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11/05/2017 1 SEÇÕES DE ESCOAMENTO E VELOCIDADE HIDRÁULICA I UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UNC Campus de Concórdia Curso de Engenharia Civil Prof. Esp. Debora Simon CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Seções transversais Trapezoidal a mais utilizada: 11/05/2017 2 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Seções transversais Em canais abertos e fechados, deve-se prever uma folga de 20 a 30% de sua altura, acima do nível d’água máximo do projeto. CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Seções transversais Existem ainda os canais naturais que possuem seção transversal variável. 11/05/2017 3 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Canais de seção fechada - canalizações de águas pluviais, esgotos, drenagem subterrânea, bueiros e galerias de instalações hidrelétricas, que funcionam parcialmente cheios. CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares 11/05/2017 4 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares O valor máximo para a velocidade das águas num conduto circular, ocorre quando o conduto está parcialmente cheio com: 𝑉𝑚á𝑥 → 𝑦 = 0,81𝐷 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Maior vazão - não é a que se obtém com o conduto funcionando completamente cheio. 𝑄𝑚á𝑥 → 𝑦 = 0,95𝐷 A vazão irá aumentando até o ponto mencionado, para depois sofrer uma pequena redução, decorrente do enchimento completo do conduto (maior resistência). 11/05/2017 5 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Para o Escoamento a Meia Seção 𝑄 = 0,156 1 𝑛 𝐷 8 3 𝐼 onde: Q é a vazão, m³/s n é o coeficiente de rugosidade da parede D é o diâmetro da tubulação, m I é a declividade do fundo do canal, m/m CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Para o Escoamento a Seção Plena 𝑄 = 0,312 1 𝑛 𝐷 8 3 𝐼 𝐷 = 1,55 𝑄 × 𝑛 𝐼 3 8 onde: Q é a vazão, m³/s n é o coeficiente de rugosidade da parede (Tabelado) D é o diâmetro da tubulação, m I é a declividade do fundo do canal, m/m 11/05/2017 6 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Para Condutos Parcialmente Cheios 𝑄 = 𝐴 1 𝑛 𝑅ℎ 2 3𝐼 1 2 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seção Retangular Forma retangular - adotada nos canais de concreto e nos canais abertos em rochas. Tratando-se de seção retangular, a mais favorável é aquela para a qual a base b é o dobro da altura h. 𝑏 = 2 × ℎ 11/05/2017 7 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seção Trapezoidal Para determinada seção de escoamento, a forma mais econômica será aquela que levará à maior velocidade e ao menor perímetro. Dos hexágonos de mesma seção, o hexágono retangular é o que tem o menor perímetro. A seção mais vantajosa é a de um semi- hexágono regular (a= 60º). CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seção Trapezoidal Nem sempre essa seção pode ser adotada; se não houver revestimento, a inclinação das paredes laterais do canal deverá satisfazer ao talude natural das terras, para sua estabilidade e permanência. 11/05/2017 8 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seção Trapezoidal Taludes em Canais Trapezoidais Natureza da Parede Tg α α Canais em terra em geral sem revestimento 2,5:1 a 5:1 21⁰48’ a 11⁰19’ Saibro, terra porosa 2,0:1,0 26⁰34’ Cascalho roliço 1,75:1,0 29⁰45’ Terra compactada, sem revestimento 1,50:1,0 33⁰41’ Terra muito compacta, paredes rochosas 1,25:1,0 38⁰40’ Rocha estratificadas, alvenaria de pedra bruta 0,5:1,0 63⁰26’ Rochas compactas, alvenaria acabada, concreto. 0:1,0 90⁰ CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Muito Irregulares Canais que apresentam seções transversais muito irregulares ou seções duplas, obtêm–se resultados melhores quando se subdivide a seção em partes cujas profundidades não sejam muito diferentes. 11/05/2017 9 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seção com Rugosidades Diferentes O perímetro molhado de uma mesma seção pode incluir trechos de diferentes graus de rugosidade, n1, n2, n3, etc. Para os cálculos hidráulicos admite-se um grau de rugosidade média obtido pela seguinte expressão de acordo com Forchheimer. 𝑛 = 𝑝1𝑛12 + 𝑝2𝑛22 + 𝑝3𝑛32 +⋯ 𝑝1 + 𝑝2 + 𝑝3 +⋯ CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS 11/05/2017 10 CONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS A resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo reduz a velocidade. Na superfície livre a resistência oferecida pela atmosfera e pelos ventos também influencia a velocidade. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 11 Seção transversal CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Seção transversal CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 12 Seção longitudinal CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA RELAÇÕES PARA A VELOCIDADE MÉDIA Numa tentativa de se obter um valor aproximado para a velocidade média numa vertical, algumas propostas são feitas e aceitas pelos hidrometristas. Para valores pequenos de ho, considera-se que a velocidade média seja igual á velocidade que se obtém a 60% da profundidade, medida em relação à superfície livre (0,60h), com erro máximo de aproximadamente 3% e médio de 1%. 