planejamento do tempo-padrão de trabalho Fonte: Welsch (2007, p. 164-165) MÉTODO Estudos de tempos e movimentos Custos-padrão DEFINIÇÃO “Estes estudos geralmente são efetuados por engenheiros industriais. Envolvem a análise do trabalho exigido em um produto (ou em um departamento) em uma série de operações específicas”. (WELSCH, 2007, p. 164). “Se custos-padrão de mão-de-obra forem utilizados pela contabilidade de custos, estudos cuidadosos das necessidades de horas de mão-de- obra direta por unidade produzida já terão sido feitos”. (WELSCH, 2007, p. 164). 57Período 8 UN ID AD E 2MÉTODO Estimativa direta pelo supervisor Projeções estatísticas por um grupo de assessores DEFINIÇÃO “Algumas empresas exigem que o supervisor de cada departamento de produção estime o número de horas de mão-de-obra direta requeridas pela atividade prevista para o seu departamento”. (WELSCH, 2007, p. 165). “Os registros de contabilidade de custos de desempenhos passados normalmente fornecem informações valiosas para converter as exi- gências de produção futura em horas de mão-de-obra direta”. (WELSCH, 2007, p. 165). Quadro 5: Métodos para planejamento do tempo-padrão de trabalho Fonte: Welsch (2007, p. 164-165) As razões para preparação de um orçamento de MOD são: dados de planejamento para volume necessário de MOD, por produto; definição do número de empregados exigidos; e dados para composição do custo unitário de fabricação de cada produto. Planilha 7: Orçamento de MOD Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) Observe que a Planilha 7 apresenta o orçamento de MOD con- siderando os dois produtos da empresa. No caso, o tempo-padrão de produção dos dois tipos de café são idênticos, mas é necessário ob- servar na prática, produção por produção, pois os produtos podem ter tempos bastante diferenciados de produção. 58 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 ! Você se lembra da diferença de custo e de despesa? De uma forma bem simples, podemos dizer que os custos estão relacionados com os gastos da atividade- fim, e as despesas com os gastos da atividade-meio da organização. Por exemplo, no caso de uma empresa de manufatura, a ativi- dade de processamento se caracteriza como uma atividade-fim, com a qual podem estar relacionados os gastos com atividades de produ- ção, almoxarifado, expedição etc. Já os gastos relacionados às neces- sidades da administração, ao marketing e às finanças caracterizam- se como despesas, pois referem-se à atividade-meio. Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Agora vamos entender como podem ser organizados os Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Como já observamos, os custos de MP e de MOD podem ser classificados como custos diretos, porém, du- rante o processo de manufatura, são necessários outros custos, cha- mados de Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Diante do exposto, devemos identificar todos os custos que po- dem ocorrer durante o processo de manufatura, além de seu compor- tamento. Os custos, segundo variações na produção, podem ser defi- nidos como: Custos Fixos: inalterados diante das variações na quanti- dade produzida. Exemplos clássicos de custos fixos são os gastos com aluguéis e depreciação. Custos Variáveis: variam na mesma proporção das vari- ações na produção. Exemplos de custos variáveis são os gastos com MPs e embalagens. Quanto maior a produção, maior o consumo de ambos. Custos Semivariáveis: têm um componente fixo e outro variável. Exemplos de custos semivariáveis são os gastos com aluguel de máquinas copiadoras. Dentro de certos li- mites ou quantidades de cópias realizadas, os gastos são fixos. Quando o patamar é excedido, porém, os gastos va- riam, assumindo um novo patamar. 59Período 8 UN ID AD E 2Aplicando para a Cia. Café Brasil: Planilha 8: Orçamento dos CIFs Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) 60 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância UN ID AD E 2 Observe que na Planilha 9, em “Rateio”, há várias siglas, o significado de de cada uma pode ser con- sultada no Estudo de Caso da página 67. A Planilha 9 apresenta o detalhamento dos CIFs orçados por departamento, considerando sua depreciação. Após a apresentação da Planilha das Despesas Operacionais, trataremos da apropriação dos CIFs dos Departamentos de Produção e dos Produtos Acabados. Despesas Operacionais Além dos custos já mencionados (MP, MOD e CIF), a empresa deve prever o total das despesas operacionais. Vamos conhecê-las melhor! Características: dispêndios gerados fora de área fabril, mas necessá- rios ao processo administrativo; e Planilha 9: Orçamento dos CIFs Fonte: Adaptada de Mello Jr. e Costa (2005) Você pode observar que um dos CIFs refere-se à depreciação. A Planilha 9 demonstra a base de cálculo e o estudo por departamento. Cálculo das depreciações: Rateio Bens Depreciáveis: Máquinas e Equipamentos.... R$ 63.200,00 Móveis e Instalações............. R$ 14.000,00 Total da base de cálculo........ R$ 77.200,00 Depreciação anual (10%)...... R$ 7.720,00 Depreciação mensal.............. R$ 643,33 janeiro fevereiro Depreciação Corrig. R$ 643,33 R$ 643,33 DPS (25%).................... R$ 160,83 R$ 160,83 DPC (25%).................... R$ 160,83 R$ 160,83 DEXP. 2/3 de 25%......... R$ 107,22 R$ 107,22 DALMOX 1/9 de 25%.. R$ 17,87 R$ 17,87 DAF 1/9 de 25%........... R$ 17,87 R$ 17,87 DCM 1/9 de 25%.......... R$ 17,87 R$ 17,87 DRM (25%)................... R$ 160,83 R$ 160,83 março R$ 643,33 R$ 160,83 R$ 160,83 R$ 107,22 R$ 17,87 R$ 17,87 R$ 17,87 R$ 160,83 R$1.930,00 R$ 482,50 R$ 482,50 R$ 321,67 R$ 53,61 R$ 53,61 R$ 53,61 R$ 482,50 1º trimestre 1 61Período 8 UN ID AD E 2 ! tipos de despesas: administrativas, comerciais (de vendas), gerais, tributárias e financeiras. Despesas de vendas: gastos com promoção e publicidade, venda, distri- buição e pós-venda. Exemplos: peças publicitárias, veiculação, mala direta, comissões, fretes
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