𝑽𝒎é𝒅 = 𝑽𝟎,𝟔 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 13 RELAÇÕES PARA A VELOCIDADE MÉDIA Quando a profundidade ho se torna maior, tal valor é um pouco discrepante dos valores obtidos experimentalmente, de forma que uma novo valor foi proposto, considerando-se as velocidades que se obtém a 0,20ho e 0,80ho, medidas em relação à superfície livre, com erro máximo da ordem de 1% e um erro médio quase nulo, de forma que: 𝑽𝒎é𝒅 = 𝑽𝟎,𝟐 − 𝑽𝟎,𝟖 𝟐 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE- ÁREA CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 14 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos O custo de execução de um canal para o escoamento de uma dada vazão é função do seu tamanho; Será tanto menor quanto a área da sua seção transversal, o que se consegue elevando-se a velocidade média do escoamento ao máximo valor possível, sem que haja erosão do fundo e das paredes; A velocidade média do escoamento deverá estar limitada à resistência do material utilizado na confecção das paredes e fundo do canal. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 15 Velocidade Média e Limites Práticos Água limpa pode escoar com velocidade elevadas (até 10 m/s) sem danificar o material do revestimento. A velocidade não pode ficar abaixo de um certo limite mínimo, sob pena de haverdeposição de eventuais partículas ou materiais em suspensão. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos Para dimensionar canais: Vmin < Vmed < Vmax . Vmin - é a velocidade abaixo da qual o material sólido contido na água é sedimentado, provocando assoreamento do canal. Vmax - é a velocidade acima da qual ocorre erosão das paredes do canal. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 16 Velocidade Média e Limites Práticos Valores médios para as velocidades nos canais e os valores que não devem ser ultrapassados, sob risco de haver erosão das paredes ou fundo dos canais. Velocidades médias e máximas nos canais segundo Paschoal Silvestre Material da Parede Vmed (m/s) Vmáx (m/s) Areia muito fina 0,23 0,30 Areia solta (média) 0,30 0,46 Areia grossa 0,46 0,61 Terreno arenoso comum 0,61 0,76 Terreno de aluvião 0,84 0,91 Terreno argiloso compacto 0,91 1,14 Cascalho grosso ou pedregulho 1,52 1,83 Rochas moles (xistos) 1,83 2,44 Alvenaria 2,44 3,05 Rochas compactas 3,05 4,00 Concreto 4,00 6,00 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos Velocidades muito baixas podem propiciar a deposição de material em suspensão ou mesmo o crescimento de plantas aquáticas. Em canais de terra, velocidades da ordem de 0,60 m/s impedem o assoreamento e a fixação de vegetação. Para que não haja possibilidade de sedimentação das partículas carreadas pela água em suspensão, as velocidades devem ter um valor mínimo. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 17 Velocidade Média e Limites Práticos Velocidades mínimas para não deposição segundo Azevedo Neto Tipo de suspensão Vmin (m/s) Água com suspensão fina 0,30 Água com areia fina 0,45 Água contendo esgoto 0,60 Águas pluviais 0,75 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos Para canais de terra, a velocidade recomendada para uso nos projetos dos canais, impedindo a erosão das paredes e a deposição de partículas suspensas pode ser obtida através da fórmula de Kennedy, dada por: 𝑉 = 𝐶ℎ0,64 Onde: h é a profundidade média no canal e C um coeficiente que depende da granulometria do material em suspensão, conforme pode ser visto na tabela seguinte. CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 18 Velocidade Média e Limites Práticos Coeficientes da fórmula de Kennedy para uso em projetos de canais de terra segundo Eurico Trindade Neves Tipo de Material em Suspensão C Água com material extremamente fino 0,36 Água com areia muito fina (0,125-0,25 mm) 0,55 Água com areia fina (0,25-0,50 mm) 0,59 Água com areia média ou barro graúdo (0,5-1,0 mm) 0,65 Água com areia grossa (1,0.2,0 mm) 0,70 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos Para projetos de canais é costume, também, observar recomendações práticas para as velocidades médias nos canais, conforme tabela seguinte. Velocidades Práticas segundo Azevedo Neto Tipo de Canal Vméd (m/s) Canais p/ navegação sem Revestimento <0,50 Aquedutos p/ água potável 0,60 a 1,30 Coletores e emissários de esgotos 0,50 a 1,50 Canais industriais, sem revestimento 0,40 a 0,80 Canais industriais, com revestimento 0,60 a 1,30 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 19 Velocidade Média e Limites Práticos Recomendações para a declividade das faces dos canais, onde z refere-se a declividade na forma 1:z (V:H) e β o ângulo da face com a direção vertical. Limitação de Talude (Valores Máximos) segundo Azevedo Neto Tipo de parede z β Canais em terra sem revestimento 2,5–5,0 68º a 79º Canais em saibro, terra porosa 2 63º Canais em cascalho roliço 1,75 60º Terra compacta sem revestimento 1,50 56º Terra compactada ou paredes rochosos 1,25 51º Rocha estratificada ou alvenaria com pedra bruta 0,5 26,5º Rocha compacta, alvenaria acabada, concreto 0 0º OBS: β = inclinação do talude com a vertical e z = tg β CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA Velocidade Média e Limites Práticos Quando se trata de se estabelecer a declividade longitudinal do eixo do canal, também é preciso levar em conta certos limites. Declividades Usuais segundo Azevedo Neto Tipo de Canal I0 (m/km) Canais p/ navegação <0,25 Canais industriais 0,40 a 0,50 Canais de irrigação, pequenos 0,60 a 0,80 Canais de irrigação, grandes 0,20 a 0,50 Aquedutos p/ água potável 0,15 a 1,00 CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA 11/05/2017 20 EXERCÍCIOS CANAIS – SEÇÕES E VELOCIDADESCONDUTOS HIDRÁULICOS - HIDRODINÂMICA
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